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segunda-feira, março 06, 2006

A Tragédia como género televisivo

“Os telespectadores querem ver tudo em directo”, sugere o Prof. Eduardo Cintra Torres no seu livro recentemente publicado. “A tragédia televisiva" provoca um padrão emocional nos telespectadores, colocando no topo das emoções sentidas o horror, a pena e o interesse – exactamente as mesmas que Aristóteles defendia que o teatro devia provocar nos espectadores. Vendo televisão têm a sensação de estar presentes no local, pensam que aquilo lhes poderia acontecer a eles, sentem-se a partilhar sentimentos com outras pessoas dando-lhes a ideia de pertencer a uma comunidade, e sentem muita necessidade de falar sobre o caso até à exaustão”
Por isso as Empresas Televisivas Corporativas fogem como o diabo da cruz em tornar visiveis assuntos que possam induzir nos telespectadores essas mesmas emoções sobre assuntos sensiveis que respeitam a toda a comunidade, e no final os afectam a eles próprios.

A ocultação das últimas cenas do Presidente Sampaio

“O consternante episódio da invasão de um jornal pela policia, não porque esta perseguisse o autor de um crime mas para perseguir quem um crime se atreveu a denunciar foi apenas mais uma cena, nos derradeiros actos do desempenho do Doutor Jorge Sampaio nas funções de Presidente da República”
notou Correia da Fonseca, no “Noticias da Amadora”, que continua:

Entre os fugases indirectos que a televisão nos trouxe, não se pode deixar de registar a colocação de medalhas no peito de cerca de um quarteirão de destacados Empresários e/ou Gestores, quer dizer, de Patrões, cujo mérito conhecido é o de terem conseguido arrecadar grandes proventos para as suas Empresas, sendo que tais proventos alguem os terá pago ainda que não se saiba quem. ainda não renunciei a considerar que há modos diversos de destaque e, por mim, encontro substanciais diferenças de mérito entre o engenheiro Belmiro, que aqui o evoco apenas como personalidade emblemática de um certo tipo de actividade, e o dr. Fernando Nobre, líder da AMI.

Condecoram-se Banqueiros concertando esse reconhecimento com a subida das Taxas de Juro imposta pelo Banco Central












Destas derradeiras actividades de Sampaio, o que mais importa não apenas registar mas também sublinhar é a recente promulgação da chamada Lei do Arrendamento Urbano, cuja mais que provável consequência é lançar em profunda angústia ou no desespero milhares de famílias portuguesas. Das camadas mais envelhecidas e mais pobres, mas também, pelo menos em larga parte, de segmentos que até agora ainda não teriam as vidas arruinadas. Mas irão tê-las a partir do momento em que forem despejados das casas onde custosamente foram construindo as suas existências. Sampaio, para servir o mercado e a máquina fiscal, teve o despudor de assumir o odioso desta acção, poupando Cavaco ao drama latente que está accionado – que sempre poderá ir dizendo como habitualmente: “não fui eu, foi o outro”
Todos Diferentes, Todos Iguais!, alguém acreditará ainda que exista “esquerda” e “direita” no espectro politico neste regime parlamentar?

* E agora Sr. Presidente eleito?

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