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domingo, novembro 30, 2008

o Dia Mundial sem Compras

"decretado" todos os anos, à revelia dos poderes, pelos nichos da população mais conscientes para refrear os impulsos nómadas consumistas sobre os centros comerciais, coincide com a abertura dos saldos nos paises de modelo anglo-sax (os paises ricos consomem 80% dos recursos) - precisamente no dia seguinte ao "dia de acção de graças" inaugura-se a época de compras natalícias tendo como chamariz preços de arrebimbaòmalho - Neste dia autênticas turbas selvagens de caçadores de pechinchas invadem literalmente as grandes superfícies para ver quem chega primeiro a um par de collants, a um bom videogravador made-in-China a 28 dólares para registar com óptima definição o "Dança Comigo", livros tipo miguel-sousa-tavares ou outros gadgets, imprescindíveis à civilização robótica, como os "oral sex lights".

Desta vez a noticia da última sexta feira vem da Wall-Mart de Long Island (NY) onde uma multidão de 2 mil ferozes consumidores aguardava desde as 5 da manhã a abertura da loja. Drogada pela avidez da consumação do acto de compra, mal se aproximou a hora de abertura, a turba comprimiu-se, arrombou as portas de entrada que sairam dos gonzos e espezinhou até à morte o imigrante indú Jdimytai Damour, um empregado da segurança da loja, ferindo gravemente outras 3 pessoas, entre elas uma jovem grávida.
Passado o furor inicial e a ponte, a polícia anda à procura dos responsáveis, certamente para os obrigar a testemunhar pela falta de cumprimento do horário do funcionário morto que trabalhava na loja com contrato precário - liberdade de consumo, sim, mas a Wall-Mart não pode ficar prejudicada

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