Primeiros resultados da Cimeira UE-Brasil, que põe o país na órbita dos interesses do Império: Sem condições de vida, sem sítio para onde ir -
refugiados palestinianos do Iraque serão realojados algures no Brasil (já há lá pouca gente,,, gente refugiada no seu próprio país, com carências graves)

Crianças Palestinianas no campo isolado de Rweished
junto à fronteira entre o Iraque e a Jordânia
foto: A.van Genderen Stort/UNHC

Shlomo Ben-Ami escreveu que "
os acordos de Oslo tinham como fundamento uma base neocolonialista, a dependência permanente duma parte relativamente à outra". Há um ano o sociólogo Baruch Kimmerling da Universidade Hebraica, comentou: "Aquilo que mais temíamos aconteceu".
Judeus e palestinianos "
regressam a um tribalismo supersticioso... A guerra parece ser um destino inevitável", uma "
maldita guerra colonial". Este ano, após a invasão israelita dos campos de refugiados, o seu colega Ze'ev Sternhel escreveu que "no
Israel colonial, a vida humana é barata". Os dirigentes envergonham-se de falar em guerra quando estão realmente empenhados no
policiamento colonial, que recorda o reassumir do controlo dos bairros negros pobres pela polícia branca, na África do Sul da era
Apartheid."
(
ler mais)
Discurso histórico: Ismail Haneyya desmascara a “facção traidora” da Fatah(
traduzido para castelhano aqui)
Contra-revolução na Palestina:
uma república das bananas em Ramalah - por quanto tempo? (texto de Fausto Giudice).
“Nas últimas semanas, nasceu um novo regime em Ramalah, Cisjordânia, que governa cerca de 15% do território da Palestina histórica. O que podemos pensar? Para analisar os recentes acontecimentos da Palestina, é preciso recordar outras tantas situações históricas. De facto, a contra-revolução dirigida por Mahmud Abbas é inspirada nos exemplos argelino, turco e centro-americano, todos de uma só vez. Não é nada surpreendente, posto que Abbas não é mais que o procônsul eleito pelos amos do Império, para aplicar as suas directrizes sobre uma parcela do território palestino. Para descrever o regime de Abbas, podemos elaborar o seguinte coctail: - Um quinto de generais argelinos e chefes da segurança militar da Argélia, daqueles que fizeram um golpe de Estado em Janeiro de 1992 para
anular e neutralizar a vitória eleitoral da FIS (1);- Um quinto de contra-revolucionários nicaraguenses, os famosos “Contras”, que tentaram derrotar o regime sandinista nos anos 80;- Um quinto dos esquadrões da morte salvadorenhos e hondurenhos; - Um quinto de generais turcos "laicos";- Finalmente, acrescentar um quinto de “Judenrat”(2), da Varsóvia de 1942. Misturar tudo muito bem e servir frio. Resultado: uma república bananeira no coração da Palestina, à maneira das repúblicas promovidas pela companhia “United Fruit”, na América Central (3), de que o "novo regime" de Ramalah tem todas as características: é uma mistura de gangsters, torturadores, aventureiros e tecnocratas, cujo melhor ornamento é o sinistro
Salam Fayyad, empregado modelo do Banco Mundial formado numa universidade...
texana!
Trabalhar para atingir os fins

Eles vêm preparando o golpe há quase dois anos, inclusive antes das eleições palestinianas de Janeiro de 2006. "Eles" são os homens de Abbas e os seus padrinhos e patrocinadores: a CIA,
a Mossad, o Shin Bet, os serviços secretos egípcios e jordanos, todos sob a tutela dos “neocons” sionistas de Washington (Casa Branca e Pentágono), e com a bênção dos cretinos de Bruxelas, com os ex-esquerdistas Barroso e Solana à frente. A imprensa árabe e os sítios anglófonos na Internet estão, desde há meses, cheios de informação sobre essa conspiração. Abbas e o seu bando receberam dezenas de milhões de dólares e milhares de armas para, pura e simplemente, liquidar a resistência personificada principalmente pelo Hamas. Transformaram uma boa parte dos combatentes do Fatah em vulgares mercenários. Todo o mundo pode constatá-lo em Gaza, onde esses “combatentes” fugiram com o rabo entre as pernas diante dos combatentes do Hamas, começando pelo seu chefe,
Mohamed Dahlan, que nunca chegará a ser o "rei de Gaza".

Hoje, portanto, a Palestina está dividida em três: o território ocupado pelos sionistas em 1947; a
Cisjordânia, controlada precariamente pelo bando Abbas/Dahlan; e
Gaza, nas mãos do Hamas. Sem esquecer "a outra Palestina", uma "quarta", composta pelos
palestinianos dos campos de refugiados dos países vizinhos e a diáspora mundial. Essa situação foi fomentada por Washington, Telavive e Bruxelas, com o apoio do Cairo e Aman. É uma estrita aplicação do lema "
divide e vencerás" nos seus aspectos mais criminosos, e está condenada a um fracasso estrepitoso, como no Iraque, no Líbano, no Irão, Afeganistão ou no Sudão. Essa é a situação lá; aqui, na nossa “
velha Europa” – culpada das desgraças da Palestina - as pessoas que se pretendem de boa fé falam de “golpe de estado do Hamas em Gaza”, e preocupam-se com o destino dos “militantes” da Fatah. Eu dividiria essas pessoas em duas categorias: uma minoria de cínicos “democratas laicos”, anti-muçulmanos viscerais e basicamente pró-israelitas, e uma maioria de gente sincera, mal informada e manipulada. Cada um tem que assumir as suas responsabilidades. Mas seja como for, de uma coisa podemos estar seguros: o clima da Palestina não é apropriado para o cultivo de bananas; na melhor das hipóteses, quando muito, sómente para a reciclagem de cascas de bananas importadas

Notas:
(1)
Compreender o Islamismo e a Guerra Civil na Argélia(2) os "
Judenrat" eram os "conselhos de sábios", normalmente auto-nomeados entre os
judeus mais velhos, encarregados pelos Nazis de providenciarem as forças de trabalho requisitadas, bem assim como organizar as deportações, transportes, etc. Estes conselhos, de cujas chefias o caso mais paradigmático foi o de Chaim Rumkowski, escolhiam entre os capazes e os incapazes, ou seja escolhiam, em franca cooperação com os Nazis, entre quem podia sobreviver pelo trabalho, ou morrer à míngua abandonado à sua sorte.
(3) “
United Fruit” - empresa monopolista norte-americana que antes da revolução de 1959 em Cuba detinha o exclusivo de exploração sobre 90% do território do país.