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quarta-feira, abril 17, 2013

Empresas de Trabalho Temporário são os Novos Negreiros

A "Associação de Empresas de Trabalho Temporário" apresentou ao Governo uma proposta de "emigração estruturada e apoiada" pretendendo beneficios fiscais por se considerarem como empresas exportadoras. O projecto chama-se "Exportação do Sector Privado de Emprego" (SPrE) e consiste em contratar trabalhadores que não encontram emprego em território nacional, enviando-os para trabalhar em postos de trabalho no estrangeiro a troco de um determinado salário, do qual a empresa só paga ao trabalhador cerca de metade do valor que recebe, ficando o remanescente para despesas de gestão. As consequências de faltas de cumprimento ou a precaridade dos contratos recaem sempre sobre as "peças" exportadas como mão de obra. Os efeitos nem sempre são entusiasmantes, mas enfim,  

o mercado é promissor: um milhão e meio de desempregados como matéria prima; ou como diriam os economistas do Cavaco: "recursos humanos" - com a vantagem de assim se diminuir os indices oficiais de desemprego, deixar-se de pagar subsidios e, cereja em cima do bolo, os escravizados ainda enviam remessas de dinheiro para serem depositadas nos bancos nacionais. É tudo Lucro!

"Os primeiros direitos alfandegários aplicados à importação e exportação de escravos foram fixados pelo governador Francisco de Mello e Castro em 1753. Por todos os escravos que dessem entrada no porto, o seu "empresário" passava a pagar 5 cruzados por cabeça, macho ou fêmea. Só podiam ser exportados escravos que tivessem satisfeitos os direitos de entrada. A taxa de saída para os escravos grandes era de 3 cruzados e os pequenos (chamados "bichos") de 2 cruzados por cada peça"

Leilão de Trabalhadores no Mercado de destino (seculo XVIII)

(1) "O Tráfico de Escravos nos Portos de Moçambique, 1733-1904", José Capela, 2002, Edições Afrontamento, pp 176.
Pedras de toque:
* as Finanças em Portugal investigam perda de milhões na área das empresas públicas no jogo da Bolsa. Essas administrações, cumprindo ordens dos governos assinaram contratos de financiamento com seguros de acções que hoje se manifestam ruinosos para as finanças públicas e altamente lucrativos (perto de 3 mil milhões de euros) para os bancos estrangeiros que os contrataram.
* A Troika chamou o administrador do Partido dito Socialista a S. Bento. Que lhes deveria dizer Seguro? que "Não Roubámos, logo Não Pagamos Roubos". Mas de facto a intenção de pôr a trela à falsa oposição é concertar medidas nas costas do povo que sejam alternativas às medidas inconstitucionais chumbadas pelo Tribunal Constitucional. Arregimentando PS-PSD/CDS sob uma politica única essa Maioria de mais de 2/3 pode alterar a Constituição e as mesmas medidas passam a ser constitucionais.
* Na Europa cortam-se direitos sociais básicos adquiridos para os quais se pagam impostos exorbitantes. Não há dinheiro para nada, nem para hospitais, nem para escolas nem para a segurança social, mas há 15 milhões de libras para produzir o espectáculo de um funeral a um simbolo dos delinquentes politicos que engendraram a situação que pôs a Europa na falência
* Celebramos a morte de Thatcher, porém temos de lutar para destruir o seu legado 
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1 comentário:

Anónimo disse...
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