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Giorgio Del Vecchio: “o crime não é simplesmente um facto individual pelo qual deve responder o seu autor, de modo exclusivo, para o reparar perante a sociedade; é também - e precisamente nas formas mais graves e constantes - um facto social que revela desequilíbrios na estrutura da sociedade onde o crime se produz. Em consequência, suscita problemas muito além da pena e da reparação devidas pelo criminoso”
¿Vincit Omnia Veritas?
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Mais uma canibalização do Marxismo em vista, a camaleónica ICAR virá mais uma vez à boleia dos príncipes do novo paradigma, como se a Igreja fosse um poder efectivamente separado do Estado (ou a formação de gestão dos “bispos” da globalização fosse separada das fundamentalistas universidades católicas) – “o capitalismo deve ter uma visão ética e social para uma reforma sensata dos sistemas financeiros” e recorda o arcebispo que “a especulação selvagem é pecado; porém denunciar o capitalismo não significa deixar livre de culpa o populismo das esquerdas” (como por exemplo, Tony Blair o nº 2 da “internacional socialista”, ou Bill Clinton, que chegou a ser nomeado para fazer parte da grotesca congregação, lembramos nós)
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Certamente foi com apelativas e sonsas teologias deste género que o banqueiro judeu-alemão Jacob Fugger, “o Rico” (conselheiro “técnico” da Corte no tempo em que esta era exclusiva depositária da Religião) vendeu ao Principe Perfeito dos descobrimentos os créditos financeiros com que o Reino se endividou na epopeia do modo mercantilista italiano, antes que visse que a ética capitalista do protestantismo aplicada ao trabalho intensivo dos paises do norte da Europa se revelaria muito mais rentável. Ainda Marx não tinha nascido e já o conto do vigário usando a alienação religiosa fazia a sua carreira à descoberta das Indias ocidentais
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óleo sobre tela 1999 - Fundação José Saramago
o Bispo e o frade sacristão zelam pelas boas graças do escrivão do Reino, em grande azáfama congeminando a contabilidade com o espertalhão do Banqueiro; o cão atónito espanta-se com as patuscas actividades destes seres estranhíssimos. Saramago e os malteses da Azinhaga estão à coca, no portal emoldurado ao fundo. O observador que se fixar exclusivamente na personagem principal que dá o nome ao quadro tá lixado: não percebe nada.
* relacionado:
Michel Cool: “Crise no Catolicismo Europeu” – O “combate cultural” dos episcopados
publicado no “Le Monde Diplomatique”, edição de Setembro 2008
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