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terça-feira, junho 02, 2015

as Guerras Energéticas

2004. No auge da”guerra contra o terrorismo”, álibi para a invasão do Iraque. Invocando o “eixo do mal” George Bush insiste que não deve ser permitido ao Irão desenvolver armas nucleares. Então porquê, seis anos antes, a CIA entregou aos iranianos planos técnicos para a construção da bomba? James Risen, jornalista do New York Times e por duas vezes prémio Pulitzer, ao escrever “State of Wardeu a conhecer o escândalo. (veio no Guardian) denunciando: é preciso pagar qualquer preço para sustentar a ganância, o poder, justificar a “war on terror”, negócios de drogas, usar denunciantes e agentes infiltrados. O jornalista viria a ser condenado a 3,5 anos de prisão por se negar a revelar as fontes. (entrevista)

Risen, o autor do livro “Estado de Guerra, A História Secreta da CIA e da Administração Bush” (2006), produz inúmeras declarações sobre as actividades da Agência Central de Informações norte-americana. Afirma que a CIA realizou uma operação no ano 2000 (Operação Merlin) destinada a atrasar o alegado programa de armas nucleares do Irão, fornecendo projectos falsos para despistar os principais concorrentes, mas saiu-lhes o tiro pela culatra, podendo na realidade ajudado o Irão, na medida em que as falhas foram detectadas e corrigidas por um ex-cientista nuclear soviético durante a operação usada para fazer a entrega. No inicio de 2003 o New York Times negou-se a publicar a história, depois da intervenção da Conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice combinada com o editor executivo do NYT Howell Raines
Ao fazer as pesquisas para o livro, os e-mail, telefonemas, ligações e encontros de Risen com o ex-oficial de operações da CIA Jeffrey Alexander Sterling foram monitorizados pelo governo federal dos Estados Unidos. O governo obteve também registos de crédito e contas bancárias de Risen. Após a publicação o “Public Affairs Office” da CIA emitiu então um comunicado indicando que o livro de Risen contém erros graves em qualquer um dos capítulos. No entanto, os documentos da CIA divulgados em Janeiro de 2015 confirmam muitos dos detalhes sobre a Operação Merlin. No livro constam afirmações como a de que "vários dosagentes iranianos [infiltrados da CIA] foram presos e encarcerados, enquanto o destino de alguns dos outros, ainda hoje é desconhecido", depois que em 2004 um funcionário da CIA enviou a um desses agentes uma mensagem eletrónica criptografada, incluindo erroneamente dados que poderiam identificar "praticamente todos os espiões que a CIA tinha dentro do Irão". O iraniano era um agente duplo e entregou a informação aos serviços secretos iranianos. Isso também foi negado pelas autoridades norte-americanas. Risen também alega que o governo Bush é responsável pela transformação do Afeganistão num "narco-Estado", que supostamente vende 80% do fornecimento total de heroína do mundo.

Baseado nas escutas, Jeffrey Alexander Sterling começou a ser investigado durante a administração Bush. Em 2010 foi acusado, ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, um caso raro na história dos EUA, e punido pelo contacto com o jornalista pela alegada divulgação de segredos de Estado. Risen tinha sido intimado em relação ao caso em 2008. Lutou contra a intimação, e conseguiu que fosse arquivada no Verão de 2009. Mas, naquilo que o New York Times chamou de "um acontecimento excepcional" a administração Obama renovou a acusação em 2010. Em 2011 James Risen entregou um recurso, descrevendo detalhadamente as suas razões para se recusar a revelar as suas fontes, o impacto público do seu trabalho e as suas experiências com a administração Bush. Em Julho de 2013 o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que Risen fosse obrigado a testemunhar no julgamento de Jeffrey Sterling. Citando: "desde que a intimação é emitida em boa fé e com base em uma necessidade legítima de aplicação da lei, o governo não precisa fazer qualquer exibição especial da obtenção de provas de conduta criminosa de um repórter num processo criminal". O juiz Roger Gregory discordou, escrevendo: "a maioria exalta os interesses do governo, enquanto indevidamente vai atropelando os interesses da imprensa, e ao fazê-lo, colide severamente com a imprensa e o livre fluxo de informação na sociedade". Mas Risen ficou obrigado a declarar as fontes. Obviamente, a postura das sucessivas administrações dos Estados Unidos têm sido muito criticadas por infringir a liberdade de imprensa. O Supremo rejeitou o apelo em Junho de 2014, abrindo a porta à possibilidade de prisão de Risen, dependendo se os procuradores federais optassem por prosseguir com a exigência do seu testemunho. Risen continuou a recusar e afirmou estar disposto a ir para a cadeia.

Em Outubro de 2014, o procurador-geral Eric Holder, falando num evento de Washington, DC, declarou que "nenhum repórter ou jornalista vai para a cadeia, enquanto eu for procurador-geral". Em Janeiro de 2015 o New York Times noticiava que James Risen "não será chamado a depor em julgamento", pondo fim a uma batalha legal sobre se o jornalista poderia ser forçado a identificar as suas fontes confidenciais. Nesse mesmo mês Benjamin Netaniahu (na foto) veio fazer o seu número de circo à ONU sobre as probalidades do Irão já dispor da capacidade de fabricar bombas nucleares. Decorreram 9 anos entre a publicação do "Estado de Guerra" em 2006 e 15 anos sobre os factos relatados no livro, ninguém se lembrando mais do que se teria passado com o programa nuclear do Irão, que actualmente continua a ser “negociado”, mas apenas para fins pacíficos.

1 comentário:

Thor disse...

a Cia é capaz de tudo.
até a segunda eleição do Bush em 2004 foi forjada, tal como a de 2000. e o Bush ainda contou nas vésperas com aqueles videos fake do Bin Laden feitos pela Cia, para dar um 'empurrãozinho'.

israel tem algumas 300 ogivas nucleares, os jewUSA ainda têm mais.
dizer que o irão não pode ter um programa nuclear, mesmo que pacífico, é de uma hipocrisia retumbante.

a mossad também faz pequenos atentados terroristas dentro do irão, para intimidar mas sobretudo para provocar e instigar algum tipo de resposta do irão que lhes dê o 'pretexto' para atacá-lo.

os fdp dos sionistas andam há muito a tentar meter o Mundo numa guerra com o irão.
podemos esperar uma guerra nuclear mesmo.

mas primeiro, temos que tentar 'adivinhar' qual e onde será a false-flag para culpar o irão.
pode não ser a curto prazo. pode até ser daqui a 10 anos...mas vai chegar inevitavelmente.
pode ser em Chicago, pode ser em Londres (Big Ben), pode ser em muitos sítios.

penso que eles vão aguardar uns anos, vão esperar a poeira assentar, a Síria estar conquistada pelo Isis e o Isis cair um pouco no esquecimento, pois eles não são idiotas e percebem que muita gente sabe o que é o Isis.

o 11-9 foi 10 anos depois da queda da Urss. isto prova até que ponto eles são calculistas, metódicos e pacientes. o Bin Laden já era falado no início dos anos 90 e foi falado na década toda, para 'habituar' as pessoas a vê-lo como o 'demo'.
isto já deve estar tudo planeado há décadas, xatoo.

podemos ter uma false-flag em 2025, quando já ninguém se lembrar do Isis, já ninguém se lembrar do programa nuclear do irão e isto tiver caído tudo no esquecimento.