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sábado, junho 09, 2007

“Etna no Vendaval da Perestroika”

é um livro de Miguel Urbano Rodrigues (autor que dispensa apresentações) escrito em parceria com Ana Catarina Almeida, uma antiga estudante da última geração de portugueses que estudou na Rússia durante o sismo politico e social provocado por Gorbatchev que destruiu a União Soviética.
A obra, editada pela “Campo das Letras” é lançada hoje no Auditório da Feira do Livro de Lisboa às 19,00 horas

visto daqui: “Os acontecimentos são vistos de fora por esses jovens, em quase justaposição com uma realidade inelutável que os transcende e surge iluminada primeiro na apologia da perestroika por Gorbatchev e, depois, na revelação assustadora, mas então desconhecida do mundo, de que o Politburo tinha consciência de que o Partido e o Estado Soviético estavam a ser destruídos no dia-a-dia pelo projecto que implantou o caos no país e desembocou na restauração ali do capitalismo. Nesses anos, a personagem principal, Etna, estudante de História, passa do entusiasmo pela anunciada reestruturação da sociedade e da vida, à repulsa por uma prática que nega o sonho do regresso aos ideais da Revolução de 1917”.

Embora não mencionado na recensão oficial do livro, é curioso notar que a personagem central, a jovem Etna, seja nitidamente inspirada na obra do pintor russo Karl Pavlovich Bryullov (1799-1852) um dos muitos românticos da cultura europeia que no primeiro quartel do século XVIII rumaram a Pompeia. As ruínas italianas tinham sido descobertas em 1748 mas só nessa época as escavações suscitaram o interesse dos estudiosos – à partida da autêntica descoberta da quinta essência da Civilização no seu ponto de Destruição: Pompeia tinha sido obliterada por uma catástrofe natural, acto sugestivamente tido como uma retribuição Divina para os pecados dos homens na construção de civilizações descomunais, e por isso, desumanas. A obra de Bryullov, hoje estrela principal no Palácio Mikhaylovskiy (o Museu Russo em São Petersburgo), “Os Últimos Dias de Pompeia” foi concluida em 1833, um ano antes de Lord Lytton ter publicado a sua famosa novela com o mesmo nome – mais tarde adaptada ao cinema, num filme protagonizado pela inefável figura do actor wrestler italo-americano Steve Reevesfrancamente!, não há volta que se dê à cultura ocidental, que não se reviravolte e acabe por descambar nas talk-novelas “peido na cueca” americanas

"Os Últimos Dias de Pompeia", Karl Bryullov

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