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segunda-feira, setembro 08, 2008

a Festa do Avante 2008

Na sexta feira a coisa começou mal, até o São Pedro colaborou com os novos reaccionários – iguais em tudo aos que foram alvo na frase de abertura do Manifesto: “uma onda de agitação varre a Europa, o que leva a uma caçada infame aos comunistas” - chovia se deus a mandava, mas ninguém parecia faltar, prontos a zurzir na besta capitalista (com eficácia minhota, diga-se).

Independentemente das opções teóricas individuais, que perante a gravidade da situação politica actual terão de ser relegadas para segundo plano (cujo exemplo mais acabado é o da coligação de Esquerda alemã Die Linke feita entre dissidentes sociais democratas e os comunistas (reformistas) da antiga DDR), que partido conseguirá em Portugal (ou até na Europa) uma tal capacidade de mobilização popular? – é ou não é importante uma união dos intelectuais das diversas opções de esquerda para pôr cobro ao regabofe neoliberal? A gesta dos militantes do PCP, como é habitual, não mereceria comentários nos orgãos de manipulação social. Como frisou o professor José Barata Moura: “há três grandes opções: 1.há os que dizem que “a luta de classes nunca existiu, 2. os que afirmam que as coisas se podem conciliar e 3. os que acham que não é conveniente falar dessas coisas”. O tom geral da imprensa corporativa é igualzinho ao dos novos filósofos institucionais como este patarata (assalariado no Expresso), ou estes outros líricos pós-modernaços que conseguiram não fazer um único comentário ao evento, tal como Sócrates &/ou Ferreira Leite, como gestores/censores institucionais da RTP zelosamente mandam determinar - e serão decerto condecorados pelo serviço prestado aos patrões. No sábado a televisão pública enviou uma equipa de reportagem ao palco principal da Atalaia; era meio dia e as pessoas, ou ainda não tinham chegado, ou estavam a almoçar (só às 14,30 se iniciou o 1º concerto, com os Terrakota) e o repórter afirmava-se desolado perante o lugar meio vazio que daí a duas horas concentrava já muitos milhares de pessoas - um comentador lançou a boca: “virão aqui muitos jovens, mas não é certamente para discutir política
Aldrabões! se isso é verdade, sempre gostariamos que nos dissessem: ¿o que andavam os muitos milhares de jovens a fazer no recinto já a noite ia alta, a cantarolar o hino político da Festa por tudo o que era canto, nas mais variegadas e surpreendentes formas?



O discurso principal denunciou o novo Código de Trabalho (que tenciona revogar o horário laboral das 8 horas diárias conquistado pelas lutas do século XIX), e outras propostas do governo que têm vindo a visar a reconfiguração do Estado (uma adaptação doméstica das alterações introduzidas pela “nova ordem mundial” através do “patriotic act” nos EUA – primeiro destruir (a educação, o SNS, a função pública... tudo menos o exército às ordens da NATO), depois fingir negociar com os agentes sociais, mas a partir de novas condições, de acordo com os interesses do patronato:

leia-se as grandes empresas multinacionais, cujos reflexos nacionais são as cotadas no PSI20 - as grandes beneficiárias das privatizações, para as quais os governantes assalariados dos grandes interesses económicos literalmente inventam novos nichos de mercado.

a volta da velha canção cavaquistona

Hoje de manhã foi Ferreira Leite, que ontem perorou para uns escassos100 alunos, quem mereceu honras de chamada de capa (em conjunto com outros temas como música, shows de aviões e vacas leiteiras) enquanto qualquer eventual pequena caixa sobre as declarações (previamente “trabalhadas”) de Jerónimo de Sousa são remetidas para os confins das páginas interiores. Então até para o ano, se lá chegarem,,,

GrandFinale

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