o 1º de Maio é vermelho
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Numa das principais cidades do coração do centro capitalista global são esperadas cerca de 100 mil pessoas para "uma grande manifestação" na sequência da vergonhosa lei contra o excedente de imigrantes no Estado do Arizona. Para além do número irrisório (80 mil juntou Lisboa no Rossio contra a guerra no Iraque) o dia dos trabalhadores converteu-se ali numa jornada de luta pela aceitação dos trabalhadores estrangeiros que desempenham as tarefas consideradas socialmente pouco dignificantes que mais ninguém aceita fazer. Realmente, numa sociedade onde praticamente ninguém trabalha em produção material (que não seja a indústria da guerra) que raio de sentido fará comemorar o dia do trabalhador não alienado? (fonte)
O Estado vai acudir aos proletários?
da intervenção no lançamento de “A Crise Crónica ou o estádio senil do Capitalismo” pelo seu autor, Tom Thomas:
IV “Abordo aqui a mais falaciosa e mais perigosa fraude difundida por toda a esquerda dita antiliberal, trotskistas incluidos. Segundo esta corrente, o Estado poderia domesticar e limitar a finança e desse modo suprimir o desemprego, ou até mesmo humanizar o capitalismo. Sem dúvida, o Estado tem um papel activo muito importante. Mas esse papel é, e não pode deixar de ser, o da reprodução da sociedade tal como ela é, da sociedade capitalista. A força que continuam a ter as ilusões que imaginam a nação como uma comunidade e o Estado como representante, organizador e garante do interesse geral, mostra a importância de as combater. Este é um ponto essencial que distingue nitidamente o marxismo revolucionário daquela esquerda que se agarra à fórmula viciada do antiliberalismo.
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O que é necessário no imediato não é reclamar ao Estado capitalista mais proteccionismo, mais nacionalizações, mais crescimento, mais trabalho, mas, pelo contrário, apoiando-nos no aspecto positivo que representa a produtividade elevada, exigir para cada um menos trabalho alienante, repulsivo, através da partilha das riquezas que as máquinas permitem produzir com abundância. Trabalhar menos e de outra forma é uma fórmula que resume bem este projecto. O interesse deste livro é pois, em resumo, mostar que a exploração dos proletários pelo capital está a entrar em choque com os limites da relação capitalista, a qual tende a reduzir mais e mais o trabalho operário. Sem o querer, o capitalismo criou um extraordinário potencial de progresso para libertar a humanidade do trabalho alienado, o que equivale, no fim das contas, a abolir tanto o proletariado como a burguesia. (o designio clássico em Marx)
ler também de Tom Thomas:
Trabalharmos todos menos, de outra forma
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4 comentários:
«O interesse deste livro é pois, em resumo, mostar que a exploração dos proletários pelo capital está a entrar em choque com os limites da relação capitalista, a qual tende a reduzir mais e mais o trabalho operário. Sem o querer, o capitalismo criou um extraordinário potencial de progresso para libertar a humanidade do trabalho alienado, o que equivale, no fim das contas, a abolir tanto o proletariado como a burguesia»
Afinal, Xatoo, pé ante pé, vais ficando de acordo comigo.
carissimo Diogo
a abolição das classes sociais será o fim último do comunismo. Não se pode estar de acordo com alguém que se manifesta anti-comunista e que pensa que a tecnologia venha a assumir o primado perante o trabalho do Homem na transformção da natureza em se beneficio geral. Ainda mais, não se pode estar de acordo com alguém que cita o fundador da Ford Foundation e o Klu Klus Klan como fontes como se coubesse aos patrões a condução do processo de libertação dos trabalhadores. Por último, cabe lembrar que a chave para a compreensão do aqui citado está no estudo e interpretação do marxismo.
o que é o Marxismo-Leninismo?
http://accioncomunista.jimdo.com/clases-de-comunismo/marxismo-leninismo/
Pode mesmo passar por aqui: "O que é necessário no imediato não é reclamar ao Estado capitalista mais proteccionismo, mais nacionalizações..."
Saudações
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