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sábado, agosto 29, 2009

Desenvolvimento sustentado

a Google Earth tem vindo a adicionar fotos históricas aos seus arquivos. Na primeira imagem (em cima) pode ver-se Las Vegas quando esta parte do Estado do Nevada era ainda quase apenas um deserto nos anos 50. Como na economia do pós-guerra e no boom financeiro, a cidade do pecado cor-de-rosa, do jogo, prostituição e show-bizz clandestinos, a desregulamentação e o crescimento urbanístico desmesurado assumiram aspectos de catástrofe. A segunda imagem (em baixo, veja-se como termo de comparação as pistas do aeroporto) mostra a Las Vegas de hoje (2008), um modelo glamoroso de sucesso comercial e desenvolvimento,,, saturado e insustentável – uma herança a precisar de receitas profilácticas. Tanto mais que o panorama geral na cidade é de falência generalizada. Efectivamente foi aqui que o mercado do imobiliário teve a sua pior derrocada em todos os Estados Unidos. Como em tudo o mais, (menos nos investimentos bélicos), mais uma machadada nas apostas do “sonho americano”


A cidade dos casinos apostou tudo no boom imobiliário, e perdeu!

(1) O último número da revista Time Magazine faz capa e insere uma reportagem sobre a situação fazendo um trocadilho com o famoso mupi: “Bem vindos ao fabuloso mundo de Menos Vegas”. Um quarto de 70 metros quadrados no luxuoso hotel do Wynn Resort custava há um ano 500 dólares por dia; hoje pode-se reservar o mesmo quarto por 109 dólares e ainda se recebe um voucher de 50 dólares para desconto em futuras estadias. No Circus Hotel Casino podem-se arranjar quartos por 22 dólares por dia. A taxa de ocupação média na cidade caiu para 72 por cento. A taxa de desemprego passou de 3,8% em 2006 para 12,3% em 2008. No boulevard principal existem pelo menos oito mega-empreendimentos em construção que foram suspensos, desde as Trump Towers de 1,2 biliões, passando pelo Hilton Grand de 714 apartamentos de time sharing, até ao empreendimento de 4,8 biliões do hotel casino de 5000 quartos “The Echelon”; ainda que o novo City Center propriedade da MGM prossiga com as obras no total de 8,4 biliões que empregam cerca de 9.500 operários. O optimismo capitalista permanece: “ “Não existe maneira que possa mudar este nosso mundo. Não há hipótese que as pessoas parem de fazer as coisas que elas querem fazer”, comenta Sheldon Adelson, o administrador executivo da Sands Corporation (uma corporação cujos primórdios assentam num casino fundado pela Máfia nos anos do pós guerra)

(1) Veja a reportagem em http://www.time.com/time/business/article/0,8599,1868932,00.html
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