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segunda-feira, julho 31, 2006

Tempo de Monstros

"Percorrer com algum vagar e atenção o minimundo da animação para os garotos que a TV diariamente lhes oferece é, em larga medida, descer a uma espécie de submundo povoado por monstros de diversos tipos e formatos onde um adulto normal mas desprevenido se arrisca a assustar-se a valer. É certo que a generalidade dos miúdos não dá sinais de susto, pelo que não haverá motivos para alarme. Talvez não, mas não será porventura completamente desajustado que nós, adultos assustadiços, reflictamos um pouco acerca dessa indiferença infantil perante o que, em rigor, não nos deixa a nós indiferentes. Parece mais ou menos óbvio que os garotos estão habituados àquele estilo e àquele tom. Mais: que na sua memória não há, pelo menos de forma consistente e significativa, um paradigma de animação diferente que, por confronto, denuncie a violência da animação agora dominante. E, é claro, quando não se reconhece a violência não se encontra motivação para o susto(...) Essa indução de fascínio pelo que é monstruoso tem como que uma contrapartida discretamente implícita, admitamos mesmo que não premeditada: o hábito mental de desapreço pelo que, não sendo monstruoso nem sequer raro, se desvaloriza. E essa atitude interior não resulta apenas, de modo nenhum, dos “cartoons” para os garotos: é quase como que uma lei social não escrita a que muitos obedecem mesmo sem se darem conta de que o fazem. Resulta, em última instância, num desdenhoso desinteresse por questões e problemas que não têm nada de monstruoso no sentido de anómalos, embora possam ser de facto monstruosos numa outra acepção(...) o mais recente Eurofestival da Canção foi ganho por um grupo finlandês graças não à qualidade da canção cantada (em inglês, naturalmente) mas sim ao seu visual: os elementos do grupo vinham mascarados de animais monstruosos, género sáurios vagamente antidiluvianos, e essa originalidade na apresentação granjeou-lhes os votos suficientes para a vitória(...)
in crónica de televisão, por Correia da Fonseca, no N.A. (ler mais aqui)

Ensino

Na actual fase intermédia de privatização neoliberal dos serviços públicos, no que respeita ao sector do Ensino, é sabido que quem pretenda educar os filhos paga na condição de qualquer vulgaríssimo contribuinte o ensino público, que não usa pela manifesta falta de qualidade deste, e paga ainda a opção pelo ensino privado onde ilusoriamente se pensa que não se tratam os alunos como “um produto” e se formam "licenciados" com cursos mirabolantes sem quaisquer saídas profissionais.
Este tipo de visão economicista na Educação oficializou-se recentemente com o aguerrido arrivismo, no sentido de chegada ao Ministério, da ministra de Sócrates. O nome da fulana não interessa pois não é de figuras tutelares que se pretende falar, mas sim das politicas que foram instauradas a partir da crise fabricada a partir de 2001 - do evento neocon do 11 de Setembro “ao governo da tanga”.
Baptista Bastos, sempre atento e pronto a distribuir merecidas biqueiradas, vai mais além: - “Os políticos portugueses, responsáveis pelo ensino nos últimos 30 anos, deveriam estar no banco dos réus, culpados de indignidade nacional” (Jornal de Negócios, 21-7)

No desmantelamento do que resta é assim que se “trabalha”: a ministra encomenda exames difíceis e desadequados, os alunos falham miseravelmente, atribuem-se as culpas por inteiro aos professores e, com base neste subterfúgio colocam-se os culpados no quadro de excedentes. Tomem lá que é para aprenderem que a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei nº 46/86) não chegará a cumprir o seu vigésimo aniversário com a presente forma. O debate prossegue organizado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e está aberto ao público no site www.debatereducacao.pt

sábado, julho 29, 2006

a caminho da “Califórnia” vai um país aos trambolhões,,, (II)







Fazendo jus ao glorioso epíteto de "droga dura" com que o apelidou o João Pedro George, o "almôndega peluda" pronunciou-se ontem em rodapé na sua coluna do "Público" sobre a situação no Médio Oriente:

"(...) gostaria de dizer que neste momento me parece urgente criar condições de paz, dadas as mortes de civis tanto libaneses como israelitas, e a terrivel deslocação de populações. Mas, para além disso, considero o Irão uma sociedade politica odiosa, dirigida por um verdadeiro psicopata, cujo exterminio seria um bem para a humanidade e um assinalável contributo para um horizonte de paz". Sim senhor. Direi então a este indefectivel apoiante de Mário Soares e da social democracia em abstracto,,, que as práticas dos correlegionários do vosso regime, que levaram o país ao esgoto onde se encontra, não tem nada de odioso e podemos então passar aos assuntos que nos dizem respeito e,,,

à velha musica de que vocês tanto gostam

* sócio de referência como Bagão Félix, o famoso Benfiquista Bibi, empresário famoso da construção civil, que ultrapassou por cima, junto dos confrades da Banca, do Futebol e da Politica o estatuto de pato-bravo, figura lendária originária do lumpen lisboeta, conseguiu por expedientes próprios inerentes à sua cultura, mais uma vez, em conluio
com a actual gestão da Câmara Municipal de Lisboa promover a construção do mega-empreendimento clandestino da Avenida Infante Santo.
O crime urbanistico cuja contestação pelos municipes já dura há alguns anos, culmina agora com um processo judicial contra a CML e “ameaça” a perda de mandato dos herdeiros de Santana Lopes. “Ameaça”, dizem eles nos seus títulos aos cépticos, que já sabem que não vai acontecer nada. O prédio do Marquês de Pombal, do mesmo Bibi, construído com umja série de caves clandestinas, esteve embargado durante anos e isso até deu muito jeito ao BES e à Igreja Católica que lhe têm utilizado sistematicamente a fachada para afixação de grandiosos painéis publicitários.
















* a mesma gestão camarária, que legou um endividamento astronómico à cidade, que pagou uma mão cheia de milhões ao arquitecto-estrela Frank O`Gherry pelo ante-projecto megalómano de cariz neoliberal para o Parque Mayer anuncia agora, em definitivo, a desistência da sua construção. Mais valia terem promovido o lançamento do dinheiro (ou das letras de crédito) pelas janelas do palacete da Praça do Municipio, onde, cá em baixo no solo, poderia ter sido regateado pela cada vez maior vaga de mendigos e sem abrigo que deambulam pela cidade – com algum marketing, a TVI ainda patrocinava o show-off.

"o mundo não é dos vivos. É dos mais vivos"
provérbio brasileiro



* uma empresa pública, os CTT pagam 19 mil euros a Scolari por palestra de 45 minutos que teve como tema “como fortalecer o espírito de grupo


* Um conhecido actor amigo pessoal do 1º ministro conseguiu, vá-se lá saber como e porque carga de água, o usufruto em exclusividade de um teatro municipal que, para o propósito, foi objecto de vultosos investimentos em obras faraónicas pagas pelo erário público (EGEAC). Que as obras tipo “morangos com paprika” levadas ao palco sejam um fracasso de audiências é praticamente irrelevante, desde que se note algum alarido das camadas mais jovens, assépticas e estupidificadas por uma educação cretina. Por contraste a peça “o Terramoto de 1755” em cena no Teatro da Trindade, sempre com lotações esgotadas, acaba prematuramente, ao fim de uma dúzia de representações, por impossibilidade de ocupação da sala.

* e mais o que não consta dos jornais “de referência”: “Estado vende 15 toneladas de ouro” à surrelfa – não é dificil imaginar para pagar o quê,,,

sexta-feira, julho 28, 2006

a caminho da “Califórnia” vai um país aos trambolhões,,,

esta gentinha não brinca! Quando lhes cheira a Cultura, sacam logo do coldre pela declaração das finanças.
Num cenário degradante como este, quem é frágil demais para competir com a choldra, não tem outro remédio senão reinventar a epopeia de se descobrir como cidadão do mundo, e zarpar numa qualquer caravela à descoberta da sua libertação

Maria João Pires, com uma obra brilhante na defesa da cultura universal levando sempre consigo o nome de Portugal, desiste de vez de viver no seu país. Fecho os olhos e sonho,,, sei, que vou contigo Maria.

segunda-feira, julho 24, 2006

Protesto contra Israel

O Tribunal-Iraque, apela à população portuguesa para repudiar por todos os meios estas acções criminosas e para participar nos actos públicos que vão ter lugar.

Dia 25, 3.ª feira, sessão pública
Lisboa,18:30 horas: "Pelo fim da escalada de violência no Médio Oriente"
Sociedade da Língua Portuguesa, Rua Mouzinho da Silveira, 23
(ao Marquês de Pombal)
Com a presença da delegada geral da Palestina em Portugal, embaixadora Randa Nabulsi

copie e divulgue através deste link

comer criancinhas ao pequeno almoço,,,

,,,tem sido uma cena que tem feito as delicias do terrorismo ideológico ultraconservador no imaginário clássico popular,,,















"o Rapto de Ganimedes"
Rembrandt Harmensz van Rijn (1635)
Galeria Estatal de Dresden

mas que, com a degradação dos tempos, diverte agora finalmente, enquanto não se consegue neutralizar o predador, a nostalgia dos revolucionários, eheheheheh (também temos direito à vida) eheheh

e agora a sério:
A Comissão da Verdade confirmou a existência de violações massivas dos direitos econômicos e sociais de mais de 31 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza nos Estados Unidos. Segundo informações da Rede COMPA, o Tribunal Comissão da Verdade, o primeiro realizado nos EUA, foi concluído, na última segunda-feira, 17, e também estabeleceu a existência de 45 milhões de cidadãos sem acesso à saúde, bem como a responsabilidade do governo por estas violações.(ler mais, no site de inspiração catolica Adital)
e, seria este modelo de sociedade que nos queriam impôr,,, e parece que, de momento, lá o vão conseguindo, com a passividade forçada do zépovinho,,,

sábado, julho 22, 2006

tudo "bons rapazes"

"Imergimos num sistema cartelizado, onde um grupo restrito domina, ante complacências generalizadas, a vida, a dignidade, a alma, o futuro do país" - Fernando Dacosta, Visão, 20/7

o Estado a saque!

"estou tranquilo" diz C.Horta e Costa. Para quando o inicio do julgamento dos culpados pela "perseguição politica" a este baronete do PSD?, como já está a acontecer com Sá Fernandes no caso "Bragaparques"?

Futebol, Politica e CTT

"Foi nos CTT que Carlos Horta e Costa iniciou e fez boa parte da sua carreira. Mas o último cargo público que se lhe conhecia antes de chegar à presidência dos CTT pela mão do então ministro da Economia Carlos Tavares, era o de secretário-geral do PSD. Horta fez parte da equipa de Marcelo Rebelo de Sousa quando este foi presidente do PSD (de 1996 a 1999), primeiro como vice-presidente do partido, e depois como secretário geral, em substituição de Rui Rio. Rebelo de Sousa cede entretanto a liderança do PSD a Durão Barroso, e, quando este sobe a 1º ministro, vai buscar Horta e Costa para a presidência dos CTT. No curriculo constam ainda passagens pela SAD do Sporting, pela Marconi e pela Portugal Telecom onde a contestaçãodos sindicatos à sua gestão recheada de irregularidades e a sua demissão já é pedida desde o tempo do governo de Santana Lopes" O caso da venda de imóveis como este na imagem abaixo, com lucros exagerados, num breve lapso de horas, a favor duma empresa do banco BES, ou o caso da renovação da frota automóvel que envolve o nome do tubarão Dias Loureiro, um homem chave do PSD, serviços ficticios prestados por multinacionais que são pagos mas não batem certos com as facturas de 3.600 milhões de euros, que aliás, só aparecem anos depois para serem contabilizadas, ou o caso dos cheques sem cobertura que lesaram os CTT com uma compra ficticia, depois de combinações à priori, sem que tenha havido qualquer persecução judicial,,, (uff!) acabam de compôr o ramalhete,,, das amplas competências dos boys do PSD

clique na imagem para ampliar

* foto, recortes de imprensa e outros dados gentilmente cedidos pelo jornal "o Público" a troco de € 1,10, iva incluido. A única adenda que paga direitos de copyright cá ao estaminé é a auréola de anjinho

quinta-feira, julho 20, 2006

a globalização duma coisa que nós conhecemos bem: a da “Guerra Colonial”

a "guerra fria" não tinha terminado?
Carta do leitor Gonçalo Tapadas Tavares, Ponte de Sor:
"Para quê tantos Oficiais?"


“Foi publicada na comunicação social uma noticia que pouco ou nada surpreendeu a opinião pública: os militares são aos magotes, os ordenados auferidos pelos três ramos das Forças Armadas (FA) são impensáveis e representativos do expoente máximo do despesismo orçamental e financeiro do Estado e, até mesmo, as funções das FA devem ser repensadas em prol de uma melhor distribuição dos fundos, afinal, provenientes das contribuições de todos nós. Ao longo dos ultimos decénios, as FA tornaram-se numa elite restrita de oficiais, tenentes e demais designações de altas patentes do sector. A noticia de que existem 460 oficiais a mais configura uma extrema ilegalidade, perpetrada, silenciosa e faseadamente, ao longo dos últimos governos, prejudicando os contribuintes portugueses na sua globalidade. Acresce o dispêndio de fundos que esta situação implica: 250 milhões de euros para manter este quadro excedentário, o que representa 15 por cento do orçamento destinado a estas forças. Assim, para alem de o próprio Estado fomentar uma ilegalidade, ainda paga para a manter, e estes custos, inevitavelmente, serão cada vez maiores até ao final da vida deste quadro excedentário. Esta situação não só alerta para a discrepância em termos de salários face aos demais funcionários públicos, como nos acautela sobre os vencimentos, as reformas que estes mesmos oficiais beneficiarão até ao final dos seus dias. Deste modo, este número é crepitante e necessita a longo prazo de extinção de organismos e diminuição dos recursos humanos urgente para manutenção da ordem financeira do Estado, sob pena do aumento dos impostos sobre os mais desfavorecidos. Perante ordenados que atingem mais de 5000 euros/mês, urge alterar o quadro de carreiras e proceder a uma diminuição rápida face ao número de oficiais. Na mesma medida se questiona o objectivo das FA e os seu serviço prestado, para além das funções associadas à NATO e a outras organizações multilaterais. O sector militar já perdeu a envolvência que o abraçou nas décadas de 60/70 e hoje configura um sorvedor de fundos, com orçamentos a si destinados com aumentos muito acima da média.
(...) Para além de serem muitos os oficiais, as FA parecem ser um Estado dentro do Estado, e isso é inquietante”.

Ps - Dá-se um doce a quem adivinhar o que estaria escrito na parte censurada (...), junto ao último parágrafo da carta, pelo jornal da marioneta bélica José ManelFernandes, que por esta altura foi a correr de urgência para o Libano cozinhar a versão Neocon da agressão sionista.

A guerra que Portugal travou em África (Angola, Guiné e Moçambique), entre 1961 e 1974 contribuiu de forma decisiva para a queda do fascismo no 25 de Abril, sendo este o acontecimento mais marcante da nossa história na segunda metade do século XX.
A guerra que Portugal hoje em dia trava, pela Globalização em nome do Império, contribuirá, no século XXI, seguramente para uma libertação do género do 25 de Abril, mas desta feita, na correspondente escala Global. Socialismo ou Barbárie?

Sob a bandeira do socialismo

"A sentença de morte da academia pós-modernista norte-americana contra a teoria crítica de Marx foi uma fraude. Tornou-se mesmo o novo credo «cuia absurdum» das ciências humanas corporativamente departamentalizadas. Face às guerras coloniais que inauguraram o século XXI, os genocídios económicos administrados pelos bancos mundiais e as organizações do comércio global, e aos infinitos fenómenos de violência local e global, esta «superação de Marx» adquire hoje um significado patético.
O poder militar e financeiro do mundo concentra-se nas mãos de um pequeno número de empresas. Os sistemas jurídicos democráticos permitem doses mínimas de soberania social, quando não ocultam autênticos sistemas tirânicos em que reina a corrupção. O terror do Estado, que Hobbes definiu programaticamente por via da metáfora totalitária do Leviatan, impõe-se nos quatro cantos do mundo com a mesma naturalidade como se tratasse de uma vontade divina. Nos centros privilegiados do poder mundial, em Londres, Moscovo, Nova Iorque, este terror encena-se como um sistema de segurança nacional, e uma guerra contra um terrorismo que abrange dentro da mesma caixa conceptual as altas tecnologias de destruição nuclear e biológica do planeta, e, no seu outro extremo, o controlo digital de todos os seres humanos. Nas cordilheiras e nas selvas da Colômbia, Equador e Peru, nos povos curdos e Tchechenos, a nas altas montanhas do Tibete, ou nas civilizações sunitas e chiítas do Próximo Oriente tudo jaz em ruínas" (...)

Um ensaio do prof. Eduardo Subirats publicado no El País, em 27/06, que pode continuar a ser lido aqui

quarta-feira, julho 19, 2006

o Planeta dos Miseráveis

Planet of Slums” (O Planeta dos Miseráveis) é uma novela bombástica, resplandecente e tremendamente irritante. Mike Davis faz um trabalho brilhante na dramatização das condições de vida nos miseráveis subúrbios das cidades do 3º Mundo dando uma destacada contribuição para a sua compreensão. Previsivelmente, ele põe a grelhar os suspeitos do costume – o FMI e o Banco Mundial - que, com a pontualidade de um relógio de cuco, saem a terreiro em, mais ou menos, cada 10 páginas. Procuramos por heróis ou heroínas que dêem algum sentido à procura de um caminho para o futuro. Em vão; simplesmente, neste livro, não aparece nem um. No universo urbano neo- Blade Runner, os NGOs são agentes doadores do imperialismo económico, as classes médias dos países desenvolvidos escravizam os pobres, os pobres exploram-se uns aos outros, ou soçobram apenas na condição de vítimas, e os altos funcionários administrativos do FMI e do Banco Mundial agem como burocratas supervisionando as culturas agrícolas no hemisfério Sul, como fornecedores de serviços confortavelmente sentados ao volante. Pelo meio, os países de desenvolvimento médio são obrigados a optar pelos mercados de capitais ou pelo vazio. O autor parece ignorar propositadamente as soluções e algumas significativas contribuições para o desenvolvimento dadas pelas populações locais e pelas suas organizações, governos nacionais, sectores privados das empresas privadas, Ong,s, etc. E faz bem, porque comparados com as monstruosas redes de dominação implantadas quaisquer esforços, mesmo pretendendo-se que sejam honestos, fácilmente se pressentem serem quase irrelevantes. A extrema indiferença para encontrar soluções é perigosa. Tanto mais que estes conceitos já levam mais de uma década a serem compreendidos. Talvez no seu próximo livro Davis dê azo à sua profunda criatividade investigando os caminhos do futuro, tanto mais que o deprimente cenário de “O Planeta dos Miseráveis” alastrou dos subúrbios do 3º Mundo, generalizando-se aos subúrbios das cidades nos países mais ou menos desenvolvidos, porque alinhados como Império, como por exemplo em Los Angeles, Paris, New York, São Paulo, Rio, Washington (uma das cidades com maior criminalidade do mundo),Cidade do México, ou mais recentemente com a destruição sem reparação de New Orleans.

É neste cenário de terror soft, que um lider de um pequeno país que é visto no estrangeiro como um país em contínua degradação e declínio no que respeita ao mais variados indicadores económicos, necessitando de um «grande abalo» (segundo o retrato negro traçado pelo guru da gestão norte-americana, Jack Welch),,,
,,, lhe dá para a Cavacantropia - que, obviamente não é coisa que tivesse saído das moleirinhas do seu staff - of course, que a filosofia lhe é sugerida por instâncias superiores. Esta gente presta-se a fazer cada papel,,,
A pobreza surge como uma forma de exclusão social que se manifesta em termos de privação da satisfação das necessidades mínimas, materiais e imateriais e que resulta da escassez de recursos de que dispõe um indivíduo ou uma família. A privação é múltipla e traduz-se por más condições de vida, em domínios tão diversos como a alimentação, o vestuário, a habitação, os transportes, os cuidados de saúde, a educação, a cultura e a participação cívica. Como se sabe, estas carências raramente ocorrem isoladas.

vejamos então, de forma séria, - afinal o que é a Exclusão Social?

Trata-se dum processo de ruptura na relação dum indivíduo ou grupo com a sociedade, resultante da interacção de várias causas, (imediatas, intermédias ou estruturais) que afectam os indivíduos ou grupos e cujos comportamentos são caracterizados por manifestações de pobreza, de precarização da vida em sociedade ou de perda de autonomia como cidadãos.
Como salienta Alfredo Bruto da Costa, no seu livro “Exclusões Sociais” (1998, Gradiva) existem cinco tipos de exclusão social:

Económico – trata-se da pobreza, definida como uma “situação de privação múltipla, por falta de recursos” e caracterizada, fundamentalmente, por más condições de vida, baixos níveis de instrução e qualificação profissional, desemprego ou emprego precário (com baixas remunerações e más condições de trabalho). A sua duração prolongada gera características próprias, psicológicas, culturais e comportamentais. No seu extremo, esta forma de exclusão social pode conduzir à situação dos sem-abrigo.
Social - a causa imediata reside na ruptura de laços sociais, gerando-se uma situação de privação de tipo relacional, caracterizada por isolamento e, por vezes, associada à falta de autonomia pessoal. Pode resultar da falta de recursos (rendimento), do estilo de vida familiar ou da deficiente provisão de serviços públicos. É o caso dos idosos que vivem na solidão, dos deficientes sem apoio ou dos doentes crónicos ou acamados, carentes de cuidados.
Cultural – deve-se a fenómenos de ordem cultural, como a discriminação racial ou de género. É o caso da situação de exclusão dalgumas minorias étnico-culturais.
Patológico – trata-se de situações de ruptura familiar, motivadas por factores de natureza psicológica ou mental, como os comportamentos violentos. É o caso de doentes do foro psiquiátrico não internados e que não são aceites pelas famílias.
Comportamentos auto-destrutivos – este tipo de exclusão tem como causas imediatas, comportamentos relacionados com a toxicodependência, o alcoolismo e a prostituição.

Para aprofundar o tema, ler os três artigos de José Alberto Pitacas publicados no Noticias da Amadora, de onde se extraiu parcialmente a resenha acima:

* Roteiro da exclusão social (I)
* Roteiro da exclusão social (II)
* Roteiro da exclusão Social (III)

Em Portugal, mais de dois milhões de pessoas vivem em situação de pobreza ou noutra forma de exclusão social. Contudo, o consenso quanto a esta questão fica-se apenas pela evidência dos números, não necessariamente pela importância que se lhes dá ou pelo seu reconhecimento como um sério problema social nacional. Por detrás das diversas posições estão diferentes conceitos e caracterizações do fenómeno da exclusão social, que implicam naturais diferenças de respostas e soluções. Daí a importância de não se tirar ilações precipitadas perante um aparente “rebate de consciência social” que têm surgido em discursos de sectores conservadores e neoliberais, desde o final do mês de Abril e a sua incapacidade compreender a actual crise: Não é com planos de caridade, como os propostos por Cavaco Silva e Sócrates, que se conseguirá resolver o agravamento das desigualdades em Portugal,
por Eugénio Rosa - no www. resistir.info/

Santa Angelina Jolie
o "jet set", os Conselheiros de Estado, comentadores em televisões
as revistas côr-de-rosa e, claro, a padralhada
tendem a apresentar os chamados "famosos"
como um género de santinhos muito amiguinhos dos pobrezinhos
escamoteando a verdadeira compreensão
do problema da pobreza
enquanto as altas patentes militares e os banqueiros
que tomaram o poder politico, se banqueteiam
à tripa forra
O escritor português e Prémio Nobel da Literatura,
José Saramago, afirmou-se pessimista em relação ao
uso contemporâneo
da palavra e da imagem.
Saramago chamou a atenção para a "insensibilidade" patente quando
se transmite um programa sobre a vida dos chamados "famosos"
e depois, as imagens de uma bomba no Iraque
ou de uma epidemia de Sida em África.
"Isto significa que tanta importância
tem uma coisa como a outra
",,,

terça-feira, julho 18, 2006

para Liberal ver,,, enquanto assobia o hino dos Monthy Python

we "Always Look on the Bright Side of Life", versão by Miguel Relvas



com letra a adaptar da inconfidência televisiva em off de Bush para Blair: "Vamos lá a acabar com aquela merda (o Hezbollah) no Libano e na Siria" (mais, na SkyNews)


* "De Gaza com Amor", o blogue duma activista dos direitos humanos.

* o assalto a Gaza e a generalização do conflito ao Libano e à Siria - "A Solução Final do Estado Judaico", por James Petras

ISRAEL, ESTADO GENOCIDA

O genocídio do povo palestino, e agora também do libanês, continua. O comportamento do estado sionista, proxy do regime bushista, é mais atroz do que o da Alemanha hitleriana. Isto está a ser cuidadosamente mascarado pelos media 'de referência' quando apresentam tais massacres como se fossem uma luta entre iguais. Não são. Trata-se de dizimar populações civis indefesas, homens, mulheres e crianças, e destruir infra-estruturas civis como centrais eléctricas, pontes e edifícios governamentais.
O estado racista judeu usa ainda a arma da fome contra o milhão e meio de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, agora às escuras, sem electricidade, sem água e isolados do mundo.
A entidade sionista esmera-se em ultrapassar em barbárie todos os seus feitos anteriores. Revela-se agora a utilização de novas armas não convencionais na Faixa de Gaza. O Dr. Al Saqqa, do hospital central, revelou que "estas munições penetram no corpo e fragmentam, provocando combustão interna que conduz a queimaduras de quarto grau, expondo o osso e afectando o tecido e a pele". E acrescentou: "Estes tecidos morrem, não sobrevivem, o que obriga a executar amputações de braços ou pernas, e há fragmentos que penetram o corpo e não aparecem no raio X. Ao entrar no corpo eles chispam como uma combustão de arma de fogo, mas não quimicamente. Eles parecem radioactivos"

Didáctico:
Crianças israelitas enviam cumprimentos às crianças árabes



* "Tudo o que mexe no Líbano é terrorista", por Robert Fisk

* "Inter arma silent Musae", por Manuel Baptista

* "A escalada da guerra no Médio Oriente", por Michel Chossudovsky

segunda-feira, julho 17, 2006

Já repararam no silêncio do Governo Português perante o genocidio que começou a ser levado a cabo em Gaza, e ameaça alastrar a todo o Médio Oriente?

valeu-vos de muito o acto de terem ido votar







Os Senhores da Guerra

o CSP, um grupo militarista na sombra do poderio norte-americano - Episódio 5 (Conclusão) – a Tomada do Poder

Desde a designação de George W. Bush (o filho de G.Herbert Bush) como presidente dos Estados Unidos pelo Supremo Tribunal na sequência das “eleições” do ano 2000, o CSP não parou de marcar pontos: nomeações de Donald Rumsfeld para a Secretaria da Defesa, de Paul Wolfowitz e Douglas Feith para seus adjuntos, de Richard Perle para a presidência do Conselho Consultivo e Político de Defesa; nomeação de John Bolton para secretário de Estado Adjunto para o Desarmamento, de forma a fazer “marcação à zona” ao demasiado independente Colin Powell; nomeação de Zalmay Khalizad como responsável pela política americana para o Afeganistão; publicação pelo Departamento de Defesa de um relatório, do tipo chave-na-mão, sobre a ameça militar chinesa; denúnica unilateral do tratado ABM; aumento em mais de 40% dos orçamentos militares; criação de um embrião de arma espacial; votação da USA Patriot Act; criação do Conselho Nacional de Segurança Interna; rediscussão no Médio Oriente do processo de paz de Oslo: questionamento do regime de Saddam Hussein no Iraque; etc.
Durante estes últimos anos, o CSP teve de resto o cuidado de alargar as suas ligações na sociedade civil criando ou apoiando toda uma nebulosa de associações: o Instituto de Washington para a Política do Próximo Oriente (Washington Institute for Near East Policy – WINEP), o Instituto de Media e Investigaçãodo Médio Oriente( Middle East Media e Research Institute – MEMRI), o Instituto de Investigação sobre a Política Externa ( Foreign Policy Research Institute – FPRI) e, ultimamente, a Fundação para a Defesa das Democracias (Foundation for Defense of Democracies – FDD). As campanhas do CSP e dos seus satélites encontram um grande eco no Weekly Standard de William Kristol no Jerusalem Post de Richard Perle e no Washington Times de Arnaud de Borchgrave, bem como nos editoriais de Charles Krauthammer para o Washington Post.

Os tempos mudam, mas as práticas continuam as mesmas. Após o 11 de Setembro, as associações e os jornais ligados ao CSP levaram a cabo uma campanha de difamação da CIA. A agencia de Langley foi declarada culpada de grave desmazelo ao subestimar o perigo islamico, exactamente da mesma forma como vinte e dois anos antes o CPD a acusava de subestimar a ameaça soviética. Na base deste psicodrama nacional, o código deontológico da CIA foi ultrapassado, os antigos quadros que William Clinton enviara para a reforma antecipada foram novamente chamados, e o presidente George W. Bush aprovou um plano de acções secretas em sessenta e oito Estados. A teoria da Guerra das Civilizações, elaborada por Samuel Huntington, substituiu a vulgata anti-soviética primária da Guerra Fria. O Eixo do Mal encarnado na figura do islamista-de-cutelo-faca-entre-os-dentes. Para convencer a opinião pública interna, a stay-behind retomou as suas antigas práticas de manipulação. Donald Rumesfeld chegou mesmo a criar um Gabinete para a Infuencia Estrategica (Office for the Strategic Influence – OSI) com a missão de intoxicar a imprensa norte-americana e de convencer a opinião pública da necessidade de uma cruzada do mundo judaico-cristão contra o mundo árabe-muçulmano. Todos estes elementos contribuíram para forjar um consenso tal que a maior parte das exigencias do CSP foram satisfeitas, tanto em termos e orçamento como de estratégica.

Em Novembro de 2001, o CSP atribuiu o seu prémio anual para os “Guardiões da Chama” (Keepers of the Flame) ao antigo director da CIA, e depois secretário da Defesa James R. Schlessinger. O prémio foi-lhe entregue por Donald Rumsfeld, que lhe sucedera no Pentágono aquando do “Massacre do Halloween”. Estavam lá todos: John Bolton, Paul Wolfowitz, Zamay Khalizad, Douglas Feith, James Woolsey, etc. Na sua alocução de abertura, o presidente de associação, Frank Gaffney, permitiu-se uma confidencia: “Foram-nos precisos treze anos para conseguirmos chegar onde chegámos, mas aqui estamos”. Maneira elegante de afirmar que todos eles haviam ocupado o poder com Ronald Reagan, que haviam sido depois marginalizados durante a presidência de George H. Bush e afastados durante a presidência de William Clinton, mas que por fim se haviam novamente apoderado dele, não por designação de George W., mas em resultado dos atentados do 11 de Setembro de 2001.

sábado, julho 15, 2006

Nos 70 anos do começo da Guerra Civil de Espanha

Franco foi um homem que esteve adiantado para a sua época
não sabemos se Durão Barroso, Bush ou Tony Blair, algum deles, tivesse dito isto textualmente, mas decerto que o pensaram.





João Pereira da Costa

“No próximo dia 18 de Julho passarão 70 anos que se iniciou a Guerra Civil de Espanha. Certamente que esta data não diz grande coisa a muitos jovens portugueses, que constituem uma parte significativa da população do nosso país. Mas talvez popr isso seja importante tecer algumas considerações acerca deste acontecimento, um dos mais importantes do século XX. Exactamente porque se deu no final da primeira metade do século e antecedeu a Segunda Guerra Mundial, foi um terreno de confrontos ideológicos, políticos e diplomáticos, assim como de experiências e transformações na arte da guerra. Por outro lado, a participação directa de unidades milittares de duas potências do Eixo, a Alemanha e a Itália, levou à criação de um movimento oposto de voluntários civis de várias dezenas de milhares de homens oriundos de mais de 50 paises. Isto é tanto mais importante quanto, ao contrário de outras guerras anteriores, estes homens, que constituíram as Brigadas Internacionais, não participaram como mercenários mas vieram lutar abertamente por uma causa em que acreditavam. Esta foi uma das guerras em que, como alguém disse, era fácil escolher o lado certo. Passados todos estes anos isso não nos parece assim tão claro. De qualquer modo, a sublevação militar iniciada pelas forças estacionadas no Marrocos espanhol, em 18 de Julho de 1936, dirigiu-se contra a ordem constitucional resultante das eleições de Fevereiro do mesmo ano, que deram a vitória às forças de esquerda, agrupadas na Frente Popular. A partir dessa altura, e mesmo antes, tinha-se desencadeado um processo revolucionário que ultrapassou essa mesma ordem constitucional e que os nacionalistas aproveitaram para justificar a sua acção. Tudo isso está descrito em centenas de obras sobre os acontecimentos e por isso não pretendo analisar aqui à exaustão. Parece-me sim, importante chamar a atenção para quatro ou cinco pontos interessantes relacionados com a politica internacional da época e para similitude com o que se passou no Chile de Allende em 1973, onde a liderança da Frente Popular, embora há três anos no poder, não conseguiu resistir ao golpe militar. Primeiro, a Sociedade das Nações, com sede em Genebra, primeira organização internacional a ser criada com objectivos semelhantes aos das Nações Unidas, encontrava-se em fase de desintegração. Resultante dos tratados de Versalhes que puseram fim à Primeira Guerra Mundial e revolucionaram a carta geopolítica da Europa, terminando com a existência dos impérios alemão, austro húngaro e otomano e dando origem a mais de uma dezena a mais de uma dezena de novos países, a Sociedade das Nações sofreu logo à partida de um poderoso handicap, ou seja o de não preverá intervenção de forças militares para redimir os conflitos armados. Acresce que o seu principal inspirador, o Presidente Wilson dos EUA, não conseguiu ver aprovada pelo Senado americano a participação so seu próprio país na organização. Assim, já na década de 30, pouco antes de eclodir a guerra civil em Espanha, deu-se a invasão da província chinesa da Manchúria pelo Japão e a conquista da Abissínia, actual Etióia, pela Itália, que ficaram impunes.


Quando começaram as hostilidades no país vizinho foi criado um Comité de Não-Intervenção de que faziam parte países como a França, Alemanha, Itália, URSS, Reino Unido e Portugal. Aí se estabeleceu um embrago à venda de armas aos dois contendores e se proibiu a participação de países estrangeiros no conflito. O que não foi respeitado pelas potências do Eixo, que tinahm enviado unidades regulares para o terreno, praticamente desde o inicio do conflito. A União Soviética passou então a ajudar directa, mas não abertamente, a Espanha republicana com todo o tipo de equipamento militar e organizou, através do Komintern, o recrutamento dos voluntários civis que iriam constituir as Brigadas Internacionai. Milhares de combatentes chegaram de quase todos os países do mundo. É bom notar que nessa altura faziam parte da Sociedade das Nações apenas 63 paises e não se tinha dado ainda o movimento de descolonização na Ásia e em África. Vieram homens da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos da América e de toda a Europa para defender a república espanhola. Dos EUA, 2300 voluntários constituíram ops batalhões Abraham Lincoln e George Washington. Foram colectados 100.000 dólares e enviados seis hospitais de campanha e 18 ambulâncias. Nenhum americano se alistou no lado nacionalista, segundo o historiador Hugh Thomaz. No Reino Unido, várias personalidades, como o insigne historiador H.G.Wells e o futuro primeiro ministro Clement Atlee, participaram na campanha a favor da república e contra a não intervenção defendida pelo governo conservador de então, ao mesmo tempo que o Trinity College da Universidade de Cambridge recrutava centenas de voluntários, entre os quais alguns poetas como Stephen Spender e H.W. Auden. Para já não falar de muitos outros intelectuais europeus e americanos, como André Malraux e Ernest Heminguay. Convém frisar que isto só foi possível porque o movimento comunista internacional, à época, granjeava uma enorme simpatia em todo o mundo. Uma das principais razões é que a América e a Europa acabavam de sair de uma das mais graves crises do sistema capitalista, a Grande Depressão. Muitos milhões de pessoas nos dois continentes olhavam para a URSS como um país onde esse tipo de crises não acontecia. É também de realçar que há 70 anos estávamos muito longe do movimento de globalização que hoje vivemos, a televisão não existia e a rádio, sua predecessora como meio de comunicação universal, estava a dar os primeiros passos. Notável é, por isso, a capacidade de mobilização de quase 100.000 civis, homens e mulheres, provenientes de quase todos os países então existentes, para participar na luta antifascista em Espanha. Por isso se dizia que nessa guerra era fácil escolher o lado certo. Hoje, passados 70 anos, cohecidas todas as atrocidades cometidas de parte a parte e os acontecimentos que precederam o conflito, é talvez mais difícil dizer de que lado estava a razão. Uma coisa é certa, muito teve de sofrer o povo espanhol, num dos acontecimentos mais trágicos do século XX, para conseguir 40 anos mais tarde encontrar o caminho para a pacificação do país".


Forum pela Memória

quinta-feira, julho 13, 2006

Timor: é só o começo

o professor Boaventura Sousa Santos escreve sobre Timor,,, no Brasil (!) porque aparentemente não existe espaço para certos sectores de opinião em Portugal:
"A interferência da Austrália na fabricação da crise timorense está cada vez mais clara: documentos de política estratégica australiana de 2002 revelam a importância de Timor Leste para a consolidação da posição regional australiana, tanto no plano econômico como militar". Ler restante artigo, aqui, cuja conclusão é esta: "Timor não é o Haiti dos australianos, mas, se o vier a ser, a culpa não será dos timorenses. Uma coisa parece certa, Timor é a primeira vítima da nova guerra fria, apenas emergente, entre os EUA e a China. O sofrimento vai continuar"

enquanto Pilatos lava as mãos:
"a ONU adverte para a escassez de fundos para assistência humanitária"
coisa que só conseguimos ler em espanhol, aqui: www.un.org/spanish/news


e o vélhinho semanário anti-fascista "Noticias da Amadora" publica um artigo de Alexandre Vale com o corajoso titulo de "O Golpe do Petróleo", que pode ser lido aqui; de onde se destaca logo no inicio:
"Embora sem o figurino e consequências da invasão de Timor-Leste pelas tropas da Indonésia, em 1975, o conflito desencadeado a partir do início do ano ocorre sobre o mesmo pano de fundo. Um diferendo que se mantém em aberto há cerca de 40 anos. O "perigo comunista" foi evocado em 1975 para que a invasão da Indonésia fosse avalizada pelo presidente norte-americano, Gerald Ford, e por Henry Kissinger. Mas o que estava em causa era a resolução do acordo firmado em 1972, que apenas obrigava a Austrália e a Indonésia. O governo colonial português auto-excluiu-se do processo de delimitação das fronteiras permanentes marítimas, deixando em aberto o Timor Gap".
No entanto é util que assinem o jornal, se pretendem informação isenta,,, por 1,66 euros mensais (20 euros por ano) recebe-o em sua casa. Pode-se proceder à assinatura preenchendo este formulário aqui:
http://www.noticiasdaamadora.com.pt/na/pags/assinaturas.htm

quarta-feira, julho 12, 2006

Jornalismo (II)

Condições de trabalho dos Jornalistas



Extraido de “Jornalismo, Grupos Económicos e Democracia” de Fernando Correia (ISCTE), Edit. Caminho

"Ao longo dos últimos anos, as condições de trabalho dos jornalistas (falo da grande maioria, e não das elites e vedetas) têm vindo a degradar-se. Um documento sindical de 2003, mas que permanece actual (“Por uma agenda dos poderes públicos para ao Media – contributo do Sinsicato dos Jornalistas), caracterizava assim a situação resultante de actuações patronais:
• desrespeito generalizado por direitos consagrados em lei e nos contratos colectivos de trabalho;
• tentativa de diminuição da capacidade reinvidicativa e do exercicio de direitos fundamentais
• recurso generalizado à substituição de jornalistas por estudantes de jornalismo, constituindo uma prática sistemática de trabalho ilegal;
• recurso a utilização de formas de trabalho precário (recibos verdes e contratos a termo);
• precaridade dos próprios salários e até fuga ao pagamento à Segurança Social e ao Fisco;
• proliferação de contratos individuais de trabalho, estabelecendo cláusulas à margem das convenções colectivas geralmente menos favoráveis do que estas;
• elevado número de empresas à margem de qualquer associação patronal;
• avaliações de desempenho dos jornalistas e outros trabalhadores sem a negociação prévia dos respectivos regulamentos com as organizações representativas dos trabalhadores;
• agravamento do esvaziamento das redacções, designadamente com recurso às recisões ditas amigáveis, empobrecendo gravemente a memória histórica nos orgãos de informação;
• estagnação ou mesmo inexistência de carreiras profissionais;
• redução dos salarios reais;
• atribuição descricionária de aumentos salariais;
• criação de condições objectivas para a autocensura e para a subordinação a normas e procedimentos estranhos à liberdade de imprensa e à independência dos jornalistas.

Este panorama fala por si e mostra até que ponto as condições de trabalho e de PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO podem condicionar sériamente a qualidade, disponibilidade e responsabilidade da actividade dos jornalistas".

terça-feira, julho 11, 2006

o Enviado Especial do PSD que não sabia de nada

Vale a pena ampliar e ler, clicando no texto, o principio do escrito de quinta-feira 6 de Julho dessa réplica real da anedótica figura virtual do imaginário contra-informativo que é o estoriador Peixeiro Pereira; não porque contenha alguma delirante novidade, como habitualmente, sobre coisa alguma,,,















,,, mas apenas por esta deliciosa frase:
Lá fui eu, (para a Guatemala) sem saber muito bem o que ia fazer”,,, e quando lá chegou tinha à sua espera o americano da CIA (...) enviado pelos mesmos que estiveram envolvidos no golpe de estado de 1954 a pedido da United Fruit Company, a partir do qual o país passou a ser uma coutada americana - foi justamente daqui que nasceu e se popularizou a expressão "república das bananas" (liberalismo, dizem eles, com ar circunspecto). Sem mais comentários, fica só esta pergunta: alguém vai, seja para onde for, sem saber ao que vai? - Pacheco Pereira, como não é nenhum "banana" podia, por exemplo, contar uma qualquer estorieta que lhe legitimasse a sombra, se porventura se tivesse voluntariado como enviado, por exemplo, sobre isto:









mas eu digo-lhe porque é que não o faz: porque é dos lucros deste tipo de actividades ocultas, dos negócios feitos na penumbra das actividades de um certo tipo de viajantes, “enviados especiais sem saberem de quê”,,, que saiem os lucros que servem para remunerar Pacheco Pereira e a grandecissíma "fauna dos comentadores" (a expressão é sua, referindo-se aos comentadores em blogues) oficiais admitidos com voz audível,,, e óbviamente, ninguém desse arguto naipe de inteligentes é estúpido o suficiente para morder a mão que lhe dá de comer, pois claro.
No seu artigo, PP não indica o ano da sua visita,,, presume-se que fosse a partir de 1980, quando se intensificou a repressão com a chegada ao Poder dos oficiais das forças armadas formados em Forte Benning (EUA), ou a partir de 1990 com a formação dos "esquadrões de morte" contra a oposição e as guerrilhas - que levaria a ONU a nomear uma comissão especial (Minugua, 1995) para investigação dos direitos humanos no país.
(ver Relatório de Condenação de 1999)
fim de festa

a Selecção já fez o que tinha a fazer por nós – mesmo que não tenha ganho a Taça do Mundo. Resta saber o que podemos fazer para merecermos a Selecção


Vicente Jorge (“Kennedy”) Silva, (Diário deNoticias, 5/6)

Escapou-se a VJS que não há o que fazer nem onde, os insignes cavaleiros da desiguladade social, amigalhaços, primos e restantes famiglias ocuparam o espaço público - portanto, agora toca a "ter orgulho na Nação", a seguir o "exemplo de sucesso", com os jovens a escolherem uma saída profissional que os faça tambem sentir orgulhosos - foi para isso que se tem vindo a investir milhões no futebol,,, toca a alistarem-se nas forças armadas e ir ajudar a policiar os estragos feitos pelos bombardeamentos "aos turras*" do Afeganistão, e brevemente, de novo no Iraque, enfim, anywhere else. "Glórias nunca antes alcançadas". Viva Portugal, seus filhos da puta!

*) - Há 30 anos, aquando da guerra colonial, tambem os independentistas que lutavam pela liberdade da sua terra, foram apelidados de "terroristas" pelo Poder então vigente,,, a que os soldados recrutados à força, assimilando na perfeição a ideologia oficial, começaram a apelidar carinhosamente pelo diminuitivo de "turras"

sábado, julho 08, 2006

Tudo o que acontece no nosso presente, é resultado de uma lógica que provém do que foi construido no passado.

"Ninguem deverá ter orgulho em ter Poder sobre a Vida e a Morte. Tudo aquilo de que os outros tenham Medo em vós, vos será devolvido de igual forma"
Seneca

Os Senhores da Guerra
– o CSP, um grupo militarista na sombra do poderio norte-americano - Episódio 4 - o Center for Security Policy

Criado em 1988, o CSP reivindica ser o sucessor político do CPD, sem precisar se é, também ele, uma emanação dos serviços stay-behind. Entende “defender a paz internacional mediante o desenvolvimento do poderio dos Estados Unidos da América.” Douglas J. Feith (depois secretário adjunto da Defesa, tendo a seu cargo a política de Defesa) e Frank J. Gaffney Jr, antigo assistente parlamentar do senador Henry”Scoop” Jackson, foram os fundadores e asseguraram sucessivamente a sua direcção. Esta nova associação dispõe de um orçamento limitado (1,7 milhões de dólares por ano). Tal orçamento provém principalmente de donativos das fundações da família Richard Mellon Scaife da Gulf Oil (ver Instituições com conexões aqui, uma das quais é a "nossa" Tereza Heinz Kerry) e das sociedades de armamento Boeing Company e Lockheed Martin Corporation.Ela dispõe, não obstante, de uma influencia considerável através dos seus administradores e conselheiros, que são actualmente os principais quadros de Secretaria da Defesa. A continuidade com o CPD manifesta-se pela presença de veteranos de equipa B, como WilliamR. Van Cleave. E, sobretudo, pela continuidade da acção: designação do inimigo comunista (desta vez os perigos chinês, norte-coreano e iraniano tomaram o lugar da ameaça soviética); rediscussão dos tratados de não-proliferação; militarização do espaço; militarização da segurança interna. A 12 de Maio de 1996, os homens do CPD reuniram em Praga trezentos responsáveis políticos e militares, europeus e norte-americanos, para lançarem uma Nova Iniciativa Atlantica (New Atlantic Initiative – NAI). Afirmaram aí a nova utilidade da NATO após a dissolução do Pacto de Varsóvia: integrar os Estados da Europa central e oriental sob o escudo americano, para fazer face ao perigo dos “Estados renegados”.

O CSP dotou-se de uma antena em Jerusalém ao assumir o controlo de uma associação pré-existente, o Institute for Advanced Strategic and Political Studies (IASPS), animado por Robert J. Loewenberg e pelo inevitável William R. Van Cleave. A 8 de Julho de 1996, Richard Perle, Douglas Feith, David e Mayran Wurmser enviaram ao primeiro-ministro israelita Benjamin Natanyahu um documento do IASPS intitulado “Uma Ruptura Apropriada: Uma Nova Estratégia para a Segurança do Território” (“A Clean Break: A New Strategy for Securing the Realm”). Nele se aconselhava a anulação dos acordos de paz de Oslo, a eliminição política de Yasser Arafat, a anexação dos territórios palestinianos, o derrube de Saddam Hussein no Iraque para desestabilizar em cadeia a Síria e o Líbano, o desmantelamento do Iraque com a criação de um Estado palestiniano no seu território, e , em troca de todas estas vantagens concedidas a Israel, a utilização do Estado hebraico como base complementar do programa norte-americano para a Guerra das Estrelas.
A 19 de Ferreiro de 1998, Richard Perle e Stephen Solarz publicaram uma Carta Aberta ao Presidente Clinton, preparada pelo CSP. Nela exigiam o derrube do regime de Bagdade. A carta era também subscrita por diversos membros do CSP, entre os quais Elliott Abrams, John Bolton, Douglas Feith, Fred Iklé, Zalmay Klalizad, Donald Rumsfeld, Paul Wolfowitz e David Wurmser. Em 1998, à custa do lobbying, o CSP consegue do presidente Clinton a criação de uma Comissão Nacional para Avaliação da Ameaça Balística. A presidência desta foi confiada a Donald Rumsfeld. Apenas a conclusão do relatório foi tornada pública, a 15 de Julho. Nela se afirma que a CIA subestimara uma vez mais as ameças, ao ignorar que a Coreia do Norte, o Irão e o Iraque disporiam, dentro de cinco anos, de mísseis balísticos capazes de atingirem o território americano.

No ano 2000, o CSP consegue a criação de uma nova comissão, desta vez para avaliar a segurança espacial. A presidência recaiu novamente em Donald Rumsfeld. A comissão, bem entendido, concluiu que se subestimava enormemente a vulnerabilidade espacial dos Estados Unidos. Interrogado pelos jornalistas sobre a origem desta ameaça, Donald Rumsfeld respondeu com o seu ar mais sério que o perigo provinha menos dos Estados do que de alguns grupos privados. Assim, um terrorista internacional, Ossama Bin Laden, disporia de uma base de lançamento de satélites e de um centro de montagem de bombas atómicas no Afeganistão.

(continua – conclui no próximo episódio, com o 11 de Setembro e a tomada do Poder pelos Neocons agrupados no CPD/CSP)

sexta-feira, julho 07, 2006

o jornalismo visto pelo gato de Shroedinger

Dominique Wolton, o autor de “E Depois da Internet?” (Edit.Difel) esteve em Lisboa a convite do PS mas, como em todas as charadas em que os “xuchialistas” se metem só eles é que perceberam. Com a “esperteza deles pensam que vão ganhar esta guerra” de uma pequena minoria, à la Xanana, se arrogar cagar postas de pescada do alto da varanda do palácio para o povoléu, enquanto ruminam golpadas para os eleitos poderem (sobre)viver à tripa forra. Referindo-se à Internet e principalmente ao fenómeno dos Blogues pensa Wolton que “a abundância de informação não significa por si só comunicação e que, antes do mais, há que alfabetizar tecnologicamente as pessoas” – “mais do que lutar pelo acesso à informação”, que já existe em excesso e em repetições exaustivas por forma a fazer com que se acredite em mentiras e meias verdades, (digo eu) “as sociedades devem preparar o individuo para saber lidar com a informação”. É preciso saber saltar da tecnologia para a Politica, para o diálogo e para a capacidade de Mobilização, acrescentaria-mos nós. Mas das ideias de Wolton a Comunicação Social Corporativa concluiu e sintetizou nos títulos aquilo que mais lhe interessa:

"Com as excepções a confirmarem a regra, o jornalismo português não é mau – é péssimo”
Baptista Bastos, Jornal de Negócios, 30/6

Mas então, indo ao essencial, o que é que se pode entender por “jornalismo” e “jornalista”?,,, não será o Jornalismo "uma forma social de produção de conhecimento"? e como tal a sua definição não estará sujeita à perspectiva de classe consoante o ponto de vista pelo qual é encarado? - ora aqui é que está o gato(*),,,










de “Jornalismo, Grupos Económicos e Democracia” de Fernando Correia (Prof.ISCTE), Edit. Caminho:

"Na perspectiva dos diversos protagonistas que, de um forma directa ou indirecta, participam ou são alvo do processo informativo e, de uma forma mais geral, do processo comunicacional em que aquele se integra, os Media, principalmente os grandes orgãos de informação com maior repercussão na opinião pública, estão longe de ser vistos de uma maneira semelhante. Vejamos muito sintéticamente, - uma realidade complexa:
- para os jornalistas, principais agentes produtores directos das noticias, os Media são, essencialmente, um espaço de informação.
- Para os patrões, são um produto – económico, desde logo, mas também, inevitávelmente, politico e ideológico.
- Para os publicitários e anunciantes, são um suporte de anúncios, tal como os outdoors ou outro qualquer meio de chegar às pessoas e convencê-las a comprar a marca X.
- Para os dirigentes politicos, e cada vez mais também para os desportivos, os Media são um instrumento de luta pelo poder e de exercicio de poder – palco quase exclusivo do confronto politico e do combate não tanto de ideias (nomeadamente na televisão) mas de personalidades.
- Para os cidadãos, os Media tendem crescentemente a constituir um espaço de participação, em substituição de instrumentos tradicionais da vida democrática (partidos, sindicatos, reuniões, debates). Não é por acaso que cada vez mais se utilizam termos como “teledemocracia”, “partido mediático”, etc.
- Para os trabalhadores, sindicatos, grupos minoritários, movimentos não governamentais, grupos alternativos, etc,,, os Media revelam-se como um privilegiado espaço de reinvindicação, de esposição e de revelação de situações e de objectivos de luta.
- Para determinados sectores da intelectualidade e das profissões liberais (advogados, médicos, historiadores,,,) os Media constituem também uma preciosa, e bem aproveitada por alguns, instância de visibilidade e, por essa via, de legitimação e de credibilização – tema este excelentemente tratado por Pierre Bourdieu.
- Para a grande parte das pessoas, nomeadamente num país como o nosso, os Media são o principal ou mesmo o único instrumento de conhecimento – o que sabem, para alem da sua própria experiência concreta e do circulo que as rodeia, sabem pela televisão, instituida, na prática, em exclusiva fonte de saber, de entretenimento, de lazer e de cultura".

* o Gato de Schroedinger

quarta-feira, julho 05, 2006

Luta de Galos

Basta uma sugestão do "Blasfémias" para que não se escrevesse mais sobre Futebol, para que se sinta um desejo irresistível de os contrariar. E aproveitando uma dica de "o Vizinho", perdoe-se-nos estas poucas horas de alienação, quando neste intervalo gritarmos todos:
«LIBERTÉ, EGALITÉ E VANSEFUDÉ!»

PS - 22,05. Peço desculpa por ter metido o bedelho e ter dado azar. Desculpem rapazes,,, a vida continua. Está-se a acabar a época do “Panem et Circenses”. Escolham outra coisa. Que tal se fosse a praia?, hein?

é sempre o ladrão que mais grita “agarra que é ladrão”






"O Juiz Gomes da Silva do caso Apito Dourado, estava sob investigação, por denúncia de Pinto da Costa. Dois outros juizes demitiram-se. Supremo arquiva o caso" (Jornal de Noticias, 30/6)
Tudo está bem quando acaba em bem?






“De bons alunos na Europa passámos a um estado de desqualficação internacional como foi há dias caracterizado pelo “patrão” da General Electric em Lisboa. Estamos num labirinto” (Publico,30/6)
José Manuel Torres Couto (ex-dirigente sindical que enriqueceu indiciado em crimes de desvio de fundos europeus, que nunca foram julgados)






“Hoje há uma censura mais grave que o lápis azul. Sócrates tem feito muito bem a encenação de líder forte de direita” (o Diabo, 27/6)
Bagão Félix, ex-superministro de Durão Barroso, proveniente dum partido com 4% do eleitorado, que iniciou as acções de desmantelamento e desregulamentação do Estado Social e promulgou o Código de Trabalho, não revogado por Sócrates, tudo debaixo da mais estrita lógica neocon seguindo o modelo imposto por Washington.






"a Pax Christi, movimento católico promove em Lisboa uma vigilia pela Paz em Timor-Leste" (Publico, 28/6)
Mari Alkatiri, em entrevista (Publico, 30/6, sem link):







“Os políticos têm sido tímidos e falharam quase completamente nas medidas tomadas para salvarguardar o futuro da civilização. Daqui a dez anos, por falta da "energia renovável" que é a vontade politica, o mundo será irrecuperável” (Fócus, 27/6)
Al Gore, ex-vice-presidente (plastificado) dos EUA durante o mandato de Clinton, que promoveu através da Nato o desmembramento da Jugoslávia e certificou o modelo neoliberal assassino da Walmart (onde teve interesses próprios) como modelo imposto na internacionalização da economia mundial.

Robert Campin, maitre de Flémalle (1406-1444)– "A Trindade", (Museu Hermitage, S. Peterburgo)
o Poder, o Desgraçado que paga as favas e o Espirito Santo (personificado na pomba)
Claro que quem anda a roubar é a pomba