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sábado, fevereiro 28, 2015

O desejo de enriquecer do subproletariado urbano

Mamma Roma, Anna Magnani, Franco Citti, Ettore Garofalo,
Pier Paolo Pasolini
Eu observo estes homens, educados/ numa outra vida que não a minha,/ fruto de uma história muito diferente/ e reencontro-os como quase meus irmãos/ segundo a última forma histórica de Roma/ Eu observo-os: em todos o ar de um cowboy/ que dorme armado com uma faca/ como sendo uma das suas funções vitais/ vividas em profunda escuridão/ A papal Icterícia Belli, não púrpura,/ mas como uma biliosa pedra de lava cozida/ é o modelo de roupa seguido, definitivamente suja/ Olha a ironia que transparece, suada, vermelha,/ que queima indecentemente…

o soarista Alfredo Barroso bate com a porta no Partido (que nunca foi) Socialista

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Mais que os jogos de cintura do Costa da ala esquerda como contraparte da ala direita do neoliberalismo, a "dissidência" de Barroso tem-se revelado divertidíssima... nas suas próprias palavras imortalizadas (se não houver crise energética) no facebook: "não tardaram a aparecer por aqui vários exemplares da «ralé» que tomou conta do «aparelho» do PS (que hoje de socialista tem muito pouco) a morder-me nas canelas, a provocar-me e a insultar-me, como cães de fila que só sabem ladrar mas não são capazes de argumentar racionalmente (...) Por isso, aviso - não só os que continuarem a vilipendiar-me, a provocar-me e a insultar-me, mas também os outros que se limitam a apoiá-los com um «gosto» - que têm o tempo contado aqui na minha página e que os vou mandar rapidamente para o raio que os parta!". Vale.

Agora falando a sério, analisando o episódio racionalmente, Alfredo Barroso pisga-se danado, não porque esteja necessariamente zangado com a maioria dos seus comparsas - conviveu alegremente com esses correlegionários por décadas - mas porque, ao ouvir Costa a elogiar chineses, Barroso passou-se dos carretos porque odeia o modo de organização social da República Popular da China - compreende-se o sobressalto moralizante para as suas hostes, se a nossa "agremiação de negócios socialistas" actuasse na China já estariam todos presos... senão coisa pior...

comentário do leitor Manuel Pontes: "acho que deveriam vender também os nossos Tribunais aos chineses"

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Zeinal Bava: "a PT nunca faria investimentos no BES sem acautelar o interesse próprio"

A deputada Mariana Mortágua questiona Zeinal Bava: “sabia dos 900 milhões que a PT aplicou no Grupo Espírito Santo?”. Veja a resposta do "melhor CEO da Europa e arredores" – afinal de contas plena de “amadorismo”. Em 14 anos Bava passou por quase todas as empresas da Portugal Telecom. Sabe muito, mas, mais esperto que um rato, invocou não ter memória. É o desplante de quem sabe que por regra assegurada são as multinacionais que mandam nos governos

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a PT obriga-se por lei a ser uma empresa contabilisticamente auditada. Mas a auditora multinacional Price-Waterhoude-Coopers (PwC) disse agora na comissão de inquiérito  que não conseguiu determinar quem conhecia o reinvestimento da operadora em Abril de 2014 em papel comercial da Rioforte. O que significa a existência de um relatório secreto que esconde o ruinoso desvio de 900 milhões de euros como dívida do Grupo Espirito Santo. O esquema falhou mas não há ninguém a quem se apontar o dedo. No relatório de mais de 300 páginas entregue pela PwC no dia 6 de Janeiro último à Policia Judiciária e à CMVM, refere-se igualmente que os responsáveis envolvidos - Zeinal Bava, CEO da PT durante 6 anos, Henrique Granadeiro, Ricardo Salgado e João Mello Franco - disseram também não saber ou não se lembrar dos pormenores. Conquanto a exposição da PT ao Grupo Espirito Santo durasse há vários anos. Enfim, são todos uns básicos que "não sabem, não se lembram, não foram informados, não fizeram, não estiveram envolvidos". Já passaram 2 meses desde o inicio da investigação judicial, novas da entidade reguladora, inquérito ou o que seja, e resultados Zero. (dados na reportagem do Ionline, Janeiro de 2015)

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

à espera de Maio para ver o que acontece

Richard Seymour no Esquerda.net (...) dificilmente se pode pôr as culpas de tudo isto no Syriza. Eles estão numa posição de fraqueza e é duvidoso que qualquer governo tivesse conseguido melhor contra uma UE determinada a humilhar a Grécia. Ainda assim, a linha de Tsipras e Varoufakis é simplesmente insustentável. O seu compromisso em tentar resolver esta crise no quadro do euro só pode fracassar. Eles estavam errados ao pensarem que encontrariam um único aliado ou interlocutor na UE. Os governos do sul da Europa são ainda mais fanáticos que Berlim nesta matéria. 

Hollande, longe de ser uma cara amigável, disse logo ao Syriza para esquecer isso: ele tomou a sua decisão sobre a austeridade já há algum tempo.
A questão da moeda, então, não era apenas uma distracção nacionalista como alguns diziam: conseguir a eleição de um governo com o objetivo concreto de confrontar a UE e lutar para derrubar a austeridade iria sempre confrontar-se com esta questão. A alternativa, a que podemos chamar uma Grexit do Povo, está longe de ser simples, como sublinha Dave Renton no mais recente post sobre a Grécia - o Syriza não tem desmobilizado os movimentos sociais, têm-os ajudado a crescer - Os riscos económicos seriam consideráveis. Iria ser necessária não apenas preparação económica, ou jogos de guerra secretos, mas também preparativos sociais e políticos enormes. Seria precisa a mobilização de um movimento de trabalhadores que tem estado relativamente sossegado desde 2012. E seria necessário um governo disposto a arriscar o isolamento político e económico dos parceiros comerciais e uma luta até ao fim com os oligarcas, a Direita e os aparelhos repressivos do Estado pelo futuro da sociedade grega (... Esquerda.net)

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Fiscalismo ou monetarismo?

"Um Estado tem duas formas de obter receitas para o erário público: emitir moeda ou cobrar impostos. Graças aos refúgios fiscais como o Luxemburgo, o Liechtenstein e várias jurisdições britânicas ultramarinas, a tributação tem cada vez menos base colectável. Resta portanto a emissão de moeda. Monetarizar a dívida pública é talvez o único meio que nos resta de repartir o esforço contributivo, obrigando os detentores de liquidez depositada em refúgios fiscais offshore (apropriados a nivel mundial por 91.186 individuos) a participarem com a parte por eles devida". O que anula esta intenção é que os maiores refúgios fiscais - em montantes de capitais evadidos - são talvez alguns países soberanos ou Estados da federação EUA... Um analista «dentro do problema» comentou um dia que os maiores refugios fiscais eram duas ilhas... a Ilha de Manhattan e a Grã-Bretanha... (da página facebook de Pedro Bingre do Amaral) 

Lista de capitais evadidos dos paises desenvolvidos - os 20 que mais perdem na colecta de impostos 
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Grécia.
O parlamento grego acaba de constituir uma comissão de auditoria à dívida, para além de um inquérito parlamentar aos memorandos da Troika. E também vai retomar a comissão que prepara a reclamação de indemnizações de guerra à Alemanha, anunciou hoje a presidente do Parlamento Zoe Konstantopoulou.

Leia o Acordo da Grécia-Eurogrupo correctamente - por James Galbraith, reputado economista co-autor, com Yanis Varoufakis e Stuart Hollande do livro "A Modest Proposal", que acompanhou durante uma semana Varoufakis e a sua equipa técnica nos bastidores da negociação.

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Ministros das Finanças do Eurogrupo aceitam plano inicial de reformas propostas pela Grécia que representa o primeiro passo previsto na extensão dos empréstimos ao país por mais quatro meses, ...Mas...

... o FMI está insatisfeito... pouco depois, numa carta enviada ao Eurogrupo, Christine Lagarde fez uma avaliação menos positiva do documento grego, defendendo que, para que haja uma aprovação final até Abril, o Governo de Alexis Tsipras tem de ir mais longe - o FMI concorda com a ideia de que os planos apresentados são "um ponto de partida válido". No entanto, avisa, "apesar de a lista de medidas ser abrangente, não é de forma geral muito específica". "Em muitas áreas, e talvez mesmo nas mais importantes, a carta [enviada por Atenas] não apresenta garantias claras de que o Governo pretende pôr em prática as reformas previstas no Memorando de Entendimento" (da ex-Troika), afirma Lagarde. A responsável do FMI destaca, em particular, cinco áreas do programa da Troika em que o Governo grego não assume compromissos considerados suficientes: a reforma do sistema de pensões, a alteração ao regime do IVA, a liberalização da entrada nos sectores mais fechados, a reforma administrativa, as privatizações e a reforma da legislação laboral. Estas áreas são consideradas pelo FMI como "críticas" para a conclusão do programa. "É importante para mim enfatizar que, para que as discussões de conclusão da avaliação sejam bem sucedidas, estas não podem ficar confinadas aos parâmetros de políticas definidos na lista do Governo".

O Banco Central Europeu (BCE), outra instituição da Troika, manifestou uma opinião em tudo semelhante à do FMI. Numa carta ao Eurogrupo, Mario Draghi diz que o plano grego abrange áreas suficientes para ser considerado um bom ponto de partida, aceitando o facto de não serem apresentadas metas quantificadas como "compreensível", dado o pouco tempo disponível que foi dado ao novo Governo grego. Mas depois, o presidente do BCE apresenta os seus motivos para apreensão e deixa claro que não está disponível para esquecer aquilo que foi assinado pelo anterior governo grego no programa da Troika". Concluindo, o governo do Syriza está a negociar unilateralmente com cada Estado da zona Euro e a promessa que não seria mais admissivel a ingerência externa impondo mais medidas de austeridade fez implodir a Troika. Cada um agora fala por seu lado. Se outro mérito não houvesse, este é um primeiro passo muito positivo na defesa da soberania dos povos da Europa. Aqueles cujos governos não neguem a venda a estrangeiros da vida e dos bens comuns dos seus cidadãos. Citando alguém muito respeitável: "aprendi na escola primária que colocarmo-nos ao lado dos mais fortes para poder bater nos mais fracos tem um nome muito feito. Esse mesmo!" (ler mais) 
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Entretanto, o Business Insider (citando o sionista Liberation) divulga um episódio que teria ocorrido durantes as recentes negociações: "Mentiroso!", teria gritado enraivecido Yanis Varoufakis. Jeroen Dijsselbloem, acostumado à cortesia que costuma existir dentro do clube de ministros das Finanças da zona do euro, estava lívido. O holandês, presidente do Eurogrupo, parecia frágil questionado pelo maciço ministro das Finanças grego, que é fisicamente parecido com Bruce Willis. "Foi incrível. Pensei realmente que eles iriam chegar a vias de facto", disse uma testemunha no local. E traduzindo mais outra parte do relatório de Libération acrescenta-se: informado do incidente, Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão, negou-se a continuar a falar com Varoufakis, que realmente incomoda os outros membros do Eurogrupo, pelo que não vai ser fácil colocá-los na mesma sala no futuro". Tudo para explicar o grau de alta tensão que tem existido (ver aqui).  Obviamente, este tipo de fait-divers apaixonam a politicagem alcoviteira de toda a  Europa, mas regra geral o ministro grego divulga na internet todos os documentos e todos os passos que dá. Uma postura diametralmente oposta ao secretismo que sempre tem rodeado as reuniões da reaccionária cáfila de decisores politicos da União Europeia. E sobre o episódio Varoufakis escreveu no twitter: "Tenho más notícias para vocês: essa estória que reportaram é falsa. Nunca existiu um tal acontecimento entre mim e o Jeroen. Peço desculpa por os desapontar". Depois do reparo à ministra Marilú "Swaps" Albuquerque, mais outra prova da boa educação e diplomacia de Yanis Varoufakis.

relacionado:
"Tentativa de sufocar financeiramente a Grécia demonstra: não será possível mudar o mundo sem criar novas relações com Moeda e Crédito" (George Monbiot)

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Grécia - durante mais quatro meses...

varoufakianismo
... se verá qual a evolução da situação, tendo sempre em mente que o Syriza, passe a propaganda odiosa lançada pelo radicalismo burguês, é uma força essencialmente social democrata disposta a aplicar um programa de centro-esquerda no sentido da terceira-via de Giddens, que propõe uma mera e mais que programada reviravolta no capitalismo na Europa para evitar a sua falência - não para produzir nenhuma "revolução socialista" sem base social de apoio nem condições geoestratégicas para tal, conforme imaginaram muitos arautos do nosso ultra-esquerdismo caseiro em menos de um mês. Nem o PCP, um partido essencialmente reformista, advogaria tamanha irresponsabilidade. Assim sendo, o governo Tsipras este fim de semana já congelou 404 milhões de euros de grandes depositantes, que não conseguiram provar a origem lícita do dinheiro. O programa de reformas da Grécia deverá obter 7,3 mil milhões de euros de receitas no combate à evasão fiscal e à corrupção - portanto, a Grécia está a inverter a situação dos governos neoliberais europeus que esbulham os cidadãos para salvar bancos.  O que é uma passo muito positivo que merece todo o apoio das classes trabalhadoras europeias e não a diabolização.
(Keep Talking Greece) Na proposta entregue hoje ao Eurogrupo a Grécia compromete-se tacticamente a pagar as dividas contraídas e a não pôr em risco as metas fiscais com medidas unilaterais (Infolibre). Em flash-back:
ultimato europeu?
Em 2011 a exposição dos bancos comerciais privados ao financiamento da dívida pública dos Estados era, no caso da Grécia, de 55,7 mil milhões de euros por parte dos franceses, 21,4 mm da banca alemã e de 10,1 mil milhões dos bancos portugueses. A exposição de Portugal era superior aos bancos dos Estados Unidos, que tinham 8,4 mm de investimentos no endividamento da Grécia. Como se sabe, os prejuízos da banca comercial infectada por produtos tóxicos nos balanços aldrabados foram transferidos para a esfera pública como dívida soberana do Estado – nem que tivesse sido combinado, nesse mesmo ano de 2011 houve a transição do governo (PS) que pediu a “ajuda” da Troika (junta financeira tripartida parida pela EU de Barroso) para o governo (PSD) cavaquista de Passos Coelho, encarregado de confiscar aos portugueses dinheiro quanto baste para suportar doravante a dívida do Estado que antes era dos bancos.

Recorde-se a história e compare-se o que então não foi dito com o que Yanes Varoufakis afirma agora: “o dinheiro das "ajudas" não chegou à Grécia, foi antes para os grandes bancos”. ” – Cavaco Silva vem insistindo na fábula dos “portugueses foram dos que mais contribuíram para o resgate grego”, mas a Grécia é que está a dar dinheiro ao teu governo, estúpido!. Questionado sobre a postura de Portugal e Espanha, Yanis Varoufakis deu uma resposta politicamente correcta, invocando a sua boa educação para não ir mais além, mas que não deixou de revelar a postura da Ministra das Finanças no Eurogrupo, que envergonha os portugueses... Os governos de Portugal e Espanha "estão a querer ser mais alemães do que a Alemanha", desabafou Varoufakis ao correspondente da RTP após a reunião do Eurogrupo"



Para cumprir com os compromissos dos anteriores governos para o pagamento da dívida e respectivos juros e sustentar a gestão corrente do Estado a Grécia necessita de entre 58,7 a 85 mil milhões de euros, para o que precisa de manter este sistema de financiamento, recusando no entanto a ingerência estrangeira nas medidas de austeridade pondo em execução o "Plano o Salónica". Depois que o novo governos grego ousou enfrentar o “desafio audaz contra os imperialistas financeiros” o país conseguiu um acordo com o Eurogrupo que anula os compromissos de austeridade assumidos com a Troika, reavendo soberania e capacidade de decidir na direcção de novos parceiros, incluindo a Rússia e a China, unindo-se, caso o venham a entender, à “nova ordem económica” emergente criada pelo bloco dos BRICs.

domingo, fevereiro 22, 2015

a Grécia no papel de Maçã sobre a testa da União Europeia

Rossini, Guilherme Tell, Finale

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yep, admite-se que o novo governo da Grécia capitulou... por 4 meses, e ao 5º mês Tsipras têm uma viagem agendada a Moscovo. So long farewwel, contos para crianças, musica no coração. Entretanto fica um recado da London School of Economics para os adeptos do "tudo ou nada": 

"o ruido em redor da Grécia está a ficar cacofónico, com os dois lados a opinar e a apresentar razões. Os confrontos têm sido, até agora, bastante frívolos o que é sintomático dos dois lados a avaliarem-se mutuamente. A discussão séria vai demorar semanas, senão meses, para chegar a conclusões substanciais sobre o futuro da Grécia e, consequentemente da zona Euro e da própria União Europeia. Pode ser muito cedo para escolher os vencedores, mas a Grécia está a travar um bom combate. O Syriza e o seu jovem lider Alexis Tsipras têm mantido a calma sob uma press ao sem precedentes. Ele, assim como o seu carismático ministro da finanças Yanis Varoufakis, apareceram como europeistas apaixonados e fizeram muitas concessões, muitas vezes sensatas e responsáveis aos parceiros europeus, aproximando-se do centro. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito desses parceiros, dado que o presidnet do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem e Wolfgang Schlaube ministro das Finanças da Alemanha têm sido intimatórios, ásperos e muitas vezes irresponsáveis com os seus comentários. Felizmente, os dois são apenas actores secundários do drama grego. O destino da Grécia não dependerá de aspectos técnicos, mas vai ser o resultado de um "grande jogo" que agora começou. (in "Grexit, porque a saída da Grécia do Euro deverá ser vetada")

sábado, fevereiro 21, 2015

relatório definitivo do caso dos Submarinos prescritos

Se o processo-crime já prescreveu e existem novas provas que exigem a sua reabertura, o que é que pode ser feito? A resposta, como habitualmente na máquina de passar a ferro a corrupção, foi direccionada para ser dada pelo super-juiz Carlos Alexandre. É esta infalível personagem quem irá decidir por um de dois entendimentos: o do Ministério Público que opina não poder haver acusação por branqueamento de capitais quando os crimes de corrupção já prescreveram, ou o de que estes crimes não foram necessariamente cometidos na data de assinatura do contrato de aquisição dos submarinos (2004) e assim sendo não estão prescritos. Ou pelo menos não deviam estar, por isso o Parlamento por unanimidade se prepara para aprovar legislação que prolonga esse prazo para 15 anos. Por qual das duas teses a assustadora justiça que temos irá decidir? guess by which…

Outra novidade é o estatuto dos corruptos, que poderão ser perdoados em caso de arrependimento, desde que manifestem disponibilidade para devolver o dinheiro (pode ser a prestações?) num prazo de 30 dias. É mais uma lei inócua - no caso do governante Paulo Portas já passaram 132 vezes 30 dias (11 anos) e o indiciado por crime de prevaricação de titular de cargo politico nunca deu sinais de estar arrependido. E o milhão depositado nas contas bancárias do CDS foi matéria sólida que se dissolveu no ar.

Apenas 4 pessoas foram constituídas arguidas neste processo e só em 2013: Helder Bataglia, Luis Horta e Costa, Miguel Horta e Costa todos da Escom (o veiculo utilizado para pagar comissões a terceiros), a empresa que dirigiu o Ministério da Defesa no negócio com os alemães da German Submarine Consortium (GSC) e Pedro Ferreira Neto – todos em conjunto receberam 27 milhões de euros, dos quais 5 milhões foram para a família Espírito Santo e 16 milhões foram empochados pelos próprios por “despesas de consultoria” das quais pagaram 5% de IRS. Continua sem se saber para quem foram os restantes 6 milhões – e Paulo Portas só foi ouvido, na mera qualidade de testemunha e a seu pedido, dez anos depois, poucos meses antes do processo ser arquivado em 2014. Depois de estar safo (absolvido), Horta e Costa ainda “gozou o prato” na comissão de inquérito parlamentar ao BES, afirmando: “não ponho as mãos no fogo sobre se houve corrupção nos submarinos. Indicios que fundamentam a reabertura do processo de investigação.

O processo da suspeição de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal na aquisição dos submarinos Arpão e Tridente foi arquivado, mas com os próprios investigadores do DCIAP a escrever no despacho final que houve muitas pontas que ficaram por esclarecer, mormente pela falta de colaboração das autoridades alemãs, que sempre se recusaram a fornecer documentos essenciais para a compreensão dos circuitos financeiros utilizados e dos desvios de verbas para pagamento de luvas, invocando para a recusa uma cláusula do acordo de sigilo com os indiciados na celebração do contrato. E para cúmulo do descaramento, o DCIAP justificou-se para a ausência de resultados com o “elevadíssimo melindre em indiciar politicos num ano eleitoral” (2009). Apesar do oportuníssimo frete investigatório, quando o nome de Paulo Portas voltou à ribalta pouco depois, a então directora do DCIAP Cândida Almeida (PS) apressou-se a emitir um certificado de inocência do actual vice-primeiro-ministro, adiantando que “a investigação continuava contra desconhecidos” - por manifesta falta de espaço falta puxar pela ponta das luvas de um Almirante da Marinha...

O ex-ministro grego da Defesa Akis Tsolchatzpoulos foi condenado a 20 anos de prisão pelo branqueamento de 6 milhões de euros provenientes de subornos para viabilizar o negócio da compra de quatro submarinos. Em Portugal “estão desaparecidos” igualmente 6 milhões mas para apenas 2 submarinos, uma situação inflaccionária de corrupção de 100 por cento em relação à Grécia. O ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, Jurgen Adolff também foi condenado por corrupção na Alemanha, mas nunca foi ouvido pelos investigadores portugueses. A desculpa para a excusa é o principio jurídico do “ne bis in idem” em vigor na Alemanha, que determina que ninguém pode ser julgado pelos mesmos factos duas vezes. Esse principio não consta da legislação portuguesa, mas como a corrupção é europeia e shengosa faz de conta que consta. Outro principio-base é que não se investigam factos que já estão prescritos. Compreende-se então porque é que houve condenados na Alemanha e na Grécia e em Portugal não?

A eurodeputada “socialista” Ana Gomes acusa Paulo Portas (por se ter escapado com o cu à seringa) de não ter escrúpulos nem princípios e levanta mais uma dúvida: “quem garante que as gravações que passaram na SICNoticias e “ilibam” Portas são as mesmas que estão no processo? E pretensamente reproduzem dados de contratos conservados secretos? Além disso, existem documentos que comprovam a relação de promiscuidade com intensos contactos entre a Escom e o CDS. Existiram escutas suspeitas em que Portas refere contactos com Michel Canals, o dono da sociedade de gestão de fortunas sediada em Genebra, mas que seria tão helvética como os pastéis de nata, através da qual foi puxado o fio à meada nas operações Monte Branco e Portucale, que envolveram do mesmo modo o BES, o CDS.

Cronologia e Personagens
E no caso dos submarinos mais de uma dezena de sociedades em vários paraísos fiscais que gravitaram em torno da filial da Escom na Grâ-Bretanha, por sua vez utilizou astuciosamente o Feltree Fund com sede nas Bahamas para legitimar a saída de quantias que totalizam 9 milhões de euros . Apesar das evidências factuais e os muitos milhões não encontrados, as contas bancárias de Paulo Portas e dos seus assessores nunca foram vasculhadas. Como se vai vendo, os submarinos estão afogados num mar muioto mais imenso do que seria imaginável...

A investigação foi obstruída e ficou parada, não apenas por falta de colaboração alemã. A informação que o MP e o DCIAP receberam das diversas entidades envolvidas no negócio era uma amálgama pouco inteligível: 457 gigabites de dados divididos em 39.990 pastas e 902871 ficheiros, sem qualquer índice e com os elementos mais importantes dispersos e incompletos. Ao cair do pano, há ainda o caso das contrapartidas não cumpridas contornadas por empresas portuguesas com a apresentação de contratos falsos que foram aceites pelos alemães. Lembrar que a proposta de fornecimento de submarinos franceses rejeitada por Paulo Portas garantia contrapartidas em termos honestos.

Enquanto o acima exposto transitava em não julgado para nenhures, a Alemanha dava inicio à política de diversão de chamar à população portuguesa de PIG`S perdulários.

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

o programa de austeridade funciona, os povos são ofendidos na sua dignidade

(a recusa alemã levou, de imediato, a cotação do euro para os valores mais baixos da sessão face ao dólar, em 1,1360 dólares - faltam 0,1360 para o eurodólar) - a Grécia deve morrer? Entretanto, plano B,  a resolução da crise na Grécia deverá passar pela integração da sua economia com os BRICs

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

escusavas de ouvir isto óh porco fascista

na tradição revolucionária dos russos, Velikaya Znamenka revolta-se contra os agressores a soldo da Junta de Kiev



uma boa questão: Porque é que a população da Ucrânia em guerra, foge precisamente para o país que todos nos dizem ser o "agressor"? existem 2,5 milhões de emigrantes ucranianos na Rússia 900.000 dos quais refugiados fugidos da agressão a Donbass

a Guerra contra a população russa da Ucrânia

a Junta de Kiev diz que procedeu à retirada das tropas de Debaltsevo - os Separatistas afirmam que os agressores pró-Nato se renderam em massa e foram mandados em paz depois de desarmados. Se fosse feita justiça com estes energúmenos nem sequer as botas linham levado calçadas. Longa vida aos Heróis de Donbass-Novyrussia que escorraçaram os mercenários tal e qual os Soldados soviéticos em 1945 esmagaram os Nazis. (saber mais)


quarta-feira, fevereiro 18, 2015

o que está realmente em jogo na relação devedor/credor

o actual governo da Grécia herdou uma situação de corrupção que vem dos governos anteriores por décadas. Além do mais está vinculado a compromissos de uma dívida que não foi criada pelo povo grego (a Grécia paga em juros 780 euros por segundo) a qual está posta em causa pelos seus actuais legitimos representantes. Para já, num país submetido ao dominio do crédito financeiro, trata-se de negar firmemente que possam existir exigências de contrapartidas em mais austeridade na área social. Ao mesmo tempo que se tenta regressar a uma espécie de social-democracia. O que, como se verá, falando na óptica capitalista europeia, será praticamente impossivel...

O ganho dos credores está nos juros, a Alemanha lucrou 65 mil milhões de euros, só com a Grécia. E já agora cabe perguntar ao excelentissimo dinossauro Cavaco: e com a dívida de Portugal? quanto lucraram os alemães?

Um vídeo de Março de 2012, "A crise grega e a história que contaram aos alemães", uma reportagem da televisão pública alemã sobre a crise na Grécia, sobre o dinheiro que foi de facto emprestado e sobre a história da carochinha que foi contada aos alemães.

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(...) a conclusão a tirar é que o verdadeiro objectivo do empréstimo de dinheiro ao devedor não é apenas obter um reembolso com lucro da dívida, mas o prolongamento indefinido da dívida que mantém o devedor numa posição de dependência e subordinação. Há cerca de uma década, quando a Argentina decidiu pagar antecipadamente a sua dívida ao FMI, a reacção do FMI foi surpreendente: em vez de mostrar satisfação por reaver o seu dinheiro, o FMI (ou melhor, oos seus representantes de topo) exprimiram a sua contrariedade por verem a Argentina em condições de utilizar a sua nova liberdade e a sus independência perante as instituições financeiras internacionais para abandonar a sua politica económica interna de controle rigoroso, lançando-se numa politica de despesas irreflectidas. Esta inquietação do FMI tornava tangível o que está realmente em jogo na relação devedor/credor: a dívida é um instrumento destinado a controlar e regular o comportamento do devedor, e é por isso que procura reproduzir-se e expandir-se" (Slavoj Žižek, "O que Quer a Europa", 2013)

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Portugal de cócoras face à "europa"

..."Portugal recebeu “luz verde” do Eurogrupo para avançar com o pagamento antecipado de parte do empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI)"... Até para pagar precisamos de licença... 

"as politicas neoliberais comtemporâneas produzem um capital humano ou um "empresário em si" mais ou menos endividado e mais ou menos pobre, mas sempre precário. Para a maioria da população, ser empresário de si reduz-se a que o individuo tenha de gerir a sua própria empregabilidade, as suas dívidas, a diminuição do seu salário e rendimento, bem como a redução dos serviços sociais segundo as regras do mundo dos negócios e da competividade" (Maurizio Lazzarato, "The Making of the Indebted Man")
à medida que os individuos empobrecem devido à redução dos salários e corrosão dos direitos sociais, o neoliberalismo oferece-lhes como contrapartida o endividamento e o incitamento a que se tornem accionistas (...)

Estamos perante o paradoxo da realização directa que se transforma no seu contrário. O actual capitalismo global desenvolve até ao seu limite a relação credor/devedor, ao mesmo tempo que a mina: a dívida torna-se um excesso manifestamente ridiculo. Entramos aqui no dominio da obscenidade: quando o crédito é concedido, já não se espera sequer que o devedor o pague - a dívida é directamente tratada como um meio de controle e dominação (...)
De acordo com dados oficiais, cerca de 90 por cento do dinheiro em circulação é dinheiro virtual, associado ao crédito: por conseguinte, se os produtores "reais" se encontram endividados perante as instituições financeiras, temos boas razões para pôr em dúvida o estatuto da sua dívida que tem lugar numa esfera sem qualquer ligação com a realidade de uma unidade de produção local (...)
ou seja, as pessoas não podem ser comparadas com os paises - são lógicas diferentes. O dinheiro do nosso orçamento familiar é ganho com trabalho. O "dinheiro" usado pelos países é fabricado e emprestado a juros. É o esquema do imbalance, o que uns têm a mais por este processo, têm outros a menos - e claro, este sistema nada tem a ver com trabalho. E só o Trabalho cria Valor.

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Yanis Varoufakis: "Não há Tempo para Jogos na Europa"

Discurso do Ministro das Finanças da Grécia, aos Burocratas: "A grande diferença entre este governo e governos gregos anteriores tem duas vertentes completamente distintas. Estamos determinados a entrar em conflito com poderosos interesses obscuros, a fim de recuperar a Grécia e ganhar a confiança dos nossos parceiros. Também estamos determinados a recusar-nos a ser tratados como uma colónia da dívida que deve sofrer o mais que for possivel. A Grécia só poderá pagar as suas dívidas se formos capazes de reconduzir a nossa economia ao crescimento. O princípio de maior austeridade a acrescentar à austeridade aplicado a uma economia enormemente deprimida, seria pitoresco se não estivesse a causar tanto sofrimento desnecessário"

Moral da história: pregar aos Burocratas é mais inútil do que pregar ao Peixes!

"O problema com a teoria dos jogos, como eu costumava dizer aos meus alunos, é que ela assume como certas as motivações dos jogadores. No poker ou no blackjack este pressuposto não é problemático. Mas nas deliberações correntes entre os nossos parceiros europeus e o novo governo da Grécia, a questão está em formular novos motivos. Para formar uma mentalidade nova, que transcenda as divisões nacionais, que dissolva a distinção entre credor e devedor a favor de uma perspectiva pan-europeia, que coloque o bem comum europeu acima da politicagem, um dogma que se comprovou ser tóxico se universalizado numa mentalidade do nós-contra-eles. Como ministro das Finanças de uma pequena nação, fiscalmente stressada e bloqueada pelo seu próprio Banco Central e vista pelos nossos parceiros como um devedor problemático, estou convencido de que temos apenas uma opção: evitar qualquer tentação de tratar este momento crucial como uma experiência em estratégias, e, em vez disso apresentar honestamente os factos relativos à economia social da Grécia, pondo em cima da mesa as nossas propostas para uma renovação da Grécia, explicar porque estas propostas são do interesse da Europa, revelar as linhas vermelhas para além das quais a lógica do dever nos impede de ir (...)"

"a reunião relâmpago do Eurogrupo (assessorado pelo governo alemão) terminou com um ultimato: a Grécia tem quatro dias para repor o programa de austeridade que foi recusado pelas urnas"

sábado, fevereiro 14, 2015

delenda athens est. é preciso destruir o Syriza. suplica o arauto da sonae

Guilherme Da Fonseca Statter: "Se houvesse lugar a um mínimo de racionalidade e de conhecimento ciêntífico sobre as sociedades humanas não teria qualquer problema em tentar explicar a este senhor jornalista que a sociedade portuguesa é talvez (diria mesmo certamente...) mais hipócrita do que a sociedade grega. E por boas razões histórico-culturais... Talvez lhe explicasse também que se há - na UE - país mais corrupto do que a Grécia, esse país é certamente Portugal... Talvez lhe explicasse também porque defendo a tese de que em Portugal as grandes fortunas (e mesmo muitas pequenas fortunas) fogem muito mais aos impostos do que na Grécia... E com mais requinte e «profissionalismo»... Receio é que este senhor jornalista não iria perceber patavina do que eu lhe tentasse explicar".
«É preciso ser uma raposa para reconhecer as armadilhas, 
e um leão para espantar os lobos» - Niccolo Machiavelli (daqui)

sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Keep Talking Greece

2 passos em frente com amplo apoio popular. Segundo a última sondagem na Grécia o partido no governo Syriza dispara para 45%, e fica 27% acima da Nova(velha)Democracia. Todos os outros partidos descem, o KKE ficaria em 3º lugar. Os xuxas do Pasok com 2,8% deixariam de ter representação parlamentar, um vaipe que não passa pela cuca do nosso Costa. Mas devia passar...  
(Os valores a vermelho são os resultados da eleição de 25 de Janeiro) http://bit.ly/1Cp4B1l
 

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

O caso "Swissleaks" / As Negociações na Grécia

"Quem está aterrado e desesperado, completamente desorientado a rosnar ameaças a torto e a direito, é a Alemanha, porque a Alemanha é o grande beneficiário da UE" - Garcia Pereira 

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'esta frase, como português, envergonha-me. estalou o verniz a cavaco e revelou o seu verdadeiro europeísmo de pacotilha. anos e anos a falar do "projecto europeu", mas, pelo vistos, basta os portugueses emprestarem à Grécia 20% do que perderam com o desvario cavaquista no bpn, para o PR agitar fantasmas e entrar por um caminho incendiário e demasiado perigoso. de resto, sabemos que estamos num momento chave quando cavaco consegue ser mais irreflectido e demagógico do que passos coelho.(Pedro Sales)

e a Mumia ralada:
«Quem falou não foi o Presidente de todos os portugueses. Não pode ter sido. O sentido de Estado não é aquilo. Não pode ser. Hoje quem falou foi sobretudo o cidadão Cavaco Silva, o mesmo que se queixou da sua magra reforma a um Portugal sacrificado pela Troika. O mesmo que se mostrou incomodado quando foi confrontado com o que tinha dito sobre o GES/BES, depois das reuniões com Ricardo Salgado. O mesmo que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Serão só problemas de expressão?» - (Bernardo Ferrão, Expresso)

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

somos todos gregos, a luta é de todos os europeus


Merkel diz que países da zona Euro devem estar preparados para ceder soberania: "Temos de estar preparados para aceitar que a Europa tem a palavra final em certas áreas", defendeu a chanceler" veicula o Público.
O que é a "Europa"? um continente ocupado, acção que começou quando os Aliados "ocupavam" a Alemanha, disse o barrasco Valente de serviço ao neoliberalismo ... "Ocupavam" e ainda ocupam (70 mil militares no triângulo de Ramstein) mas o dominio prevalece principalmente por via financeira, a indexação do euro ( o marco alemão) ao dólar. E os Bancos Centrais da zona dolar-libra podem emitir livremente moeda quante baste e enfiá-la directamente no Estado... e os do Euro não podem. Agora o BCE em desespero de causa foi autorizado a socorrer-se igualmente do quantitive easing, mas isso não irá beneficiar os europeus, apenas gerar uma hiperinflação semelhante à que atingiu a Alemanha nos anos 20... e da qual só se saiu pela guerra...

Alemanha incentivou Papandreu a inflacionar artificialmente o défice da Grécia para justificar o resgate. Uma manipulação trágica. (InfoGrécia)

«É como um castelo de cartas. Se tirar o cartão grego, os outros vão entrar em colapso» (Yanis Varoufakis, comentando a saída seguinte de Portugal e Itália do Euro)
"O fim da crise não irá chegar se dissermos que sim a outro programa [de resgate]", declarou Varoufakis aos deputados, que o aplaudiram de pé quando disse que "alguém tem de dizer 'não' e esse alguém é a Grécia!" 

Alemanha é o país que mais desviou crescimento de Portugal. O sucesso e os excedentes de uns países europeus são os prejuízos de outros, não existindo mecanismos que compensem os desiquilibrios (Dinheiro Vivo)
Não há crise. Excedentária, a conomia alemã ganhou 101 mil milhões em excedentes desde 2006
(Diário de Noticias)

Cumprindo ordens dos EUA. "Ângela Merkel é o líder europeu ocidental mais monstruoso desta geração. Uma política que inflinge crueldade económica em larga escala, destruindo a vida de milhões de pessoas" (The Guardian 28-01-2015)

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Relatório militar das Repúblicas de Donetsk e Luganks. Situaçaõ em 10 de Fevereiro 2015

5 a 8.000 mercenários do governo nazi-fascista de Kiev estão encurralados em Debaltsevo (Agência Tass). Cercados e com poucas hipóteses de fuga, metade são soldados da NATO, dos países Bálticos, Estados Unidos, França e outros. Ora aqui está a razão porque a Merkel e o Holland foram humildemente a Moscovo de calças na mão e a Merkel imediatamente a seguir a Washington receber ordens do patrão. E daqui a pouco lá vão em peregrinação a Minsk em busca de um "acordo de paz". Enfim, milhares de milhões apostados na exploração de 44 milhões de ucranianos que estão perdidos; Esperemos que a derrota convença estes empreiteiros da guerra a não se aventurarem num novo Vietname no século XXI



Agressão russa, uma Grande Mentira repetida mundialmente ad nauseum (Global Research)

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

agressão russa, agressão russa, agressão russa

O secretário de Estado para os assuntos estrangeiros russo Sergey Lavrov acaba de afirmar na Conferência de Segurança realizada em Munique (Munich Security Conference 2015) que "a segurança da Europa está a ser sabotada pelos Estados Unidos" (Global Research) 
As constantes provocações das "democracias ocidentais" apostadas em transformar a antiga "guerra fria" em guerra quente, business as usual, têm insistido na necessidade de armar os nazi-fascistas de Kiev, a Nato pronta a intervir militarmente, os papagaios-lacaios do Complexo-Militar-Industrial debitando ameaças constantes sobre "os rebeldes" que não têm intenções de se submeter à dominação estrangeira. E quando o alarido sobre o uso das armas sobe de tom, é porque os fautores da Nova Ordem Mundial já têm armas suficientes no terreno, de novas tecnologias que são urgentes para o negócio sejam experimentadas - faltando-lhes apenas um pretexto para avançar. Será que pensam e estão certos que têm meios para destruir um país como a Rússia? ontem a fábrica de quimicos DKZHI perto de Donetsk foi bombardeada pela tropa de Kiev com ogivas disparadas por artilharia que causaram um enorme clarão, o qual inclusivé foi registado por satélites a partir do espaço (ver video) . John McCain, chairman do Comité do Senado para o serviço de Armamento (Senate Committee on Armed Services), disse que Kiev está a usar bombas de cluster (semelhantes às empregues no ataques israelitas que destruiram Gaza) porque a tropa ucraniana não possui ainda armas melhores que estas entregues pelos Estados Unidos (fonte)  - mas o efeito de ontem não foi apenas o que causaria as "bombas de cluster", trata-se de algo mais grave: os EUA estão dispostos a utilizar bombas nucleares tácticas operadas por técnicos militares norte-americanos e este foi o primeiro ensaio?

domingo, fevereiro 08, 2015

Ucrânia. Esta é uma Guerra Sagrada contra o Nazismo

O grande problema para os investidores ocidentais é que as milicias do povo das Repúblicas Independentes de Donbass (Donestks e Luganks, estão a ganhar a guerra contra o bando de arruaceiros de Poroshenko, em cuja tropa 80 por cento dos mercenários que a constituem são indigentes inaptos militarmente.  Tal como na guerra sagrada travada pelos soldados da União Soviética entre 1939-1945, esta é novamente uma guerra pela terra, pela familia, pela Pátria livre. Este designio de vitória levou Merkel e Hollande a humilhar-se em peregrinação a Moscovo (como antes os Aliados à URSS de Estaline) à procura de uma saida airosa para a empreitada em que Washington os meteu. François Hollande, um dos mais nojentos vassalos do imperialismo, sem resultados nem nada para dizer no regresso, disse " se não conseguirmos chegar a um acordo de paz, o único cenário é a guerra" (fonte) a que Merkel, pessimista, se apressou a acrescentar: "iremos armar as tropas de Kiev". Putin: "não desejamos a guerra contra ninguém". Lavrov: "respeitaremos o Tratado de Minsk", concluindo o comandante da Nato Philipp Breedlove: "não creio que seja justo excluir o uso da força militar", ameaça no seguimento das declarações do vice-presidente dos EUA: "Putin terá de escolher entre a retirada da Ucrânia ou mais sanções" (RaiNews). Mas como poderá um estrangeiro ordenar a outro estrangeiro retirar-se de um local onde um não está e o outro não deveria ter nada a ver com isso?

É o especulador financeiro George Soros que dá o mote: "Faz 25 anos assisti à desintegração e queda da União Soviética, evento que foi contrabalançado com a formação da União Europeia (...) desta vez é a União Europeia que se está a desintegrar, e a Rússia volta a beneficiar desta situação". (citado durante a Conferência de Segurança de Munique pela RiaNovosti). Ao mesmo tempo, o presidente da "Open Society Foundation" acusou a União Europeia de não cumprir as suas promessas de ajuda à Ucrania, algo que levou o país, assegura, à beira do colapso (leia-se, o regime de Kiev). "Cada um deve fazer o seu trabalho. Eu proporciono alguns milhões para ajudar a Ucrânia", concluiu Soros. Conversa para parolos àparte, a União Europeia, cujos três principais chefes políticos, François Hollande, Angela Merkel e David Cameron, mais que nunca dão os braços ao sionismo, não se fez rogada em entregar nada menos que 1,6 mil milhões de euros ao regime abertamente fascista de Petro Poroshenko entre 2014 e os primeiros dias de 2015 (fonte) 



imagens da ofensiva do Exército da Novorossiya 

sábado, fevereiro 07, 2015

Declaração da Tendência Comunista integrada na Coligação Syriza

Ao governo grego e aos nossos camaradas na liderança do partido, afirmamos o seguinte:

Ignorem todos os ultimatos! Não recuem, pois isto incentiva os nossos adversários de classe dentro e fora da Grécia! Permanecer fieis aos nossos compromissos! Não mais ilusões no poder das negociações! A solução somente pode ser encontrada em medidas radicais e na luta, não na diplomacia e em negociações! Os nossos únicos parceiros e aliados são os trabalhadores de toda a Europa e do mundo!
Estamos agora em estado de guerra com a Troika e o capital, e devemos desarmá-los! Devemos renegar a dívida e, dessa forma, desfazer qualquer possibilidade da Troika de nos chantagear! Nem mesmo por mais um dia devem ter os especuladores qualquer controle sobre os depósitos, moradias e dívidas do povo! Nacionalizar os bancos! Integrá-los em um único banco estatal que garantirá os depósitos e se tornará a ferramenta para o desenvolvimento destinado ao benefício da sociedade.
Institucionalizar o controle operário sobre todas as empresas para revelar a fraude fiscal e todas as outras fraudes do capital!
Tomar de volta todas as empresas de radiodifusão de todos os magnatas dos Media e disponibilizá-las ao uso gratuito do povo e das suas estruturas democráticas!
Nacionalizar sem indemnização todas as empresas que foram privatizadas! Aplicar um programa de nacionalização de todas as grandes empresas que se recusarem a implementar as novas leis do contrato laboral e que forem abandonadas pelos seus proprietários no contexto da sua guerra económica contra o governo.
Nenhuma confiança no aparelho estatal de nepotismo, corrupção e autoritarismo! Mudança de ministros e de pessoas não é suficiente! Devemos evitar qualquer sabotagem interna do governo! Refundação, sobre bases democráticas, da polícia e do exército, removendo todos os fascistas, abandonando a Nato e passando todo o controlo sobre as forças armadas para as organizações de massa do povo!
Remover do governo todos os potenciais “elos fracos” que são propensos a recuar sob a pressão do capital! Remover dos postos governamentais os nacionalistas burgueses de Gregos Independentes, bem como todos aqueles que apoiam acordos com a Troika e o Capital!
O Syriza deve apelar agora para um programa de acção de massas à escala europeia, começando com manifestações nas maiores cidades da Europa e da Grécia durante os dias das reuniões de cúpula da União Europeia e do Grupo Europeu! Devemos estabelecer “Comitês de Ação” contra a Troika e a oligarquia econômica grega em todos os locais de trabalho, em todos os bairros e em todas as escolas e universidades!
Em vez de solicitar uma conferência da dívida europeia com governos burgueses, devemos celebrar diretamente da Grécia uma conferência internacional das organizações de massa da classe trabalhadora e da juventude contra o capitalismo! Nenhuma ilusão na União Europeia e na Zona do Euro dos capitalistas europeus aliados! Devemos lutar pelos Estados Unidos Socialistas da Europa!
relacionado: 

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

A Situação Política Actual da Grécia

Yanis Varoufakis para os decisores da Alemanha e do BCE "Eu esta noite vou voltar a um país em que a terceira força politica é um partido Nazi. Vocês têm de decidir quem querem ajudar"

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Comunismo, Revisionismo, Capitalismo

Acaba de ser revelado um plano mantido em segredo concebido pela China de Mao Tsé-Tung em 1955 para superar os Estados Unidos dentro de 100 anos. Um programa baseado na tradição milenar da arte de governar chinesa, adaptando-a posteriormente à modernidade muito por influência da célebre visita de Nixon e Kissinger àa China na década de 70. Já passou mais de metade de um século e o êxito de uma economia planificada como player global face à selvajaria capitalista mundial é já bem visível. Nesse documento, escrevia Mao sobre a principal tarefa da Revolução: "vamos acabar com a crença errónea generalizada de que China é um país atrasado, pobre e introspectivo” (ler mais). Neste contexto, faz todo o sentido revisitar as etapas divergentes que resultaram do conflito ideológico entre o Partido Comunista da China e o Partido Comunista da URSS.

No início do ensaio "Duas Revoluções", publicado na New Left Review há cinco anos, Perry Anderson descreveu o seu objectivo como uma explicação do contraste entre os resultados históricos das revoluções comunistas russa e chinesa. A sua tentativa envolveu a reflexão em quatro níveis: forças revolucionários originais; pontos de partida objectivos para a reforma; escolhas políticas durante a reforma e suas consequências; e a longo prazo a determinante cultural-histórica. Pode-se assim esperar um tratamento simétrico das duas revoluções, mas isto não é o que se seguiu. "o Partido Comunista da China sobreviveu à queda URSS, comenta Anderson, e o seu futuro coloca talvez o maior enigma central da actual política mundial. O foco organizador do que se segue será a China, que não se reviu no regime reformista burocrata do capitalismo de Estado russo. Por outras palavras, o desfecho do caso russo ajudou a lançar luz sobre as decisões politicas chinesas, mas o contrário não se tinha verificado, para mal dos russos. A União Soviética falhou, e seu fracasso serviu como testamento para o sucesso da República Popular da China. ("The Party and its Sucess Story, by Wang Chaohua)A Response to ‘Two Revolutions’

O relato de Anderson do “Southern Tour of 1992” de Deng Tsiau Ping aparece como o ponto de ruptura fundamental, quando a China finalmente virou a sua orientação socialista interna e abraçou o mainstream do capitalismo mundial. Mas, como observado anteriormente, pelo menos desde 1987, Deng já tinha resolutamente abraçado o desenvolvimento económico como tarefa central do Partido. Para Deng e para o PCC, o significado mais importante e duradouro da “Revolta” de Tiananmen foi que se cancelou a necessidade de justificar posições políticas ao velho discurso "socialista", um convite para perguntas irritantes. "Socialismo" passou agora simplesmente a significar que o Partido iria permanecer no poder a todo o custo, como garante da Constituição Socialista. Foi na sequência de Tiananmen que se tornou possível a Deng propagar o slogan: "a Estabilidade acima de todo o resto" (wending yadao yiqie). Foi neste contexto que Deng ordenou aos decisores políticos para parar a conversa fútil sobre o 'capital socialista' e 'capital capitalista'.

Para entender isto, é útil olhar novamente para a Rússia. A comparação de Anderson entre os dois países rompe-se neste momento, pela razão de que a União Soviética deixou de existir em 1991. Mas mesmo a Rússia pós-soviética talvez possa ter algo importante a dizer-nos sobre a China pós-maoísta. A perestroika foi claramente a reforma política privilegiada sobre a reforma económica, enquanto na China a reforma económica foi a prioridade a todos os niveis, sendo o factor politico sacrificado à economia. O primeiro caminho levou, na análise padrão, a completar o desastre, o segundo para um sucesso espectacular. Medido pelo crescimento do PIB, o contraste é evidente. Mas há um outro lado da história que geralmente é negligenciada. Nas duas sociedades, quem suportou os custos da reforma? Na URSS, porque a mudança política veio primeiro, garantindo pelo menos a liberdade de expressão (e, em certa medida de organização), com várias opções a escolher nas urnas, era difícil para o Estado lançar todas as responsabilidades para o bem-estar social. Mesmo após o colapso da União Soviética, e da celebração aberta do capitalismo em uníssono pelos Governantes e pelos Media, os Estados sucessores mantiveram quase invariavelmente, de algum modo e dentro do possível, os programas públicos de educação e cuidados de saúde herdados do tempo de vida da URSS.

Em contrapartida, ao colocar a reforma económica em primeiro (e último) lugar, a liderança chinesa empenhou-se em reduzir os encargos do Estado, quebrando sem qualquer preconceito moral e de modo dialéctico as promessas políticas da República Popular e suas classes trabalhadoras unidas como um todo metafisico. Bem antes da inflação de 1988, numa altura em que Deng cooperava ainda de forma amigável com Zhao, o governo central já estava a preparar legislação sobre falências de empresas inviáveis e esquemas para o marketing de trabalho e mercado de habitação, sem se preocupar com a opinião pública, opções geralmente aceites por se tratar de libertar os meios de produção do espartilho do Estado, globalizando a sua influência a nível de mercado mundial.