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segunda-feira, novembro 17, 2008

quem elege os Presidentes?

making off da economia de guerra

Ronald Reagan era apenas um vulgar relações públicas na multinacional General Electric quando foi “escolhido” para candidato – pode-se imaginar como tão insignificante criatura foi responsável pela desregulamentação global, pelo desmantelamento do new deal e a livre circulação de capitais, principalmente legalizando os sediados em off-shores; será que este salto que inaugurou o neoliberalismo foi decidido por uma parda figura de hollywood? – o estudo da génese do conglomerado General Electric/NBC, que é uma das corporações mais tóxicas e letais do mundo, demonstra qual o papel das Multinacionais na politica contemporânea. Herdeira da alemã AEG (praticamente destruida no final da II Grande Guerra) a empresa renasceu com o triunfo dos Estados Unidos, os 30 anos gloriosos de exploração neocolonial e o assalto final da globalização selvagem; escusado será dizer que desde a fundação da AEG pelo judeu Emil Rathenau na Alemanha do início do século XX, passando pelas ramificações familiares consubstanciadas no secretário de Estado judeu “americano” Hans Morgenthau (1904-1980), até ao actual guru da gestão Jack Welch, a General Electric é uma corporação de génese 100 por cento Judaica (ou seja, a mesma comunidade que gere a emissão de moeda através da Reserva Federal). Eis um dos ângulos da parte crucial da história clássica (por cortesia da Monthly Review), e dois lembretes visuais aleatórios para duas caras do sistema (escusado será dizer que a Time/AOL é o maior conglomerado de Media mundial, do mesmo grupo da GE), uma imagem de 1980 e outra (The New Liberal Order) de hoje em 2008, mas mascarada de Roosevelt, ou seja da época em que o negócio de armamento do complexo militar usurpou de vez os centros decisores da politica:

A Economia de Guerra Permanente e o Keynesianismo Militar

“Em Janeiro de 1944 Charles E. Wilson presidente da General Electric e chefe executivo do Departamento de Produção de Material de Guerra proferiu um discurso na “Army Ordnance Association” (que dois anos depois serviu de minuta para o famoso discurso de Eisenwover em 1946) advogando uma economia de estado de guerra permanente. De acordo como o plano de Wilson proposto nessa ocasião, cada grande companhia fabricante deveria ter uma “ligação” representativa com os militares, delegados esses aos quais seriam dadas comissões de serviço com o posto equiparado a coronel na reserva. Esta deveria formar a base de um programa, a ser iniciada pelo presidente como comandante em chefe em colaboração com os ministérios da Guerra e da Marinha, desenhado para agregar as corporações e os militares em conjunto numa única força – unificando forças armadas e complexo industrial. “Não é mais natural e lógico” perguntou, “que nós possamos reforçar a nossa politica sobre o facto de dispormos de uma capacidade industrial para a guerra, e uma capacidade de investigação para as guerras que já pressentimos hão-de vir? Quer-me parecer que qualquer coisa menos que isso é uma grande loucura”. Wilson saiu a terreiro para indicar que neste plano a parte a ser desempenhada pelo Congresso se restringiria a votar os fundos necessários. Para além disso, era essencial que a Indústria fosse autorizada a jogar um papel central neste novo estado social de guerra sem que fosse atingida politicamente “or thrown to the fanatical isolacionist fringe [e] marcada com o rótulo de “mercadores-da-morte

Na chamada, ainda até antes da Segunda Grande Guerra, a ficarem mais perto para “um programa continuado de preparação industrial” para a guerra, Charles E. Wilson, vice presidente do "War Production Board" (muitas vezes referido como “General Electric Wilson” para o distinguir do “General Motors Wilson” – Charles Erwin Wilson, presidente da General Motors e Secretário da Defesa de Dwight Eisenhower) articulou um ponto de vista que caracterizava a oligarquia dos Estados Unidos como um todo durante os anos imediamente a seguir à IIGrande Guerra.
Em eras anteriores isso fôra assumido como havendo uma economia informal de comércio de “armas e manteiga”, e que os gastos militares deveriam ocorrer a expensas de outros sectores da economia. Contudo, uma das lições da expansão económica do regime nazi alemão, seguida pela experiência dos próprios Estados Unidos em armar-se para a Segunda Grande Guerra, foi que esse grande incremento nos gastos militares poderia actuar como grande estímulo para a economia. Em apenas seis anos sob a influência da IIGrande Guerra a economia norte americana expandiu-se em 70 por cento, recuperando finalmente da Grande Depressão. A era para além da “Guerra Fria” viu também a emergência daquilo que mais tarde ficaria conhecido como “keynesianismo militar”: a visão que promovendo uma procura efectiva e suportando os benefícios monopolistas dos gastos militares poderia ajudar a sustentar as bases de apoio do capitalismo nos EUA. (Charles E. Wilson: “For the Commom Defense”)
John Maynard Keynes, no seu clássico “Teoria Geral do Emprego, Dinheiro e Juros”, publicado em 1936, em pleno clima de grande Depressão, argumentou que a resposta a uma estagnação económica era a promoção efectiva da procura através dos gastos (investimentos) do Governo. A falsificação abastardada do keynesianismo que ficaria conhecida como “keynesianismo militar” foi a visão que isto teria melhores efeitos com menos consequências negativas para os grandes negócios (big business) – se houvesse uma prevalência pelos gastos militares (..)”

ver o artigo da MR de Outubro: "O Triângulo Imperial dos Estados Unidos e os Gastos Militares"
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