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terça-feira, março 31, 2009

gajas, magalas e terrorismo

a Dayana é um belo naco de carne, ou pelo menos parece. Do tipo “sweethearth” ou “honey” as gajas-prenda a quem os mediáticos gangsters na sua época áurea (agora?) chamavam simplesmente “Legs”. Para a função era o que servia e serve, e quanto mais vistosas e esvaziadas de miolos melhor, menos complicações profissionais, a estética aliada ao valor perene da estupidez, uma joint-venture onde se vem quem pode e manda.

Pois fazendo jus à tradição, a venezuelana Dayana Sabrina Mendoza Moncada, nada e criada em Caracas a partir de 1986, arrematada pelo magnata pós-judeu da "Trump Model Management" e parida Miss Universo 2008 por via da colaboração com a judaica NBC Universal Studios, visitou no final de Março o campo de prisioneiros de Guantanamo Bay. Veio de lá extasiada: “Achei tudo tão relaxante, tão calmo e belo! Não me apetecia nada vir embora
Dayana Mendoza, segundo o blogue das ditas cujas misses, foi a Guantanamo junto com Crystle Stewart, miss USA®2008, para visitar as tropas.
Viajaram integradas no programa USO (Entretenimentos para as Forças Armadas) para levantar o moral dos funcionários prisionais. O dueto falou com as famílias dos militares, jantou com os soldados e posou para as fotos da praxe. Graças à espantosa descrição de viagem de Dayana pela própria, ou seja deste tipo de “rainhas que reinam”, ficámos a saber que esta paródia de cargos reinantes não acontece por acaso.

Vale a pena ler no original (com medo que se perca decalquei e guardei o post, envio à cobrança): os pormenores da revista tipo rave às jaulas que servem de celas aos presos, a visita aos locais dos cães de guarda treinados pelos militares e, claro está, as fabulosas praias: "the water in Guantanamo Bay is soooo beautiful!". Decerto um recadinho para a Ana Gomes, “esta semana em Guantanamo foi uma experiência incrível” concluiu a tipa,
Mais astuta que esta só mesmo a Miss Teen do ano passado, outro produto da mesma organização, oriunda da Carolina do Sul, que resolveu embasbacar o mundo ao comentar que “a maioria dos meus conterrâneos não saberiam indicar o nosso país no mapa” – solicitada a concretizar
respondeu erudita e concisamente deste jeito
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segunda-feira, março 30, 2009

G-20

Atendendo que o tecido económico é a base material que suporta as opções políticas, uma das coisas que nos vêm à mente em primeiro lugar é que, como diz o povo e muito bem: “quem paga manda!” – e a partir de agora quem paga está definitivamente fora da Europa e dos Estados Unidos; ou não estará?
clique no gráfico para ampliar
Quadro preparado por Leonel Carranco Guerra,
do projecto www.obela.org, IIEC UNAM

ler mais pormenores no artigo "o G7 já não é o Mundo"
mas,
se atendermos aos balanços das Multinacionais, a interpretação política muda radicalmente de figura; ainda existirá alguém que não pense que são as Corporações Transnacionais quem de facto elege os decisores políticos (que reportam ao Pentágono e a cadeias de comando a jusante) e nomeiam por simulacros eleitorais os seus agentes subalternos nos paises dependentes?

"Prosperidade sem Crescimento?"

um grupo de conselheiros britânicos avisa: "o problema não está nos bancos, está na sociedade"
O sistema económico está falido, e as tentativas dos governos para dar novo um pontapé de saída para voltar aos niveis de consumismo anterior são irrealistas e no caso das ajudas aos bancos são patológicas; mas, "Prosperidade sem Crescimento" já não seria capitalismo. Diz o artigo: "os governos de Westminster e Holyrood ( e por cá o nosso de marketing tipo Hollywood, lembramos nós) deveriam ser avisados disso pelos seus próprios conselheiros".
a publicar hoje no Sunday Herald
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domingo, março 29, 2009

ontem os bonecos do South Park analisaram o economipocalipse

a expressão popular utilizada por Jerónimo de Sousa é perfeitamente plausível: "eles juntaram com o bico e espalham com as patas" - insistindo na linguagem galinácea, eis como os decisores resolvem quais as instituições bancárias que devem ser "ajudadas"



pode ver o episódio completo aqui
e a análise vista por cá:

Num curioso artigo do economista Sandro Mendonça (ISCTE e SPRU) publicado no suplemento Economia do Público 27 de Março, afirma-se que "com esta crise já se aprendeu que a maior falência no sistema financeiro português é a do Banco de Portugal" - mas sem nunca mencionar que o BdP é uma mera agência bancária de controlo de crédito interno, que deve obediência a associações de bancos estrangeiros de natureza privada
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sexta-feira, março 27, 2009

brancos de olhos azuis

a frase do presidente Lula da Silva "a culpa da crise é de gente branca com olhos azuis" é comentada por JMF (1) com um "li e reli: se isto não é uma forma de racismo, o que é?". Cá para mim Lula acertou em cheio nos olhos da colunista judaico-Sionista Esther Mucznick - e isso indispôs o director do Público. Bem pode tentar manipular por omissão a bombástica tirada, que a gente pobre de Lula percebe-o (e somos a grande maioria), tanto mais que, citando por completo dentro do contexto, o corolário da frase foi: "Como eu não conheço nenhum banqueiro Negro ou Índio [...]
(1) JMF: põe-te a pau
(2) Lula afirma que "todos os países emergentes" apoiam a sustituição do dólar como moeda de referência mundial
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quinta-feira, março 26, 2009

Lucky Larry

Envergonha-te da América espelho meu, há por aí por Portugal algum ladrão maior que eu?

Larry Silverstein o judeu dono do World Trade Center e de propriedade multimilionária nos quarteirões em volta já tinha recebido 4,6 biliões das companhias seguradoras. Mas o litígio sobre valores a receber de indemnizações continua desde há 6 anos, embora com o alto patrocínio do então governador de New York, o judeu Eliot Spitzer, a Larry&Partners tivesse embolsado mais 4,55 biliões em 2007.

Muito convenientemente Larry o “Sortudo, como agora é alcunhado, tinha actualizado os seguros dois meses antes do “infame ataque terrorista que vitimou blá, blá, blá a América”. Outra coincidência notável, recorda-se, foi a negociação em Julho de 2001 do prolongamento usufruto do direito de propriedade daquela área privilegiada de Manhattan por mais 99 anos.

Mas a título privado, fora do âmbito da Larry&Partners, Larry “LuckySilverstein quer agora mais 12,3 biliões nominalmente “pela tragédia do 11 de Setembro” mas na prática para cobrir as suas perdas pessoais. Sorte ou “olho para o negócio”, este novo valor é exigido às companhias aéreas que não tomaram providências para não se despenharem contra propriedade de judeus causando “perdas de facturação incalculáveis”. Este processo adicional teve início em 2004 e baseia-se também na referida actualização de seguros, que numa incrivel intuição de gestão adicionou uma nova alínea que previa valores seguros de 3,5 biliões contra queda de aeronaves e “ataques de terroristas suicidas”, mas como “por azar” foram atingidas 2 torres por duas companhias diferentes a soma exigível é de 7 biliões.

o arquitecto judeu Daniel Liebeskind e David M. Childs
o elemento de ligação com o património cultural da
Família Rockefeller estão no centro das atenções sobre
a reconstrução do novo mito: a Freedom Tower

Silverstein tem orientado bem o negócio, apesar da sua quota pessoal na sociedade não ultrapassar 14 milhões de dólares. Não contando com os 500 milhões recebidos pelo desabamento da Torre 7 do WTC que se reconstruiu rapidamente muito maior e melhor. Não contando também que a WTC7 não foi atingida por nenhum avião, mas que devido ao fogo declarado às 3h e 30 da tarde do dia 11 de Setembro de 2001 o centro nevrálgico de controlo da cidade de New York que funcionava no edifício em colaboração com o NYFD tivessem tomado a decisão de o fazer implodir. Diz-se que os edificios do World Trade Center padeciam de defeitos estruturais que obrigavam a obras milionárias para retirar os isolamentos de amianto, e que existiam intimações urgentes a cumprir. Outra feliz coincidência, tanto mais optimizada com a conjugação de esforços com outras entidades interessadas noutro tipo de materiais cancerígenos, acabou por resolver o problema.
De tal forma este género de joint-ventures são eficientes, que permitiram à BBC noticiar em directo a queda do WTC7 vinte minutos antes de o edificio de facto se ter desmoronado. O jornalista dava a noticia com a imagem da torre intacta em pano de fundo. Mas a gaffe vem sendo apagada da internet pela brigada de limpeza de videos da empresa judaica Google, quer dizer: censurada; e a partir de agora, para memória futura nada aconteceu. É tudo imaginação de quem não viu nada.

* Psicologia para carneiros é abaixo de cão
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quarta-feira, março 25, 2009


estejam à vontade, é só telefonar para a linha directa "Banco à Rasca". À revelia dos pareceres de gente tão habilitada como os prémios nobel Stiglitz e Krugman, os decisores da central económica capitalista (vulgarmente conhecidos por "Wall Street Monsters") resolvem continuar (cada vez em maior escala) com a politica de comprar lixo pago a pronto pagamento. (só nos EUA as ajudas já atingiram o trilião de dólares), ou seja, gente rica aprova o uso do dinheiro caçado (ou a caçar) aos contribuintes para ajudar gente rica; esperemos pelos jornais de amanhã, porque este sensacional título deve fazer as grandes parangonas dos grandes Media corporativos

beijinhos e abraçes

a SIC Noticias concedeu ontem em horário nobre mais de meia hora de tempo de antena ao general Ramalho Eanes. Tomámos assim conhecimento que a douta figura (entronizada pela Opus Dei post morituri com um ex-partido desprezado pelos eleitores), "tem grandes amigos nos dois principais partidos", que "os partides são essenciais", que o PR deveria ter mais poderes (sem talento poético, mas enfim, uma Mensagem como aquela com que o judeu Pessoa adorou o Sidónio reaccionário) e por fim, que o conselheiro do Conselho de Estado que Cavaco não toca a reunir por vergonha se oferecerá para servir de testemunha abonatória do colega conselheiro Dias Loureiro, "o grande português que fez um banco de dimensão internacional". Andou bem Mário Crespo ao não colocar legendas na entrevista, porque o homem tem uma dicção horrivel, e assim foram poucos os que perceberam patavina
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terça-feira, março 24, 2009

Um estudo da Universidade de Harvard revela a factura média da crise bancária. 1. o preço do Imobiliário cai 35 por cento, 2. a Bolsa desvaloriza 56 por cento, 3. a destruição de postos de trabalho durará ¼ de século, 4. a dívida pública crescerá 86 por cento e 5. o PIB dos paises afectados retrocede 9,3 por cento em média em dois anos

1. Com as novas tecnologias, quando se fez passar a mensagem que já não era preciso trabalhar para produzir (os computadores resolveriam tudo), o que seria óptimo, porque assim não haveria mais lugar para reivindicações de operários e lutas de trabalhadores, enfim a paz social. Mas eis que a “economia virtual” cuja Bolsa, o Nasdaq era gloriosamente especulada sob a alta supervisão de Bernard Madoff, em 2001 o sistema se desmorona. Os salvados do crash foram literalmente enterrados nos tijolos do Imobiliário a fim de criar nova bolha. Na altura a esuerda radical, nomeadamente Robert Kurz, avisou que a médio prazo esta seria também insustentável.
2. Infectada por uma quantidade astronómica de fundos ficticios Wall Street desmorona-se de novo, arrastando as bolsas subsidiárias em todo o mundo. Enquanto a economia funcionar dentro da lógica capitalista de aumentar irracionalmente os lucros de uma minoria de privados, quaisquer outras tentativas de criação de novas bolhas, sejam elas de paineís solares, cascas de alho recicláveis ou notas de banco, com 2 biliões de ocidentais privilegiados ou com mais 4 biliões de pobres indigentes, no final as consequências serão sempre as mesmas; porque, no capitalismo, a subida das taxas de lucro resulta sempre na queda das taxas de juro.
3. A exportação dos postos de trabalho para os paises de mão de obra barata, como tem vindo a acontecer desde os acordos de Nixon com a China nos anos 70 e se agravou com a wallmartização do consumo com Reagan e Clinton, terá consequências imprevisiveis, uma vez que os paises ocidentais abriram mão da sustentabilidade do emprego no interior dos seus paises, tornando-os completamente dependentes.
4. A divida pública subirá para niveis inimagináveis, e isso é uma coisa boa, para as associações de bancos privados que funcionam sob a alçada da Reserva Federal norte americana – que assim verão subir para niveis também inimagináveis os juros usurários dos capitais emprestados. Note-se que a FED já financiou governos beligerantes em 2 guerras mundiais e algumas outras regionais, épocas de ponta em que o pico de endividamento atinge o climax. No fim vencem os que têm maior capacidade de produção e disponibilidade de crédito a condizer. Até um dia, em que a 2ª lei da termodinâmica impossibilite o regresso aos confetis nas avenidas da vitória.
5. a quebra abrupta do produto interno bruto atingirá os mesmos de sempre: as classes médias e os pobres, alvo de racionamentos e cortes drásticos no seu estilo de vida. Aceitar passivamente a submissão às oligarquias que regem o Estado, ou emigrar para construir locais auto-suficientes onde o Estado não tenha já capacidade de controlo, eis a opção. Palavra de Ordem para o século XXI: criar Comunidades Novas!, autónomas (onde a desordem supranacional criada e gerida pela entidade "Estado" não chegue)
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domingo, março 22, 2009

deixem de lhe chamar “Crise”


Carol Carlile lava louça num balde num dos acampamentos de sem abrigo da cidade de Sacramento na Califórnia. Até há pouco eram trabalhadores da classe média com dívidas acumuladas durante anos, que viviam em casas com jardim, porém a recessão está expulsar milhares de famílias nos Estados Unidos para situações inimagináveis: viver em tendas de campismo na companhia de filhos adolescentes. Esta é uma das zonas mais atingidas pela chamada “crise do imobiliário subprime”. Este acampamento para desalojados alberga já centenas de pessoas e cresce a um ritmo de 50 novos residentes diários. (fonte: Publico.es)

Los Angeles

Esta é a capital dos sem abrigo no Oeste, o centro urbano conta com 73 mil indigentes. Cerca de 2 milhões de pessoas, 20 por cento da população, beneficiava de algum modo de subsidios a que perderam o direito em 2008. A cidade perdeu no mesmo período 541 mil postos de trabalho, colocando a taxa de desemprego nos 10 por cento, dois pontos acima da média nacional. A Califórnia soma actualmente um défice de 42 biliões de dólares, e o governo só conseguiu aprovar um empréstimo salvador (como o que o PS pretendia para Lisboa) após uma longa maratona na Assembleia Municipal, e apenas por maioria de um voto, depois do governador Arnold Schwarzenegger ameaçar despedir 20 mil funcionários.

foto da noite de 5 de Novembro de 2008

um país improdutivo, onde os trabalhadores não contam,

depois do anúncio publicitário (com o alto patrocínio da biógrafa de Sócrates) que despoletou
a polémica
sobre a neutralização e diabolização das manifestações dos trabalhadores, o jornal oficial do Grupo Bilderberg no protectorado Portugal insiste na continuação do programa mediático pré-estabelecido e no envio da mensagem subliminar que lhe está implícita: "de que vale manifestarem-se, se nada, por pequena que seja a parte, será levado em linha de conta pelo vosso tão grande esforço?" - pegando pelo fim: "vocês afinal nem são assim tantos quanto a importância que julgam merecer"
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sábado, março 21, 2009

sobre a mudança da hora e a permanência do Sol

Equinócio, provém do latim “noites iguais”, quando o dia e a noite duram o mesmo tempo. O período no hemisfério norte é chamado de "primavera boreal", pondo fim ao Solstício do Inverno a partir do qual a duração do dia começou a crescer, simbolizando o inicio da vitória da Luz sobre a Escuridão. Eram então reverendadas as divindades de Mitra (as festas pagãs com origem nas mitologias persa e hindu) como o símbolo do Sol vencedor, o romano Deus Sol Invictus

e antes da batalha viu um sinal dos deuses no céu
Dionísio (405-367 Ac), depois de ter saqueado o altar de Prosérpina de Locros, rumava em direcção à Siracusa, quando, ao ver como o vento era favorável à sua rota, rindo-se disse assim: “Vede, amigos, como os deuses imortais dão uma boa viagem aos sacrílegos!”
Ele era um homem perspicaz; quando a sua armada acostou em Atenas, veio ao templo de Júpiter em Olímpia, e roubou o seu manto de ouro de grande peso (aquele com que o tirano Gélon ornara Júpiter, com o dinheiro da pilhagem feita aos cartagineses), e ainda gozou com o facto, dizendo que um manto de ouro era demasiado pesado para o Verão e demasiado frio no Inverno, e com isto lançou-lhe uma manta de lã, dizendo que ela era mais apropriada para o ano inteiro. Foi ele também que ordenou que se arrancasse a barba de Esculápio de Epidano, dizendo que não convinha ao filho ter barba, se o pai, Apolo, era imberbe em todos os templos.

Mandou também tirar de todos os templos as mesas de prata, em que, segundo um costume grego antigo, se costuma inscrever “Dos Bons Deuses”, dizendo que também ele queria usufruir da benevolência dos deuses. Roubou igualmente sem hesitar as pequenas estátuas da Vitória, e as páteras e as coroas de ouro que pendiam dos braços da estátua. Dizia pois que as aceitava e não as roubava, pois seria uma tolice não querer aceitar as oferendas dadas de braços estendidos por aqueles a quem precisamente pedimos dádivas. Dizem também que este mesmo Dionísio pôs todos esses objectos roubados dos templos no Fórum e vendeu-os em hasta pública; depois de ter arrecadado o dinheiro, ordenou que todos aqueles que tivessem objectos sagrados os deveriam devolver ao seu próprio templo, antes de um dia fixado para o efeito. Assim, à falta de pietas (respeito, medo e justiça) para com os deuses, juntou a injustiça para com os homens. E assim nem fulminou Júpiter Olímpico com um raio este homem, nem o matou Esculápio, depois de o fazer agoniar numa terrível e longa doença, muito pelo contrário: ele morreu no seu leito, e foi lançado na pira com as honras de um tirano, legando assim ao seu filho todo o poder que obteve através do crime, como se de uma justa e legítima herança se tratasse

a partir da página 161 de um dos livros que ando a ler:
Da Natureza dos Deuses” – ("De Natura Deorum") Marco Túlio Cícero (106-43 Ac) Edições Vega, 2004

Olimpia é seduzida por JúpiterSala di Amore e Psiche”,
fresco no Palazzo Te, Mântua, Italia 1528
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sexta-feira, março 20, 2009

jogos do capital

Tomando o exemplar caso da AIG, quando surgiu a crise e a seguradora gigante foi socorrida pelo Estado com milhares de milhões, a administração colocou o problema em cima da mesa aos executivos responsáveis; face à gravidade da situação estes prescindiram do seu salário, prometendo receber apenas 1 simbólico dólar pela ciclópica tarefa de recuperar a empresa. Todo o mundo se emocionou com tamanha bondade. No fim, soube-se agora, paralelamente eles tinham assinado um contrato em que teriam direito a parte dos lucros provenientes do capital da ajuda investido em novos jogos de bolsa. Deste modo se fizeram em menos de meia dúzia de meses, 73 novos milionários, que receberam em prémios um total de 160 milhões de dólares!
que futuro para este faustoso paradigma num mundo cada vez mais miserável? (ler mais)

a AIG recusa-se a divulgar a identidade "destas brilhantes e indispensáveis pessoas". Sobre eles chovem ameaças de morte vindas de gente desempregada, desalojada e falida. (ler Jim Kirwan, Rense); ou Amy Goodman: "não há ajudas para os mais atingidos!". Se querem ver como o vosso problema não está a ser resolvido, sigam o dinheiro daqueles que vos tiram o dinheiro: Barack Obama não tem de se fingir encavacado com o escândalo: ele próprio recebeu US$101,332 dólares de donativos da AIG (American International Group) para a campanha presidencial numa altura em que já era público a eminente falência da companhia.


"Actualmente, o mundo rico atravessa a crise económica mais grave desde a Grande Depressão, em 1929. Agora, sob a pressão da crise, até mesmo a comunidade financeira mais ortodoxa reclama reformas. No entanto, estas propostas não vão suficientemente longe, uma vez que não tomam em consideração os problemas sistémicos por detrás desta crise.
O que é necessário, no interesse da grande maioria da população, são verdadeiras mudanças em direcção a um outro paradigma, em que a finança seja um instrumento ao serviço da justiça social, da estabilidade económica e do desenvolvimento sustentável. Não podemos aceitar que, nos próximos anos, se regresse ao status quo. Uma oportunidade histórica foi criada. Dependerá da pressão da opinião pública a sua transformação numa política radicalmente diferente".
(Excerto da Declaração Conjunta das ATTAC europeias, sobre a crise financeira e alternativas democráticas)
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quinta-feira, março 19, 2009

globalizando "a Ordem", segundo as classes sociais

um destes dias alguém do centrão politico virá defender que
a solução para o reforço da mão de obra policial em Portugal
passará por as empresas privadas do ramo contratarem
ex-guerrilheiros kimbundos para cumprir serviços da PSP

“Àparte ter sido baleado já por 7 vezes esta tem sido uma experiência fantástica” diz Moses Matsiko um ugandês que foi recrutado por uma empresa americana que opera no Iraque, no Afeganistão (e onde mais a Nato vier a pôr a pata).

Cada empregado de segurança privado importado dos Estados Unidos para o Iraque custa às empresas no mínimo um salário mensal de 15.000 dólares. Mas graças às maravilhas da globalização neoliberal (imposição de trocas comerciais desiguais) já é possível recrutar novos seguranças que põem a vida em risco por apenas 600 dólares por mês. No Uganda, um dos países onde homens e mulheres estão sujeitos a pobreza extrema, existe uma feroz competição para ser seleccionado para este tipo de “oferta de emprego”. Este novo tipo de transporte, aluguer e venda de mão-de-obra é um lucrativo negócio para os recrutadores, e está em expansão. Pensa-se que sejam já de 10 mil o número de Ugandeses que prestam comissões de serviço no Iraque em tarefas em que substituem soldados americanos.

A notícia não é nova, já foi difundida pela “Economist” em 2007, citando as empresas EOD Technology do Tennessee, especializada em lidar com bombas que não explodiram, e a firma de segurança designada por “Special Operations Consulting-Security Management Group” (SOC-SMG) com séde em Minden no Estado do Nevada, esta última fundada por dois ex-marines dos SEAL`s. Nos últmos 2 anos a SOC-SMG conseguiu contratos do Pentágono que rondam os 30 milhões de dólares, apenas no Iraque.
Muitos oficiais americanos confundem estes Ugandeses fardados com os “membros das forças da coligação que combatem a guerra global contra o terrorismo”, mas de facto eles são guardas de segurança privados pagos a 3,33 dólares por hora.

Jesse Muramuzi, à esquerda, e Dan Musinguzi,
ambos empreiteiros paramilitares ugandeses,
gerem uma porta de embarque aéreo dentro da
Base Militar "norte americana" de Al Asad.

Zain-Ul-Afrin Ahmed, outro “manager” da empreiteira filial local da americana Dreshak International Limited com séde em Kampala disse a jornais locais que “este é um mercado livre. Os guardas são livres de entrar nisto ou saírem se se sentirem atraiçoados, e posso assegurar-vos, muitos mais países estão envolvidos neste negócio”; desde que seja barato,,,

A empresa “Green Beans Coffee” que tem um contrato exclusivo para gerir messes e cafetarias paramilitares em zonas de intervenção, desde 11 de Setembro de 2001 (1) aumentou a facturação de uns simpatiquíssimos 1.400 por cento! A mão de obra neste tipo de serviço é proveniente de lugares como a Índia, Nepal, Sri Lanka, Bangladesh e Filipinas. Estes empregados de mesa, cozinheiros, roupeiros, etc. auferem cerca de 20 dólares por dia - se considerarmos que “o dia é esticado” até 12 horas de serviço diário, 7 dias por semana, dá mais ou menos 1.25 dólares/hora – e esse é o preço que os soldados americanos pagam por meia-de-leite e um donat, ou seja 15% do trabalho diário de um escravo “goyim”. O ano passado a consultora Ernst & Young atribuiu à “Beans Coffee” o prémio que a reconhece como “corporação social responsável

(1) ler o artigo de 11 de Março “11 de Setembro: Uma Provocação Mundial” a opinião privilegiada do General Leonid Ivashov, Chefe do Estado Maior da Federação Russa na época, que então teve acesso a diversas fontes de informação confidenciais
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quarta-feira, março 18, 2009

o Estado e as Multinacionais: privatização da água e know-how policial

o "Forum Mundial da Água" em Istambul na Turquia, patrocinado pelas multinacionais do sector, ficou marcado pela violência e repressão: 3000 policias para neutralizar 300 manifestantes. Estes representavam 2,6 biliões de pessoas no mundo que não têm de todo acesso a água potável; e as que têm obrigam-se cada vez mais a pagar preços exorbitantes por via da imposição de contratos privados aos serviços públicos (as chamadas "parcerias público-privadas" com as câmaras municipais). Passando por cima da prioridade nacional na politica da água visar suprir as necessidades dos campos de golfe, quantos polícias serão precisos para defender o direito de acesso à água como um bem público, sem fazer da prestação de serviços um negócio?

El Salvador
20 anos depois do combate armado contra a CIA e a DEA na floresta salvadorenha a Guerrilha chega ao Poder pela via eleitoral.
(ler noticia)

terça-feira, março 17, 2009

o futuro do Liberalismo

“Na medida em que a decadência cresce nas sociedades, a linguagem cai também na decadência. As palavras são utilizadas para distinguir, não para iluminar as acções: “destrói-se uma cidade para a libertar”. As palavras usam-se para confundir; e então em tempo de eleições o povo solenemente vota contra os seus próprios interesses”
Gore Vidal, inImperial America, 2004

“Esta é apenas uma mera Crise Bancária que não porá termo ao liberalismo, muito menos ao capitalismo” – este tipo de bitaites de fulanos conceituados porque sim, ninguém saberá bem porquê, são frases que falam por si, comunicam como os índios por sinais de fumo, “vêm aí bisontes”, “pró mês que vem vai chover”, “o Pulido Valente disse-me que fulano tal iria prever isso, tá a ver HR (...)” – enfim, são verdades preventivas (como as guerras do outro) que não carecem de fundamentação científica - aliás, este tipo de almas progonosticadoras, longe da inserção em corpus tansos, são nebulosas comunicadoras inteligentíssimas que (falam com os bancos emissores que porão termo à “crise bancária”) aliás, com as Bruxas do Além, mas que apesar das heresias nunca ficarão com a pele tostada em caramelo, estaladiça, como as que produzia o Orwell dos Leitões na sua famosa quinta.
Façamos o contraponto da supracitada previsão com aquilo que a história nos repetiu (embora a forma de representação da farsa possa ser diferente) como com Tatcher e Reagan no advento do neoliberalismo (em 1980 o Capital em circulação era igual ao PIB mundial, em 1990 passou ao dobro, em 2006 o capital emitido era já 5 vezes mais que o PIB mundial). >>>>flash back>>>>

o futuro, mesmo para os actores em palco é quase sempre imprevisível.
Só uma ínfima minoria de decisores qualificados, mais ou menos secretos,
conhece as medidas deterministas que instrumentalizam a vontade geral


Por volta de 1934 (cinco anos depois do início da Grande Depressão) o fornecimento de papel moeda pelas entidades emissoras tinha crescido muito mais rapidamente do que as reservas de ouro (tanto nos EUA com a FED como nas outras nações dos centros capitalistas); e então para prevenir que as reservas de ouro caissem em desvalorização, os Estados Unidos decidiram desvalorizar o dólar em 41 por cento. Antes de 1934, uma onça de ouro podia ser adquirida por apenas US$20,67, porém depois daquela revisão o governo norte americano apenas disponibilizava a mesma onça de ouro por troca com 35 dólares. Em termos de reservas financeiras, quem dispunha de poupanças amealhadas em contas em dólares perdeu 41 por cento do seu valor de um dia para o outro.
Mesmo pensando-se que a desvalorização da moeda em 1934 traiu a confiança da população no dólar, o que é certo é que outros cinco anos depois, a entrada da economia dos EUA e os investimentos na 2ªGrande Guerra trouxeram ao dólar um novo estatuto: a confiança no dólar como moeda de reserva global. Por altura do fim da guerra, os representantes das nações de topo capitalista reuniram-se concordando na criação de um novo sistema monetário internacional, depois conhecido por Acordo de Bretton Woods. Nesta reunião, as nações saídas da guerra mundial, todas virtualmente falidas, foram obrigadas a acatar a decisão de que a economia dos Estados Unidos se tinha colocado numa posição de domínio global – isto porque entretanto os EUA tinham passado a deter 80 por cento das reservas de ouro mundiais; e por isso estavam em condições de impôr a obrigatoriedade de anexação de todas as outras moedas ao dólar, as quais entretanto passaram a ser obrigadas a dar garantias pelo preço do ouro a 35 dólares cada onça. >>>>flash ahead>>>>
Cerca de 30 anos depois de Friedman, Reagan e Tatcher, como estarão as entidades emissoras de moeda e os prestadores de crédito do centro capitalista a pensar sair da crise? a falência do neoliberalismo continua a constatar-se pelo gráfico em baixo.

“As crises económicas são fabricadas por nós para extorquir os goyim utilizando o método de retirar o dinheiro de circulação” dizia-se nos “Protocolos de Sião”, mas como todos mais ou menos sabemos, tirar fora não é um método seguro para não emprenhar.

o capitalismo na fase neoliberal faz o seu caminho:
"crise bancária" e depressão seguida de deflacção na economia real

tenta desenvolver a retoma económica imprimindo e lançando "mais dinheiro no mercado" - leia-se: criando uma situação de hiperflação (como em 1929) ao mesmo tempo que prepara o golpe financeiro por forma a que seja o resto do mundo a pagar a crise

o orçamento geral do Estado prepara "a política dos grandes investimentos". Torneando um pequeno truque (as despesas militares com o Pentágono/Nato são desanexadas das "contas civis" do OGE) podemos tentar adivinhar como: mais uma vez através do "keynesianismo militar", ou de um novo New Deal que prepara novo conflito, como mostra o gráfico das verbas aplicadas. O financiamento do Pentágono já ultrapassa metade do OGE - uma imoralidade, quando comparado com as irrisórias dotações para a Educação, Saúde e Habitação ("os direitos humanos"). E nas economias aliadas, subsidiárias e dependentes a proporção dos "investimentos no negócio de segurança, paz e democracia" (que prepara a insegurança das economias rebeldes a nivel global), não andará muito longe da casa mãe capitalista. A sociedade ocidental e muitos dos seus arautos estão obesos; e adoram dinheiro ficticio, o material de que se constrói o (neo)liberalismo armado.

Gaza


Hamas:

domingo, março 15, 2009

Zé Mario, Branco

o Negro interessa-se pela condição do artista.
Não compreende por que razão o Zé, pelo facto de ser da Esquerda radical é marginalizado
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hoje à tarde no Martim Moniz (ver mais fotos)

Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial.
Todos Diferentes, Todos Iguais (campanha U.E)
www.cicdr.pt

sobre a divisão de classes na globalização

A maior parte das vezes os patrões contratam-nos por serem clandestinos. Retiram-lhe o dinheiro dos descontos mas não o entregam à Segurança Social. Se reagem ao furto despedem-nos de imediato sem qualquer possibilidade de recurso às leis em vigor. Porque os/as migrantes não podem servir apenas para trabalhar e descontar sem quaisquer direitos, é necessário sair à rua.

Milhares de imigrantes continuam à espera de regularização. Sem documentos ficam sujeitos/as à clandestinidade, sem direitos cívicos e sem protecção social. Muitos homens e mulheres são impedidos de viver em família pelo facto de serem pobres e vítimas da exploração dos patrões. Continuam a pagar valores exorbitantes na aquisição e renovação dos seus documentos, violando o princípio da igualdade. Salvo algumas excepções, os/as imigrantes não têm direito ao voto, o que limita os seus direitos de cidadania.
Tudo isso contribui para uma maior exclusão social, pobreza e marginalidade, que só alimentam a xenofobia e o racismo – usando os/as imigrantes como bodes expiatórios para os problemas gerais da sociedade. Por tudo isto, aumenta a insatisfação e revolta, especialmente junto dos jovens descendentes que continuamente sofrem os efeitos da guetização e exclusão.
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sábado, março 14, 2009

“Flags of Our Fathers”

Junto com “Letters From IwoJima” (2006) exibidos esta semana na Cinemateca no âmbito do ciclo dedicado a Clint Eastwood e como contraponto à estreia de “Gran Torino” (2008), uma obra (ler recensão) sobre o racismo, previsivelmente apenas visto pelo sórdido panorama interno. No entanto, que pior forma de racismo existe que inventar inimigos, os que são “diferentes”, para cumprir objectivos de dominação sobre o Outro?

Todas as guerras são guerras civis, porque todos os homens são irmãos
François Fénelon

Flags...” é a desconstrução do mito do heroísmo face à crueza lancinante da guerra. “O que fiz foi apenas tentar salvar o coiro, e vi fazer coisas que, sinceramente, em nada dignificam a espécie humana” diz um dos sobreviventes do grupo de soldados que no dia 23 de Fevereiro de 1945 precederam a ideia da pose para a icónica fotografia da bandeira içada no alto do Monte Suribachi,

na ilha japonesa de IwoTo, (hoje uma base militar yankee) perdida no Pacífico a meio caminho entre Saipan e Hiroshima/Nagasaki. Um longo caminho percorrido que tinha começado por uma mentira: a False Flag Operation de Pearl Harbour. A justeza do sacrifício em nome da defesa da pátria esgota-se na medida em que em IwoJima se tratava de mais um acto de conquista. A chegada dias depois do Almirante Forrester acompanhado do fotógrafo Joe Rosenthal (por sinal um judeu, envolvido na guerra que haveria de levar a sua etnia à vitória) e da fanfarronada da encenação de novo içar de bandeira, culminou o processo de devastação dos impulsos nacionalistas para chamar aos combatentes “heróis”.
Aliás, o departamento artístico da guerra de propaganda norte americana tinha estudado bem a lição – a foto de IwoJima foi cuidadosamente representada e reproduzida de uma escultura do modernismo italiano (década de 1920) que ainda se encontra exposta no Galeria Nacional de Arte Moderna na Villa Borghese em Roma. Claro que nada disto se aprende no filme de Eastwood. A obra vale apenas pelas pistas que sugere e pela liberdade de interpretação que deixa ao espectador. A ideia que o realizador nos “quis dizer algo de realmente grandioso” acima dos efeitos imediatos da luta dos políticos em nome dos interesses de grupos organizados desaparece num ápice, quando nos apercebemos que a “Malpaso” (a empresa de Eastwood) funciona no âmbito da Warner/CenturyFox e que o filme foi produzido por Steven Spielberg, um dos milionários made-in- Madoff que ainda não se matou, mas que há décadas anda por aí a matar a verdade.

Naquele momento, a máquina fotográfica de Joe Rosenthal gravou a Alma da Nação” titulavam as parangonas de todos os jornais. Embora fosse uma história de plástico obteve os resultados previstos. A fotografia foi emoldurada às centenas de milhar e objecto de comícios, tours e exposições em barraquinhas de feiras regionais por todo o país, com o objectivo de angariar fundos para financiar a guerra.

A réplica gigante da foto de IwoJima esculpida em gesso e cartão em Times Square foi visitada por 1 milhão e quatrocentos mil mirones que emocionados acabaram virando voluntários contribuintes extra. Os “bonds” vendidos nas lojas de souvenirs da ainda presumível Vitória (a 7ª campanha de angariação de fundos) rendeu no ano de 1945 a soma de $24 biliões de dólares. Para perspectivar o que isto significou é preciso comparar esta verba com o orçamento geral do Estado que em 1946 foi de US$56 biliões. Esta campanha foi a maior operação de venda de créditos públicos sobre Fundos do Tesouro da história dos Estados Unidos.

Claro que a relação do circo financeiro com a verdade dos factos tem tanto a ver com o cu como este tem a ver com as cuecas da judia Zsa Zsa Gabor. Depois de neutralizadas as primeiras linhas do inimigo após o desembarque, um numeroso grupo de soldados conseguiu trepar ao cimo do Monte Suribachi, passando ao lado dos mais de 20 mil soldados japoneses entrincheirados em túneis e galerias. Desse grupo conhecem-se os nomes de Hank Hansen, Boots Thomas, John Bradley, Phil Ward, Jim Michaels, Chuck Lindberg, Michael Strank, Rene Gagnon, Ira Hayes, Franklin Sousley, John Bradley, Harlon Block e alguns mais que estes, o que gerou forte controvérsia sobre os “heróis” que estavam e os que não estiveram.

Muitos dos presentes morreram em combate imediatamente a seguir. A operação que o quartel general tinha previsto efectuar em três dias durou 40 sangrentos dias, causando 27 mil vítimas, 7 mil das quais marines yankees. Como se disse, três deles, dos 6 que participaram na reconstituição (Bradley, Hayes e Gagnon) foram contratados à força para servir como crentes propagandistas da fé no sonho americano, exibidos ao som de fanfarras e aplausos em estádios de basebol ao jeito de Bronco Billy. Mas eles sabiam que era mentira, dois suportaram o fardo dos reality shows, outro não – esse, o caso mais deprimente, foi o do cabo Ira Hayes (segregado pela sociedade e pela hierarquia militar dos senhores da guerra, por ser de etnia índia) que rejeitou a fama, se converteu num alcoólico compulsivo e morreu poucos anos depois como um vulgar sem-abrigo. Foi imortalizado (o Racismo) por Johnny Cash na “Balada por Ira Hayes”: yeah, chamem-lhe bêbado, que o fantasma já não vos responde (…) diz a letra,
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sexta-feira, março 13, 2009

a Revolução

Os cientistas acreditam que dispõem já de sólidas provas que demonstram que os humanos não são as únicas criaturas que conseguem fazer planos para o futuro:
Macaco proletário sujeito a trabalho escravo mata Patrão capitalista sapiens que o explorava a 4 cêntimos pela apanha de cada coco (Telegraph, UK)

leitura adequada: James le Fanu: Porquê Nós?, o Mistério da Nossa Existência (editora Civilização)

Mercado Livre

"o Nosso Agente Microsoft no Mindelo" foi de viagem de negócios mais os seus 120 dactilógrafos. No fim da promoção resolve ficar para o fim de semana para dar uma de praia. Nada de especial, quando veio hoje a lume que um chefe de serviços como Nicolas Sarkozi passou um recente fim de semana na Riviera Maia por 50 mil euros pagos por um empresário milionário. Mas foi Durão Barroso o pioneiro que deu o mote para o clima de suspeição pacóvio que se abateu sobre o funcionalismo público- privado de alta patente quando no inicio do mandato se atreveu a frequentar o iate do milionário grego e a ilha privada do agente da Volkwagen em Portugal.

"A magalhanização do país - contribuições para a compreensão do controlo social pelo e-Government e pela imbecilização do Ensino"

quinta-feira, março 12, 2009

neo-keynesianismo militar

o Público da última sexta feira dia 6 confundiu a notícia sobre a General Motors com o emblema da General Electric.

é curioso como já nos primórdios da época do New Deal, os próprios norte-americanos se baralhavam com o nome dos CEO`s das duas multinacionais: confundiam o Charles E. Wilson presidente da General Electric e chefe executivo do Departamento de Produção de Material de Guerra com Charles Erwin Wilson, presidente da General Motors e Secretário da Defesa do presidente Dwight "Why We Fight" Eisenhower. Até arranjaram um trocadilho para separar o inseparável: um passou a ser conhecido pelo "General Electric Wilson" e o outro por "General Motors Wilson".A confusão não é inocente. Ambas as companhias são peças chave na indústria militar. E mal seria que não se percebesse que a actual crise da GM é provocada pela financiarização do grupo, que torna subsidiários inúmeros fabricantes em todo o mundo, ao mesmo tempo que abandona o fabrico próprio de veículos para civis; a GM está em franco processo de reconversão para o fabrico preferencial de veículos militares onde já atinge o 4º lugar no ranking de fornecedores às forças armadas (depois da Lockheed Martin, Northrop Corp. e Boeing (aviação) dados de 2007.
Aliás
, é pelo keynesiamismo militar que se explica muito da crise que as novas roupagens do imperialismo soft-power colocou em cena

Adenda: 19.09 h

Nos últimos dois exercícios Bush propôs ao Congresso o orçamento anual para a Defesa de $419.3 biliões de dólares, verba que, com reforços suplementares, no último ano atingiu US$513 biliões. Com o novo orçamento proposto por Obama, novamente com o recurso a suplementos para pagar o constante aumento de custo das guerras, estima-se que em 2010 o orçamento atinja US$739 biliões para o impropriamente chamado “Departamento da Defesa”; melhor seria se se chamasse “do Ataque”. Mas, embora considerem que a crise económica só atingirá o Pentágono em 2011, a volumosa quadrilha de advogados que faz lobie pelos negócios da guerra em Washington avisa Obama dos “inconvenientes desta política de corte de despesas
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