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domingo, maio 24, 2009

Sobre a união das Esquerdas

3 Conclusões a retirar das mais de 85 mil pessoas que o PCP/CDU colocou no protesto de ontem em Lisboa

* Nenhum outro partido em Portugal conseguiria uma mobilização popular igual ou sequer parecida, o que nos leva ao problema da Organização
* Nenhum outro partido na Europa com implantação eleitoral acima dos 10 por cento incorpora nos seus desfiles faixas com a sigla “É preciso liquidar o Capitalismo”, o que nos leva ao debate sobre as grandes questões Políticas.
* A expressão vincada dos manifestantes PCP/CDU carrega em si a maioria do Portugal rural, genuíno, não alienado em factores alheios ao Trabalho, o que nos leva ao contraste com o clima de festividade dos eventos do BE com origem no terciário predominante- mente urbano.

3 pontos que, por fim, nos conduzem à citação na introdução do artigo “O indissolúvel nexo entre Teoria e Prática no Marxismo
de Emir Sader na Agência Carta Maior (1):

Não se pode separar mecanicamente as questões políticas das questões de organização”.
(Lenine, Discurso de encerramento do 11° Congresso do Partido Comunista da Rússia, citado por Lukacs na introdução do seu ensaio “Notas metodológicas sobre as questões de organização”, em
História e Consciência de Classe”)

o Marxismo foi concebido como uma doutrina para mudar o mundo, não como uma Teoria (ou up-grades pós modernaços) onde os intelectuais brilham com programas para tentar concertar o mundo capitalista assessorando a classe dominante - “A imagem do marxista universitário, desvinculado da prática política é nestes termos uma contradição, uma incoerência, da mesma forma que não são credíveis dirigentes políticos marxistas que não sejam ao mesmo tempo intelectuais revolucionários. O ponto de vista do marxismo é um ponto de vista de Partido, organizando a acumulação de forças para um objectivo estratégico, programático”.

Por favor jovens senhores doutores, deixem-se lá de merdas (chamem-lhes exercícios de estilo) e não abandonem o mundo do trabalho à sua sorte, condenado ao enclausuramento dentro das fronteiras nacionais, enquanto as elites intelectuais que o sistema vai produzindo se alimentam de forma abundante em torno do Estado dos negócios transnacionais. Ou como escreveu um comentador no Ionline: “Até arrepia ver tantos comunistas juntos. Ainda por cima pugnando pela liberdade, pela democracia, pela justiça e pelo trabalho. E não têm tachos nem benesses para oferecer. Nem a porcaria da passagem pagaram aos militantes para se deslocarem a Lisboa. É obra! O que será que move esta gente? Quando eles conseguirem transformar em votos esta capacidade de mobilização, de realização e de luta, Portugal só pode vir a ser um país melhor”.

(1) artigo no âmbito do Marxismo no século XXI, para ler aqui
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