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segunda-feira, dezembro 05, 2005

os três pilares da Sociedade: o Politico, o Padre e o Banqueiro

"Madona del Voto"
Siena
Dois campos (com apoios que lhe dão hipóteses de vencer) se digladiam nesta eleição para Presidente da República. De um lado o tradicional Bloco Central de interesses gerido pelas figuras de topo da Maçonaria que nos tem governado como se fosse “de esquerda” - do outro lado o Bloco Central de interesses encabeçado por altas figuras de Direita ligadas ao Regime apoiadas em crescendo pela Opus Dei (uma seita em ascenção dentro da hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). Que mal haveria num Presidente eleito com base nos valores religiosos da Igreja?,,, aparentemente nenhum, não fôra a hierarquia da ICAR nada ter a ver com os valores cristãos e ser veladamente sustentada por Banqueiros e pela Alta Finança internacional, que procuram através dos seus representantes eleitos eternizar o domínio dos seus negócios em detrimento dos valores da Sociedade, viciando a função do Estado como representante de todos. Como se sabe, mas como também rapidamente foi esquecido, a “Operação Furacão” uma vasta acção da Procuradoria Geral da Republica e da Policia Judiciária levou recentemente a intervenções que incluíram o Banco Comercial Português, o Banco Espírito Santo, o Banco Português de Negócios e o Finibanco, mas apenas porque não puderam ignorar os avisos feitos pelo M15 e pelo NCSI britânicos. Que aconteceria se a Banca e a Alta Finança, a Opus Dei em peso, não tivessem que prestar contas ao Estado? Pois com Cavaco Silva, não terão de certeza!

San Gennaro,o santinho de Nápoles, venerado pela Máfia é o santinho mais rico de Itália - tambem eleito como padroeiro dos gangsters no Novo Mundo.


Pode-se considerar que os valores que a Igreja procura transmitir, embora nada tenham a ver com as práticas das suas hierarquias, como ficou dito, não podem ser desprezíveis porque se trata de toda uma cultura milenária cuja herança não pode ser ignorada. No caso da ICAR as obras de Arte e a iconografia são até um repositório notável da exploração ancestral da pessoa humana pelos Poderosos da Terra. Torna-se cada vez mais urgente desmistificar toda a liturgia que desviou a Igreja das suas funções. Ela própria é hoje refém da promessa de investimentos Financeiros que lhe permita enfrentar com sucesso a Globalização – comercializando, e expandindo a Fé como uma qualquer mercadoria. Essa expansão paga-se. Com Cavaco Silva vamos pagá-la todos nós sem excepção, crentes e não crentes, por via da fusão de interesses entre Estado, Igreja e Grupos Económicos. Na sua ordem de importância, os três pilares da Sociedade estão a caminho de ser re-equacionados: o Banqueiro, o Padre e, finalmente, coitado, o Politico, um mero funcionário mais ou menos bem pago. Quem nos representa?
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Nas crises mal digeridas que se eternizam, como factor de exploração, notava Antonio Gramsci:"o velho resiste em morrer e o novo não consegue nascer".
O padre Leonard Boff foi excomungado pela ICAR por ter, entre outras, opiniões como esta: (...) "A experiência geradora da democracia radical cristã foi a prática de Jesus: absolutamente anti-discriminatória, anti-hierárquica e de fraternidade universal. São Paulo resumiu tudo dizendo:"Agora já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus"(Gal 3,28). O resultado foi que escravos, livres, portuários, mercadores, advogados, soldados, independente de sua situação social e de gênero, formavam comunidades fraternais que viviam a "koinonia" (comunhão), palavra para expressar o comunismo radical de "colocar tudo em comum", repartindo os bens materiais "conforme as necessidades de cada um". E como louvor se diz que "não havia pobres entre eles"(At 2 e 3). Essa democracia era radical mesmo pois as decisões eram tomadas com a participação de toda a comunidade. A lei básica era: "o que concerne a todos, deve ser decidido por todos". Isso valia também para a nomeação dos bispos e dos presbíteros. Chamou-se tal comunidade de "ekklesia" em grego, "ecclesia" em latim e "igreja" em português. O sentido original de "ekklesia" não era religioso, mas político: a assembléia popular. Escolheu-se esse nome profano para distinguir a democracia cristã de outras expressões religiosas da época. Essa memória foi perdida na Igreja Católica.
(leia o artigo completo, aqui)

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