Pesquisar neste blogue

domingo, novembro 23, 2008

Venezuela – not for sale?

Nos anos 1972/73 deputados da CDU alemã, Partido da Democracia Cristã viajaram para Santiago do Chile transportando consigo malas com somas em dinheiro vivo destinadas à oposição que se preparava para golpear o governo democraticamente eleito do presidente Salvador Alende.
Ao mesmo tempo o Partido Social Democrata alemão - SPD, cujo presidente Willy Brandt era então Chefe do Governo, organizou um bloqueio económico contra o governo chileno, cortando-lhe o crédito em “ajudas financeiras” e recusando importações de carregamentos de cobre, a principal riqueza nacional. Todas as medidas do embargo politico- económico foram imediatamente levantadas quando os generais golpistas chegaram ao Poder. O mesmo método de trabalho repetiu-se com ambos os partidos únicos do Centrão alemão na década de 80 quando o Império americano desencadeou a guerra suja” contra a Revolução Sandinista na Nicarágua. A direita do centro europeu ocidental colonizado por Washington no pós guerra, encarregou-se da propagação da política dos “contras” e da diplomacia oficial americana, enquanto a “esquerda liberal “social democrata” se encarregava de intervir através da “Internacional Socialista” na Frente Socialista de Libertação da Nicarágua (FSLN).

Desde o triunfo da chamada “revolução bolivarianana Venezuela em 1998, nem o SPD nem a CDU cessaram os seus intentos de desestabilizar a situação política para a tornar favorável aos seus antigos aliados: a Acción Democrática (AD) e a COPEI por forma a que estes pudessem regressar ao Poder; uma vez que estes dois partidos quase desapareceram do mapa politico depois que em 2005 decidiram retirar-se da Assembleia Nacional, os seus sócios germano- americanos buscaram novos contactos promovendo o grupo “PJ – Primeiro Justiça” e “Por la Democracia Social” (Podemos) que têm sido transportados às costas de bolsos cheios pelo lobie da social democracia alemã.
Perante a reforma constitucional promovida por Chávez em 2007, a associação “Podemos” saiu do saco de gatos “Pólo Patriótico” formado em conjunto com o nóvel PSUV (o partido do presidente), o reformista Partido Comunista da Venezuela (PCV) e o “Pátria para Todos (PPT). A formação liderada por Ismael Garcia opera agora debaixo da tutela do SPD - o partido adepto da refinada ideia do “socialismo em liberdade” executa as ordens recebidas para a sua politica externa através da Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES) – a mesma entidade que providenciou os primeiros fundos financeiros à frente patriótica contra o “triunfo do comunismo” no Portugal de Mário Soares segundo as instruções do aliado Kissinger via embaixador Frank Carlucci.
Actualmente na América Latina a Fundação Friedrich Ebert tem o insuspeito nome de ILDIS, Instituto Latino Americano de Investigações Sociais.

Para compreender a situação do que se passa hoje, dia de eleições autárquicas na Venezuela, pode ler-se este artigo de Ingo Niebel no “Rebelion”
que conclui:
A União Europeia prepara a intervenção política, social e policial na Venezuela para depois das eleições para governadores provinciais e autarcas

* adenda
o PSUV obtém cinco milhões e 300 mil votos mantendo-se a primeira força política no país, enquanto a oposição regista menos de 4 milhões, menos 300 mil votos que em eleições anteriores. (Nada quenão possa ser reversível). O energúmeno Enrique Capriles Radonski foi eleito governador da província de Miranda e o partido de Chávez perdeu o controlo do governo em mais três provincias.
.

Sem comentários: