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sexta-feira, novembro 04, 2005

Segredo de Justiça vs Liberdade de informar

A propósito das buscas efectuadas à casa do homem providencial do PS - Jorge Coelho, onde a Policia Judiciária procurava um tabuleiro de xadrez de alto valor alegadamente oferecido por um construtor civil de Cascais, (no âmbito do processo em que é réu José Luís Judas), Clara Ferreira Alves (CFA) com nome e BI assentes nos serviços de apoio à candidatura presidencial do PS de Mário Soares, foi lesta a sair a terreiro:
“As suspeitas impressas em papel de jornal matam os inocentes”!
CFA compreendeu mas não quer que se saiba que o mais importante de tudo são as acções que se desenrolam quando se movimentam as as peças nas jogadas, e não o mero tabuleiro em si.
Então,,, dir-se-ia mais que, o excesso de certezas e o banzé generalizado ajudam a esconder os culpados. È sempre o próprio ladrão que mais grita “agarra que é ladrão”. Logo, se queremos pistas para ajudar à compreensão da situação de corrupção generalizada em que o país caiu, é só procurar quem tem acesso aos jornais, a mais das vezes para passar, pela divulgação prévia, apenas pura desinformação, quebrando o segredo de justiça que só existe para protecção dos próprios envolvidos. O próprio PGR, que nos meios forenses tem a deliciosa alcunha de “o almofadinha” é por hábito profissional dos primeiros a publicitar a sua indignação pelas fugas cirúrgicas de “informação”. Ao invés, a quem tenha “mãos limpas”, não lhe é decerto possível publicar assim tão fácilmente a sua verdade. Ficamos, neste como em tantos outros casos, pela alegoria da caverna de Platão, onde só se vê as sombras e não se vê a realidade.E entretanto espera-se as posições das outras facções do PS que não se revêm no PS de Mário Soares/Sócrates e que não têm assim tanto acesso aos media, e tambem,claro está, do surdo-mudo Cavaco, sem ofensa a quem sofre da deficiência.
a mim ninguem me cala!!
Maria José Morgado: “O combate à corrupção é ilusório. Não podemos continuar a falar de escândalos sem que nada aconteça ao nível da punição das condutas graves. A falta de consequências é o pior sinal”
É evidente que existem fundados receios de que em última instância se pretenda diluir as dezenas de arremedos de processos que têm sido tornados públicos, que levantam mares de suspeições, e remetê-los à indiferença dos obscuros corredores do Regime onde não existe a figura jurídica de responsabilização de pessoas colectivas. Efectiv/ seria muito incómodo levar em peso o PS e o PDS-PP, todos presos para averiguações.
E, sobre o Regime vigente, está aqui a melhor definição lida até agora: “Cavaco trata da Economia –Soares trata da Politica – Alegre trata da Cultura” – as partes completam o todo.

Ainda Maria José Morgado, sobre o mesmo assunto, em entrevista à TSF: “a Lei é uma abstracção, não trava nada. O que trava é a deontologia profissional e a orientação concreta seguida caso a caso, mas há muitos fantasmas à volta disso”
- “ E pode-nos concretizar melhor quem ou o que são esses fantasmas”? – (risos) “são fantasmas, não posso explicar”

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