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quarta-feira, junho 19, 2013

'O futebol é mais forte que a insatisfação das pessoas', diz presidente da Fifa

o Ministro dos Desportos brasileiro segue este discurso e fala em endurecer a repressão para evitar mais protestos


"O futebol é mais forte que a insatisfação das pessoas". Joseph Sepp Blatter "disse a Dilma Roussef e ao Aldo tu-cá-tu-lá (o ministro Aldo Rebelo) que temos confiança neles. Uma vez que a bola rolar, as pessoas vão entender e isso dos protestos vai acabar", afirmou. "Se necessário, a repressão será com força" corroborou o ministro."O governo assumiu como responsabilidade e honra acolher esses dois eventos internacionais e vai realizá-los oferecendo segurança e integridade aos torcedores e turistas."

Mais uma vez é notória a promiscuidade entre uma empresa multinacional como a FIFA e os Governos que têm no futebol um dos principais meios de controlo psicológico das massas. Enquanto milhões gritam entusiasticamente "golo!" os governos congeminam na sombra e decretam todas as medidas anti-populares possiveis. Sabendo desta dependência, a FIFA abusa do seu poder, impondo condições e exigindo contrapartidas milionárias para a cedência da organização dos seus eventos. A "esquerdista" Dilma Roussef, à frente da "perplexa classe dominante" representa nesta tragicomédia o papel de puta virgem: "seria pretensioso afirmar que compreendemos o que está a acontecer.  Dá a impressão que a sociedade brasileira já tinha superado alguns obstáculos à Democracia incluindo mais gente, mas...". Apesar das autoridades já terem recuado no aumento do preço dos transportes, os protestos não param, o que significa que o âmago do problema não é esse.

A FIFA tem um longo historial de corrupção e intervenções em medidas legistativas especiais nos paises onde actua. O anterior Presidente Jean-Marie Faustin Goedefroid (vulgo "João Havelange"), já muito depois de terminar o exercicio andava ainda em 2011 a braços com uma acusação de suborno por ter recebido 1 milhão de dólares de luvas do Comité Olimpico em 1997 (segundo uma denuncia da BBC que originou um inquérito).O novo presidente Sepp Blatter foi "re-eleito" assumindo o compromisso de erradicar práticas corruptas, ou no minimo que os escândalos continuassem a vir a público, para o que se contou com a criação de um "comité de reforma" onde intervieram o truta Henry Kissinger e uma personalidade com prestigio no meio, como Johan Cruyff. Mas em 2010, depois da organização do mundial da África do Sul, novamente a BBC denuncia que Blatter estava a ser investigado pela polícia suíça sobre seu papel num acordo secreto para receber mais 1 milhão de suborno que o valor nominal do contrato celebrado no valor embolsado. Em mais um documentário exibido no Panorama BBC em Novembro de 2010, denunciou-se que haviam sido pagos subornos pela FIFA na comercialização de merchandising com a International Sports Leisure (ISL) entre 1989 e 1999. Numa lista que incluia diversos presidentes de Federações de Futebol nacionais, que não foi possivel investigar, aparecem 175 subornos pagos pela ISL, totalizando cerca de 100 milhões de dólares.

A FIFA é uma multinacional que envolve o patrocinio de outras grandes multinacionais, como a Adidas, Coca-Cola, Fly-Emirates, Visa, McDonalds, etc. que repercutem estes esquemas mafiosos. Diego Maradona comparou os agentes económicos da FIFA com "um conselho de administração de Dinossauros" - "a FIFA é um grande museu gerido por dinossauros que não querem abandonar o poder. Serão sempre o mesmo." O ministro dos Desportos da Austrália, Mark Arbib, é uma das mais recentes personalidades a dizer que é preciso pôr termo a este esquema da FIFA: "é algo que estamos a ouvir por todo o mundo". O senador australiano acusa a FIFA de trapacear o país em 46 milhões de dólares, parte da verba que será dispendida na organização do Campeonato do Mundo de 2022 - "enquanto a investigação à FIFA não tiver sido concluída, a Austrália deve adiar o pagamento de dinheiro dos contribuintes para eventos que não sejam transparentes.

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