o Ocidente, oportunidade inesgotável do renascimento italiano?
o Modelo de capitalismo mercantil Italiano
“Aparentemente, as cruzadas terminaram no fracasso do Ocidente. Prisioneiro no Egipto (1245) S. Luís morre junto de Tunis, em 1270. Constantinopla volta a ser grega (1261) e, com S. João de Acra (1291) a cristandade perde a sua última praça notável no continente asiático. Mas o mar, em toda a sua extensão e nomeadamente nos seus espaços orientais, continua a ser dos marinheiros e mercadores da cristandade. E esta vitória apaga tudo. (até mesmo o início da decadência após a IV Cruzada, chamada a do Comércio, quando cristãos se começaram a bater contra cristãos).
Com a experiência, no plano económico, nada será alterado quanto aos antigos privilégios, sobretudo os das escolas de navegadores e mercadores de Génova e Veneza. E a Itália frequentará a seu bel-prazer, até ao fim do século XIV, os portos e mercados da Síria e do Egipto onde o grande comércio do Levante reencontrou as suas saídas essenciais, em direcção ao mar Interior e aos mercados do Ocidente: Tripoli, Alepo, Beirute, Damasco, Alexandria, mais tarde o Cairo. Seja na franja marítima, seja até aos grandes centros caravaneiros do interior próximo, os mercadores italianos e outros da cristandade quando não ditam a lei, impõem pelo menos a sua presença, tomam a seu cargo as mercadorias das aos dos mercadores orientais, cujo monopólio termina a certa distância, mesmo junto ao mar. Assim conseguem as drogas, os produtos de tinturaria, a pimenta, especiarias, o algodão em fio ou tecido, a seda, o arroz, as leguminosas... Como curiosidade e o interesse foram bem cedo despertados a propósito das mais preciosas destas mercadorias – a pimenta e as especiarias – a expedição dos irmãos Vivaldi, partida de Génova, lança-se para além de Gibraltar à aventura atlântica, para se perder de pessoas e bens, obscuramente, nas costas africanas. A sua tentativa, em 1291, situa-se no ano em que caiu São João de Acra. Procurariam o caminho que Vasco da Gama irá encontrar dois séculos mais tarde?
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Assim, o Islão senhor das suas terras, abre-se ao estrangeiro pelo mar insidioso onde navegam sozinhos, ou quase sozinhos, os navios da cristandade. E para que aquilo que se passa no Oriente e no Extremo-Oriente se reproduza quase fielmente no Norte de África e no Sahara, em 1447 um genovês, Antonio Malfante, avança até ao Touat, uma vez que outros já conheciam a direcção do ouro do Sudão (as Terras do Preste João). Nesta época as caravelas portuguesas percorrem já o litoral atlântico até ao golfo da Guiné. Então quem vai ganhar: o mar ou a terra?, o português ou o genovês?
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Veneza: as Galere da Mercato
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Em 1450, todas as ligações estão simultaneamente estabelecidas: galeras da Romagna que vão atá La Tana e Trebizonda; galeras da Síria; galeras de Alexandria; galeras de Aigues-Mortes e, a partir de 1436, galeras da Barbária (a patir de 1442 acrescentaram o Egipto à cabotagem que praticam de porto em porto, ao longo das costas do Magrebe). Todos estes comboios (de duas a cinco galeras) se condicionam: as mercadorias trazidas por uns são entregues aos outros, em datas mais ou menos fixas, nos armazéns da Dogana da Mar. Os transportes de Veneza são pois um sistema vivo, interligado. Naturalmente as “galeras de mercado” não excluem os navios de particulares, dos quais os mais importantes são os grandes navios de casco redondo, as naus enormes das mude da Síria que vão carregar volunosos fardos de algodão. A ida e volta das mude (em geral, seis meses de viagem) representa o circuito mais rápido possivel para a rotação dos capitais mercantis, reduzindo-se a operação a enviar dinheiro e revender algodão. Os mercadores menos afortunados ou que menos arriscam têm preferência por este comércio ágil que não imobiliza os seus haveres durante muito tempo.
Em 1450, os itinerários dos navios da Cidade-Estado, as viagens oficiais, esboçam em suma uma imagem bastante exacta de um polvo cujos braços e tentáculos abarcam todo o espaço atingido pela Itália fora da Peninsula. Veneza, e a exemplo seu as outras cidades de Itália, colocam assim em portos distantes as suas mercadorias procedentes do Oriente, o seu dinheiro, para que refluam até elas riquezas muito superiores. Nada revela melhor do que o mapa das viagens venezianas este trabalho coordenado, esta dominação calculada do espaço, esta superioridade no domínio decisivo dos transportes, de que a Itália se alimentou e de que viveu muito tempo”. Até à subjugação financeira e ao triunfo da forma do Estado supra- nacionalidades de modelo europeu.
a globalização Financeira
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5 sinagogas! - o Conde Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494) teo-sófico autor do “Discorso sulla dignità dell'uomo” , considerado um verdadeiro “Manifesto do Renascimento” (editado pela Almedina), é o primeiro erudito cristão a mesclar elementos da doutrina cabalística e teologia cristã. No final da sua curta vida de 31 anos, destrói os seus trabalhos poéticos e torna-se um defensor do Cristianismo contra os Judeus, astrólogos e o misticismo oriental de raiz muçulmana. Só 500 anos depois se descobriu que Pico della Mirandola foi assassinado.
Na idade moderna, até à invasão napoleónica o negócio tinha prosperado, e os Judeus constroem o Ghetto Nuovo ampliado para receber estudantes (o saber é a alma do negócio) no local onde ainda hoje se situa o campus Universitário. Uma vez que as esmolas dos bentos fiéis são parcas, sempre à rasca de massas, quem gosta muito destes nobres beneméritos hebreus ligados ao negócio da finança desde tempos remotos é a insuspeita ICAR:
“Chiunque si interessi della cultura del mondo occidentale non può non conoscere la storia del popolo ebraico, della sua cultura, della sua religione ed il rapporto della Serenissima (Repubblica di Venezia) con i suoi abitanti di religione ebraica è parte importante di questa storia. E' in questa prospettiva che si è deciso di andare a Venezia, a visitare il Ghetto - Ebrei, nostri fratelli maggiori"
Giovanni Paolo II
Não é de estranhar que a Igreja esteja a conciliar com os judeus a "aliança perfeita" - religião e finança. Afinal a história moderna da ICAR sequestrada pela OPUS DEI não é outra coisa senão uma história de assassinatos selectivos - desde João XXIII até ao arcebispo Oscar Romero, passando pelo "banqueiro de deus" Roberto Calvi
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