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quinta-feira, outubro 04, 2007

vítimas do fisco investigam fraude importada dos Estados Unidos

Alan Greenspan, ex-presidente do FED, o Banco Central americano, proferiu ontem uma conferência em Lisboa, subordinada ao tema Antevisão Económica e Financeira para 2008. Greenspan, que esteve 20 anos à frente do FED, publicou recentemente as suas memórias intituladas ”Era da Turbulência: Aventuras de um Novo Mundo”, nas quais critica o despesismo descontrolado da administração Bush e do Congresso controlado pelo Partido Republicano.
Greenspan não explica de onde lhes vem o dinheiro - “Ao longo dos últimos cinco anos, os Estados Unidos têm sugado mais de dois mil milhões de dólares POR DIA das poupanças de outros países para financiar a concessão de crédito numa escala sem precedentes que permitiu às famílias gastarem mais do que ganham” mantendo a economia a funcionar. Greenspan`s Fraud

“Estes pedidos de empréstimo eram particularmente atraentes porque os preços dos activos (habitação e activos financeiros) continuavam a subir, as taxas de juro pernaneciam baixas e gerações sucessivas de operadores do mercado financeiro conseguiam convencer os investidores que tinham controlado os riscos. Assim sendo, mais empréstimos, mesmo sobre garantias sobrevalorizadas, foram “vendidos” como um sinal dos bons tempos que aí vinham”. (Jomo Kwame Sundaram e Rob Vos, no
suplemento de Economia, Público,28/9)

Como na pesca, quando se largam as redes vazias na maré baixa e se recolhem cheias na maré alta, o Império precisa de capitalizar para alimentar a economia de guerra. Conjuntamente com a hipervalorização do produto chave da economia global, o petróleo, os juros foram aumentando gradualmente. Mark Twain, na época heróica em que a Banca era apenas um negócio de gangsters dizia que “um banqueiro é um tipo que nos empresta o chapéu de chuva quando está sol e o pede de volta assim que começa a chover”. Vitor Constâncio, traduzindo a cartilha do BCE, um dos bancos centrais situados a juzante do FED, dizia no verão de 2006 que “o efeito da subida dos juros no endividamento das famílias será uma das principais condicionantes do crescimento futuro da economia portuguesa”.

Passado um ano, depois que a crise estalou no verão de 2007, Constâncio e o Governo em geral apressaram-se a dizer que a crise muito dificilmente afectará a economia portuguesa. Conquanto o Relatório da OCDE afirme que Portugal é o país da União Europeia que está mais exposto aos riscos da globalização. Sobe e desce, faz que anda mas não anda, avança e recua, consoante os ciclos da eterna crise capitalista, os funcionários do negócio dos Bancos Centrais privados fazem-se pagar bem pela sua competência:

”A visita de Greenspan a Lisboa levou alguns jornais portugueses a lembrarem que o governador do Banco de Portugal, Vitor Constâncio, ganha mais do que o presidente do FED. O vencimento anual de Constâncio é de 280.000 euros e Greenspan, quando deixou a presidência da Reserva Federal dos Estados Unidos em Janeiro de 2006, ganhava 186.600 dólares, qualquer coisa como 155.000 euros. Mas não convém que Greenspan viesse a saber disto. O senhor já tem uma vetusta idade e era capaz de lhe ter dado uma coisa”. (fonte)

Mal comparado; esta anedota da crise e dos salários, faz lembrar outra, aquela em que um anão chega ao balcão e pede um copo de vinho. O empregado avisa-o: óh amigo, olhe que o vinho vai subir! – que se lixe, retorquiu o anão, desde que não suba o balcão, pra mim continua tudo bem.

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