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terça-feira, abril 30, 2013

Dizem que Isaltino Morais é um case-study na Justiça mundial

Chegado de Trás-os-Montes ao PSD com uma mão atrás e outra à frente, eleito pela primeira vez para a Câmara Municipal de Oeiras em 1985, re-eleito por sete vezes desde então, o autarca amealhou um pecúlio numa conta na Suiça (1) de pelo menos 1,3 milhões de euros (segundo o que as autoridades descobriram em 2003, faltando-lhes descobrir as outras duas contas conforme o jornal "Independente" denunciou). Foi ministro do actual presidente da Comissão Europeia Durão Barroso. Em 2005 é constituido arguido. Em 2006 a acusação é anulada, só voltando a ser repetida em 2007. Dez anos de processo e 46 recursos depois o nosso Isaltino foi preso mas não aceita que o folhetim judicial seja dado por terminado.

"Se começam a prender os políticos corruptos (2), o que vai ser deste país ? Ficamos sem Presidente, sem Governo, sem Assembleia da República, sem Presidentes da Câmara ... o que vai ser de nós?" (lido no facebook)

Isaltino Morais foi condenado em 2009 a sete anos de prisão e à perda de mandato autárquico por fraude fiscal, abuso de poder e corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais. Quando agora, 4 anos depois, entra na cadeia, a pena transitada em julgado já só está fixada em dois anos de prisão, em Maio de 2012 a acusação pelo crime de corrupção prescreveu e a sentença de perda de mandato foi cancelada. O que possibilita que um cargo público como o de dirigente da Câmara Municipal de Oeiras (3) possa vir a ser exercido a partir da prisão por um cadastrado.

(1) Suiça. Liberdade para entrada de Capital, vedada entrada de Emigrantes europeus. Um novo enxovalho para Durão Barroso. 
(2) Presos VIP prestam serviço público, embora involuntariamente. Urge aumentar-lhes a quota. Bastou o "tio" Isaltino ter sido detido para que a Greve dos Guardas Prisionais e as condições degradadas nas Cadeias comecem a ter alguma ressonância nos Media 
(3) Isaltino está fora da Maçonaria? e está fora da CMOeiras?
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segunda-feira, abril 29, 2013

Vão trabalhar malandros!

O conselheiro de Estado do regime Vitor Bento escreveu um livro intitulado “Euro Forte, Euro Fraco”. Lida e relida  a coisa, o conselheiro da opinião pública para os intelectuais do regime, Pulido Valente, achou por bem, face às razões apresentadas para o descalabro das economias dos países do Sul de Europa (o Euro fraco) e da pujança das economias do norte da Europa (o Euro forte) , de acusar o outro de “vasta ignorância histórica do passado”. As causas do atraso económico português, diz este, deve-se ao facto “do país não possuir reservas de carvão e ferro o que teria possibilitado uma industrialização a sério (1) e de Portugal estar longe das grandes rotas comerciais da Europa (…) e estas rotas não mudaram” desde os primórdios do capitalismo mercantil, ou seja, desde o século XV, considerado como o século de ouro português com os Descobrimentos. Nessa época a Lisboa do estabelecimento da via marítima com a Carreira das Índias, tornou-se efectivamente o centro do comércio da Europa, destronando Veneza e Génova como terminais das vias tradicionais de importação pelas caravanas terrestres de produtos do Oriente.

Replica o outro que não, que as fontes do nosso atraso seriam a “falta de valorização da cultura, a intolerância religiosa, instabilidade politica e uma persistência crónica do analfabetismo”. Um, que o “ler, escrever e contar” não servia rigorosamente para nada num mundo essencialmente rural, e por outro lado instruir os pobres teria fatalmente como resultado a Revolução, como a francesa de 1789, outro manda ler o “Why Nations Fail” e a “The Wealth and Poverty of Nations” (2) – advertindo que “de qualquer modo o meu livro apenas invoca comportamentos inconsistentes para um único sistema monetário”, sendo recomendáveis dois únicos sistemas monetários: um Euro para ricos, outro para Pobres. Despacha-o o outro: “lamento se o ofendi e confesso a minha vasta ignorância financeira”

No conflito entre estas duas partes da mesma coisa conclui-se rapidamente que “isto” (o conflito entre duas abstrações) nem estatuto para debate alcança.
Industria naval em Amsterdam, finais sec. XV
Portugal não tem ferro mas tinha madeira e tem uma das maiores reservas de cobre da Europa. Foi aliás essa a principal razão que trouxe os Romanos ao sul da península ibérica, de onde a sua importância deu a Roma dois imperadores, Adriano e Trajano (e a situação não se alterou se atendermos ao cobre das minas de Neves-Corvo, Aljustrel e S.Domingos, todas aliás exploradas por multinacionais estrangeiras). O cobre troca-se por ferro e carvão, ou o que seja, como sabemos desde a teoria desenvolvida pelo economista David Ricardo. A importância que a Lisboa quinhentista adquiriu foi rapidamente perdida a favor da carreira comercial para Antuérpia operada por companhias estrangeiras. Todos os produtos chegados a Lisboa eram de imediato re-exportados para o norte da Europa, pela simples razão que eram os comerciantes e banqueiros alemães e outros (p/e a casa dos Fuggers) que financiavam à cabeça as expedições dos descobrimentos, desde o ouro da Guiné até às especiarias da Índia. Meros comissionistas, por via dos “empresários” portugueses quase nada lucrou o país pela chamada “epopeia das descobertas” (3). A não ser os hábitos parasitários. Na transição para o século XVI as frotas marítimas de Holandeses e Ingleses já suplantavam em número entre três a quatro vezes as já obsoletas naus ibéricas.

A diferença entre o volume de trabalho no norte assente na ética capitalista protestante é abissal em relação à indolente crendice católica retrógada das elites a sul (4). Supremacia tecnológica instalada, a maior parte do mundo descoberta pelos latinos, a Holanda não tinha nem ferro nem carvão e em Inglaterra este último minério só viria a ganhar importância dois séculos depois. A desvantagem económica foi corrigida pela pirataria. Não tendo descoberto nada, roubar os espanhóis e os portugueses tornou-se uma questão estratégica (4). Francis Drake, o mais famoso dos piratas seria erigido em Cavaleiro da Rainha Elizabeth I em 1581. Atacado por holandeses e ingleses Portugal ia perdendo possessões ultramarinas, a Bahia, Pernambuco e o Maranhão no Brasil, Ormuz e Macao no Oriente, a feitoria da Mina na Guiné, Luanda que garantia o fornecimento de escravos. Um ano depois da derrota da Invencivel Armada a expedição Drake-Norris aportou a Lisboa, atacando depois os Açores onde Hawkins estabeleceu uma primeira base paramilitar que lhes viria a assegurar o monopólio das rotas comerciais para o Novo Mundo e algumas décadas depois a nossa “independência”. O declínio dos portugueses consumou-se aqui; na expressão de Adam Smith: “o trabalho dos homens livres acaba sempre por sair mais barato do que o dos escravos”.

Trabalho é a palavra chave que não é grafada uma única vez por Vitor Bento ou Pulido Valente. Diferentes regimes de encarar o Capital podem produzir diferentes soluções para os mesmos problemas (5), mas Bento e Valente representam apenas a mesma cara filha uma da outra, de duas correntes: o Conservadorismo que se apoia na ideia de monarquia sinárquica e o Liberalismo cujo êxito depende da exploração imperialista das trocas desiguais, subjugando outros povos, desde Hobson com o colonialismo até à sua liquidação com o Lenine do internacionalismo proletário. Esta última é a verdadeira alternativa às outras duas forças em confronto na organização económica e social - o Marxismo, a filosofia assente no Trabalho no qual em última instância radica a única criação de Valor em economia.
notas:
(1) Não é certo, desde Spengler, passando por Ilitch e Habermas até Boaventura Sousa Santos, que a industrialização só por si seja um factor de desenvolvimento social. Uma vez que as máquinas (capital fixo) nada determinam, mas sim a questão da sua propriedade por esta ou por aquela classe social
(2) “A Riqueza e a Pobreza das Nações”, David S. Landes, Ed. Gradiva, 2001
(3) “Relações Internacionais”, (as três teorias em confronto) de James E. Dougherty e Robert L. Pfaltzgraff Jr. Ed. Gradiva, 2003
(4) "Império", de Niall Ferguson,
(5) Ironicamente, as nações que tinham começado tudo, Espanha e Portugal, acabaram perdedoras. Aí reside um dos grandes temas da história da teoria económica. Todos os modelos de crescimento, no fim de contas, sublinharam a necessidade e o poder do capital – o capital como substituto do trabalho, possibilitador de crédito, bálsamo de projectos frustrados, redentor de erros: “Se a Espanha (que abastecia de ouro e prata toda a Europa com os famosos reales a ocho) não tem dinheiro, nem ouro nem prata, é porque tem essas coisas, e se é pobre, é porque é rica. (…) Podia pensar-se que alguém quis fazer desta república uma república de gente enfeitiçada, vivendo fora da ordem natural. – Martin Gonzalez de Cellorigo, 1600” (citado em “O Declinio das Potências Peninsulares”, de David S. Landes)
(6) Não havia comparação possivel entre a nossa Ribeira das Naus e os estaleiros de construção naval de Amsterdão (na gravura) e Greenwich, em volume de negócios, trabalho empregue e capital investido.
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domingo, abril 28, 2013

39 anos volvidos...

na madrugada do golpe militar de 25 de Abril de 1974, seguido de um forte levantamento popular, o Comité Lenine do MRPP distribuiu à classe operária e aos trabalhadores portugueses um comunicado que urge reler e reflectir sobre o que nele já se denunciava... para, hoje, podermos criar as condições de unidade na acção e na base dos princípios que previnam os erros e desvios que foram cometidos no passado

2013. "Garcia Pereira denuncia as medidas demagógicas ditas de "crescimento" do Governo. Tudo conversa fiada. Garcia Pereira considera ainda que estas "remodelações" governamentais são simples mudanças de caras, a política criminosa do governo continua na mesma."

sábado, abril 27, 2013

mentir-nos com técnica apurada até se tem tornado divertido...

... porém para aturar bojardas básicas despejadas por aldrabões desqualificados é que já não há paciência.

Maria Luis Albuquerque veio à televisão afirmar que no caso da burla através dos "swaps" esta se ficou a dever a contratos assinados no período correspondente ao interior governo, quando de facto os gestores envolvidos são em grande maioria do seu partido
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o Estado Policial e Securitário aponta para mais um objectivo: a Constituição

Sob o pretexto dos atentados na Maratona de Boston (mais uma Black Operation feita por operacionais da Blackwater), o mayor Michael Bloomberg, em conferência de imprensa sobre a “monitorização das comunidades muçulmanas de New York e defesa contra outras tácticas agressivas”...
...disse que “a interpretação da Constituição do país tem que mudar para permitir maior segurança para evitar ataques futuros (…) As pessoas que estão preocupadas com a privacidade têm uma preocupação legítima (…) vivemos em um mundo complexo e muito perigoso onde temos de ter um nível de segurança maior do que o que tínhamos em tempos passados (…) o resto do país precisa aprender com os ataques à bomba de Boston (…) Sabemos que existem pessoas que querem roubar-nos as nossas liberdades (…) os nova-iorquinos após a terrível tragédia do 11 de Setembro sabem disso provavelmente melhor que ninguém”



"Os pontos de abrigo era muito ruins e deram ao povo a noção de que estávamos sob algum tipo de ataque militar", corroborou o governador civil de Boston mas que "houve uma resposta que fez da cidade um lugar mais policiado e seguro que Londres durante os bombardeamentos alemães na Segunda Guerra Mundial” (sic)

O que é que estes dois tipos pretendem dizer na verdade? – que vamos suspender os direitos civis de protesto e manifestação, o direito de porte de armas para defesa pessoal num país com altos níveis de criminalidade, que vamos acabar com a privacidade dos cidadãos e com os julgamento pelos tribunal do júri, cabendo às autoridades a condenação imediata de dissidentes “para proteger o povo de terroristas”. E por que é que precisamos ser protegidos de terroristas? Porque eles odeiam a nossa liberdade - "Sabemos que existem pessoas que querem tirar a nossa liberdade" – O mayor Bloomberg, por exemplo

* Enquanto o alarido mediático se foca em Boston, a administração Obama na sombra aprova o projecto CISPA de controlo de informação pela Internet 
relacionado:
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sexta-feira, abril 26, 2013

o discurso do sr. presidente da república é típico do Ladrão que mais grita Agarra que é Ladrão. Entretanto os seus homens vão-se escapando com o produto do furto

Fazia tempo que não se ouvia falar no consultor do governo para as privatizações, de seu nome António Borges, funcionário nº 2 para a Europa do banco norte-americano Goldman Sachs (1) (quem entra para o Goldman jamais deixa de exercer o cargo: passa a ser seu representante em missão externa).

Haverá mais, quando um dia lá mais para a frente se descobrir as comissões (neste caso das swaps 2% à cabeça sobre o volume total do crédito) e negócios ocultos desta personagem nas privatizações de empresas nacionais fulcrais para uma gestão soberana da economia nacional. Porém, para já, o que se descobriu foi que o Goldman Sachs com este governo (sob o mote e contratos celebrados por anteriores governos - de Barroso em 2001 até 2011 com Sócrates) já "limpou" cerca de 100 milhões de euros em juros ao erário público (só sobre empresas públicas). Mas este é apenas um grão de areia, há muitos mais, com muito mais gente envolvida e responsável (2) pelo mesmo tipo de negócio ruinoso celebrado com quase todos os grupos de banqueiros internacionais que lançaram a "crise": o Merryl Linch, o J.P.Morgan, o Credit Suisse, o Deutsche Bank, Santander, Barclays Bank, ABN-AMRO Bank, o BNP Paribas, etc, incluindo bancos nacionais que lhes seguiram o exemplo como a Caixa Geral de Depósitos (3)

Como funciona?
"Imagine que tem um crédito à habitação indexado à Euribor a 6 meses e quer proteger-se de uma subida dos juros, para que não tenha de suportar custos adicionais caso a taxa supere os 2%. Para isso, contrata um instrumento financeiro junto de um banco que lhe paga sempre que a Euribor supera os 2%. Mas a operação tem riscos, todos os meses em que a Euribor se fixa abaixo dos 2%, é você que tem de pagar ao banco. É deste modo que funciona um "swap" de taxa de juro que, na prática, permite transformar uma taxa variável numa taxa fixa"
(1) O presidente da Agência Governamental que faz a Gestão da Dívida Pública - João Moreira Rato - é também funcionário do Goldman Sachs, auferindo pelas suas funções no Governo português o salário de 10 mil euros mensais (fonte cm 
(2) Para além do dr. Rato (acima referido), outros nomes ligados ao P"SD" como Marco António Costa, Maria Gorete Rato, José Silva Rodrigues, o incontornavel Valentim Loureiro, Rui Rio, Narciso Miranda (P"S" para variar), Maria Luis Albuquerque e outros, num total de 170 indiciados, estão também envolvidos na burla dos swaps, (não tem outro nome) permanecendo contudo intocáveis nos seus lugares...
(3) No editorial do "Público" este jornal apressa-se a sugerir que "pode não haver dolo"... Como assim não há dolo e portanto culpados?
(4) Os 15 seguros de crédito no Metro do Porto, uma empresa que acumula perdas de 832,4 milhões de euros com o negócio das swaps, foram contratados com assessoria da empresa de advogados do eurodeputado do P"SD" Paulo Rangel, do qual é também sócio António Vitorino (P"S")
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quinta-feira, abril 25, 2013

Sorria, Vc está a ser Comemorado...

Sobre o 25 de Abril, uma breve nota, só para dizer que o sub-capitalismo português em 1974 caíu de maduro, de inacção e de ingerência estrangeira às mãos da tropa - o capitalismo português carecia de modernização. Então, livre de cretinos, fascistóides, corruptos e assente no mérito das elites, é esse capitalismo de vanguarda e de inovação que temos hoje em Abril de 2013

outras efemérides:
25 de Abril de 1898 - o Congresso dos Estados Unidos declara guerra à Espanha na 1ª batalha imperialista, pela posse de Cuba 
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quarta-feira, abril 24, 2013

O controle político da Europa por políticos e governos confiáveis dos bancos anglo-americanos.

A austeridade não pode funcionar, a resistência na maioria dos países do Euro está a crescer. O próprio agente do dólar que preside à Comissão Europeia já veio também dizer que novas medidas de austeridade já não são mais aplicáveis. Isso soa tudo muito forte para que uma mudança fundamental na Europa esteja para acontecer em breve.

O saque de títulos públicos de divida europeia

Graças a um Decreto (de Dezembro de 2012) do governo da Itália neocolonial do ex-banqueiro Mario Monti, os investidores (estrangeiros ou nacionais, mas mais estrangeiros evidentemente) em títulos de dívida pública superiores a um ano podem encurtar o prazo de pagamento dos juros e outro capital exactamente como aconteceu na Grécia. O decreto assume uma disposição do Tratado de Lisboa que estabeleceu o MEE (Mecanismo Europeu de Estabilidade), assinado pelos governos subservientes da zona euro, que prevê, em caso de crise, a activação de "cláusulas de acção colectiva" para alterar as condições de pagamento das obrigações. E assim, depois dos títulos e do dinheiro deixado nas contas correntes de depósito, mesmo o dinheiro investido em títulos do governo corre substancialmente o risco de expropriação. Para deleite e proveito dos famintos comissionistas europeus. Tudo sob a direcção do autêntico manicómio em que se converteu o BCE orientado pelos homens da Goldman Sachs.

Os agentes de Merkel deixam transparecer que dentro de cinco anos, senão antes, o Euro terá desaparecido 

O corrector Maurizio Mazziero fez uma análise financeira original muito clara. O que era suposto ser feito pela grande imprensa europeia: verificar os rumores desencadeados em Chipre de que não há nenhuma norma que evite o confisco automático das contas bancárias à ordem em caso de agravamento da crise para uma assumida bancarrota. Depois de verificar as contas pelo sistema de “bots” (diminuitivo de robots), mesmo os títulos de dívida emitidos pelos governos deixam de ser seguros.

Mario Draghi, o cowboy de plantão ao Euro
Em relação à Alemanha, um país já de há muito neocolonizado, que só acabou de pagar a dívida da 1ª Grande Guerra (perdida em 1918) em finais de 2010 e cuja dívida contraída com a derrota na 2ª Grande Guerra parece ser de pagamento eterno, a situação não parece estranha.
Porém, e a França? A França não perdeu a guerra… O governo de “esquerda” da França obteve agora autorização do BCE de Mario Draghi (outro agente da Goldman Sachs) para imprimir dinheiro directamente para entregar aos Bancos do país para os preservar do colapso. A partir de agora, através de títulos de programas especiais, a França pode emitir moeda em quantidade praticamente ilimitada. É um negócio feito por bancos-sombra que criam uma nova “bolha” de muitos milhares de milhões. O objectivo do BCE é evitar que a Alemanha interfira com a salvação financeira da França, dizem eles. (fonte) 

a História não se repete?
relacionado:
* os Bancos não Emprestam, o Governo não presta e a Economia desistiu de Empreender
* Swaps: "ex-governantes não fizeram apenas cobertura de risco, pelo contrário, arriscaram o que não deviam"
* 3 mil milhões de prejuizos para o Estado? no jogo das Swaps nem todos perderam: a TAP e as Estradas de Portugal ganharam 5,7 milhões e 14,6 milhões, respectivamente 
* Crise dos Bancos, especulação tranferida para o Estado: «Existem centenas de contratos especulativos celebrados por empresas públicas, ao longo dos últimos 10 anos, que serviam para constituir verdadeiros «sacos azuis» utilizados em despesas confidenciais no funcionamento das empresas públicas e em remunerações de elementos de alguns conselhos de administração. O buraco encontrado, que já vai em 3 mil milhões de euros, ameaça ser mais grave do que o prejuízos causados ao país pelo BPN (...) Os empréstimos, considerados complexos, colocaram empresas públicas a pagar juros superiores a 20% a bancos estrangeiros» (CM) 
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terça-feira, abril 23, 2013

"A catástrofe iminente e os meios de a conjurar"

Este ano o PIB da Alemanha é inferior ao mesmo periodo do ano passado. O motor da economia capitalista europeia entrou em Recessão, é oficial. Se a crise se instala na Alemanha (terreno seguro para o imperialismo yankee) toda a Europa corre o risco de entrar num caos.

O artigo 123 do Tratado de Lisboa estabelece que todos os membros da Comunidade Europeia deixaram de ter o direito de pedir emprestado aos bancos centrais. Até aqui os Estados, na União Europeia, não podiam pedir dinheiro directamente emprestado ao BCE, apenas o podendo fazer através dos bancos privados com juros de 1% - e por sua vez estes emprestavam-no ao Estado com juros 5 ou 6 vezes maiores. A tão propalada falta de liquidez da Banca para acudir ao financiamento das pequenas e médias indústrias prende-se com a obrigação de esse mesmo artigo 123 obrigar a pedir financiamento nos “mercados financeiros” com juros muito mais elevados. Não havendo crédito, as empresas mais pequenas são obrigadas a declarar falência, os gigantes do comércio internacional ocupam o seu lugar na cadeia de produção e distribuição, a grande maioria de capital norte-americano ou seus agentes. Concentração de capital na mão dos maiores e mais ricos, é disto que trata a “Crise".

Obviamente, os “mercados financeiros” são abastecidos e operados pelas grandes financeiras imperialistas, bancos multinacionais privados e sociedades de investimento privadas como o famigerad Goldman Sachs (do qual Mario Draghi hoje director do BCE é funcionário), o JPMorgan Chase, Wells Fargo (donos do Wachovia), Citigroup, US Bancorp, Ally Financial, GM Acceptance Corporation, One West (de George Soros), HSBC, Deutsche Bank, PNC Bank, Bank of America, etc. etc. tudo isto funcionando na órbita da Reserva Federal que imprime dólares sem quaisquer restrições e os coloca directamente nas mãos do governo dos Estados Unidos para assim se poder financiar sem limites as guerras de ocupação neocolonial em curso. É de uma guerra social que se trata - "Há guerra de classes, com certeza, mas é a minha classe, a classe rica, que faz a guerra, e estamos a ganhá-la", dizia Warren Buffet em 2006.

O simples pagamento dos juros desses empréstimos aos “mercados financeiros” representam hoje a maior despesa do Estado nos países periféricos (em Portugal 70% do PIB é para pagar juros) e da segunda maior despesa do orçamento dos países socialmente mais evoluídos, onde a primeira despesa continua a ser a do Estado Social, como no caso da França, onde agora a “dívida” custa 89.000 € por minuto, fruto do artigo 104 º do Tratado de Lisboa, que é a origem da dívida de somas astronómicas em que incorre o Estado para o pagamento de uma dívida que não deveria existir. Por este contador da dívida pública francesa conclui-se que cada habitante deve 28.166,65 €uros. O rácio entre a dívida mais elevada e o menor número de habitantes coloca os portugueses a dever verbas bem maiores, embora a grande maioria dos portugueses não esteja a dever nada.

Veja-se como a “crise económica” – a maior fraude e roubo de todos os tempos - já destruiu a Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, alastra a Itália e ameaça toda a Europa. E, perante a ameaça, o controlo dos meios de comunicação, jornais e televisões desviam a atenção para os falsos problemas como a pequena corrupção (ao pé do banco Wachovia, que lidera a criação de uma bolha financeira de milhares de milhões na Colômbia a cobrar dentro de uns anos, o Isaltino ou o Lula não têm nem sequer estatuto para pilha-galinhas) enquanto os verdadeiros problemas como o saque das populações pelos mecanismos da dívida passam ao lado. As questões fulcrais, como a perda da soberania politica de cada comunidade devido a um bando de vendidos e traidores e da consequente perda de soberania monetária não são minimamente processados.

E assim vamos, enquanto os xicos espertos no Parlamento burguês palram sobre não questões como o crescimento, "as pessoas acreditarão naquilo que os Media pretendem que elas acreditem”, para citar George Orwell

A 22 de Abril de 1870, faz hoje precisamente 143 anos (e 1 dia), nasceu Vladmir Ilitch Ulianov, que ficaria mais conhecido pelo seu petit-nom de militante revolucionário: Lenine... "A Fome Aproxima-se" assim se iniciava o primeiro capitulo do livro que emprestou o titulo a este post, e no qual Lenine em Setembro de 1917 avisou para a catástrofe que se estava a abater sobre a Rússia. A primeira medida do governo revolucionários dos Sovietes, após as hesitações "democráticas" do governo provisório burguês, foi suspender de imediato o pagamento da dívida que as potências capitalistas tinham lançado sobre o povo Russo durante os tempos da degradante submissão Czarista
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segunda-feira, abril 22, 2013

a Vida Própria e Complexa das Bitcoins (as Moedas em Bytes Electrónicos)

Na década de 90 os académicos norte americanos Chris Langton, Murray-Gell-Mann, James Gleick (1), entre outros, reuniram-se em torno do ensaio “Complexity, Life on the Edge of Chaos”.

Partindo do princípio que o Macrocosmos, para a nossa dimensão e estádio de compreensão actual, é completamente ordenado, e que o Microscosmo se verifica ser totalmente aleatório, o grupo concluiu que, interagindo entre os dois extremos, algures a meio, se situa um estádio de complexidade e equilibrio que permite a Vida. Só se podem compreender os sistemas complexos usando computadores sofisticados, porque eles podem ser altamente não lineares (conferindo complexidade à teoria da evolução), estando portanto para além da física clássica na análise matemática-padrão. A tese é suportada pelo facto da maior parte da Natureza ser constituída por sistemas dinâmicos não-Lineares.Da interacção dos componentes do sistema onde o individuo se movimenta emerge uma espécie de propriedade que abrange a sua totalidade como uma estrutura emergente; qualquer coisa que não poderia ser previsto a partir daquilo que sabemos das partes componentes. Esta “vontade própria de um sistema”, organizada em si e invisível, sem necessidade da organização de indivíduos organizados, é como se fosse guiada, de novo, pela famigerada “mão invisível”, a mesma que fundamentou a economia capitalista moderna e os mercados financeiros ultraliberais.

Na evolução biológica, a experiência do passado está comprimida na mensagem genética codificada no ADN. No caso das sociedades humanas, os componentes esquemáticos são as instituições, os costumes, as tradições e os arquétipos das mitologias. Este agregado é, com efeito, uma espécie de ADN cultural. Interagindo com o ambiente, indivíduos e sistema “aprendem” com a experiência e como resultado adaptam-se aos novos padrões do paradigma emergente. Aquilo a que os matemáticos chamam atractores, estados em que os sistemas acabam por assentar por fim, dependendo das propriedades do próprio sistema. Agentes distractores que “pensem” fazer uma revolução munidos apenas de uma causa, esqueçam. Ou então lembrem-se a História está repleta de exemplos de grupos sociais que atingem altos níveis de auto-organização e depois colapsam – caos instalando-se ocaos por longos períodos de êxtase, pontuados aqui e ali por períodos de mudança brusca à procura de uma nova Ordem com tendência resiliente de manter a maior parte da desordem anterior.

Munidos da filosofia conjugada do Principio da Computação Universal (A Máquina de Turing (2) e da Dinâmica dos Autómatos Celulares de Von Neumann (a baixa velocidade temos um fluxo de informação regular, a alta velocidade temos turbulência), os nossos académicos do Instituto de Santa Fé concluíram que a chave-base na organização da vida estava na quantidade de informação e na velocidade a que esta se processa. tentam manipular o “jogo da vida”, isto é, introduzindo grupos de algoritmos em computadores, verifica-se que estes interagem entre si gerando novas sequências, ora avançando numa infinidade de padrões, ora desconstruindo-se quase até ao colapso. Verifica-se que pequenas cascatas de mudanças desencadeiam completas avalanches, equivalentes a extinções em massa, mas mantendo sempre a capacidade do sistema para se regenerar. É isto a criatividade da Evolução ad infinitum?

Conciliar as leis mecanicistas de Newton com a ciência da Termodinâmica

Contem o número de células do organismo, e depois as funções especializadas que todos os organismo podem desempenhar. Temos processamento de informação no seio dos organismos, dentro das células dos organismos e dentro de redes de unidades constituídas por muitos organismos; a Consciência é aqui o maior enigma, que emerge desse quilograma de matéria cinzenta húmida chamada cérebro, um pequeno computador pessoal não confiável que pode ser programado a partir de falsidades, ou de ideias apropriadas. A computação é mente.

o Progresso, na velha ordem apenas linear é uma ideia nociva culturalmente encrustada, impossível de avaliar e de grandeza não operativa, que deve ser substituída. O climax de uma espécie em progresso é o processamento de dados e informação. Da reformulação da teoria de Darwin, traz-se estabilidade do nivel inferior para o nivel superior na hierarquia bio-ecológica, culminando na Gaia-Ciência. Phil Anderson, um defensor da tese da Gaia, a deusa Terra como um super-organismo que mantém o equilíbrio global, acredita que os indivíduos como especimens de um grupo actuam num modo estreito, darwiniano e egoísta, de tal sorte que farão batota em prol de um ganho próprio, mas um eco-sistema chega a um estado colectivamente benéfico, se estiver controlado através de vastas redes de interações onde se insere. Per Bak, autor da teoria da “Criticalidade Auto-Organizada” nota que um único algarismo pode perturbar o sistema. Se um novo grão-de-areia provocar nova perturbação, a espécie é deformada a partir do exterior, tornando-se menos adequada. E novas espécies vão substituir as existentes. A seguir ao homem humanista, mascarado de super-homem, surge o homem sem qualidades. Stephen Jay Gould, advoga em ”A Wonderful Life” ser o mundo em que habitamos simplesmente um de uma virtual infinidade de mundos. Durante vastos períodos de tempos mortos o mundo fervilhou de criaturas vivas, perecendo uns, evoluindo outros. A sobrevivência exige computação, ou seja uma optimização no limiar do Caos.

A emergência de uma tendência inexorável para um cada vez maior processamento de informação na Natureza, se for verdadeira, sugere que a evolução de uma inteligência suficientemente poderosa para contemplar tudo isto é inevitável. A história, situada no futuro , é a descoberta de um super-computador tão potente que dirigiria eficazmente os assuntos de Estado e das Comunidades; recheada com 10 elevado a 17 “unidades lógicas” qualquer máquina superaria qualquer aglomerado de comités centrais de cérebros humanos… No momento da apresentação de tal revelação – The Emperor`s New Mind, o modelo computacional da Consciência (3) – os nossos académicos e projectistas fazem-no frente a uma jovem plateia de interessados. Alguém pede a palavra e pergunta:Então e o que é que essa coisa sente?” – o áparte terminou com uma bela gargalhada geral e a ideia do “The Computational Global Brain” foi esquecida. Estamos perto da ideia divina, ou de nova crendice new age?

A supercoisa pareceu esquecida, mas alguém a relembrou: os operadores das bolsas de valores, primeiro com a adaptação da “teoria do Caos no limiar do mundo dos negócios” (4), e logo após com os “Principles of Scientific Management”. Nas economias há decisões conscientes tomadas por indivíduos, enquanto em biologia não há intenção consciente desse género. É impossível pré-determinar numa ordem o que acontecerá na realidade, mas os agentes que actuam sobre o sistema podem dar ordens num sentido direccional em que, mais tarde ou mais cedo, o resultado a obter irá emergir. Como habitualmente o Lucro. A negociação electrónica de alta frequência HTF permite relançar o Valor (5) possibilitando-lhe uma maior quantidade de transações em simultâneo, conferindo mais velocidade às ordens de compra e venda no mercado, isto é, fazendo dinheiro numa arbitragem invisível ao olho humano, medindo os movimentos de preço ao milésimo de segundo, em porções quânticas conhecidas na gíria por ticks (são moedas em bytes, por analogia com a febre da carraça: tick). No começo do século XXI esse tipo de operações requeriam um periodo de execução de vários segundos, mas cerca de 2010 esse tempo tinha diminuido até aos milisegundos, inclusivamente aos microssegundos.

Neste caso e depois do crash real de 2008 os investidores adoptaram a negociação algorítmica à Bolsa, livre da falibilidade, indolência e comando frenético dos operadores humanos. O sistema HFT (High-Frequency Trading) é uma plataforma que usa uma rede de poderosos computadores que permitem um maior número de ordens de compra e venda de acções a velocidades elevadíssimas. Assentes em bases de algoritmos complexos, estas analisam os múltiplos mercados e executam por si mesmas ordens quase em tempo real, baseando-se nas condições de mercado. Tipicamente os traders electrónicos com maior capacidade de acção obtêm maiores lucros que os operadores com menor capacidade de execução. Quanto mais velocidade melhor se especula (6). Tratava-se de um tipo de negociação nos mercados financeiros que se tinha mantido escassamente conhecida fora do sector financeiro desde a sua criação, aparecendo pela primeira vez de modo generalizado em Julho de 2009. Embora a entidade reguladora (7) dos Estados Unidos a tivesse já autorizado desde 1998.

O que defrontamos hoje, portanto, é um sistema de máquinas em que vemos o declínio da capacidade humana para influenciar os movimentos de preços em escalas de tempo cada vez mais pequenas (8). Mas entregue a uma superinteligência artificial nem tudo o que sai dali é racional. Perto do tal limiar do caos os mercados ficam cada vez mais sensíveis a efeitos desestabilizadores externos aos computadores (hellas, de novo os humanos) e o risco sistémico aumenta. A primeira amostra de surpresas desagradáveis proveniente da volatibilidade insana das HFT ocorreram na bolsa norte-americana em 2010 no que ficou conhecido como “derrocada instantânea” (flash crash). A primeira deu-se a 6 de Maio e terá havido outra a 1 de Setembro, cujas causas não foram investigadas (daria para investigar máquinas?). Todo o mundo acompanhou com estupefacção e quase em directo o colapso durante os trinta minutos que decorreu. O índice Dow Jones Industrial caiu 998,5 pontos, a mais colossal quebra jamais registada, levando à evaporação de quase um bilião de dólares de capitalização, para de seguida recuperar meteoricamente com a segunda maior subida da sua história de 1.010,14 pontos. Na gestão diária tornou-se frequente os colapsos de futuros HFT em 5 pontos percentuais em 15 minutos (9). Esta semana a revista Visão relata numa breve nota um novo colapso relâmpago do mercado de Bitcoins (mas engana-se quando afirma ter sido o primeiro). Portanto o jogo do casino financeiro ainda não acabou. Convém andar com cuidado (10). Decerto Vc não quer ser apanhado com um saco cheio de Moedas em Bytes quando esta nova dança parar.

notas:
(1) James Gleick, “A Teoria do Caos”, 1987
(2) John Conway, "The Game of Life"
(3) A Nova Mente Imperial
(4) Roger Lewin e Birute Regine
(5) One Market Data
(6) “The Great Bargain or a Bridge to Nowhere(ATMonitor)
(7) em 2003, o sistema em rede de máquinas computacionais representava apenas 5% em volume de ordens de compra e venda em bolsa; De acordo com o indice NYSE, a negociação de alta frequência entre 2005 e 2009 cresceu cerca de 164% - ou seja, em menos de dez anos cresceu treze vezes! Em 2010 era estimado que mais de 50% do volume de transacções em Bolsa provinham de ordens de alta frequência. E o sistema domina hoje perto de 90% das negociações em Bolsa.
(8) Securities and Exchange Commission of United States (SEC)
(9) “a 5ª Revolução Financeira” - Os algoritmos que conquistaram Wall Street, capitulo 10, in “Como o Capital Financeiro Conquistou o Mundo, de Jorge Nascimento Rodrigues, 2012.
(10) Cuidado. Se houver voluntários para averiguar como esta coisa funciona em concreto e mais detalhadamente, as suas cabeças podem explodir. “Bitcoin: Currency Revolution or Bubblicious Fad?(para ler na Alternet)
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domingo, abril 21, 2013

As condições desumanas a que são submetidos os prisioneiros Palestinianos nas cadeias de Israel

Israel é o único Estado no Ocidente dito civilizado que aprisiona menores de idade por alegados crimes politicos

o jornal russo Pravda acusou as autoridades sionistas de inocular nos prisioneiros palestinianos um vírus perigoso, sobretudo quando de aproxima a data da sua libertação. A revelação ao jornal foi feita por Rania As-Sakka, uma detida libertada recentemente, que afirma que todos os prisioneiros vêm a sofrer de doenças incuráveis, desde cancros a disfunções hepáticas. Sakka afirma igualmente ter descoberto que esses prisioneiros começam imediatamente após a sua libertação a sofrer dessas doenças ou deficiências incuráveis, vindo a sucumbir num breve periodo de tempo.

Presa em 2005 por tentar esfaquear um colono num cruzamento de estrada na Cisjordânia ocupada por Israel, depois de cumprir cinco anos nos cárceres israelitas, sofrendo a partir de então de um cancro de fígado, tendo por essa causa pago uma vintena de operações cirúrgicas. ela também realizou 23 operações aos maxilares deformados por meio de tortura. Reclamando da indiferença das organizações internacionais que ignoram os seus apelos para investigar os abusos nas prisões israelitas, ela acusa também da mesma inacção os líderes palestinianos que não dão um passo para resolver esse problema, antes pedindo que se ocupem da sua causa e deixem os israelitas em paz. O Pravda afirma que o Conselho de Solidariedade Internacional para os Direitos Humanos, alertou que Israel faz experiências de novos tratamentos médicos em prisioneiros palestinianos sequestrados nas suas prisões, numa violação básica dos princípios éticos e profissionais estabelecidos pelo direito internacional. Desde o início de Abril, já morreram dois prisioneiros palestinianos: o primeiro é Mayssara Abu Hamdiyya, que morreu de complicações cancerígenas com a idade de 64 anos, e o segundo é Ali Karaine, residente na zona ocupada de Jerusalém, que morreu em circunstâncias ambíguas. Segundo o ministro de prisioneiros palestinianos que assistiu à libertação de Issa Karakea ele teria sucumbido a uma doença cuja natureza não foi indicada pelas autoridades penitenciárias israelitas. Este mês as autoridades penitenciárias israelitas libertaram o detido Nahed Alakraa na prisão de Sarafand, depois dos seus tecidos musculares terem apodrecido completamente devido a negligência médica.

Anteriormente havia falecido o prisioneiro Jaradate Arafat de 30 anos. Enquanto as autoridades penitenciárias afirmam como causa da morte um ataque cardíaco, este teria sido ultrapassado segundo algumas fontes palestinianas e o porta-voz do governo Tahar Nanny evoca as condições desumanas que são impostas aos prisioneiros. Karakea acusa mesmo Israel de matar sob tortura. Jaradate foi preso em no bairro de al-Khalil em Hebron a 18 de Fevereiro, ou seja, uma semana antes da sua morte. De acordo com as autoridades das forças inimigas, tinha sido acusado de atirar pedras no dia 18 de Novembro de 2012 contra ocupantes nos colonatos, ferindo um deles.

sábado, abril 20, 2013

quando nascemos a máquina já estava montada...

... uma máquina diabólica, Moloch, o monstro que se alimenta dos humanos. Quanto vem já a dever em dinheiro cada ser humano no momento em que nasce?

Metropolis, do realizador alemão Fritz Lang (1927). Música dos Pink Floyd, "Welcome to the Machine" (1975). O janelão que aparece no filme ao minuto 5:24 serviu de inspiração para a construção em 1938 da casa-refúgio de montanha, o Ninho das Águias nos Alpes Bávaros (Berghof), que foi oferecida a Adolf Hitler no dia do seu 50º aniversário - Um janela para contemplar o mundo

sexta-feira, abril 19, 2013

"O esquema de branqueamento através do BPN foi usado por Duarte Lima desde os anos 90..."

Dias Loureiro, Oliveira e Costa e o banqueiro angolano Álvaro Sobrinho, do BES Angola, são alguns dos clientes da rede de lavagem de dinheiro controlada pelo empresário Michel Canals, ex-gestor de contas do banco suíço UBS para o mercado português. Mas todo o esquema, investigado desde há um ano, tem centenas de clientes ligados ao mundo empresarial e político, funcionando como uma máquina de branqueamento de fortunas com origem ilícita. Fontes judiciais dizem que estamos perante um "verdadeiro polvo" com ramificações que podem abanar o sistema partidário, visando personalidades ligadas ao PSD e PS... e então?

quinta-feira, abril 18, 2013

o Massacre de Lisboa em 19 de Abril de 1506

Um pequeno livro da central de propaganda judaica em Portugal tenta comprovar a "antiguidade da presença dos judeus na Ibéria" recorrendo para isso à habitual vitimização da seita. Para tal invoca-se o "Massacre dos Judeus" de Lisboa a 19 de Abril de 1506. É mais uma mistificação. Que houve um massacre é indubitável, agora que as vítimas fossem judeus definidos nos mesmos termos catastróficos dos contemporâneos é que é algo mais que duvidoso. "Judeus" foram uma determinada classe social que evoluiu a partir e dentro da colonização árabe da peninsula ibérica durante 8 séculos. Os judeus ditos "sefarditas" (de Sefarad, as terras do Ocidente (1) são de ascendência árabe. Inicialmente o termo referia-se apenas ao al-Andalus, a provincia da Bética romana e sul da Hispânia onde os primeiros árabes que chegaram pelo norte de África a partir do ano de 711 se estabeleceram preferencialmente,, ou aos bárbaros das tribos germânicas invasoras que permaneceram e foram imediatamente arabizadas ela superioridade da cultura e técnicas muçulmanas. A extensão da designação "sefarditas" a toda a peninsula ibérica só ocorre depois da reconquista cristã e do Decreto de Expulsão ou Conversão dos muçulmanos (sob pena de confisco dos bens a favor de quem os acusasse) após a queda do último reino na Ibéria, o califado de Granada em 1492. Em toda a historiografia castelhana o termo para designar as vítimas da chamada "limpeza de sangue" para que pudessem permanecer em terras da cristandade é a de Mouriscos (2). Se olharmos para o Édito de Expulsão dos Reis Católicos com uma lupa não encontramos um único sinal de "judeus". Os auto-designados "Sefarditas" eram Árabes, por isso os judeus de origem Alemã os odeiam, ao melhor estilo racista dos arianos de ascendência indo-europeia ditos Semitas. Ashkenazis é o termo num dialecto semitico medieval para as populações oriundas da Europa Central e Kazaria, usado para designar as populações estabelecidas na Alemanha (Ashkenaz). Se expurgarmos da equação histórica as fantasiosas lendas bíblicas é apenas isto que sobra.
 
Gravura do Largo de São Domingos antes do terramoto
Revisitados os registos históricos de Lisboa, encontramos vestigios árabes mudejares e da multiculturidade da cidade por toda a parte: na toponominia: o bairro da Mouraria, a rua do Poço dos Negros (onde eram despejados os pretos mortos), a Calçada do Poço dos Mouros (onde eram despejados os mouros mortos), o casario de Al-Jama (Alfama) que cerca a al-Medina (o castelo), a freguesia de Fátima (do nome da filha do profeta Maomé (3) na linguistica: a figura do Alcaide (al-qa-id) o juiz eleito pela comuna árabe que zela pelo cumprimento da "Ley dos Mouros" (4), o cargo de Almoxarife dos direytos dos mouros a quem competia "arrecadar os nossos (do monarca) impostos sobre os bens dos mouros conversos". Destas cobradores do Rei se construiu a fama dos inventados "judeus portugueses" (5). No restante nem vestigios comprovados da existência de alguma sinagoga de religião própria nem outros sinais deles... excepto o legado de transmissão oral de profecias, magias, alquimias e outras vigarices. Existe contudo o relato do alemão Jerónimo Munzer (que traz na alcunha pelo qual era mais conhecido, Hieronymus Monetarius, o estigma de quem funcionava como banqueiro) e que entre 1494 e 1495 na viagem que fez por Espanha e Portugal, descreveu a cidade de Lisboa, falando "na principal rua de comércio, dizendo que era nela que moravam os mais ricos, e onde as pessoas são muito educadas. Os mais ricos, genericamente, são alemães e holandeses. Vivem na Rua Nova que está construída ao estilo alemão: A maior parte deles dedica-se ao comércio. Encontram-se aqui judeus imensamente ricos, quase todos mercadores, e que apenas vivem do trabalho dos seus escravos”. Em boa verdade é nesta cena que começa de facto o drama da colonização de Portugal pelos fundos financeiros Europeus, em concreto por alemães (logo igualmente por judeus asquenazis, como Jakob o Rico, fundador da dinastia dos banqueiros da casa Fugger, entre outros, que haveriam de financiar a chamada "epopeia dos Descobrimentos (por conta de outrem")

Na última edição do mesmo "Massacre dos 4000 Judeus" houve o decoro de retirar da capa os espirros pintalgados do sangue derramado. Assim sendo a mistificação ficou um pouco mais asseada. Passe a mentira da capa, o pior é mesmo o conteúdo. Os autores citam como fontes uma breve lista que se pode completar deste modo:

1. Um manuscrito redigido por um marinheiro anónimo de origem alemã que se encontrava fundeado no porto de Lisboa e que parece ser o relato mais fidedigno do Massacre ocorrido em Abril de 1506. Nele não se escreve uma única vez a palavra "judeu".
2. Garcia de Resende (1470-1536), que cita na "Miscelânea":  "os judeus vi cá tornados/todos num tempo christãos/os Mouros então lançados/ fora do Reyno passados/ e o reyno sem pagãos/ vimos sinagogas mezquitas/ em que sempre erã dictas/ e pregadas heresias". Da expressão "sinagogas mezquitas" se deduz que os locais de culto de árabes e judeus, eram uma e a mesma coisa. No que se refere ao massacre de 1506 note-se que esta obra foi escrita 48 anos depois, no ano de 1544, o que coloca especial ênfase na expressão "os judeus vi cá tornados"... (6)
3. Damião de Góis (1502-1572), na “Crónica do Felicissimo Rei Don Manuel de Góis”, encomendada pelo Cardeal Don Henrique, também patrono-mor da Sancta Inquisição do Reino, impressa em Julho de 1566. No capitulo 102 evoca com minúcia "do alevantamento que se em Lisboa fez contra os Christãos-Novos". Refere 1000 mortos (muito longe dos 4000 da propaganda judaica), mas nem por uma vez a palavra "judeus" é mencionada.
4. Jerónimo Osório, Bispo cristão de Silves (1506-1580), nascido nesse mesmo ano do massacre, teólogo de origem castelhana e amigo de Inácio de Loyola, influenciaria mais tarde D. João III de Portugal a chamar a Companhia de Jesus para Portugal. Fez estudos em Teologia cristã e os seus alegados conhecimentos da "língua hebraica" ter-lhe-iam permitido ler as obras dos Sagrados Padres da Igreja. Em 1537, D. João III nomeou-o professor de Sagrada Escritura na Universidade de Coimbra. É nessa qualidade que faz uma referência ao Massacre de 1506 num escrito datado de 1571, isto é, 65 anos depois do acontecimento.
5. Solomon Ibn Verga, autor do “Shebet Yehuda” (“o Ceptro de Juda”), um dos 12 líderes das tribos israelitas dos 12 filhos da personagem da mitologia bíblica Jacob. “Ibn Verga não assistiu in situ aos acontecimentos do Massacre, recriou a sua narrativa através de testemunhos orais, encontrando-se o texto original escrito em hebraico, publicado postumamente pelo filho Joseph Ibn Verga, conforme citado por Yosef Hayim Yerushalmi, (1932-2009) judeu norte americano, professor na Universidade de Columbia. Trata-se de pura mistificação bíblica contemporânea. (ver nota complementar nº 8)
6. Yosef Ha-Kohen (1496-1575) um estrangeiro nascido em Avignon que viveu em Castela na povoação de Cuenca vindo a falecer em Génova, cuja única afinidade é ter-se servido do livro de Samuel ben Usque “Consolação às Tribulações de Israel” como fonte para a obra de sua autoria “Crónicas dos Reis de França e da Turquia” (1558)

O quadro de François Dubois "Massacre de Saint-Barthélemy" (1576) ilustra um dos episódios das perseguições e assassinatos de hereges protestantes por fanáticos cristãos ocorridos em Paris no ano de 1572


7. Imanuel Aboad (1555-1628) deixou um testemunho “já datado do século XVII e muito ao sabor e tradição do profetismo bíblico (citado a pp 69 da própria obra aqui criticada).
8. Isaac Abranavel, (1437-1508) é uma das testemunhas mais importantes. Infelizmente não residia em Portugal desde à muito. Entrou ao serviço do rei Afonso V de Portugal como tesoureiro e, abusando das suas funções, converteu-se num rico financeiro (obviamente judeu). Abravanel foi obrigado a deixar o seu cargo, tendo sido acusado pelo Rei D. João II (1481-1495) de conivência com o Duque de Bragança, que foi decapitado sob acusação de conspiração. Avisado a tempo, Abravanel salvou-se, fugindo em sobressalto para Castela em 1483, ou seja, 23 anos antes do massacre. Relatos de época referem a figura simplesmente como o "Abarbanel" (daí o léxico popular "abarbatar"). Não voltou. Nem foi minimamente afectado com a "ordem de expulsão" de 1492. Radicado em Toledo começou a servir a casa de Castela, juntamente com o seu amigo e influente Don Abraham Senor, de Segóvia, encarregando-se ambos (7) de administrar as receitas públicas e fornecer abastecimentos ao exército real, com "contratos que executaram com boa competência, para satisfação total de Fernando e Isabel de Castela".

9. Samuel Usque,  Diz a informação difundida pelas fontes judaicas que Samuel ben Usque (segundo lhe reza o currículo contemporâneo, “autor de uma obra prima da literatura portuguesa e sefardita”), provavelmente nasceu em Lisboa no ano de 1500, "tendo fugido das barbáries da Santa Inquisição (instaurada em Portugal no ano de 1536) e indo viver durante algum tempo na italiana Ferrara", onde 17 anos depois foi publicada a sua única obra conhecida, a “Consolação às Tribulações de Israel” (1553), ali feita na casa do impressor Abraão ben Usque, personagem que usava também o nome de origem ibérica Duarte Pinal. Nesse mesmo ano de 1553 e na mesma oficina foi igualmente impressa a "Biblia de Ferrara", livro em cuja capa se inscrevia: "Biblia en Lengua Española Traducida Palabra de la Verdad Hebrayca por Muy Excelentes Letrados, Vista y Examinada por el Oficio de la Inquisicion. Con Privilegio del Ylustrissimo Señor Duque de Ferrara"

Como se explica que Samuel ben Usque tenha "fugido da bárbara Inquisição cristã" em Portugal indo refugiar-se e trabalhar em perfeita sintonia com a Inquisição italiana decretada pela bula Papal “Pessimum Genus” (8) para todos os reinos europeus? (9)

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A pintura abaixo é uma cópia portuguesa de péssima qualidade do original francês (candidamente apelidado em deferência à Biblia de "Massacre dos Inocentes", tendo vindo a ser apresentado como ilustrando o "Massacre dos Judeus em Lisboa" ocorrido a 19 de Abril de 1506. A falsificação é grosseira e evidente, tanto mais que na época tardia em que foi feita existiam documentos de como teria sido a Lisboa de antes do terramoto (vidé gravura em cima à esquerda)
 

notas
(1) Inicialmente Sefarad era Sardis, capital do reino da Lidia no tempo do imperador Dioclesiano, uma das sete igrejas do "Livro do Apocalipse". No seu apogeu foi uma cidade rica por se situar no vale do rio Hermo cujo leito era rico em ouro. A invenção da moeda é atribuida aos Lídios.
(2) "Historia de los Moriscos, Vida Y Tragedia De Una Minoria", Domínguez Ortiz e Bernard Vincent, 1978 e "Deportados en Nombre de Dios", Rafael Carrasco, 2009.
(3) Fátima, de Fatma, também nome de povoação nos arrebaldes de Meca. Ver o livro "Os Mouros Fatímidas e as Aparições de Fátima" de Moisés Espirito Santo, Assirio&Alvim, 2006.
(4) Citado por Maria Filomena Lopes de Barros em "A Comuna Muçulmana de Lisboa, séculos XIV e XV", Biblioteca de Estudos Árabes, edições Hulgin, 1998
(5) À semelhança da popular obra do académico israelita Shlomo Sand "A Invenção do Povo Judeu", na qual se defende que depois da citação dos habitantes da Judeia pelo historiador romano Flavius Josefus no ano 76, não existiu pelos18 séculos seguintes qualquer outra citação historiográfica sobre os Judeus, só vindo estes de novo a ser mencionados no século XIX com o nascimento da ideologia Sionista.
(6) Garcia de Resende teria escrito que o povo amotinado pelos “dous frades domínicos pregadores nos púlpitos e senhores em lugares públicos, citadinos e vilãos, nas praças, atribuindo aos cristãos-novos a responsabilidade da fome, peste ou terramoto que vinham (...) mais de quatro mil matarom”. Mas, este testemunho de Resende na qualidade de poeta da Corte escrito 48 anos depois, não é fiável, quando comparado com a descrição just-in-time de Damião de Góis, que refere cerca de 1000 vítimas de conversos herejes (e não exclusivamente judias)
(7) Existe um descendente contemporâneo desta familia que, na sua famosa diáspora de judeus errantes, foram parar ao Brasil. Trata-se de Senor Abravanel (n 1930), de nome artístico Silvio Santos, um magnata dos Media com um património calculado em 6 mil milhões de reais.
(8) Inocêncio VIII inspirou-se em Tácito para evocar o título: "Pessimum inimicorum genus laudantes", traduzindo: "aqueles que nos louvam e bajulam são os nossos piores inimigos"

(9) É sabido como se resolvem este tipo de contradições, usado desde sempre pelos monges copistas da escolástica medieval: vão-se alterando ou omitindo subtil e cirurgicamente cópia após cópia certas passagens do texto. Samuel Usque teria dito que no dia seguinte ao inicio do massacre dos judeus "El- Rey com diligência veo a socorro, diz-se por “simpatia maior con os judeos” – mas quem o diz? O contemporâneo judeu norte americano Yosef Hayim Yerushalmi na obra escrita em Cincinnati datada de 1976 “The Lisbon Massacre of 1506 and the Royal Image in the Shebet Yehudah”
(10) A edição moderna da "Consolação às Tribulações de Israel" é da Fundação Calouste Gulbenkian, 1989; com coordenação do mesmo Yosef Hayim Yerushalmi, professor de Estudos Judaicos nas Universidades de Colúmbia e Harvard
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quarta-feira, abril 17, 2013

Empresas de Trabalho Temporário são os Novos Negreiros

A "Associação de Empresas de Trabalho Temporário" apresentou ao Governo uma proposta de "emigração estruturada e apoiada" pretendendo beneficios fiscais por se considerarem como empresas exportadoras. O projecto chama-se "Exportação do Sector Privado de Emprego" (SPrE) e consiste em contratar trabalhadores que não encontram emprego em território nacional, enviando-os para trabalhar em postos de trabalho no estrangeiro a troco de um determinado salário, do qual a empresa só paga ao trabalhador cerca de metade do valor que recebe, ficando o remanescente para despesas de gestão. As consequências de faltas de cumprimento ou a precaridade dos contratos recaem sempre sobre as "peças" exportadas como mão de obra. Os efeitos nem sempre são entusiasmantes, mas enfim,  

o mercado é promissor: um milhão e meio de desempregados como matéria prima; ou como diriam os economistas do Cavaco: "recursos humanos" - com a vantagem de assim se diminuir os indices oficiais de desemprego, deixar-se de pagar subsidios e, cereja em cima do bolo, os escravizados ainda enviam remessas de dinheiro para serem depositadas nos bancos nacionais. É tudo Lucro!

"Os primeiros direitos alfandegários aplicados à importação e exportação de escravos foram fixados pelo governador Francisco de Mello e Castro em 1753. Por todos os escravos que dessem entrada no porto, o seu "empresário" passava a pagar 5 cruzados por cabeça, macho ou fêmea. Só podiam ser exportados escravos que tivessem satisfeitos os direitos de entrada. A taxa de saída para os escravos grandes era de 3 cruzados e os pequenos (chamados "bichos") de 2 cruzados por cada peça"

Leilão de Trabalhadores no Mercado de destino (seculo XVIII)

(1) "O Tráfico de Escravos nos Portos de Moçambique, 1733-1904", José Capela, 2002, Edições Afrontamento, pp 176.
Pedras de toque:
* as Finanças em Portugal investigam perda de milhões na área das empresas públicas no jogo da Bolsa. Essas administrações, cumprindo ordens dos governos assinaram contratos de financiamento com seguros de acções que hoje se manifestam ruinosos para as finanças públicas e altamente lucrativos (perto de 3 mil milhões de euros) para os bancos estrangeiros que os contrataram.
* A Troika chamou o administrador do Partido dito Socialista a S. Bento. Que lhes deveria dizer Seguro? que "Não Roubámos, logo Não Pagamos Roubos". Mas de facto a intenção de pôr a trela à falsa oposição é concertar medidas nas costas do povo que sejam alternativas às medidas inconstitucionais chumbadas pelo Tribunal Constitucional. Arregimentando PS-PSD/CDS sob uma politica única essa Maioria de mais de 2/3 pode alterar a Constituição e as mesmas medidas passam a ser constitucionais.
* Na Europa cortam-se direitos sociais básicos adquiridos para os quais se pagam impostos exorbitantes. Não há dinheiro para nada, nem para hospitais, nem para escolas nem para a segurança social, mas há 15 milhões de libras para produzir o espectáculo de um funeral a um simbolo dos delinquentes politicos que engendraram a situação que pôs a Europa na falência
* Celebramos a morte de Thatcher, porém temos de lutar para destruir o seu legado 
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