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quinta-feira, junho 30, 2011

depois da fraude eleitoral... eis que chegam os vampiros

"Não ouvi em lado nenhum qualquer referência, quer do PSD quer do CDS, a que se propunham cortar metade dos subsidios de Natal dos trabalhadores e pensionistas. Se o tivessem feito talvez os resultados não fossem os mesmos" (Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, trazendo-nos de volta a memória ingénua do Partido dito "comunista")

"Os senhores têm toda a legitimidade para tomarem as medidas que acharem convenientes" (Maria de Belém, lider parlamentar do Partido dito "socialista")

"Com esta medida os cidadãos são chamados a pagar metade dos nacionalizados prejuizos do BPN" (Francisco Louçã, coordenador do Bloco dito de "esquerda")


"Este é um governo mais Troikista que a Troika" (Garcia Pereira, porta-voz do Movimento Reorganizativo do Proletariado PCTP/MRPP)



(segunda parte:
"Este é um governo de ataque ao Estado Social")
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quarta-feira, junho 29, 2011

Como as Corporações dominam a diplomacia e os negócios estrangeiros dos Estados Unidos

Uma das principais pragas que paralisa a democracia nos EUA é a fusão do poder das Corporações com funcionários eleitos ou nomeados aos mais altos níveis. Os jogos de influência têm um preço muito alto na política norte-americana onde se compra e paga aos políticos com doações cada vez maiores do grande capital para as campanhas eleitorais, asfixiando toda a voz que defenda o interesse público.
Milhões de dólares em financiamento de eleições inundam os salões do poder de Washington, juntando-se com dezenas de milhares de lobyistas corporativos bem remunerados, uma porta giratória interminável que permite que os executivos das corporações se implantem nos sectores público e privado e apaguem a linha entre os organismos do governo e as empresas privadas. Esta dominação corporativa sobre a actividade do governo ajuda a explicar o porquê estamos infestados por um sistema de saúde que enche os bolsos dos executivos da indústria farmacêutica em detrimento dos pacientes; uma indústria de guerra que causa mortandades terríveis e destruição para enriquecer os fabricantes de armamento e governantes ligados ao sector da Defesa; e um sector financeiro que viola os mais elementares direitos da classe trabalhadora e dos pobres para distribuir milhares de milhões em beneficios aos directores executivos de Wall Street.

As implicações deste corporativismo em rápido crescimento chegam muito mais longe que as fronteiras abrangidas pela diplomacia norte-americana, uma vez que se trata de empresas multinacionais com interesses na economia global. A medida anunciada hoje pelo “novo” governo "português", de obrigar os trabalhadores a descontar para empresas privadas, é apenas mais uma faceta das políticas resultantes da corrupção dos funcionários dos governos com os patrões das empresas corporativas

(extraído de “Cinco revelações da Wikileaks”, por Rania Khalek, traduzido da Information Clearing House)

terça-feira, junho 28, 2011

os mitos da recuperação económica

“Em Portugal está-se na fase em que se acredita que o memorando da troika é um milagre, crença que, creio, se esboroará tão vertiginosamente como surgiu” (Manuel Maria Carrilho)

A principal porta-voz da América Sionista, a Time Magazine, prepara a opinião pública para o agravamento das condições de acumulação capitalista:
“Respire fundo, esta não é a recuperação com que foram confrontados os nossos avós;
Compreendendo e desmontando os mitos da “nova economia” norte americana(ler original aqui)


MITO nº1
Esta é uma quebra temporária, as anomalias são resolúveis no curto prazo, e depois a economia arrancará de novo a todo o vapor
MITO nº 2
Cada país ou região pode “comprar” uma maneira própria para sair de todas estas crises acumuladas (a)
MITO nº 3
A iniciativa privada depois de tomar conta de tudo fará tudo melhor (b)
MITO nº 4
Vamos esquecer o que se está a passar (c) e vamos começar com novos empregos.
MITO nº 5
Os empresários são os elementos fundacionais da economia (d)

Trocando por miúdos, do que se trata é de intensificar o controlo dos mercados mundiais pelas empresas multinacionais norte-americanas e suas subsidiárias e agentes económicos locais vendidos ao imperialismo

(a) um “bom exemplo de recuperação” é o Brasil que conseguiu reduzir o nivel de pobreza da sua população em 25%, graças ao acordo Bush-Lula sobre a utilização dos seus vastos territórios para a produção de biocombustiveis em detrimento da produção de alimentos. Tal pacto, acrescido da transferência da especulação bolsista para os bens essenciais agravou o preço dos alimentos a nivel global provocando uma vaga de revoltas por todo terceiro mundo. No entanto não é crível que o Brasil, enquanto parte integrante do sistema neoliberal global, venha a retirar os restantes 75% dos seus habitantes da pobreza. Tal proeza exigiria a subida de lucros das multinacionais yankees de 1,7 triliões para 2,3 triliões, o que seria mais um maná para o aumento da riqueza do reduzido número das elites ricas com negócios na economia global
(b) “Os privados farão tudo melhor”... em beneficio das suas próprias corporações. Nos Estados Unidos, desde 2006 com as administrações Bush-Obama, a taxa de desemprego passou de 4,5% para 10,1% em 2010 enquanto os lucros das corporações empresariais aumentaram de 1,5 triliões/ano para 1,7 triliões anuais no mesmo período.
(c) ler o editorial do jornal da Sonae sobre as agências de rating aqui

(d) Os editoriais dos jornais de referência centram-se agora em pungentes lamúrias sobre a desregulamentação da actividade das agências de rating, ou seja, descobriram tardiamente, e com objectivos sacanas, o que a esquerda anticapitalista anda a dizer há mais de uma década. As agências de rating são propriedade e parte instrumental das corporações financeiras que dominam a economia planetária. Serão “reguladas” quando a actual e monumental transferência de capitais e bens a favor dos ricos estiver consumada.

“Não houve nenhuma crise Grega, o que há é uma crise Mundial, uma crise Europeia. Aqui os poderes políticos converteram-se por sua livre iniciativa em devedores, como serventuários dos oligopólios multinacionais. A solução para a independência dos povos europeus é... ¡sair do Euro! (Samir Amin entrevistado pela revista “El Viejo Topo”, uma publicação da Associação Catalã de Investigações Marxistas (ACIM)
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domingo, junho 26, 2011

Nigel Farage foi um dos primeiros eurodeputados a avisar para o desastre do Euro

Quando o Parlamento Europeu celebrou o 10º Aniversário do Euro, com a distribuição pelo anfiteatro de moedinhas de chocolate, o eurodeputado Nigel Farage fez uma intervenção na qual comparou o presidente do BCE Jean-Claude Trichet e o comissário Joaquin Almunia como sendo o Ben Bernanke e o Paulson europeus. Os interesses das duas redes usurárias de além e de aquém Atlântico não se distinguem e o modo antidemocrático como as decisões se processam são comparáveis ao que de pior o centralismo soviético tardio, integrado no sistema capitalista global, nos deixou como legado.

Nigel Paul Farage (nascido a 3 de Abril de 1964) é um politico inglês, que foi lider do Partido Independente da Grã-Bretanha (UKIP). Eleito como membro do Parlamento Europeu integra o Grupo Eurocéptico Liberdade e Democracia.

Em 2005 Farage apresentou ao PE o requerimento que questionou as férias de Durão Barroso passadas a bordo do yatch de luxo do multimilionário grego Spiro Latsis. A “crise” na Grécia não tem sido assim tão horrivel para alguns, uma vez que a Comissão Europeia tinha aprovado apenas um mês antes um crédito de ajuda financeira à empresa de navegação de Latsis no valor de 10,3 milhões de Euros. Outro comissário, Peter Mandelson, por se prestar a fretes idênticos, foi convidado para usufruir de estadia na Jamaica. O escândalo foi publicado na prestigiada Die Welt, mas a moção de confiança que pôs em causa o lugar de Barroso apenas conseguiu obter a condenação por 75 eurodeputados. Para se avaliar sobre o modo anti-democrático como funciona este antro, o eurodeputado Roger Helmer do grupo conservador EPP-ED (European People's Party - European Democrats) foi expulso a meio do debate pelo seu lider por ter apoiado a moção de Farage.

Em 2008 durante a visita do Principe Carlos de Inglaterra ao Parlamento Europeu onde discursou sobre os interesses corporativos do lobie das “mudanças climáticas” Nigel Farage foi o único deputado que não aplaudiu a intervenção e interveio para classificar o discurso de “ingénuo e tresloucado”, citando: “Como pode alguém como o Príncipe Carlos ser admitido a intervir no PE para anunciar coisas que ele pensa virão a ter mais poderes que o deste Parlamento? Melhor seria que ele tivesse ficado em casa a persuadir Gordon Brown a dar ao povo a oportunidade de intervenção através do prometido Referendo ao Tratado de Lisboa – nesta Europa em construção pelo Tratado de Lisboa, do Grupo Bilderberg, do Tratado de Nice ou do Clube de Roma, para mudar o que quer que seja é preciso haver unanimidade de todos os paises constituintes da União Europeia, o que significa que é quase impossivel mudar a natureza não democrática que presidiu à sua fundação.

Nesta intervenção Nigel Farage atira uma data de ovos podres aos focinhos dos Eurocratas, dos ricos que dispõem da capacidade de se apossar de dinheiro impresso pelo sistema financeiro global. Durão Barroso, de monco caído, não tem outro remédio senão ouvir: “Quem é que diabo pensam vcs que são?

Minuto 2,27 - Portugal, com números reais de 325% de divida externa em relação ao PIB será o próximo… e suspeito que a seguir, será a Espanha, e quando chegar a vez de Espanha a ajuda necessária será 7 vezes maior que a da Irlanda, e então o projecto do Euro acabará ainda antes de ter começado. Mr. Rompuy, o senhor está faz um ano no cargo, declarou então que o euro tinha atingido a estabilidade. Em vez de ter declarado a realização de eleições gerais na União, vcs pretendem levar por diante o projecto de União Europeia a qualquer custo. Olhem para este anfiteatro, olhem para as vossas caras, vejam que espécie de gente perigosa vocês são! vcs roubam a identidade aos povos, roubam-lhes a democracia e a única coisa que lhes deixam de sobra é nacionalismo e violência



Epilogo. No dia das últimas eleições para os circulos locais em Inglaterra, Nigel Farage sofreu um "acidente" num pequeno avião bimotor do qual escapou com vida por aquilo que se pode chamar de milagre (ver aqui)
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sábado, junho 25, 2011

os "Piratas" da Somália

O outro lado da informação sobre a tão badalada "pirataria" …a destruição, o aproveitamento de mares alheios, a sobre-pesca - ilegal, não declarada, não regulamentada! Por mais de 800 barcos da União Europeia...

sexta-feira, junho 24, 2011

sem comentários

Todo um programa de governo na frase-título da entrevista de um dos principais gurus do cavaquismo

"A Europa não tem o dever de nos ajudar quando nós andámos a gastar aquilo que não tínhamos" (Medina Carreira)
Do que se passa nas cúpulas da Europa nada sabemos... mas, a maioria de nós sabe que nunca gastámos nada do que não temos (a banca não o permitiria); e se porventura assim não fosse, então porque recusaram e recusam, ambos os governos PS&PSD, uma auditoria às contas públicas para se averiguar quem contraíu a dívida, porquê e em benefício de quem?
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quinta-feira, junho 23, 2011

Portugal no espelho do futuro

Grécia fecha acordo com UE e FMI e define novas medidas de austeridade

Mesmo que as novas medidas sejam aprovadas, há temores de que a falta de união entre as lideranças acabe impedindo que os cortes de gastos e aumentos de impostos sejam efectivamente implementados. Hoje, algumas autoridades de governo europeus voltaram a pedir que os partidos políticos trabalhem juntos.

Por outras palavras: "O FMI, secundado pela Comissão Europeia, organiza o saque da Grécia - Jean-Jacques Chavigné"
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quarta-feira, junho 22, 2011

Um Império de Bases Militares

Antes de ler este artigo, responda à seguinte questão:

¿quantas bases militares têm os Estados Unidos noutros países?:
a) 100
b) 300
c) 700
d) 1000

De acordo com a listagem do próprio Pentágono (1), a resposta anda ao redor de 865, porém se se incluirem as novas bases no Iraque e no Afeganistão o número ascende a mais de 1000. Estas mil instalações militares constituem 95 por cento de todas as bases militares que todos os restantes países têm em território estrangeiro. Por outras palavras, os Estados Unidos são para as bases militares aquilo que a Heinz é para o ketchup.

A velha maneira de fazer colonialismo, praticada pelos europeus, consistia em tomar a seu cargo todo um país e administrá-lo. Mas este procedimento era parasitário, dispendioso e demasiado evidente. Os Estados Unidos têm sido pioneiros no enfoque mais ágil que conduza a um Império mundial. O historiador Chalmers Johnson afirma: “A versão norte americana de colónia é a base militar”; os Estados Unidos, acrescenta “têm um Império de Bases Militares”. Estas bases não lhes saem baratas. Excluindo as do Afeganistão e Iraque, os Estados Unidos gastam cerca de 102.000 milhões de dólares por ano na gestão das suas bases no exterior, segundo Miriam Pemberton, do Institute for Policy Studies. Em muitos casos temos de perguntar-nos para que servem. Por exemplo, os Estados Unidos têm 227 bases na Alemanha. Talvez fizessem sentido no cenário da Guerra Fria, quando a Alemanha estava dividida em duas pela cortina de ferro e os responsáveis pela política externa norte-americana tratavam de convencer os soviéticos que o povo norte-americano consideraria um ataque à Europa com um ataque aos EUA. Sem dúvida, nesta nova era em que a Alemanha está reunificada e os Estados Unidos estão preocupados com outros focos de conflito na Ásia, África e Próximo Oriente, faria tanto sentido para o Pentágono manter as suas 227 bases militares na Alemanha como faria sentido para os Correios manter uma frota de cavalos e galeras a remos. Se... (não fosse a importância do BCE como filial financeira da FED para a Europa)

Afogada em burocracia, a Casa Branca anda desesperada para cortar gastos desnecessários no orçamento federal. O congressista Barney Frank (eminência parda democrata do lobye judeu) sugeriu que o orçamento do Pentágono poderia reduzir-se em 25 por cento. Consideremos ou não como realista o cálculo de Frank, as Bases no exterior seriam sem dúvida um objectivo apetitoso para tesoura dos cortes orçamentais. Em 2004, Donald Rumsfeld (2) estimou que os Estados Unidos poderiam poupar 12.000 milhões com o encerramento de 200 bases militares no estrangeiro. O custo político seria quase nulo, dado que as pessoas economicamente dependentes dessas bases são cidadãos estrangeiros e não podem votar nas eleições norte americanas. Sem dúvida, as bases no estrangeiro parecem quase invisíveis aos que pretendem cortar no orçamento do Pentágono, que alcança os 664.000 milhões de dólares anuais.
Segundo o artigo do New York Times (3) “The Pentagon Meets the Real World” (“O Pentágono Perante o Mundo Real”) o editorialista pedia à Casa Branca que tivesse coragem política para cortar nas despesas com a Defesa. ¿Sugestões? Suprimir os programas de aquisição de caças F-22 e dos destroyers DDG-1000 e reduzir o Sistema de Combate Futuro dos exércitos terrestres, com a finalidade de poupar mais 10.000 milhões por ano. Todas estas sugestões são aceitáveis, porém, ¿que se passa com as bases no estrangeiro?

Ainda que os políticos e os experts mediáticos pareçam ignorar essas bases e entendam o estacionamento de tropas dos EUA em todo o mundo como um facto natural, o Império de Bases Militares norte-americanas atrai a atenção de académicos e activistas, como ficou demonstrado na Conferência da American University sobre o tema realizada em Fevereiro último. A NYU-Press acaba de publicar o livro de Catherine Lutz “Bases of Empire” que reune opiniões de académicos que estudam o problema e de activistas que se opõem a esse tipo de instalações militares; a “Rutgers University Press” publicou o livro de Kate McCaffreyMilitary “Power and Popular Protest”, um estudo sobre a base militar de Vieques (em Puerto Rico) que teve de encerrar portas face aos protestos massivos da população local; e a Princeton University Press encontra-se prestes a publicar “A Ilha da Vergonha” (“Island of Shame”), de David Vine, uma obra que conta a história de como os Estados Unidos e a Grã Bretanha acordaram secretamente deportar os habitantes indígenas de Diego Garcia para as Ilhas Maurícias e Seychelles, para que a ilha pudese ser convertida na totalidade numa bases militar. Nesta operação os norte americanos fizeram um trabalho tão sofisticado que inclusivamente gasearam todos os cães ali existentes. Às populações indígenas desalojadas tem sido negado até hoje o acesso aos tribunais dos Estados Unidos, porém ganharam a sua causa contra o governo britânico em três juizos, ainda que a sentença final fosse depois anulada pelo tribunal de mais alta instância do país, a Câmara dos Lordes. Actualmente decorre um recurso interposto no Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Os lideres estado-unidenses falam das suas bases estrangeiras como um elemento que permite consolidar as alianças com outros países, principalmente através de acordos comerciais e da ajuda que propõem acompanhar os arrendamentos das bases. Sem dúvida, os soldados dos EUA vivem numa espécie de casulo, um simulacro de EUA dentro das bases (como a inglesa Gibraltar), olhando para a televisão anglo-yankee, ouvindo rap e heavy-metal gringo, comendo o fast-food do seu país, para que os jovens recrutas oriundos das ruas e de bairros pobres não tenham muito contacto com outras formas de organização de vida. Enquanto isso, do outro lado da cerca de arame farpado, os residentes e as empresas locais são economicamente dependentes dos soldados e têm interesse na sua permanência. Estas bases no entanto podem converter-se em focos de conflito. As bases militares descarregam incessantemente resíduos tóxicos nos ecosistemas locais, como em Guam, onde as bases miltares levaram à criação de pelo menos 19 lixeiras tóxicas. Esta contaminação gera ressentimentos e, por vezes, como em Vieques na década de 1990, (ou na Sardenha) mobilizações sociais em todas as frentes contra as bases. Os Estados Unidos utilizavam Vieques para os seus ensaios de bombardeamentos durante 180 dias por ano, e quando os EUA se retiraram em 2003, a paisagem estava coberta de munições, de algumas que haviam explodido e de outras que não, cartuchos de urânio empobrecido, metais pesados, petróleo, lubrificantes, dissolventes e ácidos. Segundo os activistas locais, o índice de cancro na região de Vieques era 30 por cento superior ao do resto de Puerto Rico.

É também inevitável que, de vez em quando, os soldados dos EUAamiúde embriagados – cometam delitos.O ressentimento que provoca estes crimes é exarcebado pela frequente insistência do governo dos EUA ao impedir que esses crimes sejam julgados nos tribunais locais. Na Coreia em 2002, dois soldados yankees mataram duas raparigas adolescentes quando se dirigiam para uma festa de aniversário. Os activistas coreanos asseguram que este foi um dos 52.000 delitos cometidos por soldados norte-americanos na Coreia entre 1967 e 2002. Os soldados foram repatriados de imediato para os EUA para que pudessem escapar ao tribunal coreano. Em 1998 um piloto dos marines em manobras cortou um cabo de uma cabina de esqui em Itália matando 20 pessoas. Funcionários dos EUA deram ao piloto um puxão de orelhas, mas negaram-se a permitir que as autoridades italianas o julgassem. Estes e outros incidentes similares têm prejudicado as relações dos EUA com alguns dos seus mais importantes aliados.

Os ataques de 11 de Setembro foram sem dúvida o exemplo mais espectacular do retrocesso que pode gerar o ressentimento local contra as bases dos EUA. Na década de 1990, a presença de bases militares nas redondezas dos lugares mais sagrados do Islão Sunita, na Arábia Saudita, enfureceu a dissidência em torno das ideias de Osama bin-Laden e proporcionou à rede de insurgentes al-Qaeda uma potente ferramenta de recrutamento (depois que foram abandonados após o colapso soviético no Afeganistão).

Prudentemente os Estados Unidos encerraram as principais bases militares nas Arábia Saudita, porém abriu outras novas bases adicionais no Iraque e no Afeganistão que se estão a converter em novas fontes de fricção nas relações entre os Estados Unidos e os povos do Médio Oriente.
Esta rede Imperial proporciona aos EUA uma capacidade de intervenção global, mas da mesma forma, na medida em que o seu peso principal se encontra na Europa, é uma excrescência inflamada e anacrónica da Guerra Fria. Muitas desta bases são um luxo que os Estados Unidos já não se podem permitir nesta época de défices orçamentais recordes. Por isso os esforços para que sejam as populações dos paises “amigos” a pagá-las. Por outro lado, as bases norte-americanas em paises estrangeiros sofrem de uma dupla finalidade: projectam o poder norte-americano em todo o mundo, porém também inflamam as relações externas dos EUA e geram ressentimento por fenómenos como a prostituição, danos ambientais, pequena delinquência e etnocentrismo quotidiano, como corolários inevitáveis. Estes ressentimentos têm obrigado recentemente ao fecho de bases no Equador, Puerto Rico e Quirguistão e, como o passo é o início do futuro, são de esperar outros movimentos de contestação contra estas instalações militares estrangeiras no futuro. Durante os próximos 50 anos teremos testemunhos da aparição de uma nova forma internacional segundo a qual a instalação de bases militares no estrangeiro será tão indefensável como o foi a ocupação colonial durante os últimos 50 anos. A Declaração de Independência dos Estados Unidos criticou os Britânicos pelo aquartelamento de grandes unidades de tropas armadas entre as populações dos nascentes Estados Unidos e, por se tratar de tropas protegidas mediante julgamentos simbólicos, do castigo dos crimes que pudessem cometer contra os habitantes do novo mundo. ¡Belas palavras! os Estados Unidos deveriam começar a levá-las a sério.

Notas de referência:
(1) www.defense.gov/pubs/BSR_2007_Baseline.pdf
(2) o padrinho político do nosso nóvel ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas
(3) www.nytimes.com/2009/03/01/opinion/01sun2.html

Texto traduzido e adaptado de Hugh Gusterson, professor de antropología e sociología na Universidade George Mason, com uma carreira docente em ciência, tecnologia e sociedade no MIT. Tem publicados trabalhos de campo sobre a cultura dos cientistas de armas atómicas e os activistas anti-nucleares nos Estados Unidos e Rússia. Tem também trabalhos publicados sobre esse tema: “Nuclear Rites: A Weapons Laboratory at the End of the Cold War” (UCP, 1996), “People of the Bomb: Portraits of America’s Nuclear Complex” (Univ.Massachusetts Press, 2004) e “Why America’s Top Pundits Are Wrong (UCP, 2005)
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terça-feira, junho 21, 2011

3ª Guerra Mundial

Tropas no Médio Oriente, Ásia e Norte da África para Outubro/Novembro 2011

Com o colapso económico em gestação, os primeiros passos para a 3ª Guerra Mundial podem estar sendo dados nesse momento com várias tropas espalhadas pelo Médio Oriente, Ásia e Norte da Africa. Passando para o lado das profecias, a 3º Guerra Mundial só se iniciará a sério quando um "incidente" envolver Israel


(link por cortesia de leitor no post anterior)

segunda-feira, junho 20, 2011

um Governo da Opus Dei

“Nos últimos anos tem havido demasiada intervenção do Estado na área social” (Cavaco Silva)

"Menos Estado, melhor Estado, de acordo com a escola de Milton Friedman" é a máxima do falcão-neoliberal Vitor Gaspar, o delegado da UE para as finanças portuguesas, ex-funcionário do BCE que tem como meta prioritária a redução do défice para 5,9% do PIB já este ano, conforme mandam as regras impostas e aceites pela subserviente classe dominante nacional.


um Governo da Opus Dei, finalmente

“Os representantes espanhóis da Opus Dei sempre procuraram encontrar para dirigente em Portugal um homem com nome político e prestigio suficientes que o levasse um dia a fazer parte do governo”. A frase consta de um documento da PIDE que serviu de base ao livro “Salazar e a Conspiração da Opus Dei”

A Adoração dos Magos de 1423, também conhecido por Altar da Familia Strozzi, encomendado como sinal de riqueza a Gentile da Fabiano, capta o momento em que os Reis Magos se ajoelham perante o menino Jesus em sinal de respeito, acto que pretende destacar o reconhecimento de Jesus como a presença de Deus na Terra. Para Belchior, Gaspar e Baltazar foi óptimo investimento, seguro para a eternidade. Diz um provérbio popular que uma viagem de 2000 anos começa por um breve instante, ou um caminho de 1000 milhas por um primeiro passo. Próximo de dar um último passo, os que não acreditam nas galgas religiosas vêm na tomada de posse deste novo governo
neocon uma espécie de regresso fazendo o pino ao mito: desta vez são os meninos de Jesus que em sinal de respeito arrojam aos pés dos 3 reis magos do nosso tempo (UE, BCE, FMI) o ouro a mirra e o incenso, reconhecendo o poder da Troika, aleluia.

O governo de beatos empossados visa, por direito divino e pelo habitual milagre da redução da sopa aos pobres, resolver uma situação herdada do Diabo capitalista da qual ninguém fala: 180 mil milhões de Dívida (89% da qual nas mãos de investidores estrangeiros); 90 mil milhões de imobiliário construido sem comprador, isto é capital inerte e sem perspectiva de sair da estagnaflação; 60 mil milhões de prejuizos contabilizados nas Parcerias Público Privadas, entre outras normalidades menos dignas de registo

Carvalho da Silva faz uma grande descoberta: “a constituição do novo governo dá indicadores de que estão a preparar um forte aperto de cinto ao povo português”; o P”S” não se pronuncia sobre nomes – o que é determinante não são os ministros, mas os programas que vão ser implementadas”. E neste aspecto nada há a dizer – o programa deste governo é não colocar em causa o que foi feito no programa anterior – e o conluio da alternância prossegue.

Paulo Portas, o porta-estandarte da democracia-Cristã é o delegado do Pentágono para os negócios militares na região portuguesa; o apêndice Assunção Cristas foi cooptada pelo Chefe do partido pelas forma aguerrida na retórica anti-aborto durante o debate da lei em 2007. Mais que um plano para as destruidas agricultura e pescas, o que conta é a lingua afiada na diabolização da oposição. A pasta da Defesa fica entregue ao convidado do Bilderberg Aguiar-Branco

Paulo Macedo, ex-banqueiro no vice-presidente do semi-falido BCP tornou-se lendário a nivel mundial pela missa que mandou rezar pela saúde da Direcção Geral das Contribuições e Impostos. Destacado por Ferreira Leite para “modernizar” a cobrança de impostos, transitou para o governo Sócrates, auferindo um salário maior que o presidente da República, está agora de volta, desta vez para tratar da pasta da Saúde pelo controlo das finanças. É um caso explicito de entrega do ouro ao bandido: Paulo Macedo pertenceu até agora ao Conselho de Administração da empresa de seguros de saúde privada Medis. “Porque se escolheu uma pessoa com este perfil? Porque se quer dar à gestão um pendor mais económico, o que não é mau em si”, diz o porta-voz do PS para o sector.

Na Economia temos um professor formado na Univ.Católica, o autor do “Diário de um Deus Criacionista” - outra coisa não seria de esperar para quem vai tratar igualmente do (des) Emprego desregulamentado e entregue de bandeja à iniciativa privada (leia-se aos grandes grupos económicos multinacionais). Guterres, Barroso, Sócrates, Coelho, cada um que chega traz sempre em si um novo estado de graça? Não interessa, para os protagonistas é apenas mais um periodo montados às costas do labor do povo. Até quando?

"Jesus Cristo lava os pés ao Apóstolo Pedro", Ford Maddox Brown, 1852
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sábado, junho 18, 2011

Fecho da Av. da Liberdade por uma cadeia de supermercados é privatização do espaço público

A Câmara Municipal de Lisboa decidiu arbitrariamente cortar o trânsito na Avenida da Liberdade durante 4 dias para a realização de "Um Mega-Picnic", um evento comercial que transforma uma das principais artérias da cidade num “centro comercial a céu aberto” do Grupo Continente.

Não é aceitável que, "sob um pretexto que ainda está por provar - de que este evento promoveria a produção nacional -, se venha agrilhoar qualquer espaço público da cidade em geral e muito menos uma das principais artérias da cidade, a Avenida da Liberdade, limitando o acesso ao espaço em causa e dificultando a mobilidade de milhares de cidadãos ao local e zonas limítrofes” (ler o resto)

A ironia é que esta acção de marketing foi negociada pelo vereador José Sá Fernandes, que ganhou o mandato apoiado pelo Bloco de Esquerda. Mal se apanhou investido em funções, sopa na patrocínio. O exemplo, a fazer politicoprudência, mostra o destino da almejada coligação social democrata P"S"-B"E" para reformar´o capitalismo. Um flop. O B"E", com a devida pompa, honra e circunstância, teve enterro eleitoral que mereceu
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sexta-feira, junho 17, 2011

as causas da Dívida

"Dívidacracia" (Debtocracy) é um documentário realizado já em 2011 pelos jornalistas gregos Katerina Kitidi e Ari Hatzistefanou, e distribuido livremente na Internet pelos seus autores, que procuram as causas para a crise e da dívida da Grécia, propondo soluções que o governos e os meios de comunicação social dominantes ocultam.

(1:14:04, legendado em castelhano)

quinta-feira, junho 16, 2011

dos assuntos tratados na reunião Bilderberg 2011
















A queda das nações é uma possibilidade real, uma possibilidade dolorosa para uns como a Irlanda atingida pela politica desastrosa de empréstimos, a ascenção de outras regiões no desenvolvimento das guerras comerciais, como o caso do Brasil, o destino para as tragédias ou benesses está na mão dos bancos – dependente dos quais a Europa, controlada pela FED não está a salvo de bancarrotas, pelos dilemas do comércio livre, da globalização e do terrorismo financiado por bancos com origem em paraisos fiscais como a Suiça. Entre este momento e o final do ano, iremos assistir ao agravamento dos problemas económicos e financeiros na Grécia, Irlanda, Portugal, Bélgica, Espanha e Itália. Estes acontecimentos vão certamente testar os paises fortes do Euro: a Alemanha, a França, Holanda e Áustria.

O Brasil, (seguindo a politica cambial da China), reina deliberadamente sobre a sua moeda, o Real, valorizando-o, impondo regras domésticas de taxação sobre os investimentos e as transacções de moeda com o estrangeiro. Este de tipo de acções, benéficas para as suas populações, têm sido a causa indirecta da subida do preço do ouro como valor de refúgio contra a depreciação das moedas nas regiões atingidas pela crise. Na Irlanda medidas de austeridade rigorosas estão a ser tomadas. As despesas públicas serão cortadas em 12 por cento. Combinando estes cortes nos serviços públicos e no rendimento mínimo. com o aumento de impostos e com o aumento de custos na saúde e nos cuidados infantis, haverá uma redução de despesa na ordem dos 7,8 biliões de euros. É por este quadro que se pode prever o que acontecerá em breve a Portugal sob o domínio do governo neoconservador.

Enquanto estes problemas se manifestam nas economias dependentes da dívida, o norte americano médio segue paulatinamente o seu caminho, como se nada estivesse errado. Os yankes foram preparados por uma propaganda prévia, tanto como o estilo de vida da maioria foi protegido pelos programas de estímulo aos bancos e à economia. Todos pensam que a recuperação está em marcha. Obviamente, portugueses, gregos e irlandeses não compartilham essa predição. Estas populações da periferia serão monitorizadas por orçamentos rigorosíssimos propostos pelo FMI, conduzindo-as à pobreza por décadas. A ocupação financeira será tão maligna quanto o foi a ocupação de Portugal pela dinastia espanhola dos Filipes, a ocupação da Grécia pelos nazis (não esquecendo que o principal fundador do grupo Bilderberg, o Principe Bernard foi coronel nas SS de Hitler) ou a perda de soberania das Ilhas Esmeralda durante 800 anos pelo invasor britânico

Sim, o problema do crédito barato oferecido a juros irrisórios a individuos desqualificados no centro capitalista, que se reflectiu na especulação sobre o imobiliário, foi a primeira causa do problema. Mas os fundamentos da crise têm a ver com os Bancos, que são os verdadeiros responsáveis pelas tragédias que estão a acontecer. Estupidamente os governos (geridos por miguéis de vasconcellos traidores) aceitaram o plano de “ajuda” proposto pela rede de bancos privados norte-americanos que controlam a Reserva Federal e a emissão de moeda, quando deveriam ter deixado falir esses bancos irresponsáveis. Tudo porque os planos de “ajuda” ajudaram o falido sector financeiro e não a economia, onde as falências em cadeia têm sido a principal causa do desemprego

O que os povos devem entender é que estes acontecimentos não têm lugar por simples azar nem existem coincidências. Cada facto principal é planeado bem como todos os acontecimentos menores situados a juzante (as revoltas árabes resultam da mega-inflação exportada pela especulação financeira determinada no centro capitalista sobre os bens essenciais). Um bom exemplo de determinismo imposto à Europa foi o Tratado de Versalhes, o qual foi essencialmente concebido por banqueiros europeus e norte-americanos. Não houve outros agentes a lidar com as indemnizações de guerra que deliberadamente atingiram a Alemanha nas suas capacidades económicas e de sobrevivência financeira. É hoje cabalmente reconhecido que os negociadores nunca actuaram de boa fé. A dívida contraída em 1918 acrescida de juros só acabaria de ser paga em 2010, isto num país com um dos mais altos indices de produtividade industrial mundial. O dinheiro obtido deste modo tem sido a principal fonte de financiamento do Estado de Israel, primeiro na ocupação da Palestina... a seguir na ocupação progressiva de todo o Médio Oriente. São estes corredores de fundo que enformam hoje as mesmas corporações fascistas. Em 1930 para sobreviver, a Alemanha, depois de dizimada a hipótese comunista no final da 1ª grande guerra, foi obrigada a “escolher” a hipótese de um governo maioritário de salvação nacional que aplicou o programa do “socialismo nazi”. É qualquer coisa de parecido que acontece hoje na “escolha” democrática entre os dois partidos do sistema. Hitler nasceu com Versalhes e a derrota da Alemanha inaugurou a guerra contra os povos de todo o mundo no formato da globalização. O resultado foi o Fundo Monetário Internacional, a ONU, o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio. O controlo desta rede proporcionou à Reserva Federal norte americana e ao Banco de Inglaterra uma licença ilimitada para roubar, eventualmente delegando no Banco Central Europeu uma parte do negócio (condicionado pelo Euro). Hoje em dia são as manobras de diversão do “terrorismo” e dos assassinatos selectivos que concentram as atenções do público noutros quaisquer assuntos. Mas nada do que nos é posto em frente dos olhos é aquilo que parece
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quarta-feira, junho 15, 2011

o que decidiu o grupo Bilderberg sobre a Líbia

Em violação absoluta do espírito da Resolução1973 da ONU, porém sob o pretexto de proteger as populações civis (em grande parte armadas em milicias populares pelo regime de al-Gadhafi), a NATO prepara-se para atacar as forças líbias pelo desembarque de tropas por via terrestre. A operação foi sugerida pelo quartel-general europeu da NATO sedeado em Nápoles e dada a conhecer ao público por Manlio Dinucci do jornal Il Manifesto. (fonte)

O modo como o ataque ilegal à Libia está a ser levado a cabo é o melhor espelho da organização do Imperialismo na era da globalização. O eixo Franco-Britânico (vencedor na 2ª Grande Guerra) está encarregado da gestão politico-militar a partir da Europa (como no Suez em 1956) e para a Alemanha (como potência perdedora e ocupada na 2ª Grande Guerra) está reservado o controlo económico-financeiro do velho continente (via BCE que reporta à Reserva Federal norte-americana)
As forças de invasão terrestre da Líbia incluem o tipo de armamento mais moderno e sofisticado. Helicópteros Tigre e Gazelle franceses e helicópteros Apache britânicos. Estão equipados com misseis norte-americanos Hellfire dirigidos por raio laser que podem ser lançados sobre alvos a 8 kilómetros da sua posição, surpreendendo os adversários quando ainda nem estão à vista. Estes mísseis já foram aqui anteriormente utilizados aquando dos ataques por drones teledirigidos norte-americanos Predator/Reaper. Estes mísseis têm uma cabeça de fragmentação termo-bárica cuja explosão cria um vazio que provoca a morte por asfixia de todas as pessoas que se encontrem no seu raio de acção, incluindo dentro de edificios, refúgios e abrigos militares. Outro tipo de missel ainda mais destrutivo deverá ser agora testado; trata-se do Hellfire Romeo um produto de tecnologia de ponta da Lockheed Martin. O problema é que tudo isto (um puro altruismo em beneficio da humanidade) custa uma pipa de massa – a guerra contra a Líbia está a custar aos contribuintes norte-americanos qualquer coisa como dois milhões de dólares por dia – e esta foi a principal preocupação das personalidades reunidas no Bilderberg deste ano na Suiça.












“Eles (Bilderberg) querem que a Líbia seja o tiro de partida para uma guerra generalizada no Médio Oriente, que inclua toda a região, menos Israel, que será protegido” afirma Jim Tucker, convencido que o caos na região pretende aumentar a pressão sobre os Estados Unidos para se resolverem a lançar um ataque contra o Irão. Na opinião de Henry Kissinger os EUA têm que lançar uma invasão por terra contra a Líbia e manter a guerra durante pelo menos 1 ano. Mas Robert Gates, o homem forte designado por Bush para controlar o Pentágono, lançou um ultimato à NATO: “a paciência norte-americana está a terminar. Não se pode continuar a deixar sobre os ombros dos contribuintes norte-americanos 75 por cento dos gastos com a Aliança Atlântica.

Portanto, quando aqui virmos subir os impostos de uma forma cada vez desmesurada já todos sabemos aquilo que se destinam a pagar. A gestão do Euro, da crise na Europa e a maneira de lançar alguns rudimentos de recuperação económica (por via do keynesianismo militar, como na 2ª Grande Guerra) são o pretexto para o ocultismo que preside às reuniões do Grupo Bilderberg. Mas em boa verdade é o facto do Bilderberg ser uma criação do Pacto Atlântico Norte, e não o contrário, que é muito mais sério e perigoso, uma vez que de facto estamos a ser escravizados pelo Pentágono

Ler
: O que Vc ignora sobre o Grupo Bilderberg, por Thierry Meyssan: “por alguns anos se generalizou a ideia de que o grupo Bilderberg seria o embrião do governo mundial. Após aceder aos arquivos deste clube secreto, Thierry Meyssan demonstra que esta é uma falsa pista utilizada para esconder a verdadeira identidade e funções do grupo: o Bilderberg é uma criação da NATO. Tem por objectivo convencer líderes e, através destes, manipular a opinião pública para aderir aos conceitos e acções da Aliança Atlântica”
(Ler o resto)
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terça-feira, junho 14, 2011

a nova classe dos trabalhadores precários

"A palavra “precariado” parece ter surgido como um neologismo anglicizado no Japão, onde a força de trabalho desregularizada passou de 15% em 1984 para 33% em 2006[8]. O economista Guy Standing publicou agora um livro em 2011 "The Precariat. A New Dangerous Class" (1), desenvolvendo a tese de que este sector vem se tornando cada vez mais importante e socialmente conflituoso. O termo tornou-se comum no debate sociológico contemporâneo, a ponto de alguns, talvez apressadamente o relacionarem com um novo modo de acumulação capitalista “pós-industrial” típico do século XXI.

O cenário contemporâneo parece-se mais com uma nova divisão internacional do trabalho, no qual a high-tech, as indústrias da informação, dos Media e do espectáculo se localizam no centro, enquanto as indústrias pesadas se transferem para áreas periféricas e pior remuneradas, não havendo, portanto, à escala global, nenhuma diminuição do proletariado industrial. Mas, tanto no sector industrial como no de serviços, há um enorme esforço global de desregulamentação e perda de direitos sociais em nome da “flexibilização” (uma palavra de ordem na campanha de Cavaco Silva 2006 que lá se vai cumprindo) que criou uma nova camada social precarizada que se concentra nos mais jovens. A exigência de que a crise desencadeada desde 2008 pelo sistema financeiro seja paga por meio dos cortes públicos e pela privatização foi a gota d´água que está fazendo a Espanha e a Grécia transbordarem" (2). Portugal seguirá o que se passar nestes dois paises sociologicamente - porque quanto à nossa posição no Euro parece não haver muita margem para dúvidas

* Pela primeira vez na História, a esquerda tradicionalmente maioritária não tem uma agenda progressista. Ela esqueceu-se de um principio básico: todo o movimento político progressista foi construido sobre a fome, necessidades e aspirações de uma classe emergente maioritária. Hoje em dia essa classe é o Precariado (ver recensão ao livro)

* Henrique Carneiro: "A Revolução como Estado de Consciência Alterada"
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segunda-feira, junho 13, 2011

Entrevista imaginária com Marx sobre o Tratado do Atlântico Norte

“Deste modo, o movimento operário que há-se brotar instintivamente de ambos os lados do Atlântico por obra e consequência do mesmo modo de produção, irá selar as palavras do inspector inglês da fábrica R.J. Saunders no século XIX: “Se previamente não se limitar a jornada de trabalho e se se aceitar o cumprimento estrito de todos os outros limites legais, não se poderá dar, com probabilidades de êxito, nem um só novo passo no sentido de reformar a sociedade para melhor

Les Ramoneurs de Menhirs - Bellaciao – versão punk celta

domingo, junho 12, 2011

O eterno retorno

O que o soba da Madeira advoga como sendo o melhor para o país – uma grande coligação que enforme uma maioria coesa de massas ignaras ao centro entre o PS-PSD – é aquilo que, por antecipação, António Costa (convidado Bilderberg 2008) está a patrocinar na sombra entre a sua presidência na Câmara Municipal de Lisboa e a oposição liderada por Santana Lopes (convidado Bilderberg 2004).

Costa, numa espécie de santo António casamenteiro da paróquia municipal mais endividada do país, convidou a oposição para ocupar dois pelouros a criar para mais dois vereadores na CML eleitos pelas listas PSD-CDS, o que perfaz onze vereadores com responsabilidades executivas no “governo” da capital. O impacto económico na gestão é importante: mais dois vencimentos na ordem dos 2.500,00 Euros acrescidos das respectivas assessorias e máquinas de apoio, que representam aumentos muito significativos de custos. Isto a contra-corrente dos cortes determinados pelos credores estrangeiros que detêm a dívida. Mas o que está em jogo com a “grande coligação” é mais importante que o dinheiro. Torna praticamente imbatível esta aliança nas urnas para lá das eleições de 2013. Se atendermos à mais que provável revisão da lei eleitoral autárquica que já para as eleições de 2013 vai instituir os executivos maioritários, António Costa invocou este processo como uma boa razão para virar costas à presidência do PS, deixando esse lugar a insignificantes atravessadores de desertos como Assis e/ou Seguro. Se António Costa decidir, como é mais que provável, candidatar-se às eleições presidenciais de 2017 – em que a possibilidade de vitória depois do flop do governo PSD é muito alta – o vereador e vice-presidente Santana Lopes ascende à presidência da Câmara de Lisboa
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sábado, junho 11, 2011

A pilhagem

“Há uma crise profunda da democracia representativa. O sentimento de uma ausência de verdadeira escolha política
(Le Monde, sobre as eleições portuguesas)

A re-estruturação da dívida, já está decidida há algum tempo, porque não é possivel pagar taxas de juro a 6% existindo um “crescimento negativo” para citar o grotesco jargão dos economistas do sistema. Porque de algum modo negociar a dívida é a única hipótese que nas presentes circunstâncias pode interessar também aos credores (vale mais receber alguma coisa do que ver o devedor falido). O Conselho Europeu e Ângela Merkel na reunião de 24 de Março passado assumiu essa possibilidade de re-estruturação das dívidas soberanas a partir de 2013. É um prazo concertado para dar tempo a uma limpeza do lixo nos balanços dos Bancos detentores de dívida dos paises periféricos como Portugal.

Logo, a assumpção do pagamento da dívida já, concertada pelo governo Sócrates e assumida pelo governo do PSD pouco mais foi que uma jogada para levar ao Poder o partido do Presidente. As agências de rating inflaccionaram os juros a mais de 10%, o que acabou de vez com o governo PS e, eleito sem grande surpresas, cabe agora ao PSD implementar o verdadeiro negócio e objectivo da gigantesca acção de especulação, que são as privatizações de tudo o que resta no sector público de Portugal – vai tudo (escolas, hospitais, transportadoras, redes de abastecimento, etc) parar às mãos dos capitais estrangeiros, e ao preço de pexincha que esses mesmos especuladores determinarem. É esta a visão estratégica a curto prazo de Cavaco Silva para Portugal. No longo prazo “a visão” dos especuladores é pensada para a próxima meia-hora. Somando cada cêntimo sacado fazem-se dólares.

“(...) Em cada país, a solução da crise para uns pode significar o seu agravamento para outros. Sempre que uma crise é causada pelo capital financeiro, a transparência da distribuição dos custos e dos benefícios de uma dada solução é particularmente evidente. Por exemplo, no dia seguinte ao pedido de “ajuda” financeira externa por parte do governo português, as cotações bolsistas dos bancos portugueses subiram e, com elas, as expectativas de lucros do sector bancário. Isto ocorreu no exacto momento em que se decretou o empobrecimento da grande maioria dos portugueses
(...) À medida que as crises financeiras alastrarem a mais países europeus tornar-se-á claro que a crise é europeia e que decorre em boa parte de um sistema desregulado, controlado pelos interesses do capital financeiro norte-americano”
(Boaventura Sousa Santos, “Ensaio Contra a Autoflagelação, pag. 12 e 13)
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sexta-feira, junho 10, 2011

a boca incriminatória

Levando em linha de conta a hecatombe que se está a abater sobre a classe média nos paises periféricos da Europa, as declarações ante-fellatio de Dominique Strauss-Khan, transcritas em 13 de Abril pelo Diário Económico, foram a verdadeira causa para a incriminação armadilhada ao director do FMI - compagnons de route em organizações secretas que ponham em causa as directivas do grupo tem o destino traçado:

"Há alguns milhares de anos, Aristóteles escreveu que a melhor parceria num Estado é a que opera através de pessoas de classe média... os Estados onde a classe média é grande ... têm todas as hipóteses de ter uma boa gestão", parafraseou Strauss-Kahn sobre a crise global do trabalho ("mais de 200 milhões estão actualmente à procura de emprego em todo o mundo"...) "A estabilidade depende de uma classe média forte que possa aumentar o consumo. Não conseguiremos isto se o crescimento económico não conduzir à criação de empregos decentes, nem se o crescimento recompensar a minoria dos mais favorecidos em detrimento dos numerosos marginalizados". (fonte). Ora, como estamos todos a ver, não tinha sido nada este programa que o FMI vem decidindo. E pela boca morre a libido do carapau que se arma em esperto...

(1) "Antes da volta aos mercados, já nós os da classe média estaremos todos mortos. Conforme aponta o programa do FMI: "O pacote de 78.000 milhões criará o espaço de manobra necessário para estabelecer um sólido historial de implementação de políticas antes da volta aos mercados" (Boletim do FMI de 6 de Maio de 2011)
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quinta-feira, junho 09, 2011

a luta contra este governo começou na última segunda feira

"Para além do regozijo que varre o país de Valnogueiras a Massamá. também as agências de rating e a Comissão Europeia não cabem em si de contentes" (João Paulo Guerra, Diário Económico)

Peritos do FMI passam revista ao Banco de Portugal (Publico).
É uma busca policial e pidesca extra-parlamentar a uma instituição pública. Os credores certificam-se se os fieis depositários da divida não lhes dão descaminho novamente; tudo com a conivência de um "novo" governo igual ao outro que foi corrido, ambos formados por traidores à maioria de cidadãos que não devem nada a ninguém.

"a constituição de um Governo de coligação da direita (PSD e CDS) - e para além de que convirá recordar aqui o facto de que tal tipo de coligações não tem normalmente chegado ao fim da respectiva legislatura … - torna bem mais claras as coisas daqui para diante, deixando os campos de luta perfeitamente demarcados, sem peias ou nuvens de fumo de pretensos “amigos dos trabalhadores” como Sócrates e companhia: de um lado, estará o Governo PSD/CDS a aplicar o programa de medidas da Troika e do outro os trabalhadores e as forças políticas e movimentos de esquerda a combaterem esse programa"
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quarta-feira, junho 08, 2011

produção nacional, opinião pública e democracia

"Quando nós em Portugal acordámos para a vida económica, despertou-nos do nosso sonho histórico o silvo agudo da locomotiva; e, estonteados por ele, supusemos que todo o progresso económico estava em construir estradas e caminhos de ferro. Esquecemos tudo o resto. Não pensámos que as facilidades de viação, se favoreciam a corrente de saída dos produtos indígenas, favoreciam igualmente a corrente de entrada de forasteiros, determinando internacionalmente condições de concorrência para que não estávamos preparados e para que não soubemos preparar-nos" (Oliveira Martins, 1887)

"Se a democracia... é o controlo do governo pela opinião pública - a primeira condição essencial para a existência de democracia será a existência de opinião pública organizada - coisa que em Portugal se não enxerga" (António Sérgio, 1920)

(Adaptabilidade ao meio: a foto ilustra um caso recente de alteração genética de um coelho que nasceu sem orelhas - aqui)

"Trinta anos depois do estabelecimento da democracia, como funciona o espaço público em Portugal? A constatação imediata é que não existe. Está por fazer a história do que, nesse plano, se abriu e quase se formou durante os anos "revolucionários" do pós 25 de Abril, para depois se fechar, desaparecer e ser substituido pelo espaço dos media que, em Portugal, não constitui um espaço público" (José Gil, 2004)

"Apresentar os resultados eleitorais da candidatura do PCTP/MRPP como um qualquer fracasso e tratar pura e simplesmente de os ocultar do Povo Português representa apenas mais uma desesperada tentativa de mistificação da verdade. O que todavia bem se percebe quando agora vai começar a aplicação em pleno das medidas da Troika é que a candidatura do PCTP/MRPP foi, uma vez mais, a única a conclamar os trabalhadores portugueses a erguerem-se e a sublevarem-se contra elas!... E mais de 60.000 pessoas dispostas, consciente e decididamente a isso, é obra! (Garcia Pereira)
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terça-feira, junho 07, 2011

a Direita neoliberal não tem legitimidade para aplicar o seu programa de venda de Portugal aos especuladores internacionais

Não devia ser possível a execução orçamental de um programa económico criminoso que 5 milhões de portugueses não votaram, e que muitos outros votaram enganados (como adiante no tempo se verá)

Eu penso que estamos precisamente no início da fase que chamo de Nova Idade Média” (Parag Khanna, in "How to Run the World: Charting a Course to the Next Renaissance)

A primeira experiência prática do Neoliberalismo foi feita na América Latina, como modus operandi do capitalismo na apropriação de recursos pelo imperialismo norte americano . A doutrina foi aplicada no Chile depois da operação paramilitar do secretário de Estado Henry Kissinger e da CIA no derrube do governo pró-socialista de Salvador Allende em 1973 (em circunstâncias actualmente ainda a ser investigadas pela reabertura do processo-crime contra os responsáveis pelo assassinato do presidente eleito). Na Argentina não houve necessidade de intervenção violenta na forma mediática. Estabelecida a ditadura do coronel Videla os crimes foram sendo ocultados e o Neoliberalismo foi instalado por via administrativa no inicio da década de 1990. Entre 1992 e 1998 a economia cresceu a um ritmo de 6% ao ano, financiada pelo FMI-Banco Mundial, acumulando um défice de mais de 60 mil milhões de dólares. No ano 2.000, a Argentina declarava a bancarrota. Os responsáveis pelos milhares de assassinatos na Argentina continuam a ser julgados.

Este processo de apropriação de recursos naturais e contenção sociológica dos regimes neo-colonianistas na América Latina foi concebido no desígnio capitalista de angariar meios que pudessem sustentar a voracidade do sistema de dominação global, como antes tinham sido chamados a pagar as crises os países emergentes da Ásia (1992) o Japão (1994) a Rússia (1996) o México e o Brasil (1998) e a supracitada Argentina (2001), pela via económica,,, e depois o Afeganistão (2001), o Iraque (2004) e a Libia (2011) pela via militar.

a argentinização da Europa

No inicio do século XXI o mundo financeiro de Wall-Street e os seus acólitos determinaram que quem haveria de pagar a crise eminente no sistema-mundo ocidental seria a Europa. Criaram o Euro. E as zonas de economia frágil situadas na periferias europeias ficaram à mercê de uma moeda excessivamente forte, que lhes impediu o crescimento. Em Portugal ficámos exactamente no mesmo ponto da Argentina quando aceitou equiparar a moeda local, o Peso, ao Dólar, e lançou o programa radical da direita, de desestruturação do sector produtivo, de privatizações das empresas públicas, de desregulação do mercado de trabalho e de abertura incondicional ao capital externo. Actualmente o equivalente a 80% do PIB da dívida externa portuguesa é detida por investidores estrangeiros; na Grécia 75%, na Irlanda 83%, enquanto nos EUA a divida na mão de estrangeiros é apenas de 31% (fonte). Os resultados na Argentina são conhecidos: desembocaram no cazarolazo e na adesão massiva da classe média ao protesto como forma de tentar evitar a extinção do seu modo de vida
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e o CDS a subir...

24 horas depois do juiz que julga o caso de corrupção na aquisição dos famigerados submarinos à Alemanha pelo governo de Durão Barroso e Paulo Portas, num negócio de milhões espalhado por contas offshore, uma parte significativa do povo português manteve a confiança na mesma politica para fazer regressar ao Poder uma coligação destes dois partidos. Segundo o Eurostat-INE os indices de desigualdade social em Portugal é dos mais altos na Europa, só suplantado pela Letónia, Lituânia e a Roménia. Mas os 2 milhões 797.646 de portugueses que votaram PSD-CDS (num total de 9.429.024 votantes possiveis) ainda querem mais ... Apesar de serem menos de 1/3 dos eleitores, é muita gente a querer governar-se à custa de uma economia parasitária e corrupta

Se do ex-ministro da Defesa medalhado pelo Pentágono, por suspeitas de encobrimento de crime lesivo dos interesses do Estado, já se imagina ao que vem,,, do discurso oculto de Passos Coelho não reza suficientemente elucidatico o 4º Poder nas mãos dos capitalistas... ao não declarar cabalmente em Portugal o que declarou perante a opinião pública mundial no Wall Street Journal em 30 de Março de 2011: "que o seu partido (PSD) chumbou as medidas de austeridade propostas pelo governo "socialista" (PEC IV) por não irem suficientemente longe (ao não incluir um vasto programa de privatizações, incluindo serviços essenciais ou estratégicos, privatização parcial do Serviço Nacional de Saúde e do Sistema de Pensões)" dizendo que tudo fará "para Portugal não ser um fardo para os nossos amigos da União Europeia e do resto do mundo" - como comenta Boaventura Sousa Santos no "Ensaio contra a Flagelação": "são declarações de rendição que inviabilizam qualquer politica que defina os interesses nacionais com independência em relação ao que os "nossos amigos internacionais" disserem ser tais interesses. Não fazendo ressalvas, suspeita-se que entre os "nossos amigos" se incluam os especuladores financeiros.
Mas, juntando os novos arrivistas à politica anterior do P"S", há 4.355.510 portugueses que gostam disto

"Em todos os ramos de actividade humana são pequenas as elites de Portugal: em nenhum domínio, todavia, nos achamos tão pobres como no político. Aliás, percebe-se bem. Não houve da parte de diversos partidos a menor consideração pelos valores mentais, o menor interesse pelos nossos jovens. Por isso, o que há de mais lúcido no pensar português, de mais são e idealista nas aspirações populares, dispersa-se por aí impotente e vago, como simples nebulosa que não toma corpo, que não influi nos factos, que não chega a actuar" (António Sérgio, 1932).

"E tudo se desenrola sem que os conflitos rebentem, sem que as consciências gritem, é porque tudo entra na impunidade do tempo - como se o tempo trouxesse, imediatamente, no presente, o esquecimento do que está à vista, presente. Como tudo isto é possivel? É possivel porque as consciências vivem no nevoeiro"
(José Gil, 2004)
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