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segunda-feira, novembro 30, 2009

a hora dos lobos...

"eleições" nas Honduras:
o Império contra o Império, perdeu Obama, ganhou o Pentágono, - "ou de como se vai branqueando o golpe"

Adorando o bezerro tecnológico

"Os governantes são servos, não são mestres. E os servos têm menos direitos" (Thomas Jefferson)

A organização portuguesa da Cimeira Ibero Americana conseguiu transformar o evento num espectáculo multimédia e marketing na novilingua MITech para venda de soluções de inovação e know-how, muito ao género das reuniões de venda de tupperwares. Completamente liofilizado de politica, (só podia, a abertura coube ao 1ºministro Sócrates e o fecho à fadista Mariza), a apresentação de produtos foi largamente desprezada por oito chefes de Estado da América Latina que, sabendo ao que viriam, não se prestaram ao frete de comparecer. Antes do inicio da apresentação comercial o Rei de Espanha reuniu em privado para tratar daquilo que verdadeiramente interessa com o neo-fascista Álvaro Uribe da Colômbia. O único presidente do continente americano que falou, Mauricio Funes do El Salvador, colocou ênfase na questão da igualdade de oportunidades para a educação, sem a qual jamais haverá equidade no relacionamento entre paises. António Guterres em nome da ONU vendeu o acordo sobre o negócio climático (assunto a que estes tipos deram hoje uma ajudinha) e os outros figurantes tiveram prestações insignificantes e passaram despercebidos. Quem não passou despercebido foi o guru neoconservador do PSD que se manteve em anúncio de legenda nos ecrans durante largos minutos enquanto o anfitrião-mor da reunião empresarial lia a sua declaração

a levar em linha de conta:
Nicholas Kozloff, "Revolution! South America and the Rise of the New Left"
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domingo, novembro 29, 2009

estórias mal contadas: Nazismo e Comunismo

Hitler não está morto. Ou escapou para Espanha ou para a Argentina”
Marechal José Estaline em declarações a James F. Byrnes, secretário de Estado dos EUA, durante a Conferência de Potsdam, 1945

“Nós iremos ter um governo mundial, quer queiramos quer não. A única questão é saber se esse Governo Mundial será atingido através da conquista ou do consentimento”
James Warburg, banqueiro e conselheiro financeiro de Franklin Roosevelt, 17 de Fevereiro de 1950

A participação de forças internacionalistas Nazis de diversos países na defesa da Europa contra a ameaça comunista, como a do Batalhão Azul franquista, dos franceses da Divisão Charlemagne ou das brigadas da Polónia, Estónia e dos Balcãs, são episódios pouco conhecidos, senão mesmo apagados da História. Toda a Europa estava representada no III Reich. “Metade das SS não eram alemãs” *

“À praça central de Tiergarten chamavam-lhe agora ironicamente Belle-Allianceplatz, onde se erguia a estátua da vitória sobre os franceses em Waterloo, por ser defendida pelos voluntários franceses da LVF. Os pelotões de peças de artilharia anti-tanque franceses desempenharam um papel particularmente eficaz na defesa de Berlim. Deram conta de cerca de metade dos 108 tanques postos fora de combate em todo o seu sector. Henri Fenet, o comandante de Batalhão descreveu o feito de um soldado de dezassete anos de idade natural de Saint-Nazaire chamado Roger, que lutou sozinho com a sua bazuca como um simples soldado. O comandante de pelotão Eugène Vanlot, um canalizador de vinte anos de idade, com a alcunha de “Gégène”, foi quem atingiu a pontuação mais alta, dando conta de oito tanques. Em Neukolln deu cabo de dois T-34 e depois destruiu mais seis em menos de vinte e quatro horas. Na tarde de 29 de Abril, Fenet e o soldado Apollot receberam condecorações por terem destruído cinco tanques cada um. Gustave Krukenberg (1) convocou-os para comparecer no semi destruído túnel da estação de metropolitano de Anhalter Banhof, e aí, à luz crepitante de velas condecorou-os com uma das duas últimas Cruzes de Cavaleiro que ainda tinha para distribuir. O outro condecorado foi o major Herzig, comandante do 503º Batalhão de Pesados Panzer SS. Um “obsersturmfuhrer” escandinavo da Nordlung trouxe três garrafas de vinho francês para fazerem um brinde aos heróis. Fenet que tinha sido ferido num pé, explicou que eles continuavam a lutar pois tinham uma só ideia na cabeça: não havia tempo para filosofar, os comunistas tinham de ser detidos”.
* Antony Beevor, “A Queda de Berlim”, pag 444

Refugiado no bunker, Hitler esperava em desespero de causa um acordo de última hora com os Aliados que o salvasse da vergonhosa rendição aos soviéticos. Aterrorizada pela propaganda, fugindo do Exército Vermelho, a população civil atravessava aos milhares as pontes semi-destruidas sobre o rio Elba para ocidente onde procuravam refúgio junto das tropas anglo-americanas. Ainda o nazismo não tinha sido vencido e já se desenhavam no terreno os princípios ideológicos da "Guerra Fria"

(1) Krukenberg, como a idiossincrasia do nome indica, era um judeu (de religião semita quaker) nascido na Franconia de uma família de Bad Teinach que ascendeu à aristocracia alemã (os Krukenberg-Conze) que desde cedo aderiram ao Nazismo pela sensação de pertencerem ao circulo dos iluminados do regime ("Inner Light", na expressão inglesa). Cerca de 1937 a sua mãe Elizabeth (a quem enviou esta carta durante a campanha no Hague) comparava as acções de Hitler como sendo contra os inimigos de Jesus, quando expulsava os vendilhões cambistas de dinheiro do Templo. Krukenberg fez a maior parte da sua carreira profissional como adido cultural em Paris e quando a guerra estalou combateu nas campanhas do norte de África sob as ordens do marechal Rommel. Na defesa de Berlim serviu sob as ordens do coronel francês das SS Edgar Puaud. Quando o comando desapareceu refugiou-se na periferia da cidade e rendeu-se às tropas soviéticas uma semana depois. Morreu na cama em 1980. Neste vídeo pode-se-lhe ouvir uma inflamada exortação à defesa do Reich nos últimos dias antes da sua queda

a Defesa da civilização Ocidental contra o Bolchevismo (isto é, o governo democrático da maioria) como inimigo principal:

sábado, novembro 28, 2009

Estado de Sitio no Pais Basco

enquanto reis, ministros e outras espécies canoras se passeiam pelo Estoril, fora das intermináveis e inconclusivas assembleias que pretendem determinar subjugações estruturais económicas sobre os mais fracos, a vida decorre normalmente, como sempre...

Cerca de uma centena de familiares e activistas amigos dos 34 jovens pró-independência detidos no País Basco e “extraditados” para Madrid onde se encontram incomunicáveis, convocaram uma manifestação para hoje em Bilbau em defesa “dos projectos de governo com o direito ao exercício de todos os direitos de cidadania”. Que crime foi imputado a estes jovens, descendentes de bascos que já eram bascos antes de existirem quaisquer vestígios de "espanhóis"? (uma re-invenção pela dinastia dos Bourbons da Hispânia romana). Aos Bascos é-lhes imputado o crime de serem independentistas. Porque lhes é negado o direito de autonomia para a região de Euskal Herria? e que futuro se lhes depara quando lhes são negados os direitos mais básicos de liberdade de reunião e de expressão?
(para acompanhar no Gara)
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sexta-feira, novembro 27, 2009

a V Internacional Socialista

quem chega de facto a Lisboa com a Cimeira Ibero Latino-americana não é a Skakira, como tem vindo a ser amplamente divulgado

Diante das chamas da cidade tomada e as profecias de desgraça da cassandra alemã, desde a Queda do Muro proporcionada pelo golpe de Estado reagan-perestroiko na URSS, que o chamado “socialismo real” foi expulso do lugar que habitava. Embora a ordem de despejo tenha em concreto “limpo” o terreno que ocupava, lavrou também a utopia socialista que se transferiu de sementes e bagagens e germina de novo no lugar natural onde sempre morou: a mente de milhares de milhões de pessoas em todo o mundo. Juntando a outros imaginários, a I Internacional marxista, a II Internacional de Lenine, a III Internacional do socialismo num só país, da IV Internacional de Trotski, outro proscrito, e das diversas canibalizações fantoches do pós-guerra engrendradas pelas oligarquias no Poder, chega-nos agora (em absoluto segredo nos Media) a tentativa de implantação da V Internacional Socialista pela mão da Venezuela de Chávez – a novidade é a politica de conciliação inter-classista respeitando a ordem instituída pelo capitalismo, “trabalhando-a” no sentido de reformar a função social das empresas. “Jamais pensámos em trocar as urnas pelas armas e não importa se a Esquerda está no terceiro ou no primeiro mundo” afirmou-se no evento inaugural. Houve até quem alvitrasse que se devia convidar Obama… uma re-edição do tal mito da Cassandra refugiada no templo de Atena, onde é descoberta e violada pelo brutal Ájax, filho de Oileu, uma múmia transsexual disfarçada

Após três dias de debate que reuniu delegados(as) de 55 partidos e organizações de esquerda de todo o mundo, sob a sigla “Compromisso de Caracas” foi elaborado um documento final onde a corrente socialista anunciou diversas actividades um pouco por todo o planeta que conduzirão à convocatória para Abril de 2010 para criar na capital venezuelana uma instância mundial que enfrentará o capitalismo. Nesta perspectiva 26 paises da América Latina, 7 da Europa, 6 de África, Ásia e Oceânia discutiram se a Revolução Bolivariana, na medida em que é única e inédita, significará um movimento de reforma social de grande envergadura com significado em todo o mundo. Na afirmativa, existirá um lugar a partir do qual se assumirá o compromisso de construir o já chamado Socialismo do século XXI? Como medidas de acção imediatas foram propostas as seguintes linhas:

1. A exigência do fim do bloqueio a Cuba e a libertação dos presos políticos cubanos daas prisões norte americanas onde foram encarcerados sem acusação legal nem possibilidades de defesa.
2. Decretar mobilizações de repúdio mundial contra as bases militares norte americanas na Colômbia. Cada organização promoverá acções nos seus países de origem.
3. Desconhecer quaisquer eleições sob a ditadura nas Honduras. Apoio incondicional a todas as organizações populares do povo hondurenho até à restituição do poder ao presidente constitucional Manuel Zelaya
4. Mobilização de um movimento mundial de militantes pela cultura da Paz com a consolidação e desenvolvimento de uma plataforma de acção conjunta entre partidos para o cumprimento das tarefas democraticamente designadas.
5. Fogo mediático usando os meios de comunicação internacional a favor da emancipação da consciência revolucionária. Solidariedade com todos os povos do mundo que lutam pela liberdade.

Patricia Rodas é, pese a ingenuidade, considerada uma grande mulher, um dos membros que integrava o governo de Zelaya nas Honduras. Nas suas palavras, esse governo que adoptou como programa levar a cabo reformas radicais, era visto como uma utopia (já criticada por Engels no Anti-Duhring em 1877), um revisionismo como tantos anteriores, "considerado como sendo de demasiada esquerda para a Direita e de demasiada direita para a Esquerda". Sócrates, invocando um desses lados (enquanto povo o desmente e diz que é o outro) também tem “reformado” em nome dos interesses genéricos dos portugueses como se de um único grupo coeso se tratasse. Porém o golpe de Estado nas Honduras veio não só pôr em causa “o reformismo ad nihil”, sem atender às classes sociais em presença, como mudou de facto a visão da população sobre a natureza do Poder.
Era essa mesma mudança de entendimento que se esperaria que a maioria do povo português tivesse interiorizado a seguir ao golpe de 25 de Novembro. Mas estamos na Europa, e Portugal é demasiado importante para ser deixado ao sabor de uma longínqua hipótese de “governance” dos portugueses. E a torneira da CIA/UE/Wall Street aberta pelo amigo Mário Soares tem corrido bem, até há pouco tempo, mas a crise trouxe o alarme para o facto de os filtros das tubagens começarem a estar entupidos; será apenas uma questão de substituição, ou é melhor deitar a torneira fora e começar a aproveitar a água das chuvas?

Comunicação de Patricia Rodas, presidente do Partido Liberal das Honduras, na reunião de partidos de Esquerda em Caracas:



Patricia Rodas, parte II da comunicação aqui, e a parte III aqui
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quinta-feira, novembro 26, 2009

Militarismo, a doutrina da burguesia armada

Comenta-se o 25 de Novembro, a eleição de Eanes em nome da estabilidade e a estranha posição de Soares que se absteve perante as alternativas PSD/Soares Carneiro e Otelo nas eleições a seguir ao 1º mandato de Eanes. Mas parece que se escapa, na generalidade dos comentários, o essencial: o tradicional negócio das armas fornecidas ao estrangeiro pelas Forças Armadas (p/e no processo Irão Contras) para o qual Ramalho Eanes foi mandatado para accionar todos os cordelinhos. O golpe de 25/N teve a defesa desse lobie como objectivo principal. O Estado que é a Oligarquia Militar dentro de outro Estado (como antes era vox populi no salazarismo), permaneceu incólume e os lugares do generalato com honras e proveitos milionários continua, 34 anos depois, às costas dos contribuintes portugueses.

Porque é que estamos falidos?

"Quero desejar um feliz Acção de Graças para todos os membros das nossas forças armadas (...) Estamos orgulhosos de vós. Estamos em guerra, a nossa economia está a passar de uma profunda recessão para uma recuperação, mas há ainda um longo caminho a percorrer"... Barack Obama

Os males de que padecem os nossos patrões é o mesmo mal que afecta os assalariados. Para um país que é tão focado nos negócios e onde o trabalho é desprezível e pouco conta, as nossas elites não são lá muito boas em aritmética básica

O custo escondido da guerra

Desde o golpe-de-estado-bush 3 triliões de dólares foram deitados pelo cano abaixo. Os Estados Unidos seguem o mesmo trilho afegão da União Soviética a caminho da bancarrota ao pretender manter uma corrida às armas que a economia não pode sustentar. Apenas 20 anos depois, o estado de falência é visivelmente provocado pela falaciosa guerra ao terrorismo. E enquanto a orquestra continua a tocar o barco sobrecarregado com o peso da dívida continua a afundar-se. E 3 triliões é realmente um número fantástico que poderia ter resolvido "a Crise". Mas qual é o nosso papel como europeus nisto tudo? Jean-Claude Trichet, o presidente do BCE, deu esta semana em entrevista ao LeMonde uma pista para a questão: "O euro não foi criado para lutar contra o dólar norte-americano ou para o substituir como moeda de reserva internacional". Existe uma sequência lógica, racional e premeditada na criação da "crise": a eleição quase simultânea de Bush e de Barroso, o 11 de Setembro, a criação do Euro e a declaração de guerra ao terrorismo...



Um comandante de alta patente das tropas alemãs no Afeganistão demitiu-se do cargo após manifestar repúdio pelo raid aéreo a tanques de combustivel sequestrados pelos revoltosos taliban em Kunduz que causou dezenas de mortos “civis”. Afinal civis são todos os afegãos abrangidos pelos ataques dos exércitos da Nato, uma vez que não se trata de uma guerra convencional, mas apenas de um pretexto para manter a funcionar o colossal negócio de comércio de armamento que irradia do complexo militar-industrial dos EUA
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quarta-feira, novembro 25, 2009

ligações perigosas ...

"O presidente norte-americano, Barack Obama, amnistiou hoje um peru numa cerimónia realizada na Casa Branca na véspera do tradicional Dia de Acção de Graças.
O perdão presidencial a um peru realiza-se todos os anos e desta feita a sorte coube a um simpático peru de nome "Courage", com mais de 80 quilos, que agora "poderá viver em paz até ao fim dos seus dias", anunciou Obama.
(Diário de Noticias)

* adenda: o admirável mundo novo na corrupta ditadura do bloco central:
1."Seis clientes devem ao BCP o equivalente a 80 por cento do seu valor em bolsa. O maior deles é a empresa liderada por Jorge Coelho, o homem forte do aparelho do Partido Socialista"
2. "Oliveira Costa teve um ganho ilícito de 19,8 milhões no BPN"
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Capitalistas, Trabalhadores e o Fardo da Dívida

“Se estes modelos estilizados ensinam lições acerca da economia real é uma delicada matéria de julgamento. Se é que eles ensinam alguma lição, será a de que a exposição prolongada ao défice público não é amiga dos trabalhadores
Thomas R. Michl, in “Capitalistas, Trabalhadores e o Fardo da Dívida” sobre o Teorema de Cambridge


Ontem Constâncio avisou que “os próximos anos terão salários estagnados e impostos mais altos” Do fisco responderam que “regra geral não temos impostos onde ainda haja margem para mexer”, os portugueses já fazem o maior esforço fiscal da zona euro, 65 por cento acima da média (segundo estudo espanhol), mas estão-se a esquecer de voltar ao IVA de 21% e aos impostos ecológicos no horizonte. Hoje, decerto avisado para as consequências de criar ainda mais alarme social (o ministro disse que não subia), Constâncio retrocedeu – que “não era bem aquilo que tinha querido dizer”.
A braços com uma economia em queda e uma diminuição assustadora da receita fiscal, perante a ruptura eminente da capacidade do Estado para fazer face às despesas públicas correntes, Sócrates sobre o orçamento do ano passado, que previa um défice de 5,9%, pediu em Janeiro de 2009 uma primeira “rectificação” para se poder endividar até aos 10.107,9 milhões de euros, ou seja, cerca de 6,2% de défice.
A nova proposta “rectificativa”
agora aprovada pela AR prevê um alargamento da dívida para 15.012,5 milhões de euros em 2009, ou seja, o equivalente a 9,2% do PIB.

óh pernas para que te quero

Compreende-se porque o Governo de Sócrates diz não querer aumentar impostos - se por acaso os portugueses conseguissem de facto ter o azar de correr com ele, (mantendo o regime), o Governo que vier a seguir, invocando o descalabro financeiro, terá toda a legitimidade para o fazer. Entretanto, segundo as contas do Banco de Portugal, o défice previsto para 2017 atingirá os 106% do PIB, sem contar com os juros progressivos, sempre a somar – só há um caminho honesto a seguir, a Revolução e a subsquente averiguação sobre quem enriqueceu ilegitimamente com o serviço prestado à dívida externa e a criminalização dos corruptos responsáveis e respectivos agentes corruptores condenando-os a todos (individualmente, na boa tradição liberal) ao pagamento dos valores reclamados.

* Constâncio sobre o negócio internacional das dívidas públicas:

"Eu e o Banco não nos pronunciamos sobre as formas de combater o défice orçamental"


* no forum da Antena1 o economista de serviço, Camilo Lourenço, tem uma opinião mais radical, mas pouco original - propõe um pacto de regime entre os dois maiores partidos - prevendo-se que a situação nos próximos dois anos se agravará e que por essa ocasião se verificarão graves desentendimentos entre os Bancos Centrais e os Governos. É por essa altura que a UE vai correr connosco da União?

* acredite se quiser: Portugal tem mais reservas de ouro que a Grã-Bretanha
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o inquérito britânico à guerra do Iraque (II)

Apenas uma questão de lavagem do problema? Olier Miles (chairman da MEC International) um ex-embaixador na Libia afirmou ao Independent que "a questão chave é saber se Blair é um criminoso de guerra". Certamente que será; e um dos muito bem pagos. Blair é consultor da J.P.Morgan e da Zurich Finantial Services e cobra 150.000 Libras por cada discurso em instituições. O seu rendimento anual é superior a 5 milhões de libras por ano, além dos 7 milhões que recebeu em adiantado pela publicação das suas memórias.

Timeline, no Islam Channel, uma resenha sobre a campanha das indústrias petroliferas e a história do Iraque. Onde aparece por um fugaz instante o "nosso" bom arménio Calouste Gulbenkian; figura tutelar de uma das pequenas empresas que de facto são o patronato do nosso insignificante José Manuel Durão Barroso, um pobre rato, a quem nem "inquéritos" lhe fazem

terça-feira, novembro 24, 2009

Israel, o assassinato de Kennedy e a dissolução da Reserva Federal

Michael Collins Piper, um tipo conotado com a extrema direita norte americana, é um "conspiracionista" que acredita profundamente que há um elo perdido que liga os serviços secretos de Israel ao assassinato de John F. Kennedy. Infelizmente o livro “Final Judgment” onde explica a teoria está temporariamente esgotado; mas com um bocado de sorte pode-se obter uma cópia nova na Amazon pela módica quantia de 999 dólares! Isto tresbunda a golpe publicitário e bastaria ostentar na capa a efígie do judeu Elie “Fraude” Wiesel, outro prémio Nobel de promoção sionista, para qualquer um passar ao largo; tanto mais que a versão digitalizada do livro se encontra disponível aqui

Mas se realmente esta obscura personagem estiver de algum modo envolvida no assassinato de JFK não seria a primeira vez que os Israelitas deliberadamente assassinam cidadãos norte americanos – como Piper explica noutro livro e se celebra no memorial público em Grafton sobre o ataque ao USS Liberty.

A ligação entre Israel e JFK faz todo o sentido, tanto quanto é famosa a proclamação do presidente sobre as sociedades secretas e o direito que assistia ao povo norte americano de se libertar das cadeias de opressão que a submissão à emissão de divida pública a entidades privadas representava. E foi ao assinar o decreto que iria permitir ao Estado a emissão do seu próprio dinheiro, que Kennedy assinou a sua própria sentença de morte.
Um dentro do outro, dois segredos bem escondidos, todavia cada vez mais americanos incluindo legisladores querem descobrir o papel real da Reserva Federal face à "crise financeira global". Um comité do Congresso já votou inclusivamente uma auditoria ao Banco Central (FED) do país. Por mais de 100 anos a Reserva Federal tem regulado as taxas de juro e a quantidade de dinheiro que é mandada flutuar por cima da economia norte americana, de onde a nuvem parte e se dissipa por todo o mundo. Mas finalmente a vontade de saber onde pára o dinheiro já chegou à opinião pública e ao homem de rua. Esta é uma manifestação em Wall Street em que se pede a dissolução da FED realizada em 22 de Novembro, o dia em que se cumpriu mais um aniversário do assassinato de JFK:

segunda-feira, novembro 23, 2009

Biblioteca Digital Mundial

Reúne documentos raros, mapas, textos, fotografias, gravações e películas de todos os tempos e explica em sete idiomas as jóias e reliquias culturais de bibliotecas das mais diversas regiões do planeta.
(a Biblioteca Nacional portuguesa é que não)

a Unesco põe hoje em rede a Biblioteca Digital Mundial:

Blair

Documentos tornados públicos na Grã Bretanha pelo Sunday Telegraph revelam que não houve qualquer planeamento prévio quanto à fase seguinte quando no nº 10 de Downing Sreet se resolveu enviar tropas para a invasão do Iraque. O sigilo que Blair pretendeu guardar para esconder a operação da opinião pública levou a que fossem enviados para o terreno forças militares sem qualquer preparação.
Comandantes militares devem começar amanhã terça feira 24 a responder a um inquérito para apurar as responsabilidades pela sabotagem do Governo de Tony Blair pelas acções com que pretendeu enganar o público. As pessoas estão tão chocadas que pensam que os membros do governo britânico e norte americano envolvidos podem e devem ser acusados por crimes de guerra por renunciarem ao dever estipulado pela Convenção de Genebra que acautela as condições de segurança de civis durante um conflito (Guardian)

Repare-se bem! este é um processo tendente a limpar a memória e a contornar o essencial: se tivesse havido preparativos e fossem salvaguardadas algumas condições prévias já haveria o direito de invadir o Iraque e linchar-lhe "legalmente" o presidente? assim parece; conforme criaram o Estado iraquiano a partir do desmembramento do Império Otomano por causa do petróleo, assim também lhe podem dar ordem de extinção; escusavam era de gastar tanto esforço e dinheiro a tentar convencer as opiniões públicas que existem outras razões...

E agora a grande questão…
o que mantêm a humanidade viva?

“September Songs”. Música de Kurt Weill, lirica de Bertold Brecht, recitada por William S. Burroughs.
(legendado em português)

domingo, novembro 22, 2009

Decifrando a fabricação da Gripe A

Titulos, titulos!, muitas pessoas estão aterradas, Gripe A: 80% estão preocupados com a pandemia... outros nem por isso, Metade das 110 mil vacinas está por usar... e se o medo dá sinais de fraquejar os meios de comunicação voltam à carga, Mutação do H1N1 preocupa cientistas...

Ninguém sabe concretamente em que circunstâncias e porquê, os governos obrigaram-se, pela via da Organização Mundial de Saúde, como clientes institucionais do consórcio industrial farmacêutico global enquanto os Media espalham os diversos alarmes para angariar e garantir a clientela avulsa. Entretanto a desconfiança da existência de uma ultrajante fraude já chegou à paredes das ruas…

Há cada vez mais pessoas assim. Fartas dos males do mundo recolhem-se à clausura. Neste caso a partir do convento de Montserrat (Barcelona) uma pessoa improvável, a dr. Teresa Forcades, com formação académica em Física e doutorada em medicina pública faz uma análise sucinta, bem equacionada e não histérica sobre a fabricação pelos Media do problema da gripe suína. Ela fala em espanhol e o vídeo está legendado em inglês; é uma conversa algo longa, cerca de 55 minutos, mas vale bem a pena segui-la pela mescla de erudição e simplicidade do depoimento:

Linhas principais a reter:
1. Está provado que em 2009 a gripe suina é significativamente MENOS mortal que as gripes comuns habituais nesta época.
2. Este não é um novo tipo de gripe. Porque se trata de gripe A ela já era conhecida anteriormente; e não é nada que antecipe o fim do mundo.
3. O que não tem precedentes é que se induza o público a acreditar que deverá tomar três espécies de vacinas preventivas para lidar com uma vulgar constipação com sintomas gripais.
4. A Organização Mundial de Saúde mudou completamente a definição da palavra “Pandemia” para um objectivo tão baixo que pressupõe que uma em cada três pessoas seriam atingidas por um qualquer sindroma do nariz ranhoso.

5. Os governos tomaram em mãos e prescindiram da soberania nacional perante as normas impostas pela OMS sem qualquer discussão pública prévia.
6. As substancias acrescentadas às vacinas, como o esqualeno (C30H50), têm vindo a ser “vendidas” como de limitação do virús. O método cientifico inerente é dúbio, mas da última vez que o esqualeno foi usado em número elevado em vacinas foi na 1ª Guerra do Golfo e causou milhares de casos de danos neurológicos.
7. Finalmente, não existe na história da gripe suína (desde a pandemia de 1918) qualquer conhecimento de mutação do vírus; se acontecer, será a primeira vez. Se a OMS teve habilitações para prever essa mutação meses antes essa será também a primeira vez na história da ciência. Por fim note-se, se o vírus é de facto mutante, isso significa que de facto todas as “vacinas” manufacuradas até à data não irão prestar para nada. Mas preste-se atenção… a lenga-lenga da mutação traz para o terreno a ideia que é necessário obter “vacinações em série

Esta estória prova duas coisas:
1. Os meios de comunicação, ao não esclarecer nada para expôr a fraude, perderam completamente a última réstea da pouca credibilidade que ainda lhes restava.
2. Quem precisar de descobrir o que realmente deve fazer, deve procurá-lo na Internet. Não espere decobrir nada de útil nas televisões ou nos jornais. Isto é muito importante, que cada um faça o seu trabalho de casa. Como sugestão de inicio ficam três artigos de Gobern Lopes pormenorizadamente detalhados sob a sigla

“Burla qualificada e Bioterrorismo!”... (continuação daqui parte I) ... (e daqui parte II)
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sábado, novembro 21, 2009

o Sr. Presidente Da União e a Baronesa Ashton of Upholland

a União Europeia retornou à Idade Média quando os pares dos Reinos se conciliavam ou digladiavam posições entre si em eleições ultra secretas. Na medida em que se aproximava o dia seleccionado para as decisões as “sociedades secretas” trabalhavam afanosamente nos bastidores do Poder. O que terá o ultra secreto poder do Grupo Bilderberg e de Henry Kissinger - quando se reúne por detrás de portas blindadas com politicos anónimos, banqueiros e industriais dos monopólios – em comum com transparência, procedimentos democráticos e sociedades abertas?
“Herman Van Rompuy reuniu-se com Kissinger e outras personalidades influentes na politica e economia internacional numa sessão fechada a jornalistas que foi organizada e comissariada pelo Visconde Etienne Davignon segundo o Guardian reportava na passada. Não por acaso reuniram-se no luxuoso Château de Val Duchesse, o mesmo local onde decorreu em 26 de Junho de1956 a primeira reunião que decidiu implementar a zona de mercado comum europeu que deu origem ao Tratado de Roma em 1957.

Quem é o Visconde Etienne Davignon, um nobre aristocrata de 77 anos, é o mínimo que os quase 500 milhões de europeus poderão perguntar. Segundo o mesmo jornal trata-se de uma figura poderosa que exerce uma influência discreta em Bruxelas e que foi vice presidente da Comissão nos anos 80. A expressão original é “discreetly powerful” – e o que é que isso pretende significar? Uma pessoa que usa os seus privilégios em nome dos seus pares à boa maneira europeia do século XVIII. E claro, Davignon é também comissário das reuniões do Grupo Bilderberg onde a maçonaria politica e bancária global se reúne para discutir e decidir as medidas a tomar sobre as grandes linhas mundiais a seguir. Foi desta forma que resolveram telefonar a meio da noite para casa de Van Rumpuy para ele apanhar o próximo autocarro para Bruxelas e para não se esquecer de trazer os dossiers dos “impostos verdes” da nova bolha financeira assente nas quotas de captura e transacção sobre o direito de poluir (cap & trade)

Quanto à “ministra dos negócios estrangeiros” é realmente importante, trata-se de sua excelência a Baronesa Catherine Margaret Ashton of Upholland, de familia próxima da Real Casa de Winsor britânica - será ela a cara de trovão mais alta representante dos negócios Sionistas na UE com o resto do mundo.
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sexta-feira, novembro 20, 2009

História da Arte, da Indústria e da Finança

a banalidade da vida sob a oligarquia Czarista. 1881
"Manhã de Execuções em Steltsy" Vasily Ivanovich Surikov
Galeria de Estado Tretiakov, Moscovo

(clique na imagem para ampliar)

Marc Chagall, "o Anjo Daniel"
Catedral de Mainz, Alemanha

América do Norte, 2009. Deslocando-nos para noroeste pelo vale do Hudson a cerca de 40 minutos do centro de Manhattan existe uma capelinha na pequena localidade de Pocantico Hills que é uma completa surpresa para o desprevenido visitante. A Union Church adquire notoriedade pelo vitral sobre a porta de entrada encomendado em 1954 a Henri Matisse e por um outro conjunto de 7 vitrais no interior da igreja sob o tema biblico de “o bom samaritano” do antigo testamento que foram desenhados posteriormente por Marc Chagall. A história de como foram ali parar estas preciosidades é, sem tirar nem pôr, a história do próprio século XX, do seu desenvolvimento económico e politico, e de como no rasto emocional que a Arte encomendada vai deixando, existe todo um mundo subterrâneo, invisível.

A igreja foi mandada construir por John D. Rockefeller Jr. no começo dos anos 20 e os vitrais por Nelson Rockefeller em homenagem à matriarca Abby Aldrich Rockefeller (1874-1948). Situa-se numa propriedade que cobre 14 quilómetros quadrados que tiveram como uso original albergar a residência de campo da família Rockefeller, tendo para o efeito ali sido construído um palácio com 40 quartos. Por alguma razão a localidade de apoio junto ao lago contíguo foi baptizada de Valhalla, o mítico nome do castelo dos deuses na mitologia germânica - os Rockefellers são originários da localidade alemã de Ehlscheid, Segendorf no Palatinato. Foi ali que nasceu o primeiro ascendente conhecido da familia, Gotthard Rockenfellder cerca de 1590, emigrando os descendentes para a América durante o século XVIII onde viriam a adquirir fortuna. Seria contudo no virar para o século XX que a família se tornaria ainda mais multi-milionária, com a expansão industrial assente sobre a energia petrolífera e a fundação da Standard Oil Corporation (hoje um conglomerado liderado pela Exxon-Mobil) que rapidamente atingiu o monopólio global.

Marc Chagall, O Judeu Verde, 1912

Em 1961 o então presidente do Chase Manhattan Bank visitou Paris em viagem de negócios e a sua mulher Peggy espantada com a virtuosidade da cor de uma exposição destinada à sinagoga Hadassah da Universidade Hebraica do Centro Medico de Jerusalem sonhou encomendar os vitrais para Pocantico Hills. Noutra viagem a Cannes na Riviera francesa em 1963, no âmbito da reunião anual do Grupo Bilderberg, Peggy encontrou-se finalmente com o artista na sua morada em Vence. Chagall tinha sido um dos últimos artistas judeus a serem salvos pelo Comité de Resgates de Emergência, uma associação fundada com fundos dos Rockefellers a partir dos anos 30 até finais da II grande guerra

Moishe Zakharovich Shagalov nasceu em Vitebsk, hoje na Bielorrússia em 1887. Estudou em Paris ligando-se ao mundo de fantasias da linguagem modernista, derivada do fauvismo e do cubismo, fazendo parte de grupos de artistas que integraram Blaise Cendrars, Max Jacob e Apollinaire e aos pintores Delaunay, Modigliani e La Fresnay. Quem resistiria ao século de Picasso? ao apelo de uma pintura que cada vez os proletários compreendiam menos e cada vez a burguesia pagava mais cara?

Marc Chagall, "Passeio Público"
1917. Museu do Estado Russo, São Peterburgo

Em 1908 Moishe Shagalov assumiu o cargo de director da Academia de Arte de Petrogrado e durante a I Grande Guerra, foi nomeado Comissário das Artes de Vitebsk, ali permanecendo até 1922, No período de refluxo da Revolução Russa, em plena guerra civil, entrou em confronto com Kasimir Malevich, acabando por se demitir do cargo, decidindo voltar a Paris onde tinha estudado antes. Moishe Zakharovich Shagalov, um judeu convicto, um russo branco contra revolucionário expatriado, assume então a ocidentalização do nome para Movsha Shagal, popularizado de imediato para Marc Chagall. Enquanto na Rússia se lutava por uma sociedade nova, a tribo artística de Paris celebrizou-se por levar uma rica vida de putas et chateau noveau salvo percalços dramáticos de penúria como a Mimi das mãozinhas geladas em La Boheme, decerto uma divertida invenção de Puccini em 1896 (aqui por Pavarotti e Cotrubas noLaScala), que permite um breve intermezzo na leitura para nos distrairmos um pouco do essencial noutra forma de Arte:



Chagall, A Guerra, 1915

Fugidos da miséria, das perseguições religiosas, do anti-semitismo, por fim dos horrores da 1ª grande guerra de 1914-18 e das subsequentes convulsões sociais entre o fim do século XIX e o principio do século XX muitos milhões de russos, eslavos, prussianos, alemães, húngaros e ucranianos da região centro-nordeste da Europa, , emigraram para a América, até à entrada em vigor da lei de limitação da imigração de 1924. A grande maioria eram judeus, o que não é surpreeendente, uma vez que segundo dados demográficos da época 73,8% - ou seja 9 010 milhões de pessoas - da população nessas regiões era de etnia semita, enquanto nos Estados Unidos, depois de estabilizado o ciclo, os judeus viriam a constituir 13,5% da população judia no mundo, ou seja 1 milhão e 522 mil pessoas a viver nos EUA.

Operárias judias no Garment District NY manifestam-se
pelo fim da escravatura de crianças nas fábricas

Desde 1840 mais de 16 milhões de imigrantes, maioritariamente originários da Irlanda, Escandinávia, Alemanha e Itália tinham aumentado a população dos EUA para um total de 82 milhões de habitantes em 1900. É nesta primeira vaga que chegam os alemães Rockenfellers que fundam a indústria petrolifera, e as famílias judias Guggenheim que monopolizam a indústria mineira e o ramo americano dos judeus alemães Rothschilds de Frankfurt que monopolizam o negócio de crédito bancário. A história dos judeus nos Estados Unidos foi influenciada pela 2ª vaga de imigração a partir da Europa. Se a 1ª vaga se tornou milionária nas indústrias primárias, a 2ª vaga, em busca de oportunidades económicas teve de enfrentar o mesmo clima de anti-semitismo que continuou a prevalecer; muitos tornaram-se mercadores e donos de lojas, mas a maioria enfrentou duras condições proletarizando-se numa sociedade sem quaisquer direitos. Foi o medo desta massa imensa de operários e o receio que ali viesse a acontecer o mesmo que acontecia na revolução bolchevique na Rússia que levava a uma descomunal campanha anti-comunista nos EUA

Milicias civis anti-greve contratadas pelo patronato.
1914. A viatura está equipada com uma metralhadora

Para se compreender o que era a luta de classes na América do Norte é preciso invocar o ataque aos trabalhadores mineiros da Colorado Fuel & Iron Company propriedade dos Rockefellers e de outras companhias de cobre (dos Guggenheim) ou da Rocky Montain da francesa Josephine Roche que haveria de deixar a administração para se tornar governadora do Estado do Colorado. No dia 20 de Abril de 1914, cerca de 1200 trabalhadores tinham decretado greve e estavam paralisados nos seus alojamentos em Ludlow. Sobre um qualquer pretexto as brigadas armadas do patronato conjugadas com as forças da guarda nacional entraram pela localidade e dispararam indiscriminadamente sobre os operários e as suas famílias. O episódio ficou conhecido como o Massacre de Ludlow. De um modo geral exemplificou a ausência de contratos de trabalho e o clima de repressão generalizada que percorria toda a América nessa época.

Guggenheim Museum, NY, 1959

De acordo com o jovem hegeliano Bruno Bauer, os objectivos religiosos são incompatíveis com a ideia de "direitos do Homem." A emancipação política verdadeira, para Bauer, requer a abolição radical da religião. Marx argumenta que Bauer está equivocado na sua suposição de que num "estado secular" a religião não iria desempenhar um papel proeminente na vida social, e como exemplo refere a persistência da religião nos Estados Unidos. Observando este estado concreto das coisas, ao escrever em 1843 sobre a questão judaica Marx chegaria à conclusão que os judeus se integrariam sempre nas sociedades destino das suas migrações, como antes tinham feito na Prússia e depois na Alemanha. Numa perspectiva de classe, os ricos sim, integram-se, porém a grande massa dos deserdados pobres que aspiram à emancipação são perseguidos e excomungados como uma ameaça séria à capacidade de acumulação capitalista. Com a vitória da Revolução Proletária russa, o clima geral era de alarme perante a possibilidade da doutrina Comunista vir a destruir a oligarquia instalada. É neste contexto que nos Estados Unidos devem ser encarados os escritos anti-semitas do industrial Henry Ford publicados entre 1919 e 1927 no The Dearborn Independent, jornal que também tinha publicado anteriormente “Os Protocolos de Sião”. Os artigos foram mais tarde reunidos e publicados num único livro pelo Ku Klux Klan a organização racista que dominava os Estados do Sul em nome da defesa da Bíblia, da Bandeira e da Constituição ultra liberal e que em meados da década de 1920 reclamava ter 4 milhões de membros.

""Soldado Ferido"", Movsha Shagal
1914 Galeria Tretiakov, Moscovo

Quando a União Soviética conseguiu finalmente estabilizar-se o assunto desapareceu do mapa. Prosseguiu por outros meios através do Movimento Sionista que tinha sido fundado em 1898 em Basileia na Suiça por Theodor Herzl, um notável rabbi húngaro que foi prontamente apoiado por toda a oligarquia norte americana, com os capitais dos Rothchilds, Guggenheims e Rockfellers a assumir uma importância decisiva da ideia da fundação de um Estado Nacional independente para os judeus. Duas grandes guerras depois, na mesma rua de Basileia apoiando a expansão do Estado Religioso de Israel seria fundado o International Credit Bank (ICB) dirigido pelo dr. Tibor Rosenbaum que mais tarde haveria de escandalizar as ingénuas virgens honestas europeias do pós-guerra perante os continuados escândalos de corrupção. Actualmente a verdadeira questão não é a questão judaica; é a natureza do Poder e da Corrupção instalada pela doutrina Sionista

(continua um dia destes)
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quinta-feira, novembro 19, 2009

controlo de opinião pela via económica

"Uma pessoa do círculo próximo do primeiro-ministro e que conhecia muito bem a situação do jornal e a nossa relação com o banco BCP disse-nos que os nossos problemas ficariam resolvidos se não publicássemos a segunda notícia do Freeport", assume à revista Sábado o director do Sol, José António Saraiva (...) A Sábado avaliou os investimentos publicitários do Governo, do BCP e de empresas ligadas ao Estado. Os jornais que perderam mais dinheiro foram o Público e o Sol, os mais criticados pelo primeiro-ministro. Pelo contrário, subiram DN e JN, do grupo de Joaquim Oliveira, referido nas conversas entre Sócrates e Vara" (Sábado)

adenda * o que foi escutado pode ser apenas "a face visivel da ponta do icebergue"

Debate * “20 anos sem muro: memória e construção social na Alemanha” Lisboa, 19 Nov, 21h30, Instituto Franco-Português (Av. Luís Bívar, 91)
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quarta-feira, novembro 18, 2009

sermão aos Ali-Bá-Bás

"Diz são Tomás – que se os principes tiram dos súbditos o que segundo justiça lhes é devido para conservação do bem comum, ainda que o executem com violência, não é rapina ou roubo. Porém, se os príncipes tomarem por violência o que se lhes não deve, é rapina e latrocínio. Donde se segue que estão obrigados à restituição como os ladrões, e que pecam tão mais gravemente que os mesmos ladrões, quanto é mais perigoso e mais comum o dano com que ofendem a justiça pública, de que eles estão postos por defensores"
(Sermão do Bom Ladrão, Padre António Vieira)
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Soberania Alimentar

“A fome é um calafrio permanente que nunca deixa de nos percorrer os ossos” (Bernard Shaw)

Os Piratas adoram Peixe” é uma reportagem sobre o efeito que a chamada pirataria da Somália exerce sobre os recursos pesqueiros nas suas águas territoriais, que nomeadamente neste caso particular chega ao vizinho Kenya. É uma visão interessante, fora da ideia de conflito sobre ilegalidade, que, como no caso do rapto do pesqueiro espanhol Alakrana, nunca se poderá ver nas nossas televisões. No caso da Somália a informação que nos é oferecida nunca refere nada como sendo sobre o sequestro de barcos atuneiros que violam águas nacionais. (Gadhafi explicou em tempo isso mesmo na ONU)

Num momento em que se realiza em Roma o Forum dos Povos pela Soberania Alimentar, os representantes da pesca artesanal que aqui conseguiram aqui chegar, como Herman Kumara, resume que o desenvolvimento das nossas pescas só será possível se se respeitarem os nossos Direitos, com maiúscula, para somar aos “direitos humanos, os direitos económicos, sociais, culturais e ambientais”. Por isso se reclama dos governos aqui reunidos que se proíba a pesca industrial e de arrasto nas costas de onde se alimentam as populações locais. Que se regule e trave a expansão da aquicultura, o turismo e as indústrias de alta tecnologia que monopolizam territórios que dão acesso ao mar. Ou seja, que se tomem as medidas necessárias para proibir a pesca ilegal. È disso que se trata, e é por isso que se chama ilegal. Mais que em qualquer outro lugar, em África é preciso aprender a defender os seus espaços do saque das multinacionais que depois revendem os produtos da região luxuosamente embalados nas cadeias de comércio internacionais. É preciso evitar a inveja dos governantes locais pelo mundo tecnológico de saque intensivo e que façam alianças com as corporações que empobrecem os povos

legendado em castelhano


Sobre a questão das fronteiras, há aquela velha piada que, não estando os governantes satisfeitos com a incultura e pouca democraticidade demonstrada pelos povos que governam, decidem de forma radical mudar de povo. É isso mesmo que actualmente está a acontecer com as oligarquias nacionais e com os negócios feitos em seu proveito quase único com as grandes corporações transnacionais. Apesar do saque de recursos que essas companhias levam a cabo um pouco por toda a parte, que razão haverá para que existam 49 milhões de norte americanos que este ano podem enfrentar situações de fome? (e as crianças meus senhores?) – isto apenas demonstra a natureza fraudulenta de um sistema económico que exclui dezenas de milhões que vivem na pobreza. O nível real de pobreza nos EUA é o dobro daquele que foi tornado público, 13,8%, em 2008. De acordo com o “US Census Bureau” o nivel de pobreza aumentou de 37,3 em 2007 milhões para 39,8% em 2008. Contudo os números verdadeiros situam-se entre 70 e 80 milhões, ou seja, pelo menos uma quarta parte da população. Assim sendo, gera-se uma perplexidade: para onde irá produto do saque? – se atendermos, como exemplo aqui ao pé, que 30% dos produtos de luxo em Portugal são vendidos à rica e corrupta oligarquia angolana, não será nada difícil imaginar porque é que na generalidade, vitimas do mesmo sistema, a fome alastra às populações em toda a parte do mundo

adenda:
em Espanha, que possui a segunda frota pesqueira mundial, governo e oposição trocam insultos devido ao sequestro do atuneiro Alakrana
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