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quarta-feira, julho 24, 2013

E assim, um partido que obteve 653 987 votos, 11,7%, nas últimas eleições...

... chega de submarino para ocupar os lugares-chave do governo colaboracionista que vende o país a retalho
o CDS não tomou posse! tomou conta 
Rui-BPN-Machete também entra pela mão de Cavaco-BPN-Silva
e já ninguém se recorda de Franquelim-BPN-Alves.
Portugal, irrevogável.
Portugal, ininputável.
Portugal, irrespirável.


O caso mais lapidar da idoneidade deste governo recauchutado é o de Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete, 73 anos, com uma carreira eivada de golpadas, o que neste Portugal de hoje é suposto ser um sinal de competência. Ex-presidente da Comissão Política do PSD e ex-vice-primeiro-ministro do Governo do Bloco Central [PSD/CDS], o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros classificou no dia de tomada de posse “como um reflexo da "podridão dos hábitos políticos" as críticas por ter exercido funções na SLN/BPN” concluindo que está de consciência tranquila "há muitos anos” (1). Rui Chancerelle de Machete foi também, entre muitos outros cargos, presidente do Conselho Fiscal do Taguspark, sociedade que se viu envolvida num processo-crime a propósito de um contrato publicitário com o ex-futebolista Luís Figo e de ligações consideradas suspeitas à campanha para a reeleição do então ex-primeiro ministro socialista José Sócrates, em 2009.

Machete tornou-se administrador da FLAD em 1985, logo quando a Fundação foi criada com dinheiro dos EUA no âmbito do acordo das Lajes, tornando-se seu presidente em 1988. Logo em 1992 adquiriu para o seu longo currículo, duras críticas feitas pela diplomacia dos EUA à forma como geriu a Fundação Luso-Americana ao longo de duas décadas (2). O embaixador norte-americano argumentava então que "chegou a hora de decapitar Machete" com base, entre outras coisas, no facto de a fundação gastar apenas 40% das suas receitas na programação anual reservando 60% do seu orçamento de funcionamento aos seus gabinetes luxuosos decorados com peças de arte, pessoal supérfluo, uma frota de BMW com motorista e 'custos administrativos e de pessoal' que incluiam subsídios, despesas de representação em roupas, empréstimos a baixos juros para os trabalhadores e honorários para o pessoal que participa(va) nos próprios programas da FLAD". Num telegrama revelado pela Wikileaks em Dezembro de 2008 o embaixador Briggs concluía que, "Enquanto Machete permanecer na FLAD poderá ser apenas marginalmente útil para nós" (3). Quer dizer, roendo a corda à guita posta ao serviço dos lacaios dos imperialistas, Machete transformou-se num case-study de anti-imperialista per acidentalis vigarium surripiador.

Cavaco deu ontem posse a esta dupla
notas:
(1) “Estou de consciência tranquila há muitos anos”
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=3340541

 (2) Americanos criticaram duramente Machete como presidente da FLAD (desde 1988) http://expresso.sapo.pt/americanos-criticaram-duramente-machete=f822426#ixzz2a06A9iMP

(3) a Wikileaks divulgou telegramas da diplomacia norte-americana referentes a Portugal reportando em Dezembro de 2008 os “Problemas na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) 
 http://wikileaks.org/cable/2008/12/08LISBON2780.html 


Tradução do telegrama da embaixada dos EUA em Lisboa para Washington, divulgado pela Wikileaks

Classificada por: o Embaixador Thomas Stephenson, pelas razões 1.4B e D.

¶ 1. (C) RESUMO: Em 1985, com a missão da USAID para Portugal a encerrar as portas, os governos dos Estados Unidos e de Portugal criaram a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), com sede em Lisboa, para enfrentar os desafios do desenvolvimento de Portugal e para promover a cooperação EUA-Portugal. Da USG transitaram contribuições de cerca de 111 milhões dólares para FLAD. Duas décadas de esforços da embaixada para o exercício responsável da supervisão sobre a gestão financeira da FLAD foram frustrados pela liderança da Fundação, criando um profundo e contínuo atrito entre a FLAD e a embaixada. Propomo-nos a travar mais uma campanha para mudar a direcção da FLAD, mas devemos considerar se a nossa participação continuada nesta instituição é do interesse do USG. Resumo final.

PRIMEIROS ANOS DA FLAD
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¶ 2. (U) Em 1983, o PM português Balsemão e o presidente Reagan anunciaram a criação do Luso-American Foundation (FLAD), em Lisboa. O anúncio surgiu do iminente encerramento da missão da USAID em Portugal e no reconhecimento da importância da realização no desenvolvimento de projectos de cooperação bilateral. Em 1985 a FLAD abriu portas com a USG a fornecer uma doação inicial de US $ 38 milhões. As contribuições da USG para a FLAD, eventualmente, totalizaram $ 111 milhões, muitos dos quais na forma de apoio económico de Fundos (ESF) que os EUA enviaram para Portugal até 1992. Quando a FSE terminou em 1992, a FLAD não recebeu qualquer financiamento externo e, em seguida, a sua receita deveria derivar somente a partir do seu património e investimentos.

¶ 3. (SBU) A missão declarada da FLAD é contribuir "para o desenvolvimento econômico e social de Portugal através da promoção da cultura científica, técnica, cultural, educacional, cooperação comercial e de negócios entre Portugal e os Estados Unidos. "O projecto foi concebido como um programa de curto prazo para ajudar trazer Portugal para um nível de desenvolvimento compatível com o resto da União Europeia, a que Portugal aderiu em 1986. Assim, o objetivo da FLAD era passar 75 por cento dos seus recursos financeiros disponíveis a cada ano em subsídios para o desenvolvimento, educação e ciência projetos.

¶ 4. (C) Em 1987, o então primeiro-ministro (e atual presidente) Cavaco Silva reorganizou a fundação num movimento provável que visa reforçar o controle do Partido Republicano [dos EUA]sobre a sua programação e orçamento. As principais autoridades foram transferidas do Conselho de Administração (onde o embaixador dos EUA, tem assento) para o dia-a-dia do conselho executivo (onde o embaixador não intervém). O Embaixador Rowel opôs-se a esta e outras decisões e suspendeu sua participação no Conselho. De acordo com os nossos arquivos, a fundação parou a realização de reuniões do Conselho por completo no final de 1980, protegendo-se efectivamente de toda a fiscalização.

¶ 5. (C) Em 1990, o embaixador dos EUA Briggs tentou uma abordagem diferente. Apesar de ter sido em grande parte um gesto simbólico, pois o Conselho não se tinha reunido por anos. Briggs renunciou formalmente a participar no Conselho devido ao seu papel na negociação do novo acordo bilateral sobre o uso dos EUA de Base das Lajes nos Açores (que ele viu como apresentando um conflito com os deveres da FLAD). Pouco tempo depois, um membro do Congresso dos EUA entrou em contacto com a Embaixada solicitando informações sobre a gestão e supervisão da FLAD mas o Director Rui Machete recusou-se a responder, dizendo que as operações da FLAD "não eram negócios da sua conta".

¶ 6. (C) A tensão chegou ao auge em 1992, quando a Embaixada abordou directamente o primeiro-ministro Cavaco Silva procurando esclarecimentos sobre os relatórios nos quais o Director da FLAD Rui Machete tinha proposto negócios à FLAD com empresas em que ele tinha uma participação. Machete não admitiu nenhuma ilegalidade, mas propôs-se pôr termo aos contratos. Separadamente, em 1992, a USG no periodo final do Programa ESF português terminou todo o financiamento dos EUA para a FLAD. A decisão de cortar o financiamento do FSE foi tomada objetivamente com base nos níveis de desenvolvimento nacional de Portugal, o qual o Partido Republicano, evidentemente, acreditava ser uma resposta a alegações de má gestão. Logo após a peleja sobre o inquérito do Congresso e um estudo independente e separado da administração da FLAD, a fundação retomou as suas reuniões semestrais do Conselho, e o Embaixador dos EUA voltou ao Conselho de Administração. Na Junta de nove membros, o embaixador dos EUA detém um assento e o direito de nomear um segundo director.

O ÚLTIMO HOMEM ---------------------
¶ 7. (C) Rui Machete, um advogado e político que ocupou cargos nos gabinetes do governo em 1983-1985 Português (incluindo Ministro da Justiça e Vice-Primeiro-Ministro) tem sido o director da FLAD desde 1988, recebendo o trabalho como um prémio de consolação depois que ele perdeu o seu posto de gabinete na mudança de governo em 1985. Machete tem sido crítico do EUA e tem resistido à participação da embaixada em cada mandato. Ele está ligado a ambos os principais partidos políticos e é suspeito de desembolsar ajudas da FLAD para bajular políticos e manter as suas sinecuras. Machete tem historicamente feito oposição a todos os esforços de fiscalização, contabilidade profissional independente práticas e revisão transparente dos programas da FLAD. Desde o início de 1990, quase todos os embaixadores dos EUA, pediram a Machete para realizaros seus deveres fiduciários ou para se afastar, mas sem sucesso.

- (C) Em 1992, o embaixador Briggs informou que, "Enquanto Machete estiver lá, a FLAD só pode ser marginalmente útil para nós. "Os gastos de manutenção da fundação foram de 60% da receita, deixando apenas 40% de programação real. Hoje, esse número é apenas um pouco melhor mas a FLAD continua a gastar 46% do seu orçamento em sobrecarga para os seus luxuosos escritórios arte-adornadas, inchados funcionários, frota de BMWs com motorista, e em "pessoal e custos administrativos ", que incluiu, por vezes, guarda-roupa, subsídios, empréstimos a juros baixos para funcionários, e honorários de funcionários que participam nos próprios programas da FLAD.

- (C) O Relatório de Boris, uma auditoria independente conduzida em 1993 nos EUA, observou que o Conselho de Administração foi excluído do planeamento e recebeu materiais informativos inadequados antes das suas reuniões semestrais. (Comentário: esta é uma das tácticas favoritas de Machete que continua até hoje: documentos chave postos à consideração do Conselho de Administração são distribuídos por Machete apenas alguns dias, e em alguns casos, horas, antes do Conselho reunir a fim de evitar discussões informadas que possa contrariar os seus objetivos.) O Relatório de Boris também recomendou que a FLAD desenvolvesse metas de investimento devendo reestruturar o portfolio de doações para garantir a sua viabilidade a longo prazo, o que não tem sido feito.

- (C) Em junho de 2006, em resposta às críticas do Embaixador Hoffman, Machete, de repente anunciou que se havia se aproximado do primeiro-ministro Sócrates, apoiando as alterações propostas para a FLAD do Estatuto Social que concedem o controle total ao GOP (4) sobre a Fundação e elimina totalmente o embaixador dos EUA do “Board” administrativo. O embaixador Hoffman protestou junto do então ministro dos Negócios Estrangeiros [Freitas do] Amaral, que foi o nosso contacto do GOP designado para o assunto. Por acaso, Amaral renunciou uma semana depois por motivos de saúde sem relação com o caso e o plano de Machete foi discretamente arquivado.

- (C) Desde o final de 2007, nas reuniões do Conselho e em discussões em privado o embaixador Stephenson instou várias vezes a FLAD a reformar-se e cortar despesas gerais, apontando que em 2008 e 2009, os orçamentos eram irrealistas e insustentáveis, dadas as condições de mercado difíceis, o que resultaria numa dotação diminuída. Ambos os orçamentos foram aprovados pelo Conselho com as objeções do embaixador. Outro membro do quadro, que compartilha as nossas preocupações, aponta que não só o orçamento é construído sobre previsões excessivas e irrealistas para a doação orçamental, como esquecem as promessas de Machete que façam melhorar a contabilidade e transparência subjacente ao orçamento, processos que não foram atendidos.

¶ 8. (C) Em 2008, além dos seus custos indirectos, a FLAD passou de 1,5 milhões de euros em subsídios reais para financiar projetos tais como: 10.000 € para um Seminário de Inovação realizada nos escritórios da FLAD; 89.000 € para uma conferência sobre Franklin Roosevelt nos Açores e € 15.000 por trimestre para um projecto politicamente ligado a uma empresa de relações públicas. Face aos anteriores elefantes brancos a Fundação incluiu uma conferência no sul de África sem conexão perceptível para os Estados Unidos ou com as relações bilaterais.

¶ 9. (C) O embaixador Stephenson teve uma conversa franca na última semana com o Director da FLAD Rui Machete, que parecia aceitar o diagnóstico sombrio do embaixador sobre os males da Fundação, chegando inclusivé a especular em voz alta sobre o desafio de corte de pessoal sob as leis laborais portuguesas. Machete confidenciou que pretendia deixar o cargo em 2010, no 25 º aniversário da FLAD, e que até lá gostaria de fazer progressos nessas reformas; que a questão deveria ser levantada pela primeira vez em privado com o primeiro- Ministro Sócrates, que poderia dar cobertura política e possivelmente assistência na abordagem dessas condições de trabalho e outras questões vexatórias. O Embaixador Stephenson provisoriamente concordou participar numa reunião com o primeiro-ministro, caso o embaixador ainda cá estivesse depois de 20 de Janeiro.

COMENTÁRIO: TEMPO PARA MACHETE CHEGAR AO CERNE DA QUESTÃO -----------------------------------------
¶ 10. (C) O portfolio da FLAD, em Novembro de 2007 foi de 122 milhões de euros. Em Novembro de 2008, esta verba tinha encolhido para 106 milhões de euros. A esse ritmo, a FLAD podia queimar toda a doação prevista até ao ano 2014. Enquanto isso o dinheiro deixou de ser contabilizado nos livros da USG, que originalmente provinha dos contribuintes dos EUA com o objetivo de fortalecer a cooperação bilateral e apoiar projectos de desenvolvimento (5). Apesar dos nossos longos e melhores esforços a alto nível, acreditamos que a actual gestão da FLAD é incapaz e não tem vontade de enfrentar a realidade económica e vai desperdiçar a dádiva - preferindo caminhar para um penhasco com o status quo em vez de fazer as dolorosas reformas necessárias para lançar as bases de um caminho para a solvência e planeamento responsável. As duas décadas da actual liderança não têm sido boas para a FLAD, e a sua alienação em relação à Embaixada dos EUA é simultaneamente uma causa e um sintoma da doença.

¶ 11. (C) A Embaixada propõe travar mais uma campanha para mudar a direcção da FLAD pela via da pressão sobre Machete e contemplando discussões ao mais alto nível com o GOP. Estamos um pouco encorajados pela aceitação de Machete no encontro da semana passada da necessidade de profundas reformas imediatas, mas ele tem feito muitas promessas vazias para muitos embaixadores dos EUA ao longo dos anos. Vamos acreditar em mudanças na base apenas quando as vemos, e na sua falta, devemos considerar se a nossa participação continuada na instituição permanece no interesse da USG.
STEPHENSON

notas:
(4) GOP: Partido Republicano dos Estados Unidos, coloquialmente conhecido no seu país como GOP - Grand Old Party - (Wikipedia).
De assinalar a estreita colaboração dos neoconservadores instalados no Governo português, não com o país Estados Unidos em si, mas exclusivamente com o partido bushista republicano

(5) a FLAD de Machete vendeu acções da SLN um ano antes da nacionalização do BPN http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/machete-sobre-bpn-saimos-tempo

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora aqui está um gajo para ser a cereja no topo do bolo chamado de, desgoverno!!!!

Anónimo disse...

Ânimo, ele é tão mau, tão mau que pode ser que indirectamente nos ajude, os troikanos e bildas e americas e outra escumalha pode-se passar com ele e sem quererem tal vai ser a raiva de ter este interlocutor que sem quererem podem abrirem um rombo no escudo deles. Que mais não sejam que morrarram de ataque de coração devido à raiva... Seria um inicio de ajuda, menos uns criminosos na terra.