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segunda-feira, maio 31, 2010

existirá diálogo possível com Israel?

(*) Como sempre o plano de Israel é simples: disparar sobre um ou dois activistas com o pretexto da recusa de inspeccionar armas que toda a gente sabe ser impossivel ou no mínimo improvável estarem ali, e depois aguardar que o resto dos participantes na acção reajam para os culpar pela tentativa de "ajudar terroristas" (**) - depois disso a CNN, a FoxNews, BBC, RTP, etc. usarão estes ridiculos argumentos para dar cobertura às declarações oficiais dos extremistas religiosos que comandam o Estado judaico de Israel. Mas poderá toda esta gente "explicar" o assalto e disparos sobre pessoas em águas internacionais? só o podem fazer admitindo que os sionistas racistas de Israel estão também legitimados para o exercício de acções de pirataria... mas, os Estados Unidos estarão dispostos a admitir que financiam piratas? ... é assunto que veremos Obama a tratar na próxima reunião da NATO junto com os anfitriões em Lisboa


(ler mais noticias, aqui)

(*) Na foto: Rahm Emmanuel, um judeu sionista naturalizado norte-americano que prestou serviço militar nas Forças Armadas em Israel, ex-conselheiro de Clinton e actual chefe de gabinete de Barack Obama, coordena todas as acções a partir da Casa Branca em Washington. Nestas circunstâncias, repete-se, haverá diálogo possível com Israel?
(**) Meu dito meu feito: o Exército Israelita, que funciona sob o bíblico acrónimo IDF (Forças de Defesa de Israel) através da sua porta-voz Avital Liebovitch diz que "os activistas causaram a sua própria morte ao atacar soldados isrelitas que não pretendiam quaisquer confrontos" (PalestineThinkThank)

O ataque israelita à flotilha de ajuda humanitária em que morreram pelo menos 19 activistas é um acto particularmente repugnante e merece o nosso mais veemente protesto. Hoje, 17h30, frente à Embaixada de Israel (Rua António Enes - Saldanha-São Sebastião)
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domingo, maio 30, 2010

o Movimento de 29 de Maio não pode parar!

"a maior fatia desta crise deve ser suportada pela Banca, que anda a rir-se de todos com os lucros conseguidos à custa dos contribuintes". Por determinação de poderes superiores transnacionais, os lucros obtidos pela Banca são investidos em negócios na exploração de paises dependentes do 3º mundo, enquanto os funcionários de turno à politica nacional são contratados para consentir que se retirem investimentos à produção interna


Mas em última análise, o sector financeiro vai sempre buscar os seus lucros às mais-valias originadas na produção. É esta que lhes dará o "clima de confiança" pelo qual tanto se fartam de bramar os patrões



300 mil pessoas na rua contra uma coisa que já nem existe, o Governo do neoliberalismo. É coisa para aí três minutos de tempo de antena nas televisões, dizia alguém aos jovens finórios repórteres de câmara TVI em punho. Assim foi - logo de seguida ao breve noticiário sobre o tema o ex-cacique do governo Valter Lemos para área da Saúde que agora exerce a função de cacique do governo para a área do Trabalho, "foi chamado" a uma entrevista que durou o dobro do tempo dispensado a qualquer um dos dirigentes sindicais responsáveis pela portentosa manisfestação de força de 29 de Maio. O que disse o tipo do governo quase ninguém ouviu, (excepto uma insignificante faixa de pequeno-burgueses urbanos, de certo modo acagaçados com "a destruição da economia do país dos banqueiros) mas a grande advertência que fica para o movimento sindical é a de que
"o capitalismo não se reforma pela social-democracia. O capitalismo destrói-se"


sábado, maio 29, 2010

porta voz da CGTP: "Crise é o maior roubo organizado da História"

"Esses anúncios panfletários (sobre o PEC), a dizer, vamos reduzir salários, lembremo-nos só disto: em média, os custos dos salários nos custos globais da produção no país representam em média apenas cerca de 12,5 a 13 por cento - há 87 ou 88 por cento dos custos globais de produção que são outros factores"
Carvalho da Silva considera que José Sócrates desistiu de governar. Em entrevista à Antena1 o líder da CGTP acusa o primeiro-ministro de estar a ser ultrapassado pela mudança da realidade e de ter deixado de resolver os problemas do povo (1). E Carvalho da Silva conta o episódio em que teve oportunidade de dizer isto a José Sócrates, na última reunião da concertação social:





(1) Decerto José Sócrates nunca defenderia "quaisquer interesses do povo", tendo sido nomeado por quem foi
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sexta-feira, maio 28, 2010

Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças de Clima e os Direitos da Mãe Terra

Movimentos sociais, ambientalistas, igrejas e entidades internacionais reuniram-se recentemente em Cochabamba, numa conferência ecológica mundial, convocada pelo presidente Evo Morales. Decidiu-se preparar um plebiscito mundial, em Abril de 2011. As pessoas serão convocadas a reflectir e votar se concordam com a existência de bases militares estrangeiras nos seus países; com os excessivos gastos militares e que os países do Hemisfério Sul continuem a pagar a conta das agressões ao meio ambiente praticadas pelas indústrias poluidoras do Norte. (fonte)

Cochabamba, Bolivia, Abril 2010

* Considerando que o câmbio climático representa uma real ameaça para a existência da humanidade, dos seres vivos e da nossa Mãe Terra como hoje a conhecemos; Constatando o grave perigo que existe para as ilhas, regiões costeiras, glaciares dos “Himalayas”, os Andes e as montanhas do mundo, os pólos da Terra, regiões muito quentes como a África, fontes de água, populações afectadas por desastres naturais crescentes, plantas e animais, e ecossistemas em geral;
* Evidenciando que os mais afetados pelo câmbio climático serão os mais pobres do planeta vendo os seus lares e suas fontes de sobrevivência destruídos e ainda obrigados a migrar e procurar refúgio;
* Confirmando que o 75% das emissões históricas de gases de efeito “invernadero” têm origem nos paises irracionalmente industrializados do norte;
* Constatando que as mudanças climáticas são produto do sistema capitalista;
* Lamentando o fracasso da Conferência de “Copenhaga” pela irresponsabilidade dos paises chamados “desenvolvidos” que não querem reconhecer a dívida climática que têm com os paises en vias de desenvolvimento, as futuras gerações e a Mãe Terra (ler o resto)
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quinta-feira, maio 27, 2010

o espectro da representação

“Se todos vamos pagar mais pelo pão e pela água, porque não haveríamos de pagar mais pelos nossos 230 deputados que são bens, embora menos essenciais?”
(Manuel António Pina, Jornal de Notícias)

“Se nos propusermos decidir cortes nas funções de representação politica apenas por razões economicistas, a própria ideia de Portugal como nação deixaria de ter razão de existir. Deveria passar a ser qualquer coisa como uma sucursal de uma multinacional americana”
(José Adelinio Maltez, TSF)

o espectro dos conselhos populares continua a andar por aí

Proporcionalmente em relação à sua população Portugal é o país europeu com menos percentagem de deputados per capita (menor apenas na Dinamarca). O problema portanto não é o número de deputados, mas a usurpação das suas funções de representação (1) por regras impostas pelos directórios partidários. Neste processo inquinado pela proporcionalidade eleitoral (2) as legislações produzidas e aprovadas pela Assembleia que haveria de ser do Povo, acabam invariavelmente por ser manufacturadas em escritórios de advogados ao serviço de interesses económicos dissimulados

(1) Na presente situação de agravamento do pec os movimentos sociais de base deveríam criar um movimento "não aos impostos sem representação". (ver história)
(2) por exemplo: com uma área de cerca de 40 por cento do território nacional, os distritos de Portalegre, Évora e Beja em conjunto têm apenas representação parlamentar de 8 deputados num universo de 230
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quarta-feira, maio 26, 2010

a alma do negócio em dificuldades

O ministro Augusto Santos Silva vem a terreiro reclamar com o Conselho Consultivo da PGR sobre o parecer emitido por esta entidade onde "há aspectos que gostaria de ver melhor esclarecidos no negócio dos submarinos, porque “o Estado não está em situação de desafogo financeiro” e cortou em cerca de 40 por cento novas aquisições de material militar (essencial para a Defesa dos 4 por cento da agricultura e pescas nacionais) enquanto se eternizar o “plano de estabilidade e crescimento” (PEC)

Há quanto tempo tem o P”S” um ministro delegado na Defesa Nacional? – desde 2004, há praticamente 6 anos – pois só agora é que também aqui nesta área se verifica estarmos a divergir da Europa: deixaram esgotar o budget para pagar a Corrupção; e obter resultados como a recuperação dessas verbas malparadas ou enfiar na pildra os responsáveis não será tarefa fácil. Tanto mais quanto o mediatismo politico vigente apostou noutro ex-ministro da Defesa como testa de ferro para relançar o neoconservadorismo da direita, sob o alto patrocínio deste presidente da república, e o continuam a convidar para as cerimónias oficiais do ramo. Neste tema a novidade são mesmo os óculos Ray-Ban Aviator espelhados

terça-feira, maio 25, 2010

Rima Fakih
"Miss EUA acusada de ter ligações ao Hezbollah"
o DN publica a "notícia" mas pode-se imaginar
qual foi a fonte que a produziu
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off topic: ponto final no caso português da Miss Subsidio de Viagens,
visto pelo leitor J.M. Eça de Queiroz
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Feira do Livro

“Há interesse pelos livros; afinal a leitura interessa a muita gente. Bastou ir à Feira para o comprovar” (Inês Pedrosa, no Expresso)

Pois sim. Mas o que lêem as pessoas? Numa lista dos 10 mais vendidos na feira, temos: 1 romance terrorista de meter medo para acagaçar vítimas de literatura danbrown mas escrito em dialecto nacional pelo locutor de televisão 6AYHAS1HA8RU, sob o mote “e se a Al-Qaeda (uma coisa que nem sequer existe) tiver a Bomba Atómica? – todo o leitor revolucionário que passa actualmente por insurrecto há-de querer uma, mais não fosse para derreter rodrigues-dos-santos para fora do espaço público. Mas, num processo tecnológico altamente complexo e secretivo, onde se poderá dirigir o comum dos mortais para obter tão sofisticados materiais nucleares? - a Israel certamente, mas o autor da novelesca rábula editorial não menciona essa fonte.

No top racista “Fúria Divinafoi a treta que mais vendeu para as crianças grandes, depois da colecção para crianças pequenas “Aprende com o Professor Girassol”. Nos restantes títulos, temos: uma estrela de música-pop-Disney, um outro livrito com 69 contos sobre Sexo; um sobre “Empreendorismo e Inovação”, respigado do discurso oficial para a garotada adolescente (temos mercado porque “35% dos portugueses sonham ser patrões deles próprios” (1); passando por alguns outros de banda desenhada, até chegarmos finalmente ao primeiro livro, o 10º em vendas, escrito por alguém honesto: Júlio Cortázar, com o “Jogo do Mundo”. A preclara editora Leya gaba-se de ter vendido mais de 100 mil livros nesta feira. Depois de ter destruido recentemente milhares, colocou agora alguns remanescentes impróprios para o mercado em bancas de refugo para venda ao desbarato. Entre eles estava a melhor edição portuguesa de sempre do “Rei Lear” traduzido e anotado por Álvaro Cunhal (Caminho, 2002)

Biblioteca Itinerante
- óh sr. Silva mostre-me lá que livro é que leva aí escondido
- ora, para que é que quer ver? A menina nem sabe ler
- e qué quisso interessa? Posso ver os bonecos…
- prontes, tome lá, é o Kamasutra
- pensei que tinha dito Brecht, que me soa assim a coisa partida
- ou Shakespeare
- santinho !!
- ...
(1) Segundo um estudo da Kelly Services, uma multinacional de “recursos humanos” (em termos clássicos: mão-de-obra assalariada à peça), “35 por cento dos portugueses gostavam de ser patrões de si próprios e olham com mais atenção para essa possibilidade nesta altura de crise” (fonte)

segunda-feira, maio 24, 2010

as 1001 maneiras de cozinhar comunistas

“Não pensamos que a sociedade esteja dividida entre bons e maus. A divisão não é essa. Dividimos o mundo, fundamentalmente, entre classes, entre exploradores e explorados. Uns que vivem do trabalho dos outros e outros que trabalham para que outros vivam”
(Álvaro Cunhal, 1976)

A história do movimento operário português está longe de se esgotar no “cunhalismo”, desde a formação do proletariado (1860-1910) à experiência anarquista na república (1910-1926), e à resistência anti-fascista (1926-1940), até ao movimento de apoio dos comunistas ao governo de Salazar, caso a soberania nacional viesse a estar ameaçada (Bento Gonçalves) e ao respectivo declínio da luta contra a ditadura quando o comité central se reduziu a cinco elementos (1940-1955). Álvaro Cunhal chega com a nova estrutura do proletariado no pós-guerra e com a degeneração revisionista do Partido da classe operária (1955-1966). É neste ponto que existe uma ruptura com a tradição bolchevique da independência da classe dos trabalhadores em relação à pequena e média burguesia. No contexto do conflito Sino-Soviético existe também em Portugal um cisma que divide o PCP. Depois de 1956 a corrente politica pró-Maoista começa a questionar a linha do PCUS, e após o XX Congresso, nomeadamente a chamada coexistência pacífica entre classes sociais. A partir do 7º Congresso da Internacional Comunista em 1935 o búlgaro Georgi Dimitrov tinha proposto, tendo sido aprovada, a incorporação dos partidos comunistas a plataformas conjuntas com a social-democracia. Essa orientação interclassista rompe com o princípio leninista da independência de classe e marca o inevitável declínio do movimento revolucionário – a nefasta “Frente Única” que falhou primeiro em França e teve o seu primeiro ensaio de força na guerra civil de Espanha

Em ruptura com o PCP o militante dissidente comunista Francisco Martins Rodrigues funda o primeiro partido maoista em Portugal em 1964 contra a teoria cunhalista do 'levantamento nacional', defendendo a independência de classe na luta contra a ditadura. A ruptura com o Partido Comunista Português veio ainda antecedida de discrepâncias com a linha do partido face à guerra colonial. Propunha-se então a insurreição popular armada como via para a oposição à política colonial da ditadura portuguesa, em apoio aos povos africanos que enfrentavam o colonialismo português”. De regresso Martins Rodrigues é preso quando desencadeava acções contra a Nato a cujas estruturas Salazar sonegava equipamento militar para prosseguir o esforço de guerra.

Por contraste, Carlos Brito conhece Álvaro Cunhal em Paris em Outubro de 1966, depois de sair da prisão de Peniche e “é enviado com toda a rapidez para Moscovo para frequentar um curso politico para estrangeiros” (pag 24). É a história enaltecedora da amizade entre estes dois homens que Carlos Brito vem agora contar em livro, oportunamente a ser lançado com a presença do candidato “reformista” Manuel Alegre - ou seja, mais um sapo a engolir pelos comunistas na longa lista que já levam no pós 25 de Abril, precisamente numa altura de crise em que cresce a adesão dos trabalhadores ao movimento comunista independentemente da orientação das direcções partidárias.

Está vista a razão porque só agora, cinco anos precisos após a morte de Cunhal, o “renovador” ex-pró-URSS revisionista Carlos Brito vem fazer a elegia do mestre. Citando do livro subtitulado o último dos “sete fôlegos do combatente”, os “sobressaltos ideológicos e viragens tácticas”... fizeram do partido o mais fiel colaborador do regime. Comentando o regresso de Cunhal à direcção em 1999 para corrigir desvios diz-se que foi “imposta a férrea obediência da ortodoxia conservadora”. Invertendo os papéis, os “novos reformadoresé que são “revolucionários – mas que dizer do autor e da estrutura monolítica de um partido que conserva Carlos Brito como porta-voz do grupo parlamentar durante 15 anos a fio? E de Carlos Carvalhas, o cinzento Secretário-Geral que exerceu o cargo durante 12 anos, desde 1992 à data de resignação em 2004, e é referido como “tímido e hesitante na sua simpatia pela renovação” (pag. 16).



Depois do 25 de Abril o PCP instituiu-se como uma conceituada escola de reformistas para abastecimento ideológico da burguesia. A lista de dissidentes é imensa e os serviços prestados “ao grande capital” (usando a expressão de Vital Moreira) são inestimáveis.

Basta a qualquer um apresentar o diploma de frequência no PCP para que todas as portas das secretarias e ministérios lhes sejam franqueadas. E a completar o quadro a imprensa cor de rosa-e-laranja alimenta-se dos escritos de tão conceituados autores para diversão dos leitores compulsivos de embustes. Como “peixes na água” das nuances de cada partido operário, dos revisionistas de sempre chegam-nos ainda ecos da Conferência dos Partidos Comunistas e Operários da Europa realizada em Praga em 1967: “a ditadura fascista utiliza a violência para se manter no Poder, por isso só pela violência pode ser derrubada” (da tese apresentada pelo PCP, pag.26). Não vale o esforço de ir mais longe no “Rumo à Vitória" (pag. 83). Decididamente o discurso nunca coincidiu com a prática
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domingo, maio 23, 2010

uma estatística oculta... um ano depois

Imagine se alguém no governo actualmente contasse a verdade acerca de como os Bancos usaram o dinheiro das ajudas do Estado... Sim, por acaso existe quem num governo federal dos EUA o fez: Neil Barofsky, o inspector nomeado por Bush para a aplicação do programa de dinheiro TARP (23,7 Triliões de dólares!). É caso para uma interrupção nos noticiários. Diz o entrevistado, (em Junho de 2009), haver indicios de uso criminoso dessas "ajudas": "Como em qualquer outra organização, os governos provavelmente contam entre os seus quadros com mais de 10 por cento de delinquentes e psicopatas, 80 por cento de cromos paus mandados que andam ali por andar, enquanto as personagens decentes somam os restantes 10 por cento" - como o entrevistado neste video. Surpreendentemente, apenas raras vezes os bons dos 10 por cento são colocados em posições de responsabilidade. Certamente esses desejariam contar-lhe a verdade, mas só se alguém estivesse disposto a perguntar-lha...

sexta-feira, maio 21, 2010

Capitalismo precário

“O princípio de acumulação infinita de capital que define o capitalismo é sinónimo de crescimento exponencial, e por último, como o cancro, conduzirá à morte. John Stuart Mill, que reconhecia isto, imaginava que “um estado estacionário nos negócios poria um fim neste processo irracional”. Lord John Maynard Keynes partilhava esse optimismo da Razão. Mas nenhum deles dispunha de elementos para compreender como no futuro o capitalismo poderia prevalecer. Por contraste, Marx, dando a devida importância à emergência da luta de classes, conseguiu imaginar o retrocesso da classe capitalista” (1), que se encontra hoje nas mãos da oligarquia monopolista governante.

O estudo do processo de acumulação, o qual é sinónimo de criação de riqueza para uns e de pobreza para muitos outros, apetrecha-nos com o enquadramento objectivo das lutas contra o capitalismo. Mas este modelo de acumulação (2) esclarece-se também ele mesmo atendendo ao actual modo global – a teoria imperialista de Lenine – pelo contraste do crescimento entre a afluência de sociedades ao centro económico do mundo que beneficia das “rendas” imperialistas, e a miséria das sociedades nas assim designadas periferias.[Exemplo: as elites nacionais portuguesas endividaram o país ao centro capitalista para sonegarem ao Estado condições excepcionais de remuneração, enquanto na fase seguinte de pagamento da dívida pretendem que ela seja paga por todos que não usufruiram outras mordomias que não as produzidas pelo seu salário de trabalho]. O conflito centro-periferias (3) converteu-se entretanto no eixo central para se perceber a alternativa entre o socialismo e a barbárie exercida sobre a grande mole de pobres que são obrigados a pagar enormidades em impostos para sustentar os muito ricos do centro capitalista. Se nos dizem que “o mundo mudou abruptamente” (4) nós trabalhadores dizemos que tem efectivamente de mudar, por forma a cumprir o legado de Marx, que é o de fazer retroceder de vez a classe dos capitalistas privados.

(1) Samir Amin, “Size the Crisis!”, Monthly Review, Dezembro de 2009
(2) Dizem ser imprescindivel haver crescimento (eterno, como o capitalismo) sem o qual não se resolverá a crise. Cobrar exponencialmente mais impostos é o remédio receitado – em vez de regular racionalmente a produção e o consumo. O ramo de negócio do centro capitalista é manter “livre” (isto é, nas suas mãos) estas duas vertentes no mercado.
(3) O problema provocado pelo desinvestimento (na “Crise”), não é actualmente uma diminuição de produtos destinados à procura – mas uma diminuição de procura para os produtos existentes.
(4) Golpe Financeiro concluído: A economia norte americana passará a ser fascista e rigidamente controlada. A economia planificada para a “Nova Ordem Mundialé fascista; portanto, os capitães da indústria no Ocidente estão muito ansiosos para que esse novo sistema se estabilize, pois assim poderão obter lucros ainda muito maiores.

(ler mais)

quinta-feira, maio 20, 2010

como são ridiculas as querelas mais por-cento menos por-cento Sócrates-Coelho

No auge da “crise” e na ressaca da “eleição” do novo Imperador, Obama queria castigar Wall Street pelos desmandos. (queria?). Não se notou nada...

Mais para além da descoberta do esquema Madoff (não houve nada a “descobrir” porque é todo o sistema capitalista funciona assim, pela expansão de dinheiro ficticio sobre valores que não existem), descobriram agora que a outra grande beneficiária da “crise” usava métodos fraudulentos ainda mais radicais – e no ano passado essa empresa, a Goldman Sachs, declarou 3,5 mil milhões de lucros.
É esta ideia que estas empresas bancárias e os seus clientes-investidores de “fundos de risco” fazem dinheiro necrofilizando economias cadavéricas, associando as promessas de pagamento de dívidas em pacotes e negociando estes no mercado bolsista que põe a malta em polvorosa. Ainda por cima quando se enganam e estão em perigo de falência, vem o Estado e ajuda-as com subsidios de milhões. É assim que funciona o mercado livre”. E porque é que é assim? Porque temos governos ilegais, cujos gestores são nomeados pelas próprias empresas especuladoras depois de “serem trabalhados” para simulacros de eleições. Assim sendo defendem os interesses de quem os nomeou e não os do “povo que os elegeu ou elegerá” conforme há por aí ainda muito bos gente convencida.
Porque é que um país como a Grécia, que representa apenas 2% da economia da zona euro e 5 milhões de trabalhadores provoca tantos estragos? Antes disto já tinham falido os Estados da Califórnia (só por si a 5ª economia mundial) e a do Michigan (o centro nevrálgico da indústria de Detroit) e nem por isso se notou grande terramoto...

Follow the Money

Na Europa dizem eles que a principal razão do colapso económico é o risco de contágio da Grécia aos PIIGS. Enquanto os bancos europeus têm a receber da Grécia €147,1 mil milhões (entre dívida pública e privada), de acordo com os últimos dados do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), a exposição dispara para €2,3 biliões quando se juntam os restantes, Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. É uma verba astronómica que representa cerca de quatro vezes os activos do Lehman Brothers quando apresentou falência. As empresas financeiras especulativas, centradas em Wall Street, estão a fazer “pacotes de dívidas" dos países da Europa, ao mesmo estilo que fizeram aos pacotes de dividas dos subprimes, inflacionando, vendendo e livrando-se desses pacotes de dividas no mercado que sabem antecipadamente que as vítimas do crédito não poderão pagar. (Krugman já enviou o recado que os salários em Portugal têm de cair até 30% face à Alemanha). Obviamente, os Estados Unidos enfrentam os mesmos problemas que a Grécia, mas como continuam a ser o centro onde os especuladores estão impunemente situados lá vão aguentando a situação, pagos pelos aumentos extorquidos a todos nós, europeus ou quaisquer outros cidadãos do mundo onde se permita a instalação de bolhas financeiras de que beneficiam no curto prazo as elites locais. Descontado o pré dos lacaios nacionais, o grosso dos lucros do “esquema” são investidos nas guerras de captação de recursos.

Fred Goldstein, o autor de "Low-Wage Capitalism”, fala sobre a “crise económica” no alvo Europa, no Forum dos Trabalhadores Mundiais (WWF) em New York, 14 de Maio:

quarta-feira, maio 19, 2010

Tailândia, um banho de sangue?

o Governo Militar da Tailandia rejeitou a oferta de mediação para conversações com os manifestantes designados (pejorativamente) por "camisas vermelhas", visando "o objectivo de destruir a oposição popular por meio de uma confrontação violenta" (BBC)
Os cerca de 5.000 activistas intrincheirados num quarteirão do centro de Bangkok, que apelam para a realização de eleições democráticas, são conotados com o Partido do Poder Popular destituido do governo em Dezembro de 2008 por uma golpe constitucional supervisado pelos militares. Este blogger (integrado num blogue marcadamente anti-comunista), face à acção directa e à desproporção de forças em presença, faz notar que "neste conflito nenhuma das partes lhe parece especialmente recomendável", porque "os vermelhos", para além de um simples populismo, terão o apoio de um multimilionário - mas esquece-se que foi ele, enquanto primeiro-ministro (enquanto não foi deposto e viu os seus bens e contas bancárias confiscadas) que instalou o Serviço Nacional de Saúde no país, que presta serviço gratuito a mais 2,3 milhões de pessoas - então a classe para que se governa não conta?
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terça-feira, maio 18, 2010

no Dia contra a Homofobia

Hounen Matsuri
culminado pela soleníssima prosápia comunicacional de hora de telejornal, as imediações de Belém ficaram ontem engalanadas de bandeirinhas multicores – para engulho do actual locatário do palácio – que a contragosto saído do armário lá teve de promulgar a legislação que estabelece para tod@s o mesmo direito de acesso aos convénios assumidos em espaço público. Não se compreende porque Cavaco se mostrou relutante, uma vez que o amplo caminho mostrado consagra abertura para outras e mais diversificadas formas de união de facto – como por exemplo a de famílias inteiras com celibatários assumidos pelo uso do hábito (celibatário, nem sempre, nem para toda a hierarquia dos clérigos).

Sua excelência deixou bem explicito que a lei foi assinada a contragosto para não exorcisar ainda maisa Crise” – mais uma banhada ritual apostólica dos publicanos do Reino, que não olham a meios, por muito extravagantes que sejam, ou a escrúpulos por muito milionários que se contabilizem, para estupidificarem cada vez mais os idiotas seguidores e re-eleitores da Seita.

Claro que é dos carcanhóis com que se compram os melões que se trata. Contudo, sobre bens materiais, as fontes primitivas indicam-nos que “as lavagens rituais foram rejeitadas” (Marcos 7-1) e “tudo quanto de fora penetra no Homem não o pode contaminar, pois não penetra no seu coração, mas no ventre e daí é expulso na latrina” diz que disse a instituição chamada Jesus, citado na”boa nova nº7” por Marcos em 18-19
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segunda-feira, maio 17, 2010

José Luís Saldanha Sanches (1944-2010)

“Na realidade a filiação formal dos oportunistas nos partidos operários não os impede de serem – objectivamente – um destacamento politico da burguesia, de serem o canal pelo qual ela exerce a sua influência, de serem os seus agentes no seio do movimento operário
(Lenine, sobre a derrota da II Internacional, 1915)

Saldanha Sanches participou nos movimentos revolucionários universitários que emergiram na década de 70, mais precisamente através da Federação de Estudantes Marxistas-Leninistas ligada ideologicamente ao maoismo. Esteve preso pelo regime fascista enquanto militante do Movimento de Refundação do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses e voltaria à prisão pela nova ordem burguesa capitalista que emergiu com o 25 de Abril em 1974, a qual censurou e proibiu a publicação do jornal “Luta Popular” de que Saldanha Sanches chegou a ser director. Nos debates internos no Partido que antecederam o 25 de Novembro foi conotado com a “linha negra” reaccionária que lutava pela hegemonia no movimento. Outro arrivista chegado à tentativa de restaurar o partido da classe operária, o "camarada" Zé Manel (Durão Barroso) faz-lhe aliás o elogio fúnebre na actual imprensa oficial. Sanches e Barroso foram ambos erradicados de cena pela linha vermelha e praticamente cessou em 1975 a sua participação na Revolução que se antevia - a qual mobilizava grande parte da classe operária.
o PCTP/MRPP foi o único movimento que lutou
consequentemente contra o colonialismo português

A partir do 25 de Novembro Saldanha Sanches teve um percurso linear de quadro médio-superior dentro do regime - professor Universidade Católica Portuguesa, do Zé Luís, de cognome oficial “o Fiscalista Irrascível”, fica para a posteridade uma wiki-biografia toda catita, limpinha e quase expurgada da participação no PCTP/MRPP, à qual se lhe dedica menos de uma simples linha. Mais conhecido por ser comentador de televisão, foi representante do Ministério das Finanças nomeado pelo PS na Comissão destinada à harmonização fiscal da União Europeia. Em 2007 foi mandatário do candidato António Costa à Câmara Municipal de Lisboa. Um dia destes a classe burguesa dar-lhe-á um cosmopolita nome de rua na cidade. Uma tabuleta em cuja base mijam os cães passeados pela trela dos bem instalados na vida.

“O Partido é necessário ao proletariado. Um Partido disciplinado, apetrechado com a teoria marxista-leninista; que pratica a auto-crítica e se mantém ligado às massas populares; um Exército dirigido por tal partido, uma Frente Única de todas as classes revolucionárias e Grupos Revolucionários dirigidos por tal partido – estas são as três armas principais com que temos derrotado o inimigo” (Mao Tsé-Tung, Citações)

Reunião do Comité Central do Partido Comunista da China na actualidade

Logo após o 25 de Abril, a República Popular da China pela voz do comissário dos Negócios Estrangeiros Chi Peng-Fei fazia saber que não estabeleceria relações diplomáticas com o novo regime saído do golpe militar enquanto Portugal não desse a independência às colónias. Logo após a Conferência de Unidade Africana nesse ano Deng Hsiao-Ping afirmava em Julho: “esse direito à independência não pode ser objecto de negociações – Portugal deve repatriar imediatamente as suas tropas coloniais de agressão

*ps - o último conselho de Saldanha Sanches para encher jornal: "o sistema não suporta que Sócrates seja escutado - os partidos têm de ter vergonha e ter cuidado com quem colocam nos postos cimeiros" - uma falácia, porque a erosão ou não do sistema capitalista não depende da nomeação desta ou daquela pessoa, mas do suporte ou da destruição das instituições estruturais que suportam as acções dos nomeados pelos directórios
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sábado, maio 15, 2010

Petróleo !! temos a fome a dar em "fartura"

"Podem decorrer muitos anos, possivelmente décadas, até o sistema recuperar do lançamento desta quantidade de gás e crude"
(Samanta Joye, professora em Ciência marinha)

Titulo da Time: “O que significará o desastre petrolífero nos Estados Unidos para o futuro da Energia?” (1) Uma primeira reacção foi, como habitualmente, medir a catástrofe em termos financeiros. Obama prometeu extrema dureza ao operador da plataforma Deepwater Horizon. Mas algum interesse privado, quanto maior pior, pode medir o rating ambiental do planeta? – a BP não tem dimensão em relação à enormidade do problema, o qual, muito pior que o derrame do Exxon Valdez em 1989, só pode ser comparado em termos petrolíferos ao desastre nuclear de Chernobyl.

Também aqui, numa primeira fase, se pretendeu encobrir a real dimensão do que está a acontecer. Uma das perfurações rompeu um gigantesco depósito subterrâneo no fundo do mar que se pensa conter dezenas de milhões de barris de crude (Bryan Walsh). Quase um mês depois do colapso inicial da plataforma sob a pressão da bolha de gases libertados, um fluxo constante de 800 mil litros diários de crude continua a jorrar do fundo do mar, a mais de 5 quilómetros de profundidade. Irremediável, perante os meios disponíveis, porque esta gruta de petróleo, até onde a tecnologia actual pode sondar, se poderá localizar até 30 quilómetros de profundidade. Chegam agora (via Guardian) as primeiras filmagens sub-aquáticas do desastre do Golfo de México:



Jim Kirwan, um engenheiro especialista no ramo petrolífero entendeu de imediato a magnitude dos efeitos tóxicos no oceano e os perigos para a vida das espécies na natureza: Estão a declarar guerra ao Universo? - o problema persiste, não com o fluxo de 5.000 barris diários como se disse a principio, mas sim de 70.000 barris diários disseminados pelas águas; uma terça parte do liquido existente no Golfo do éxico ja estará contaminado pelo crude e pelos detergentes nocivos à saúde humana usados para dispersar as manchas. Ver esquema de extracção e tentativas falhadas para colmatar os danos aqui.

(1) A catástrofe, pela sua dimensão, chegou ao Congresso dos EUA - Lamar McKay previamente informou Henry Wasman, (porque é que regra geral estes altos cargos são sempre ocupados por judeus?) chefe do Comité do Comércio e Energia da Câmara dos Representantes, que o processo de selagem, iniciado em 19 de Abril, se tinha revelado "insatisfatório", impossivel, como se viu acima - Mais de 100 mil páginas de documentos e testemunhos depois, a investigação realizada concluiu que "as empresas ignoraram avisos de perigo antes da explosão na plataforma petrolífera". Nem poderiam alguma vez ter feito outra coisa no "empreendorismo de mercado livre"

sexta-feira, maio 14, 2010

Fui…

Curiosidades - veja lá se sabia – a parisiense Basílica Católica do Sagrado Coração foi encomendada e construída entre 1875 e 1919 pelo arquitecto Paul Abadie como forma de expiação dos pecados da Comuna de Paris (1789-1795). Que raio de gigantesca catatumba terá a ICAR que escavar para expiar os seus próprios pecados?

de volta ao planeta Terra, aqui está, bem observada, uma informação objectiva: "os Estados Unidos enfrentam os mesmos problemas que a Grécia, diz o Banco de Inglaterra (para ler no Daily Telegraph)
(contudo, os métodos de cura receitados para o problema não serão certamente os mesmos). Adivinhe porquê...
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quinta-feira, maio 13, 2010

"capitalismo sionista" disse ele...

Uma combinação realmente explosiva - os dois conceitos existem e estão bem definidos, cada um deles nos seus contextos próprios - 1. Capitalismo e 2. Sionismo - Que se tenham reunido numa joint-venture para tramar o Nuno Ramos de Almeida e os compinchas sociais democratas dissidentes do 5Dias é de facto lamentável…

* PS. e já agora, a propósito de Sionismo e de poder financeiro ... o homem que denunciou as armas nucleares instaladas em Israel na década de 80, Mordechai Vanunu, foi ontem de novo metido na prisão
* PSS. Por coincidência, também ontem, a cadeia multinacional de jornais gratuitos Metro cumpriu a sua missão de focar Vanunu sob a forma de fait-diver (integrando a estória numa lista de mulheres fatais que se prostituiram como espias) sem dizer absolutamente nada sobre os pontos essenciais do caso:

clique no recorte para ampliar

a radicalização do neoliberalismo

Paul Gauguin, "A Visão Após o Sermão", 1888

A estória que o colunista liberal escreve sobre o Cão (por um passe de mágica transfigura-se num Coelho) que depois de comprado pelo novo dono deixa de ladrar, é uma curiosa parábola sobre o súbito "mandar às urtigas" dos programas eleitorais com que PS e PSD se apresentaram ao recente simulacro de sufrágio – a entrada do FMI na concertação económica da União Europeia e as imposições (1) a que obriga os directórios nacionais, ultrapassando-os (2) – é um claro sinal que a chamada “democracia” no Ocidente está morta e enterrada no sarcófago do totalitarismo de Bloco Central, um caixão esborratado com os grafittis da liberdade bem à medida do modelo imperial-americano.

(3) Mais adequada seria portanto a parábola de Brecht no “Mendigo ou o Cão Morto” quando o Imperador se anuncia no auge dos festejos da vitória e depara à sua porta com o mendigo, pálido, de roupas esfarrapadas, fedendo a miséria. Diz-lhe altivo e magnânimo o Imperador: “Homem, você sabe por que os sinos dobram?” – Sim, responde-lhe o mendigo, “o meu cão morreu”. Claro que a estória do mendigo simbolicamente representa um improvável diálogo da verdade do Povo contra a verdade dos poderosos, mas quem morreu nesta cena não foi um qualquer Passos Coelho tirado da cartola capitalista, mas a possibilidade concreta de se apresentar hoje alternativas que não sejam inseridas e concordantes com a radicalização à extrema direita do modelo económico financeiro neoliberal (4)

(1) Na Grécia, supressão de dois meses de salário na função pública, continuação da venda de parimónio pelas anunciadas privatizações (grande fortunas se continuarão a acumular); na Roménia: 25% de cortes de salários nos trabalhadores da função pública e de 15% nas pensões dos Reformados. Aumento de impostos e inflação generalizada; especulação sobre o custo de vida em toda a zona Euro.
(2) Estados perdem soberania dos seus próprios orçamentos
(3) Um marco histórico: "A Europa (e o FMI) vão dar 750 mil milhões aos paises em dificuldades, mas será isso a salvação?"
(4) "A Europa dá um salto de gigante a caminho de um governo económico comum" foi o titulo de primeira página e tema do editorial do El País

quarta-feira, maio 12, 2010

Ressurreição: a estreita Linha Vermelha

"no alto da montanha em que se haviam entricheirado não vemos inimigos ferozes, mas homens apavorados sejam eles vencidos japoneses ou vencedores americanos. O terror colectivo. Um dos americanos conversa com um japonês agonizante. Em voz baixa, e num tom neutro, diz ao moribundo coisas horríveis. Que ele não tenha esperança em qualquer além que não existe, que tudo o que ele vê e os abutres no céu, são a última coisa que ele verá. Que só o nada o espera e que é um absurdo e irrisório tudo quanto o ensinaram na religião dele. Obviamente, o japonês não percebe uma palavra do que ele diz. O americano fala para si próprio, na crença mágica que temos na força das palavras, mesmo quando aqueles contra quem são dirigidas não nos ouvem. Julga que algum do seu ódio atinge o suposto interlocutor? Que pensará o japonês enquanto o ouve? Perceberá a agressão, o ódio, ou, levado pelo tom de voz, julgará que aquele outro homem o consola à hora da morte? Quando tivemos tempo para pensar nisto tudo, o japonês começa a falar. E é a nossa vez (e a vez do americano) de nada percebermos. O moribundo responde ao ódio com ódio? Fala de si próprio? Tenta transmitir-nos uma mensagem? Pede perdão? Nunca o saberemos. Os dois monólogos fazem-nos perceber que ali há tão só um homem que vai morrer e um homem que por acaso sobreviveu"
Bénard da Costa, sobre a guerra vista por Terrence Malick, hoje à noite na Cinemateca
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Papa, papa milhões de euros

Cavaco no divino olho da re-eleição. Multidões por um preço irrisório (que se pagam a si próprias a sua alienação) são um bom investimento para ambos os apostolados envolvidos: os fundamentalistas da ICAR e os Neo-Conservadores portugueses - o Estado (que haveria de ser democraticamente laico e de todos) como aparelho útil de quem lhe detém o controlo, paga a outra parte do negócio à revelia da maioria dos contribuintes. Para quem não viu... "Sinais de Fogo" de Miguel Sousa Tavares: não contabilizando os custos indirectos, tudo somado, "a visita de Bento16 deverá orçar em não menos de 75 milhões de euros" a desfalcar ao erário público nacional (isto é que vai uma crise!)

terça-feira, maio 11, 2010

Coisas muito estranhas se passam por aqui...

“O processo pelo qual os bancos criam dinheiro é tão simples que o nosso cérebro se recusa a entendê-lo” (John Kenneth Galbraith)

Talvez já frequentemente tenham notado que os edifícios mais extravagantes na maioria das nossas cidades (incluindo em pequenas cidades) são Bancos. É impressionante a forma como os bancos realizam dinheiro acumulando juros, o negócio mais lucrativo conhecido pelo homem. Enquanto a maioria dos negócios têm de construir um produto ou prestar alguma espécie de serviços envolvendo trabalho manual ou conhecimento especializado, os bancos obtêm lucros extraordinários através da simples prática mágica de espalhar dinheiro pelas pessoas, recolhendo e acumulando lucros desses empréstimos

os Iluminados Cavaleiros da Finança

Os Cavaleiros do Templo, entre nós a “cristã” Ordem dos Templários, foram os primeiros banqueiros internacionais. Quando qualquer um de nós analisa o modo como é criado e usado o dinheiro, e como os lucros são gerados pelo sistema de crédito, fica bem claro que a “indústria bancária” é um dos pilares da Nova Ordem Mundial, o coração dos curadores do Templo no controlo dos povos, dos seus políticos e até inclusivamente de muitos países por inteiro. Começa a soar-nos familiar a expressão que os bancos “criam dinheiro a partir do nada, emprestando-o então com o objectivo de, através dos juros, conseguir lucros”. Este entendimento será numa primeira fase difícil de perceber, mas convoque-se a percepção de quanto é enorme o número de fraudes em que a “indústria bancária” está envolvida. Tais jogos fraudulentos têm origem há milhares de anos atrás, e muitas vezes se têm culpado os Judeus pelas práticas de especulação que fazem com o dinheiro, desde imemoriais tempos bíblicos.

“Claro que, os bancos não pagam realmente o dinheiro que emprestam do dinheiro que recebem dos depósitos de clientes. O que eles fazem quando aceitam conceder créditos é aceitar promessas de pagamento emitindo notas em papel para registo futuro, trocando-os pelo crédito que adicionam à conta do cliente que toma o empréstimo”
(Modern Money Mechanics, publicado pela Reserva Federal de Chicago em 2009)

No século X, na época que mais ou menos coincide com a criação da obra Portugal por descendentes de fidalgos franceses (fidalgo= filho de algo), os Cavaleiros do Templo foram os primeiros a figurar entre as tropas de assalto, os Cruzados, que se transformaram nos primeiros banqueiros internacionais na Europa, tendo essa prática contribuido enormemente para a obtenção dos rendimentos que asseguraram a sua importância (3)

No dia 13 de Outubro de 1307, uma sexta-feira 13, os dirigentes dos Cavaleiros Templários foram presos em França por alegada prática de estranhos e satânicos rituais, uma acusação que os mais proeminentes ocultistas da época admitiram ser verdade. Os sobreviventes desses cavaleiros do Templo passaram então a viver clandestinamente e acredita-se que foi dessa raiz que nasceria depois a Maçonaria, outra ordem usada como cobertura para as suas práticas ocultas. Os cavaleiros maçónicos continuaram a operar (e ainda continuam) como uma escola misteriosa pela qual, os que aí são “iluminados”, são habilitados e colocados em posições onde ficam aptos a decidir e escrever a História. Essas misteriosas escolas funcionam como um lugar de aprendizagem de ocultismos teológicos e misticismos (1), mas paralelamente abrangem outras áreas como a ciência, negócios e o sistema bancário (2). Em virtude do negócio bancário ser altamente rentável, e os donos dos bancos não terem de fabricar quaisquer mercadorias ou prestar realmente quaisquer serviços envolvendo trabalho manual, a velhacaria dos astutos homens de negócios modernos viu ali o potencial ilimitado para ganhar dinheiro fácil, envolvendo-se na “indústria”. Gente como Paul Warburg, J.P. Morgan, Goldman&Sachs, os cinco ramos da familia Rotschild (todos judeus) David Rockefeller e outros, monopolizaram a secular “indústria” judaico-cristã que assegura às suas famílias a segurança de rendimentos por incontáveis gerações, conferindo-lhe o poderio para comprar políticos em função dos seus planos pessoais para instaurar um governo mundial sob a égide da alta finança global

(1) "A publicação, em 2000, do estudo teológico sobre a terceira parte do chamado terceiro segredo de Fátima "foi feita pela Congregação da Doutrina da Fé, de que era prefeito o [então] cardeal Ratzinger, pelo que ele está muito por dentro do problema de Fátima”, Cardeal Saraiva Martins, (Ionline)
(2) A Universidade Pontificia Católica (na foto) situada no conjunto palaciano de São João de Latrão em Roma forma, para além de teólogos, milhares de quadros católicos nas mais diversas áreas da economia, distribuindo-os depois pelos diversos países numa lógica em tudo similar à das empresas multinacionais. A biblioteca e a livraria não ficam a dever nada à FNAC; completada com a nova extensão inaugurada por Bento16 em 2007 a instalação possui loja para venda, mais de 600 mil títulos para consulta e outros 40 mil volumes raros dedicados à indústria do cristinianismo.
(3) Literatura e documentários indexados
- Robert Anton Wilson, "O Livro dos Illuminati", Ediç. ViaÓptima
- Manuel Guerra, "A Trama Maçónica", Edit. Princípia
- Moshe Castiel, "O Livro do Apocalipse e a sua Descodificação"
- Filmografia no site "História Real do Mundo"
(4) Este post baseou-se na estrutura e tradução parcial livre do artigo "How the Illuminati Create Unlimited Money" de Mark Dice no Infowars
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