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quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Garcia Pereira: A "ajuda" é um empréstimo usurário

a forma tradicional de acumulação capitalista processa-se através da emissão do dinheiro que, conforme o nivel geral da corrupção encontrado nos destinários, assim provoca nestes maior ou menor índice de endividamento. A jusante deste esquema mafioso, vem a "ajuda"



O que é o Euro? - é o “dinheiro fiduciário” emitido pelo Banco Central Europeu que circula nos países aderentes e serve como moeda de referência às economias indexadas ao projecto da União Europeia - o BCE, fundado em 1999, é constituído como uma sociedade comercial estatuída entre 17 bancos centrais da zona Euro quotizados entre si por determinadas percentagens detidas sobre o seu “capital social”. As 3 maiores economias (Alemanha, França e Itália) detêm quotas num total de 45,65%, Portugal 1,75%, a Holanda 3,98%, etc. O Conselho do BCE é constituído pelos 17 governadores dos Bancos Centrais, que reúnem duas vezes por mês em Frankfurt, sendo o principal órgão de decisão do BCE, o que lhe confere uma aura de interesse público. Porém, o BCE opera como um Banco Privado e a emissão do Euro é sujeita a taxas de juro. Nestas circunstâncias, a melhor definição é que o BCE será de facto uma Parceria Público-Privada. Como vimos, há exemplos idênticos, como foi a fundação da Libra (o Dólar tem a mesma génese, uma vez que é emitido por um consórcio de bancos privados, embora se pretenda apresentar como uma entidade pública (1)

o que é o Euro? É um negócio cujo objecto é a criação de Dívida, ou seja, esta ou aquela impressão ou cunhagem de determinada quantia de moeda (2), só adquire valor depois de cumprir a sua função: ser emprestada a juros – logo, o Euro é um investimento em determinado objectivo, o qual nunca é claro para a população em geral. As emissões de dinheiro pelo BCE não são subordinadas a quaisquer outras Instituições europeias, nem essa actividade é sujeita a qualquer auditoria independente; o Euro não é, portanto, um produto democrático intencionalmente produzido tendo em vista em primeira instância o bem-estar geral dos povos da zona Euro. Como produto emitido por uma Entidade subordinada a interesses privados, que recebe juros, o Euro não circula de forma aleatória; Obedece a critérios que salvaguardam o interesse dos investidores privados que conformam o BCE; investidores que passam de facto a ser os detentores da Dívida representada pelo dinheiro emitido. O primeiro critério do BCE é o de controlar a inflação (abaixo dos 2%), isto é, para garantir que o valor criado não se desvaloriza, lesando os utilizadores-investidores. Logo, neste contexto, quando se pergunta, por exemplo no Comité para a Anulação da Dívida Pública Portuguesa se há uma parte da Dívida que é legitima? e deve ser paga? - a resposta é não!!, porque toda a génese do sistema financeiro actual assenta na exploração dos bens públicos por Privados... (continua)

(1) Com o plano Plano Marshall o investimento dos Estados Unidos no estrangeiro (colmatando os défices emitindo moeda) que era de menos de 10 mil milhões de dólares em 1946 - quase duplicou para 19 mil milhões de dólares em 1950!! - e passou a ser de 40 mil milhões de dólares em 1959!!!
(2) Fev. 2012: BCE empresta 530 mil milhões de euros aos bancos europeus... a um juro de 1%
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terça-feira, fevereiro 28, 2012

as origens macro-económicas das Parcerias Público Privadas e do endividamento excessivo

a Desregulamentação Financeira 1970-2000

No final dos trinta anos de desenvolvimento ascensional do capitalismo do pós-guerra quatro acontecimentos fulcrais voltaram a moldar o mundo. 1. O modelo de investimento/endividamento assente na politica keynesiana dos Sectores Empresariais do Estado estava esgotado. A capacidade de produção instalada ultrapassa em larga escala a capacidade de aquisição disponível nos mercados nacionais regulados. 2. O modelo económico de expansão definido em Bretton Woods (1944) chegou ao fim e a emissão do Dólar deixou de estar indexada à posse do valor correspondente em reservas de ouro (armazenadas no famoso Fort Knox). 3. A administração Nixon/Kissinger inicia o processo de desindustrialização, seguida por todo o mundo ocidental desenvolvido, deslocalizando gradualmente grande parte da produção para países de mão de obra paga a preços irrisórios, nomeadamente para a China, e, 4. O choque petrolífero de 1973, gerador de um clima de elevada inflação.

O fim da relação do Dólar com o valor real do Ouro nos anos 70, consignado no Acordo do Instituto Smithsonian (a) teve como consequência prática imediata a livre emissão de dinheiro fictício, sem relação real com os valores determinados pelos meios de produção – passando o Dólar a ser emitido artificialmente com a finalidade principal de criar poder de consumo às populações (ad eternum), em proveito do mercado gradualmente ocupado pelas corporações multinacionais. Politicamente a instituição deste novo modelo – o capitalismo neoliberal – foi imposto pelo Consenso de Washington (b). Hoje em dia, apenas 500 grandes empresas multinacionais comandam o chamado “mercado livre”, isto é, controlam cerca de 90% do comércio global que acumula capital no mundo ocidental, com especial predominância das empresas de capitais dos Estados Unidos.

notas
(a) O “Smithsonian Agreement” foi um acordo celebrado em Dezembro de 1971 que ajustou e fixou as taxas de câmbio que tinham sido estabelecidas na Conferência de Bretton Woods (acordo para o qual, por exemplo, a União Soviética como potência aliada não tinha sido ouvida nem achada em 1944). Conquanto as outras moedas correntes continuassem indexadas ao Dólar até 1973, a principal diferença em relação ao regime anterior foi a abolição da convertibilidade do Dólar em Ouro garantido pelo Tesouro dos Estados Unidos, fazendo na prática do papel-moeda norte-americano o dinheiro fiduciário global (fiat currency) isto é, os EUA deixaram de ter a obrigação de pagar em ouro o seu endividamento, passando a pagá-lo com papel impresso (wikipedia)

(b) O Consenso de Washington ficou popularmente conhecido pela imposição dos chamados “10 Mandamentos do Liberalismo":
01 – Disciplina fiscal mais rigorosa
02 – Reformas impostas de acordo com os preceitos dos Chicago Boys
03 – Reordenar prioridades das despesas públicas
04 – Liberalização das taxas de juro
05 – Taxas de câmbio competitivas com a paridade do dólar
06 – Liberalização do comércio internacional
07 – Abertura incondicional ao Investimento Directo Estrangeiro
08 – Privatizações de empresas de interesse público
09 – Desregulamentação dos mercados .
10 - Garantia do Direito de Propriedade Privada
Qualquer governante sujeito a este Tratado vê-se então forçado a trabalhar para aumentar o perímetro do mercado (pela privatização) e a sua eficácia capitalista (pela desregulamentação das leis do trabalho colectivo e outras)

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

a primeira Parceria Público-Privada

Que a emissão de Dívida Pública se destina a garantir Lucro Privado é um conceito que se mantém actual, desde que foi inventada a "Dívida Pública Nacional"

O primeiro banco emissor em nome de um Estado soberano foi o Banco de Inglaterra fundado em 1694 em plena Revolução Gloriosa, quando o Estado foi refundado em nome do poder da burguesia representada no Parlamento pelo holandês Willem Hendrik, Principe da Casa de Oranje-Nassau, coroado rei de Inglaterra como Guilherme III (pelo casamento com Mary Stuart). Exausta pela Guerra dos Nove Anos (1) contra a França de Louis XIV a Coroa inglesa não tinha meios financeiros para continuar a sustentar um exército de 30 mil homens na frente continental europeia.
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Então, um certo número de capitalistas reuniu uma soma de um milhão e duzentas mil libras que foi entregue na totalidade como empréstimo ao Rei com um juro de cem mil libras anuais, um pouco menos de 10% contra os empréstimos dos bancos particulares, cambistas e usurários que na época chegavam a exigir juros de 50%. O empréstimo de 1694 ao Estado foi o acto de invenção do “National Debt” (Dívida Pública). Como o Banco de Inglaterra não possuía outras reservas, pois todo o capital fora emprestado ao Governo, o grupo de capitalistas fundadores recebeu em troca o privilégio de emitir bilhetes de papel no montante do capital emprestado. Esses bilhetes (notas), funcionando como títulos do Tesouro seriam reembolsáveis em ouro. A rendição e o armistício com os franceses em 1697 teve como resultado a consolidação dos laços que uniam a Casa Orange-Nassau de Guilherme III e o Banco de Amesterdão. Ao principio os bilhetes do Banco de Inglaterra não tinham oferecido grande confiança (2), mas, após os lucros obtidos com a vitória e a consolidação trazida com o primeiro reembolso a que se vinham juntar as cem mil libras de juros recebidas todos os anos, o público em geral aderiu aos empréstimos do Banco. Esta é a génese fundacional da praça financeira da City de Londres. O Banco de Inglaterra, especialmente fundado para esta operação, pode ser considerado igualmente a primeira parceria Público-Privada (3)

(1) Este conflito opôs a França contra a Liga de Augsburgo, ficando conhecido em 1689, com a entrada da Inglaterra, com o nome de Guerra da Grande Aliança. O conflito terminou com a assinatura do Tratado assinado em 20 de Setembro de 1697 na cidade holandesa de Rijswijk (wikipedia).
(2) Dinheiro fiduciário, de “Fidúcia”, a confiança (certeza, segurança) que o público utilizador precisa de ter ao utilizar determinada moeda ou nota como meio de troca geralmente aceite. No actual estádio de desenvolvimento do capitalismo não existe papel-moeda sem a existência de um Estado que o avalize (wikipedia)

(3) Os 13 anos de governo de Guilherme de Orange representaram um verdadeiro salto de qualidade para o mundo financeiro da Inglaterra que se fundiu praticamente com as finanças holandesas dando um renovado impulso à Companhia Inglesa das Índias Orientais, e reorganizando completamente o sistema de administração da dívida publica do governo inglês, através da criação do Banco da Inglaterra, em 1694. Foi Oliver Cromwell quem tinha dado forma e força ao mercantilismo inglês, ao decretar o “1º Acto da Navegação”, em 1651, que fechou os portos e monopolizou o comércio, na mão dos navegadores ingleses. Dando início a uma política mercantilista que se manteve vigente na Inglaterra durante os dois séculos seguintes, até pelo menos a abolição das Corn Laws, que protegiam a agricultura da ilha, em 1846. Ao lado do mercantilismo, Cromwell também oficializou a política de expansão colonial da Inglaterra, assumindo imediatamente a sua liderança. Primeiro, atacou e submeteu a Irlanda e a Escócia, e logo em seguida começou as guerras com a Espanha e com a Holanda, pelo controle do Mar do Norte e do Caribe. E foi na guerra com a Espanha que a Inglaterra de Cromwell conquistou sua primeira colónia de povoamento, a Jamaica, em 1655. A partir de então, a Inglaterra fez aproximadamente 90 guerras e nunca mais interrompeu a expansão do seu território económico e colonial, até ao século XX, quando o Império Britânico alcançou a sua máxima extensão, depois da 1º Guerra Mundial

domingo, fevereiro 26, 2012

A grande contradição dos nossos tempos é a que opõe a natureza social do trabalho à apropriação privada da riqueza gerada por ele.

Supunhamos uma celha de dinheiro, um recipiente do género daquele onde o Tio Patinhas costumava tomar banho esfregando-se com moedas de ouro. Mais que um determinado montante de dívida ali acumulada que agora é propriedade de alguém, esse montante de dinheiro (Capital) representa trabalho acumulado. O capital não é apenas um mero aglomerado de papel/moeda a que se atribuiu um determinado valor; não é igualmente apenas um mero composto de partes (capital fixo, capital móvel, mais valia, lucro, etc). o Capital é o somatório que reflecte e incorpora todas as relações sociais de produção nele integradas. Por esta razão, por vezes um pouco esquecida, a obra de Karl Marxo Capital”, publicada pela primeira vez por Engels em 1894, tem um subtítulo: “Crítica de Economia Politica”, ou seja, a crítica da supremacia social do dinheiro (1). O Capital é a medida resultante de um processo de acumulação sobre uma estrutura económica assente na exploração colectiva de todo um povo (ou, pior ainda, das malhas imperialistas que se estendem sobre outros povos). O montante de capital obtido pelo modo de acumulação capitalista clássico é portanto “capital morto” que não tem outro préstimo senão o de ser re-investido por forma a poder prosseguir o seu ciclo de expansão. Como notou Marx: “o Capital" (trabalho morto acumulado) só se pode manter e prosperar sugando sempre novas quantidades de trabalho vivo”. Daí a preocupação de todos os sectores subservientes ao modo neoliberal de produção, da esquerda à direita, com o “crescimento da economia”, isto é, o prosseguimento da exploração do trabalho vivo, embora este seja pago cada vez a mais baixo preço (2), porque melhores salários num perspectiva reformista do capitalismo é uma reinvindicação utópica, quando por exemplo em Portugal a inflação é já a maior da zona euro, enquanto o PIB baixa dramaticamente (3)

notas
(1) “O Capital, Critica de Economia Politica" http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/capital/index.htm
(2) Paul Krugman, o prémio Nobel ídolo da “esquerda social democrata” que vem ser homenageado por três universidades portuguesas, advoga que os salários em Portugal devem cair em cerca de 30% em relação aos praticados na Alemanha http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=42485
(3) Portugal terá em 2012 a maior contracção do PIB e inflação mais elevada da zona Euro http://lutapopularonline.blogspot.com/2012/02/o-pais-ja-nao-aguenta-mais.html
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sábado, fevereiro 25, 2012

A dívida pública, que não foi contraída pelo povo português nem em seu benefício, tem de ser repudiada.

"O ano de 2012, que o governo Coelho/Portas anunciou como o do início da “recuperação” económica, vai afinal significar um agravamento inaudito em todos os indicadores que permitem avaliar as condições de vida do povo trabalhador em Portugal. A própria Comissão Europeia, cujas previsões são constantemente negadas pela realidade, para pior, veio agora anunciar que o país vai registar este ano um decréscimo no Produto Interno Bruto de 3,3% (o pior de toda a União Europeia, com excepção da Grécia) e que o desemprego continuará a subir para além dos já cerca de um milhão e duzentos mil trabalhadores actualmente desempregados. Para além disso, Portugal, mesmo com a actividade produtiva em liquidação acelerada, registará a taxa de inflação mais alta de toda a UE, seguramente muito acima do valor estimado de 3,3%, o qual significa para a população trabalhadora, pela diminuição que acarreta no seu poder de compra, um novo imposto de igual montante ao daquela taxa de inflação" (Luta Popular)
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sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Ernani, ou a Honra Castelhana

Espanha, 1519. Don Juan de Aragão acaba de perder o título nobiliárquico e todos os seus bens durante a Guerra Civil. Usando o nome de "Ernani" dirige agora um grupo de foragidos que se refugiam nas montanhas. Ele conta aos seus homens os seus planos para resgatar a sua amada Elvira que vai ser forçada a casar com o tio Don Ruy Gómez da Silva. O rei Don Carlo visita Elvira e diz-lhe que por motivos patrióticos precisa do contributo essencial de Don Silva, tanto mais que brevemente irá haver eleições para Imperador do Sacro Império Romano...



(em directo da Metropolitan Opera NY na Gulbenkian, sábado 25, 18 horas)
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quarta-feira, fevereiro 22, 2012

A nova "ajuda" à Grécia

Garcia Pereira no programa "Em Foco", canal ETV às 3ªs feiras, 18,30



Quem irá beneficiar com o novo pacote de medidas de austeridade para a Grécia? Adrian Salbuchi sugere que os principais responsáveis pela recessão económica são os banqueiros, que "põem pobres contra pobres"
(legendado em português)

terça-feira, fevereiro 21, 2012

pilhando activos...

"Cumprimos todos os requisitos para a aprovação da ajuda" (Evangelos Venizelos, ministro das finanças grego)

O mais surpreendente é que a palavra "ajuda" continue a ser utilizada perante os povos para justificar o facto da Grécia estar a ser utilizada como um enorme aterro sanitário para os valores europeus perdidos em acções financeiras tóxicas. Por onde passam as hordas financeiras vão tentando pilhar tudo que possa ainda possa possuir algum valor para uso futuro; os serviços públicos como alvo da privataria



Verões quentes, praias de sonho, edificios clássicos maravilhosos, comida apuradinha

Uma espécie de cordão umbilical mal cortado à nascença une os quatro gémeos capitalistas nascidos no sul da Europa. Une-os na vertente cultural, nas retrógadas práticas religiosas com honra lavada nos adros das igrejas, diferente dos paises nórdicos mais propensos à ética protestante onde nas catedrais não se usam ícones e, finalmente, na apetência da população em aceitar maiorias de esquerda sem que estas assentem firmemente num aparelho produtivo autónomo controlado por um poder politico soberano. assim, o aparente progresso civilizacional de que disfrutaram estes lugares no pós-guerra, a Grécia, Portugal, Itália e Espanha, pode ser medido pelo investimento estrangeiro, tendo tido este como primeiro desígnio o combate ao comunismo, ou seja, a um sistema de organização social em torno da propriedade pública. Tem sido um investimento financeiro dos países ricos do Norte, que tem visado duplamente “acomodar” a dissidência politica, enquanto vai abrindo portas para a instalação dos interesses económicos dos emprestadores

Assim foi na Grécia “comunista” legada após a invasão Nazi (1941-1944), rebelião cujo termo, para salvaguardar os capitais investidos com o Plano Marshall, apenas foi imposto por um golpe militar e a instauração da ditadura dos coronéis (1967-1974)
Em Portugal a revolução de Abril de 1974, cuja finalidade principal seria a de modernizar um capitalismo obsoleto (abri-lo aos capitais estrangeiros), foi enterrada um ano depois em definitivo por um golpe da ultra-direita que consentiu no acomodar na função pública de centenas de milhar de funcionários “simpatizantes de esquerda”.
Em Espanha, a questão da esquerda foi resolvida pelo genocídio puro e duro perpretado durante a Guerra Civil (1936-1969). O actual governo espanhol é mais franquista que o próprio Franco alguma vez de atreveu a ser, vendendo a imagem Fascista para parecer um moderado que entrega o Poder de volta à monarquia dos Borbons.
Em Itália, com maiorias de esquerda por décadas mas governada por “democratas cristãos” para assegurar os capitais que fizeram do país a 7ª economia mundial, a dissidência politica anti-capitalista apenas se foi extinguindo quando foi criminalizada como “terrorista” pelo emprego do tenebroso plano de acção desenvolvido pelos operacionais norte-americanos do stay-behind que ficou conhecido por Operação Gládio

Cena da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni estreada no Teatro Constanzi em Roma a 17 de Maio de 1890
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segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A tribo da bandeirinha nacional na lapela

Uma das encenações que mais têm irritado os lixados pela crise é a do Primeiro Ministro, e os outros FDP (Figurantes do Poder) andarem agora "armados" em Super-Patriotas, exibindo um pin da Bandeira Nacional na lapela. Contudo, passada a surpresa, havia ali qualquer coisa que não nos soava de todo estranho. A resposta para a falta de originalidade veio a ser encontrada nas páginas do volume 5 da História da Vida Privada. Nesta fotografia (abaixo) estão dois operários brindando com dois patrões à saúde da economia nacional. Não há rejeição entre classes e o paternalismo patronal leva os operários a acreditar que não há ideologia, que ambos partilham dos mesmos interesses. Estamos na França ocupada pelos nazis com o governo “nacional” estabelecido em Vichy; há unanimidade nacional na opinião pública de que "o país deve andar para a frente" e os dois patrões ostentam garbosamente a “Franzisque” na lapela (franz, na pronúncia alemã do diminuitivo da bandeirinha francesa). É sempre assim, os que mais vendem a propriedade dos bens públicos da Pátria aos interesses estrangeiros e lucram com isso são os que mais símbolos patrióticos usam na tentativa de enganar o pagode

domingo, fevereiro 19, 2012

Ao entrar na Bulhosa calcem-se as galochas, pois pode muito bem tropeçar-se nesta trampa

"Civilização, a Ocidental e a do Resto do Mundo" ("Civilization – The West and the Rest", Niall Ferguson) edição da Civilização Editora, proprietária das Livrarias Bulhosa

Começa assim, na badana: “No quattrocento a Inglaterra era um miserável charco de água estagnada, Constantinopla estava devastada pela peste, os reinos da Europa mergulhados em conflitos; na China a civilização dos Ming florescia. Quanto à América do Norte, no século XV era uma região inóspita e anárquica comparada com os domínios dos Astecas e dos Incas. A ideia de que o Ocidente viria a dominar os Outros durante a maior parte da metade do milénio seguinte seria fantasiosa. E, porém, foi o que aconteceu...
... O que caracterizava a civilização da Europa Ocidental e que consistiu num trunfo em relação aos aparentemente superiores impérios do Oriente? A resposta, segundo Niall Ferguson, é que o Ocidente desenvolveu cinco “aplicações-chave” e mais uma, a Ciência, ” que os Outros não possuíam

Não possuíam? a saber, a civilização chinesa desenvolveu quatro grandes invenções na antiguidade, 1.o fabrico de Papel desde 206 a.n.e. e difundido para Ocidente a partir do ano 25 da nossa era; 2. a Bússula, conhecida há mais de 5000 anos começou no ano 960 a se associada à navegação; 3. As Técnicas de Impressão aplicadas para produzir livros com chapas gravadas e depois do ano 100 com caractéres móveis; 4. a Pólvora, utilizada em fogos de artificio a partir do ano 618, durante a dinastia Tang - o que o Oriente efectivamente não “descobriu” foram as aplicações-chave do Ocidente do sr.Ferguson para aplicar a Ciência ao desenvolvimento da guerra e do genocídio como técnica de limpeza de terreno conquistado

Em “a Ascenção do Dinheiro” o galo-da-india Ferguson já tinha “demonstrado” que o ovo sai do cu da galinha: que “a actividade financeira é a base do progresso humano”, omitindo o que se pode considerar “progresso” e se, como cu toda a gente tem, a actividade financeira é exercida em beneficio de todos. Tendo em conta o seu currículo, a Time considerou Niall Ferguson uma dos 100 personalidades mais influentes do mundo.

Mas o pior (para o autor é o melhor), nem são as labregas falcatruas ideológicas, mas sim o estilo. Começa por referir o “quattrocento” mas nem uma única linha sobre as relações mercantis italianas pré-capitalistas. Como assunto sério e verdadeiramante determinante para a análise marxista a questão da propriedade privada dos meios de produção a partir da era industrial ficará evidentemente omissa. Quando chega ao marxismo a pena do bestunto atinge a subtileza “científica” de um latrineiro. Aqui fica uma pequena amostra:

“O marxismo é uma mistura de filosofia de Hegel, que apresentava o processo histórico como dialéctico, e da economia politica de Ricardo, que postulava dividendos menores para o capital e uma “lei de ferro” de salários baixos; o marxismo pegou na repugnância de Carlyle em relação à economia industrial e substituiu a nostalgia pela utopia. Marx era um individuo odioso. Era um parasita porcalhão e desleixado e um polemista selvagem, e gostava de se gabar de que a mulher nascera “baronesa Von Westphalen”, mas não deixou de fazer um filho à criada. Na única ocasião em que se candidatou a um emprego (de escriturário no caminho de ferro), foi rejeitado por ter uma caligrafia péssima. Tentou jogar na bolsa mas não tinha jeito nenhum. Durante quase toda a sua vida dependeu das esmolas de Engels, para quem o socialismo era um passatempo para depois de jantar, a par da caça à raposa e das mulheres; de dia, geria uma fábrica do pai, em Manchester (cujo produto patenteado era conhecido por “fio de diamante”). Em toda a história, nenhum homem mordeu com mais gosto a mão que o alimentou do que Marx ao morder a do Rei do Algodão. A essência do marxismo era a crença de que a economia industrial estava condenada a gerar uma sociedade intoleravelmente desigual, dividida entre burguesia (proprietária de capital) e proletariado…”etc.

Mais uma vez, e voltando ao principio, como é que a Bulhosa quer pagar a tempo e horas os salários aos seus funcionários, se anda a editar e a tentar vender trampa desta?
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sábado, fevereiro 18, 2012

somos todos gregos? claro que não, há quem seja alemão

pela alma da parlamento grego, RIP



18 de Fevereiro, Dia Internacional de Solidariedade com o povo da Grécia

Garcia Pereira: Para quem ainda invoca ter dúvidas sobre o que nos espera se não derrubarmos o actual Governo e não impusermos uma mudança de rumo ao País
"A condição colocada pela Alemanha para o chamado 2º programa da tróica representa, pura e simplesmente, a ocupação da Grécia e a sua governação por um Comissário designado pela União Europeia, ou seja, pela Senhora Merckel. Na verdade, e segundo refere uma notícia publicada pelo “I” online, «O documento que defende a ocupação de Atenas foi divulgado pelo “Financial Times”. Está lá escrito que para ter acesso ao segundo programa de resgate, a Grécia terá de ser obrigada “a transferir a soberania nacional para a União Europeia, em matéria de orçamento, durante algum tempo”. O texto sugere que “um novo comissário do orçamento nomeado pelo eurogrupo ajudará a implementar reformas”. “O comissário terá largas competências sobre a despesa pública e um direito de veto contra decisões orçamentais que não estejam em linha com os objectivos orçamentais e a regra de dar total prioridade ao serviço da dívida." Segundo a Reuters, esta tentativa alemã de governar Atenas pode ser estendida a outros países, como Portugal. Uma fonte do governo alemão disse à agência que esta proposta não se destina apenas à Grécia, mas a outros países da zona euro em dificuldades que recebem ajuda financeira e não são capazes de atingir os objectivos que acordaram(Documento retirado do próprio “Financial Times” e uma previsão da OCDE)

Democracia na Grécia? como? se até o fantoche não eleito no cargo de primeiro ministro foi designado pela Comissão Europeia?

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

a Arte e a Biblia ao serviço do Dinheiro

O rei persa Assuerus perguntou ao seu principal conselheiro, Haman, qual seria a maior honra a prestar a um homem que lhe havia feito bem. Haman pensou que o rei se estava a referir a ele, mas cedo descobriria que o homem destinado a receber a maior honra era o judeu Mordecai, principal rival de Haman. Mordecai tinha ouvido planos para assassinar o rei, informou as autoridades e os presumiveis assassinos foram enforcados ainda antes de terem tentado praticar o crime. Neste contexto, Haman, admiradissimo por o Rei ter emprenhado pelos ouvidos, ficou muito chocado quando recebeu ordens para levar Mordecai pela cidade ao som das trompas no melhor cavalo do rei.
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Na gravura de Lucas van Leyden (1515) o autor escondeu a figura de Haman por detrás do cavalo. Rembrandt retomaria o tema em 1641 realçando em muito a figura do judeu e pondo um humilhado Haman em primeiro plano definido pelo seu típico turbante árabe como que citando o Livro de Esther 6:11: “Assim deve ser feito ao homem a quem um Rei deliciado deseja honrar”

De facto as duas gravuras demonstram mais os desígnios da época e do lugar em que foram feitos, a Europa, que a atípica pulhice humana da fábula bíblica na luta por um lugar na sombra do Poder.

Em 1515. Após a queda do Reino de Granada em 1492 os mouriscos peninsulares viram-se constrangidos a abandonar as suas terras; os mais abastados sairam pelos seus meios, passando aos milhares por Portugal a caminho do Norte de África, Tunis e Argel, do Oriente Otomano e no norte da Europa para os países baixos. Os mais desafortunados permaneceram, aceitando conversões religiosas forçadas. Era a última presença árabe na Europa, que durara 700 anos na peninsula ibérica. À data da obra de Rembrandt (1641) Filipe II tinha herdado o Império dos Habsburgos, desde a Espanha e Portugal até à Sicilia, incluindo partes da Alemanha, França e Holanda. Nesse ano os árabes conversos que tinham permanecido em Espanha (após a 1ª expulsão de 1609) receberam nova ordem de expulsão. Depois da revolta das Alpujarras o Rei temia a invasão da frota Otomana em socorro da miserável condição a que haviam sido reduzidos os sobreviventes do Islão na Ibéria. Mas a ascenção da Europa católica de Carlos V tinha sido fulgurante: O historiador Earl J.Hamilton (in American Treasure and the price revolution in Spain) afirma que a Espanha entre 1520 e 1555 aumentou em nove vezes e meia a massa monetária de maravedis em circulação à custa do metal precioso importado do Novo Mundo, isto é, do saque e aniquilação dos recursos indígenas americanos. Nada de espantar que Rembrandt na Holanda dominada por Filipe II, em reforço da posição dos tesoureiros do Rei, tenha aceite a encomenda para realçar o “Triunfo de Mordechai” nesse mesmo ano de 1641. A Liga Santa capitaneada pelo governador da Flandres, (o mesmo Juan de Austria já antes envolvido na repressão sobre os revoltosos de Alpujarras) derrotaria em definitivo os Otomanos em 1671 na batalha de Lepanto, pondo fim à expansão do Islão no Mediterrâneo
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quarta-feira, fevereiro 15, 2012

os legisladores caguinchas

a noticia vinda hoje a público de que os ministros das Finanças e da Economia já não saem à rua sem protecção policial, deixou a população estupefacta. Então estes cobardolas decidem-se a destruir milhares de familias em nome de interesses estrangeiros, não sabem ao que andam e têm medo de um ou outro inofensivo tabefe?

Ora quem devia estar a ser protegido das acções de banditismo destes vendilhões da pátria era cada uma das vítimas dos assaltos em impostos; ora, como é óbvio, um policia para cada cidadão é uma impossibilidade, pensámos então talvez requisitar as Forças Armadas. Não seria caso inédito...

Esta manhã, quando Cavaco Silva se preparava para visitar a escola António Arroio, a comitiva foi corrida pelos alunos aos gritos de Fascistas! O presidente justifica-se com um «impedimento» - o Medo - mas devia-se submeter ao tratamento psicológico que os seus patrões andam a ensaiar: uma "Pílula contra o Medo". Quanto às policias, cães de guarda treinados para reprimir os seus próprios povos, nada a fazer, as medidas para Militarizar a Policia continuam a crescer dia após dia, com a finalidade, dizem eles, de combater potenciais bins Ladens... (fonte)
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terça-feira, fevereiro 14, 2012

a "Dívida" na frente politica das Privatizações

Numa visita de dois dias ao nosso país, Norbert Lammert, presidente do parlamento alemão, foi recebido na AR pela sua homóloga portuguesa, Assunção Esteves, não se cansando de afirmar que "a Alemanha, que já se comporta como potência económica ocupante, está muito bem impressionada com o desempenho do governo" de traição PSD/CDS com o apoio tácito do PS (...) Quando Lammert afirma que “estamos impressionados… no que diz respeito a Portugal… por não só termos acordos e pactos negociados, como esses acordos estarem a ser implementados”, o que de facto está a aplaudir é uma política vende pátrias que rouba o trabalho e os salários dos trabalhadores para os entregar ao altar da “dívida”, o que ele está a aplaudir é o facto destes traidores do PSD e CDS, com o beneplácito de Seguro, estarem com grande afã a executar um programa de privatizações que permitam a transferência de activos e empresas públicas estratégicas, a preços de saldo, para as mãos de privados, sobretudo para as mãos de grandes grupos financeiros que, nos seus países de origem, têm vedado o acesso a tais activos e empresas. (daqui)
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segunda-feira, fevereiro 13, 2012

na senda do comandante Schettino, nova proposta de salvação chega-nos dos Estados Unidos: "Poderá este homem (Mario Monti) salvar a Europa?". Segundo a Time, Monti será o homem mais poderoso da Europa, e os proponentes da subida de uma personagem não eleita a tão elevado grau lá saberão das suas razões. Monti fez carreira como Chefe da Conselho das Relações Exteriores Europeu e reporta directamente ao CFR norte-americano. Monti faz a gestão cá do sítio de acordo com os designios dos boys neoliberais. Com este artigo a famiglia oriunda da Sicilia não poderá estar mais impressionada

Toda a proposta politica oriunda do centro capitalista global é necessariamente uma proposta de usurpação dos poderes que pertencem aos povos. Um homem sózinho não salva nada, quem nos pode salvar são, em vez de 100 ou 300 mil manifestantes pondo as ruas a ferro e fogo, são mais de 1 milhão de activistas, em cada cidade, pondo a ferro e fogo a toda a instituição que represente o imperialismo da oligarquia financeira global

domingo, fevereiro 12, 2012

300 mil, um protesto e coisa e tal...

a CGTP tinha assuntos de sobra, mas, ao omitir deliberadamente qualquer ataque ao P"S" mostra deliberadamente a sua natureza conciliatória com quem nos explora. Ao propor simplesmente uma "nova alternativa" como sempre nos últimos 30 anos a CGTP pretende apenas remediar os efeitos que durante esse periodo se têm vindo sempre a agravar;

a CGTP teve assunto de sobra: condenar o acordo de concertação, a subserviência externa e a ocupação financeira do país, contra o aumento generalizada da pobreza, a luta contra o desemprego, contra o corte dos salários e subsidios, pelo aumento do salário mínimo, contra os cortes no subsidio de desemprego quando este mais aumenta, contra os bancos sde horas depositados na conta do patrão, o serviço arbitrário dedidido uniteralmente nos feriados e nas pontes, contestação aos cortes de subsidios de férias e de natal, aumento generalizado do custo de vida, contra o livre despedimento por "inadaptação" - seria preciso andar com uma candeia pelas diversas componentes da manifestação para se encontrar uma palavra de ordem tão simples quanto esta: "Abaixo o Governo de Traição Nacional PSD/CDS" e reclamar no mínimo e uma coisa tão simples quanto esta: eleições imediatas e legitimar pela intervenção do povo português um novo Governo Democrático e Patriótico

Ainda assim, a convicção popular alienada que os outros, (os "Socialistas") são melhores que estes (Passos e o Emplastro) tem conduzido a encher muitos bolsos. Como se verá, a continuada prática reformista da CGTP ajuda a marginalizá-la. Como se viu, a aliança com a UGT custou muito caro ao movimento sindical nas duas greves gerais anteriores. Desta vez nem o Governo nem a Policia avançam com qualquer estimativa do número de manifestantes, o pasquim do Balsemão socorrendo-se de fotografias aéreas (não se sabe a que horas) afirma que o Terreiro do Paço "ficou a meia-casa" e até a respeitável agência noticiosa Reuters se limita a mentir descaradamente por omissão quando escreve que "foram mais de 100 os manifestantes em Lisboa contra a Austeridade". Como se verá, a CGTP insiste em rever-se na prática como a última âncora dos poderosos para suster e desmobilizar as lutas dos trabalhadores portugueses com objectivos consequentes. Por exemplo uma Greve Geral sem termo certo, até que as condições actuais de roubo e banditismo politico-económico sejam, invertidas

sábado, fevereiro 11, 2012

por uma nova Greve Geral

a Greve Geral e a nossa posição face à UGT

pela suspensão imediata do pagamento de uma dívida que é ilegitima

A acumulação de capital por via da dívida pública não significa senão (…) o desenvolvimento duma classe de credores do Estado que são autorizados a cobrar para si próprios uma parte do montante dos impostos (…). Estes factos demonstram que uma acumulação de dívidas passa a ser uma acumulação de capital” (Karl Marx, o Capital)

os segredinhos entre os credores e os traidores nada mais são que um deliberado e propositado ensaio para preparar a opinião pública para novos agravamentos

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Grécia vai ser sujeita a vaga de austeridade sem precedentes

Se o povo da Grécia não conseguir inverter a situação, saiba o que acontecerá a Portugal dentro de alguns meses.

Segundo o proposto pela troika o Governo não eleito de Atenas será forçado a aceitar uma maior e mais drástica redução de salários, pensões e subsidios de desemprego (a redução total será de 33%); com a economia destruida o desemprego aumentará (encontrava-se em 20,9% em Novembro), e terá de proceder a mais despedimentos na função pública e cortes na Saúde. Entretanto, a Europa está pronta para ejectar a Grécia para fora da zona Euro

A questão das novas medidas a aplicar é tão sensivel que até o próprio representante da extrema direita (no caso português representada pela UGT) abandonou a reunião de "concertação" social nacional após 8 horas de conversações. Devido aos cortes a maioria dos hospitais públicos já não possui capacidade de resposta aos utentes; as farmacêuticas cortaram os fornecimentos de medicamentos por falta de pagamento. Os trabalhadores tentam resolver as situações de ruptura e, dando o exemplo de uma forma de luta consequente, ocuparam o hospital de Kilkis entrando em autogestão. Tudo leva a crer que a Grécia é um tubo de ensaio para receitas neoliberais de última geração: um Capitalismo de destruição. População grega cumpre hoje nova Greve Geral e ocupa as ruas contra os cortes selvagens e em luta contra mais austeridade. Os militantes de vanguarda tentam ocupar o Parlamento

Como pode entender-se a alienação do património público para pagar a Dívida se o endividamento entretanto se multiplica cada vez mais?... É um pretexto para vender a pataco o património público a corporações privadas. Depois do primeiro pacote de medidas de austeridade aplicado a Portugal e da queda forçada de valor do que resta do tecido empresarial, a troika quer agora ver acelerado o processo de privatização das empresas de transportes públicos a preços de saldo e a liberalização dos mercados de energia. A privatização de tudo o que diga respeito ao Serviço Nacional de Saúde virá a seguir.

António José Seguro, o novo lider do P"S", de um "socialismo" que não é novo nem seguro, mas como habitualmente mentiroso, afirmou na sua recente entrevista que assinará "tudo o que o seu partido contratou com a troika e estiver dentro dos parâmetros desse acordo", isto é, quanto ao resto diz estar aqui "não para fazer julgamentos sobre o passado que nada resolvem, mas com os olhos postos nas medidas que poderão melhorar o nosso futuro como nação". Retórica embusteira, embora um engravatado pau mandado do aparelho oculto do partido, Seguro sabe bem que o futuro é exactamente o resultado das medidas que se tomaram no passado e se continuam a tomar neste preciso momento. Ou seja, daquilo que o seu partido combinou previamente com o actual partido no poder, cumprindo a velha e relha dança alternadeira dos dois partidos únicos
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quinta-feira, fevereiro 09, 2012

ó pá, Salazar é a sua tia...

(olhe que não, olhe que não, que fascista tão vulgar; eu cá sou mais uma coisa à séria, uma espécie de Mussolini das misericórdias dos pobres)

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

o factor Balsemão e a Luta popular

o semanário "Espesso" - na semana em que a central sindical CGTP mudou de coordenador de direcção e se anuncia para o próximo sábado dia 11 uma grande manifestação de repúdio pelas politicas de traição, quebra de compromisso nos contratos sociais definidos pela Constituição e venda a retalho dos bens públicos nacionais - nem uma única referência faz, nem ao novo lider nem à manifestação. Em compensação dedica uma página inteirinha ao fait-diver do que fará Carvalho da Silva na sua nova vida de reformado...

Arménio Carlos, CGTP: Crise serviu para "ajuste de contas com direitos" laborais (...) "Conheço trabalhadores que para não perderem o prémio de produção não foram ao funeral do pai..."



Contra os provocadores do governo, contra os acordos de traição


terça-feira, fevereiro 07, 2012

reivindicando mais dinheiro no mundo da fome

Forças da Policia entram em greve, com ocupação do Parlamento estadual. Manifestantes populares apoiam grevistas. As ruas de Salvador da Baía estão a ser patrulhadas por blindados e 3.500 soldados das forças especiais do Exército. Juiz emite mandatos de captura contra 11 policias grevistas



(mais pormenores aqui e noticias sobre confrontos aqui)

Esta é uma possibilidade real de saída para uma Crise que parece insolúvel. Uma determinada facção das forças de segurança revolta-se contra a escassez das condições a que estavam habituados. Metade da população apoia-os. O Estado envia forças militares que são afectas ao regime para dominar a rebelião. A outra metade da população apoia um regime que lhes tem permitido uma vida fácil. Face à confusão e instabilidade social os ricos e as elites mudam-se de armas e bagagens para outras regiões seguras. No terreno instala-se a guerra civil... Nuns lados, como aqui neste caso do Brasil, a guerra nasce do interior de uma das sociedades mais desiguais do mundo. Noutros casos, como na Síria e na Líbia que tinham regimes de cariz socializante, a revolta é fomentada a partir do exterior

Síria,
uma enorme multidão acolhe entusiasticamente a visita ao país de Serguei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia (ver mais)

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Estávamos nós Going para não Ongoing... (II)

Na transformação do lucro em lucro mediante uma iluminação, por assim dizer, um raciocínio matemático, os capitalistas conduzem-se como falsos irmãos quando competem entre si, mas podem ser considerados como franco-maçons, quando se trata de explorar a classe trabalhadora” (Karl Marx, “o Capital”, 1867)

domingo, fevereiro 05, 2012

Estávamos nós Going para não Ongoing…

quando alguém pensou: “a confirmar-se o que tem sido afirmado nos jornais alguém tem de ir bater com os costados na prisão por um bom naco de tempo

Segundo o jornal “Público” há mais gente a ser investigada no âmbito do caso dos espiões que trabalham (ou “trabalharam”) para os Serviços Secretos do Estado português. Os visados são João Alfaro, (do SIED) e Paulo Félix, do Serviço de Informações de Segurança (SIS), que está sob investigação por alegada utilização abusiva de dinheiro público. O ex-expião tinha responsabilidades na área da informática, onde foi encontrada uma sobrefacturação de 300.000 Euros justificada com documentos falsos. (fonte)
Como habitualmente em Portugal, quem dá umas “palmadas” secretas no Erário Público ou transfere informação lucrativa, (a mando não se sabe bem de quem nem para quê), para empresas privadas é considerado “Espião”; Juntando o útil ao agradável (espiar e roubar), assim sendo, o Estado português está transformado no maior serviço secreto do mundo.

Só um pequeno aviso interpares concorrentes, que tanto vale para o grupo mediático do bilderberger Pinto Balsemão como para a rapaziada da nóvel concorrente Ongoing: quem porventura apresentar facturas com a ortografia não tradicional (a fazer escola a regra CCB) sujeita-se a ver negado o pagamento do valor

Uma estória dramática de "espionagem"
protagonizada por corredores de fundo


O Estado português, (por notificação recebida de decisores globais superiores) “decidiu” uniformizar todas as Entidades policiais e Serviços de Informações num único sistema de comunicações integrado (SIRESP, uma tecnologia que permite ligar todos os telefones de um país a uma única central de escutas), com registos informáticos de todas as ocorrências consideradas relevantes (não se sabe muito bem por quem). Devido à sua importância, o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) ficou sob o comando directo do 1º Ministro (1).

A montagem do sistema nasceu logo debaixo do esquema de corrupção vigente, através de uma empresa administrada por Daniel Sanches, antigo quadro do BPN e director do DCIAP até integrar o XVI Governo Constitucional como ministro da Administração Interna em 2004/2005. Ele e o ex-titular da pasta das Finanças, Bagão Félix, adjudicaram o sistema SIRESP três dias após terem já perdido as legislativas”. Dias Loureiro era então administrador não executivo do grupo SLN presidido por Oliveira e Costa, por sua vez antigo secretário de Estado da Administração Fiscal. O Conselho de Ministros do Governo de Santana Lopes na pessoa do ministro Morais Sarmento nomeou o reformado juiz Branquinho Lobo como Director Nacional da Policia de Segurança Pública. Branquinho já estava “reformado por inaptidão mental” mas a sua posição na Maçonaria prevaleceu sobre a incapacidade.

Nos serviços de informações e escutas está lá tudo, em ficheiros associados a cada nome, gostos pessoais, ligações que frequenta, links da wikipedia, historial e tendendências sexuais e amorosas, sites que lê, apreciações de carácter, descrições de agendas, etc. Estes dados atingem todos os patamares de gente ligada à governação, a partidos politicos e, como é evidente, a potenciais contestatários ao sistema

mais protagonistas

O maçon Agostinho Branquinho, através de Miguel Relvas, o líder de mais alto grau maçónico neste governo, foi o primeiro contacto da Maçonaria para chegar ao actual primeiro ministro Passos Coelho – Branquinho que há 8 meses não sabia o que era a Ongoing acaba por desistir da posição de deputado do PSD para ser contratado pela… Ongoing
Rui Pereira, maçon de elevado grau, ex-director do SIS, em tempo nomeado ministro da Administração Interna foi o responsável pelas ligações com o aparelho do Partido dito “Socialista”

O “padrinho” (2) que iniciou o ex-director do SIED Jorge Silva Carvalho, o maçon José Manuel Anes (personagem que nunca foi eleito para coisa nenhuma), desde 2004 vice-presidente do “Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo” (cujo presidente é Rui Pereira) o de mais elevado grau maçónico na orgânica dos “espiões”, foi o responsável que veio a terreiro denunciar que na loja (de baixo grau) Mozart havia gente que tinha utilizado a Maçonaria para obter lucros pessoais, ultrapassando Silva Carvalho a hierarquia de obediência à Ordem ao transmitir informações confidenciais dos serviços secretos à empresa Ongoing para onde se viria a transferir como administrador

(a Luta de Classes? isso é bom para os Profanos)
notas:
(1) O contraponto ao poder da “Entidade Governo” na sua missão de assegurar a “Segurança Interna” contra hipotéticas revoltas do seu povo, é feita pela “Entidade Presidência da República” que, acumulando a função de Cmdt do Estado-Maior das Forças Armadas, reporta directamente à NATO na intenção de controlar as intervenções para conter revoltas que ameacem o actual paradigma global
(2) José Manuel Anes: “Ele (Silva Carvalho) maltratou o padrinho, dentro e fora da Maçonaria, e começou a fazer o contrário do que eu lhe dizia (…) a Loja fazia rodear as suas reuniões de um “inabitual secretismo (…) Eu próprio tentei fazer-me convidado para essas reuniões, sem êxito (…) Eu sinto-me responsável por ele, mas ele vampirizou o projecto”. Apesar destas andanças, reza o curriculo de José Manuel Anes que já está reformado, auferindo a respectiva choruda pensão da Função Pública desde 1997. É especialista de "Correntes Esotéricas Ocidentais", e escreveu prefácios para vários ensaios sobre a Maçonaria, os últimos dos quais para “O Pensamento Maçónico de Fernando Pessoa” de Jorge de Matos e “La Franc-Maçonnerie comme Voie d’Éveil” de Rémi Boyer. (fonte)
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