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quinta-feira, maio 27, 2010

o espectro da representação

“Se todos vamos pagar mais pelo pão e pela água, porque não haveríamos de pagar mais pelos nossos 230 deputados que são bens, embora menos essenciais?”
(Manuel António Pina, Jornal de Notícias)

“Se nos propusermos decidir cortes nas funções de representação politica apenas por razões economicistas, a própria ideia de Portugal como nação deixaria de ter razão de existir. Deveria passar a ser qualquer coisa como uma sucursal de uma multinacional americana”
(José Adelinio Maltez, TSF)

o espectro dos conselhos populares continua a andar por aí

Proporcionalmente em relação à sua população Portugal é o país europeu com menos percentagem de deputados per capita (menor apenas na Dinamarca). O problema portanto não é o número de deputados, mas a usurpação das suas funções de representação (1) por regras impostas pelos directórios partidários. Neste processo inquinado pela proporcionalidade eleitoral (2) as legislações produzidas e aprovadas pela Assembleia que haveria de ser do Povo, acabam invariavelmente por ser manufacturadas em escritórios de advogados ao serviço de interesses económicos dissimulados

(1) Na presente situação de agravamento do pec os movimentos sociais de base deveríam criar um movimento "não aos impostos sem representação". (ver história)
(2) por exemplo: com uma área de cerca de 40 por cento do território nacional, os distritos de Portalegre, Évora e Beja em conjunto têm apenas representação parlamentar de 8 deputados num universo de 230
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1 comentário:

miguel disse...

xatoo: "por exemplo: com uma área de cerca de 40 por cento do território nacional, os distritos de Portalegre, Évora e Beja em conjunto têm apenas representação parlamentar de 8 deputados num universo de 230"

Esse é um mau exemplo. Os 3 distritos do Alentejo representam cerca de 33% do território continental mas apenas 8% da população portuguesa.