Marinho Pinto, bastionário da Ordem dos advogados (eleito pela maioria de jovens licenciados precários) produz um discurso, nem de esquerda nem de direita, com o qual ninguém poderá discordar. Por ele ficamos a saber que herdámos do tempo da Ditadura valores e um património fabuloso que foi insanemente desbaratado pela Democracia... lá pelo meio fica-se igualmente a saber que a única coisa que ainda funciona mais ou menos em Portugal é a Igreja... Como em
Georg Grosz nos
quatro pilares da sociedade, temos
o Banqueiro,
o General,
o Padre e
o Juiz, que de facto não funcionam porque nenhum deles é nosso - senão vejamos, o Banqueiro trabalha na sustentação da rede de Wall Street, o General franchizou-se à Nato, o Padre reporta ao Vaticano e o Juiz abstém-se não metendo sentença que possa prejudicar a engrenagem...

... por fim como se vê, passando pela
corrupção e perante a
falência do Estado, Marinho Pinto faz
uma vistosa elegia à piedosa actividade da Igreja na distribuição de
esmolas aos pobres. Porém esqueceu-se de perguntar
qual será a contribuição que o Estado entrega à Igreja? para que esta possua tão lautos cabedais para acudir às maleitas da sociedade (Se é que lhe compete tal função; e porque não toma o Estado para si essa função como lhe compete sem intermediários?). Talvez que a Igreja pretenda agora informar-se da situação para resolver os problemas do capitalismo no país recorrendo aos
gestores que forma nas suas madrassas religiosas (se é que por acaso não repararam que andaram já a fazê-lo nos últimos trinta anos)
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1 comentário:
Cáritas da de comer a muchos parados en España...........¿Cuántos comedores sociales hay en la calle Valentín Ferraz número 70?
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