Nessa “loucura” Miguel Portas concorda com o Ministro dos Negócios Estrangeiros inglês (por acaso de um governo não eleito) quando David Milliband diz: “O primeiro ministro britânico não estará presente – devido à nossa preocupação com a tragédia que se está a desenrolar no Zimbabwe, que afecta pessoas de todas as raças e que acreditamos ser culpa de Robert Mugabe”São estas acções de boicote e não outras que provocaram os 4 a “8 mil por cento de inflacção ao ano, o rendimento per capita em queda livre, as prateleiras vazias e uma queda na esperança de vida de 62 para 37 anos em 15 anos”
Regimes amigos e regimes inimigos
Dentro das apertadas normas que as instituições financeiras internacionais lhe impõem e que deliberadamente destroem qualquer possibilidade de soberania económica que Mugabe, tenha as suas elites, ou “que escolha fazer asneiras” (como aumentar cinco vezes o salário dos veteranos de guerra, os seus principais apoiantes politicos), é próprio do status vigente em África, porque de economias débeis, permeáveis a toda a espécie de influências. O que os advogados do neo-colonialismo nunca perdoaram ao partido no poder, o Zanu-PF, é a aura de socialismo que Mugabe adquiriu com a 1º independência. Ser-lhes-ia muito mais útil a vitória eleitoral do pró-Ocidental Arthur Mutambara, um engenheiro formado no MIT do Massachusetts que promove a oposição apoiado em poderosas forças exteriores. (ver a Zimonline). Outro facto que fundamenta serem os interesses económicos aquilo que está em causa (e não quaisquer “direitos humanos”) é o ordenado pelo cargo do presidente Mugabe se fixar em cerca de 1500 euros, enquanto o ministro das Finanças, responsável perante os bancos centrais estrangeiros que gerem a dívida externa, aufere 36.000 euros mensais. Assim como assim num país pobre como Portugal o gestor do Banco Central, Vítor Constâncio também ganha mais que o responsável pela Reserva Federal Americana. E contra isto não há indignação dos militantes dos direitos económicos. Estes altos gestores nomeados não se sabe por quem, à revelia de qualquer réstea de democracia, evidencia a existência de uma rede financeira que supervisa (apoiando) as actividades económicas das 38.000 multinacionais existentes no mundo (90 por cento das quais são israelo-americanas). Afinal, sempre é o suporte económico que é dado aos regimes que determina em última análise a sua natureza.
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