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sábado, junho 30, 2007

CIA - estas coisas não são meras notícias de jornal, influem nas condições de vida das pessoas. E não se passaram "a long time ago". Os processos hoje continuam a ser exactamente os mesmos,,, apenas talvez um pouco mais sofisticados.

Dezembro 2001. Recordo-me perfeitamente. Vinhamos de França e parámos num daqueles pequenos hotéis familiares da baía de San Sebastian. A mulher de meia idade que preenchia a ficha, emocionada, de olhos lacrimejantes, não tirava os olhos da televisão: “pobrezitos, daquela gente, falam a nossa língua, de um momento para o ano não têm nada, os bancos faliram, as parcas economias ficaram retidas, as empresas encerraram, a maioria está no desemprego, as pessoas não têm o mínimo para pensar sequer em pôr a mesa". Em directo decorriam cenas lancinantes do chamado “cacerollazo” na Argentina. Ficámos apreensivos. Em Portugal entrava-se na era Barroso/Santana.

Conhecemos o cineasta argentino Fernando “Pino” Solanas alguns anos depois de 1968, de ouvir falar na “Hora de los Hornos”, uma das primeiras grandes denúncias das criminosas actividades da CIA no exterior; (ver entrevista e introdução à película aqui - 38:16 min):



Desde os começos da ditadura militar, faz agora vinte e cinco anos, a Argentina e o seu povo, tiveram de fazer frente a uma das piores crises económicas e sociais jamais vividas por um país em tempos de paz. A Argentina, um país que outrora fora próspero, teve de se enfrentar de forma periódica com todos e cada um dos traumas estigmatizados pelas militâncias anticapitalistas: exorbitantes dívidas nacionais (o défice), o desumanizado ultra-liberalismo, a corrupção política e financeira desenfreada, enfim, o espólio regular dos bens e serviços públicos. Tudo isto, com a ajuda das companhias multinacionais cidentais e a cumplicidade dos organismos internacionais. A política de terra queimada, representada por tipos como Carlos Menem (grande amigalhaço de Mário Soares) conduziu o país a um incrível cataclismo de fome, doença e sacrifício de vidas humanas: um genocídio social.
"Memoria del saqueo" trata de esclarecer que mecanismos provocaram esta catástrofe. A película de Solana é dedicada a todos aqueles que continuam a resistir, com coragem e dignidade. Talvez seja também dedicada a nós, portugueses. É inaceitável deixar que todo um povo se vá afundando pouco a pouco na pobreza. Porém é ainda mais inaceitável permitir que a pobreza se estabeleça, quando esse processo já tinha sido atempadamente vaticinado. Pior ainda, permitir que a pobreza se instale numa terra rica de recursos como é a Argentina. Em Portugal a nossa maior riqueza serão decerto os nossos “recursos humanos”: Pessoas comuns, sem perspectivas de vida na terra onde nasceram, que não cessam de emigrar para enriquecer com trabalho, as mais das vezes desqualificado, as terras dos outros. O maior crime da corja pseudo-democrática que tomou o Portugal de Abril de assalto, foi condenar o país à falta de Educação.

Memorias del Saqueo

Parte 1 - 60:36 min.



parte 2 - 53,34 min.


1 comentário:

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