Pesquisar neste blogue

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Congressos & Jornadas, Novos Rumos, Compadres & Vigaristas.Gov

Manuel Loff chamou à sua coluna no pasquim da Sonae o estudo "Patronagem e Governos partidários em Portugal no periodo 1995-2009" publicado por uma investigadora da Universidade de Aveiro no qual esta disseca a forma como "o mundo dos negócios" opera integrando sistemicamente uma rede organizada de prestação de favores cujos agentes partidários são cooptados para ascender aos lugares de topo da Administração Central do Estado, transmutando-se entre esta entidade que deixou de representar o interesse público e as administrações das grandes Empresas como caciques à escala local e regional. Resumindo, as nomeações para a cúpula da administração pública em Portugal são influenciadas por interesses partidários para recompensar serviços prestados ao partido que no momento está no poder.
Acrescente-se a este indice de corrupção a grande corrupção das elites de negócios transnacionais concertados em nome do país com as Corporações estrangeiras... e aí temos o miserável retrato social que o Portugal usurpado pela clientela cavaquista está a dar ao mundo.
De propaganda mal enjorcada a pura conversa da treta, já era de calcular: 

A mega-operação de propaganda que vem sendo montada é, obviamente, uma mentira. Não existe nenhum crescimento das exportações, nem estas sustentariam um crescimento de uma economia intencionalmente destruida; o que existe é uma diminuição drástica das importações por via dos cortes nos rendimentos de uma classe média que não foi criada por uma produção de bens consistente, mas sim sustentada pela concessão de crédito sem qualquer nexo com a realidade. O ponto onde Portugal está, tem vindo a ser construido pelos sucessivos governos durante quatro décadas. Existe um pacto de regime entre PS-PSD-CDS consignado no Tratado Orçamental que os três assinaram de cerviz vergada à troika, com o pretexto de reduzir a dívida, quando esta de facto está a aumentar, uma politica cujo cimento é o Euro, a moeda forte espalhada a crédito barato para passado oito anos virem cobrar esses empréstimos a juros exorbitantes, forçando o Estado a contrair novos empréstimos ad eternum. E que agora sim, com o "défice limpo", agora é que Portugal vai começar a ser sustentável, quando a maioria da população aufere rendimentos tão baixos que não se consegue sustentar.  E, no fim do caminho, dizem-nos que não existe alternativa "aos partidos do arco da governação"...

... dizem-nos que tanto o PS como o PSD e o CDS têm sido bastante responsáveis. Exacto, responsáveis por submarinos, bancos falidos, auto-estradas para nenhures, negociatas obscuras, PPP's, swaps, distribuição de cargos pelas clientelas, favores, má gestão, corrupção, esbanjamento. Chega para lhes avaliar o grau de responsabilidade? 
Tudo isto vem sendo feito sob a ideia liberal dos cortes nas despesas de um Estado com demasiado peso na Economia. Na verdade o peso do Estado é o mais elevado de sempre, agravado pelo facto de 11,8% do PIB ser actualmente para pagar o serviço de uma dívida fraudulenta, congeminada pela adesão ao Euro. Foram estes três partidos aderentes confessos do Neoliberalismo que criaram o paradigma. Agora movem-se sombras em cavernas de foruns e congressos reclamando o regresso à social-democracia (sic), ou seja, o regresso ao assistencialismo salazarista da distribuição da "sopa do barroso" aos novos-pobres. É preciso ter lata.

Sem comentários: