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terça-feira, maio 27, 2014

Fazendo o que os Vigaristas sabem fazer: Vigarizar

Timothy Geithner era Presidente da Reserva Federal de New York quando a Administração Obama recebeu instruções da raça financeira eleita (eleita por escolha divina, não por eleitores terráqueos) para ocupar o lugar de Secretário de Estado do Tesouro, no auge da crise na transição da Administração Bush em 2008. Celebrizou-se por aparecer num dos seus infindáveis serões sentado no chão na solidão de um qualquer bastidor a coligir informações pensando freneticamente sobre a melhor maneira de salvar os bancos dos Estados Unidos. A imagem tem sido glosada por todo o bicho careto que tem vindo a ser lixado por um esquema julgado inimaginável. Foi por esta cabecinha pensadora adentro, cujos tempos livres são dedicados a fazer surf (1), que se pariu o popularmente conhecido "CRAP", literalmente um acrónimo de "Crápula" (Collaterized Rescue Assets Program), ou seja, travar a crise deflaccionária provocada pela limpeza dos balanços tóxicos da Banca com a emissão de mais, mais e mais dinheiro.


Livre de obrigações faz tempo, com a reforma dourada conferida por mérito nos serviços prestados, o nosso jovem vem aqora responder às 10 Questões que a Time Magazine coloca habitualmente a personalidades notáveis. A candura, a técnica de comunicação especializada em falar sem dizer nada, o direito assumido de intervir em qualquer parte do mundo usando como arma o capital financeiro, o descaramento de afirmar que existe esquerda e direita nos Estados Unidos, o competente currículo de vigarista (Geithner, enquanto presidente da FED-NY, transferiu 13 mil mihões de dólares de CDO`s fraudulentos para as  contabilidades públicas para os contribuintes pagarem (2), enfim, a falta de escrúpulos que só os grandes pulhas não sentem vergonha de exibir. A tradução da entrevista a seguir:
10 Questões colocadas a Timothy Geithner 
01. A economia dos Estados Unidos está a crescer, o desemprego a diminuir. Porque é que os (norte)-americanos estão tão infelizes?
R. Esta foi uma crise terrível e ainda podemos sentir os seus danos por todo o país. Continuamos a viver com essas cicatrizes.
02. Você escreveu em “Stress Test”: “nunca foi o meu objectivo na vida arranjar um grande emprego em Washington”. O que é que correu mal?
R. Quando o teu Presidente te diz para cumprir uma determinada tarefa, tu tens de responder sim! É o que tu fazes (1). Tentei falar com ele de modo a que tivesse sempre a certeza de que compreendia os resultados que iria obter.
03. E o que é que ele obteve?
R. Passei toda a minha vida a lidar com uma série de crises financeiras por todo o mundo. Então, o Presidente teve alguém que não era um político, nem um banqueiro, nem um economista. Mas tive a infelicidade, mas muito válida experiência de ter acompanhado países lidando com crises financeiras horríveis.
04. Crises no México, Tailândia, Indonésia, Coreia do Sul, Rússia – Você é o Doutor Doom? (o Supervilão da banda desenhada Marvel que decide do destino das personagens)
R. Aprendi algo muito válido a principio, que foi como são frágeis os sistemas financeiros, como estão tão interligados com a economia, quão difícil é separar o trauma num sistema financeiro do trauma na economia, quão difícil é proteger as pessoas comuns dos pânicos financeiros.
05. Você escreveu artigos contra os banqueiros acerca das ajudas que lhe foram prestadas, sem retribuição, quando os (norte)-americanos estavam muito zangados. Porque não avançou a cortar cabeças e enfiá-las em paus só para mostrar obra?
R. Tentei explicar que o que seria necessário para proteger as pessoas do pânico é realmente o oposto daquilo que parece ser leal, justo ou eficaz. É uma coisa paradoxal. Mas é perfeitamente compreensível que as pessoas queiram que se tomem medidas justas.
06. A Esquerda vê-o como um bloqueador de Wall Street e a Direita vê-o como um actor que ajuda os socialistas. Como é que se vê a si mesmo no meio disto tudo? R. As coisas que fizemos e as coisas que nós sabíamos ser mais importantes a fazer - foram feitas para serem profundamente impopulares tanto para a Esquerda como para a Direita. Não havia hipótese de unanimidade nacional para essas coisas.
07. Milhões de (norte)-americanos perderam as suas casas. Poderia ter havido qualquer coisa de diferente que pudesse ter sido feito?
R. O Presidente colocou uma enorme pressão em cima de nós. E nós olhámos para todas as ideias, mas a escala deste problema era esmagadora em comparação com os instrumentos que tínhamos. Os recursos de que dispunhamos. Penso que usámos essas ferramentas tanto quanto pudemos.
08. Os ricos hoje têm mais rendimentos que os Barões que roubavam o povo (3) durante a Era Dourada (Gilded Age). Os Estados Unidos precisam de mais impostos progressivos ou de uma redistribuição de rendimentos?
R. Se olhar para este país hoje, continuamos a ter elevados níveis de pobreza (4). Um longo período de quase não crescimento dos salários médios. Referiu-se à grande expansão das desigualdades, mas também existe um sentido de diminuição da mobilidade social e de oportunidades inter-geracionais. E isso é uma coisa muito perniciosa. É muito importante que se descubra a nossa capacidade de tentar promover politicas que façam um melhor trabalho no desenvolvimento de uma média aceitável de oportunidades para as pessoas que saem das escolas.
09. Você contrariou os seus desejos e prejudicou a sua família para vir trabalhar para o Presidente Obama. Como consegue recompensá-los?
R. Isso pode ser feito. Perdi todos estes anos ausente. Perdemos a parte mais importante das suas vidas, privámo-los do direito à privacidade que a maioria das pessoas aprecia ter. Portanto, isto foi uma coisa muito dolorosa que lhes pus em cima
10. As acções registam subidas recorde. Quão protegidos estão os Estados Unidos da próxima bolha?
R. Neste momento, hoje, isso não deverá constituir um leque muito elevado de preocupações para o nosso país.

(1) Fora o que não revela, de facto Timothy Geithner no seu livro lançado no passado dia 18 de Maio faz a bombástica afirmação de que Obama lhe pediu para mentir deliberadamente sobre os fundos da Segurança Social. O que significa que Obama já cumpriu o seu papel e está pronto para ser lançado no caixote do lixo das ilusões xuxas
(2) "Collateralized Debt Obligation", uma técnica de fatiar em tranches os títulos de dívida por forma a sacar em primeiro lugar os juros e amortizações, continuando a divida base contraída a acumular mais juros. Serve para os governos mostrarem obra e chutarem os prejuízos para quem vier a seguir resolver (wikipedia)
(3) Estima-se que durante o mandato de Geithner na secretaria de Estado do Tesouro (às ordens de Obama) foram transferidos 120 mil milhões de ajudas aos bancos para as contas de divida pública (Business Insider)
(4) Olá. Bem-vindos ao nosso Mundo. Isto não é Caracas ou uma cidade em Cuba, é Detroit EUA, o sonho americano convertido em pesadelo:

1 comentário:

Anónimo disse...

http://www.infowars.com/official-bilderberg-2014-membership-list-released/