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terça-feira, novembro 22, 2005

“Não há comparação nenhuma entre quem foi para a guerra de África e os que estão a fazer esta guerra no Afeganistão. Nós fomos porque éramos obrigados, estes vão porque são mercenários. Estão lá porque querem, para ganhar dinheiro”
Carlos Pinto Coelho (24 Horas 20/11)

Noticia do República em 21/11 de 1975:
“As intercomissões de Soldados e Marinheiros exigem um pré de 2500 escudos, porque “a Burguesia já provou que pode pagar”

Realmente, passados 30 anos, parece que sim. A burguesia agora, ainda por cima, também é outra, cresceu. Globalizou-se. O soldado morto no Afeganistão, um jovem de trinta anos, estava a construir uma moradia no Alandroal, com dinheiro sujo de sangue. Quanto se ganha agora de pré nas Forças Armadas ao serviço dos interesses criminosos de expansão Imperialista?,,, Esta gente é perigosa. O espectáculo feito em redor do funeral da vítima, a presença de “altas individualidades", as missas do bispo Torgal Ferreira –“assim se paga a liberdade” disse ele invocando na inversão de valores tudo o que há de mais retrógrado nos instintos humanos, as associações de Comandos em peso - os cães-de-fila do contra-golpe que derrubou o 25 de Abril, enfim a ocupação do espaço público nos orgãos de comunicação social com assuntos do foro interno dos militares profissionalizados, sem que estivessem alguma vez legitimados democráticamente para fazerem aquilo que andam a fazer. O mais chocante de tudo, sem dúvida, é a posição da Igreja, sempre silenciosa em relação aos crimes do Poder, mas que afinal se “compreende”, porque é do Poder que a Hierarquia católica se alimenta, sempre manipulando a crendice mais abjecta, ontem branqueando o Fascismo, com um padre por cada batalhão que seguia para a guerra colonial, hoje com os rituais que legitimam assassinios e torturas ao serviço do Império.

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