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sábado, novembro 01, 2008

Globalização, AltaFinança, Política, Justiça e Multinacionais

Veja-se como funciona: um dia depois de vermos Sócrates a vender computadores ontem foi a vez de se usar as salas dos Tribunais para fazer mais um frete às multinacionais; o Juiz Thomas Griesa, que permanece, nomeado por Nixon há 36 anos como chefe de Juízo em New York, mandou bloquear Fundos de Previdência Social da Argentina no valor de 554 biliões de dólares depositados em território americano. (por sua vez estes fundos estão reinvestidos no Brasil). Porém a ordem de congelamento não diz respeito apenas aos depósitos, inclui bens imóveis, contratos, seguros, títulos de seguro, contas de seguro, acções, títulos e direitos contratuais, tudo o que estiver em nome dos fundos de pensão argentinos. A acção judicial decorre em nome de credores agrupados em “bondholders” (com nomes tão anónimos como Aurelius Capital Partners, A.C. Master, Blue Angel Capital e H. W. Urban) que empacotaram valores de empresas como a Nókia, Pepsico, Repsol, Telefónica, etc.
Moral da história: Obrigada a seguir, após a bancarrota de 2001, as receitas do FMI para financiar a dívida, congela-se o dinheiro da Argentina que foi investido para capitalizar em Wall Street e a jusante ainda há a possibilidade de penhorar os bens imobiliários e outros no Brasil. Tudo decidido, nem na Argentina nem no Brasil, mas a partir de uma sala de Juízo em New York. Enquanto a máquina financeira extorcionária instalada nos EUA for engolindo mais valias a partir do nada pelo pelo mundo inteiro bem podem também parir missais como "To Big to Fail". Vendo o cu do vizinho a arder, o governo do Brasil já ordenou aos fundos de pensão privados que repatriem 500 milhões de dólares em activos brasileiros, e disse que outro 1,4 bilião de dólares em activos externos nos Estados Unidos e em outros locais seriam trazidos de volta para casa o mais depressa possivel

Fundos de Pensão Privados:
a Debacle de um Modelo


E como é que o dr. Miranda do Blasfémias, que ocupou o DN aos sábados, ainda antes de saber da penhora, explicava a situação?: “As receitas fiscais diminuíram, as finanças públicas estão descontroladas e a Argentina não tem dinheiro para pagar as suas dívidas. A Argentina está, mais uma vez, à beira do colapso financeiro. A Presidente Cristina Kirchner encontrou uma "solução" para os problemas financeiros do país. Decidiu nacionalizar os fundos privados de pensões e integrar todos os pensionistas no sistema público. As contas poupança-reforma dos argentinos vão servir para pagar os erros do Governo. O sistema privado de pensões era um sistema de capitalização. Os descontos eram investidos no mercado de capitais e os trabalhadores eram proprietários das suas contas poupança-reforma. A capitalização garantia que, a longo prazo, o valor descontado aumentaria progressivamente. Pelo contrário, o sistema público de pensões”, blá, blá, blá
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