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quinta-feira, julho 28, 2005

In G.O.D. (Gold, Oil, Drugs) We Trust

“Confiamos em Deus” é um trocadilho que em inglês corresponde a confiar nas iniciais de Ouro,Petróleo e Drogas. Estes slogans bombásticos são normalmente associados a alaridos “esquerdistas”. No entanto, no artigo “O Império da Droga Bush-Cheney” devidamente fundamentado em fontes mencionadas, o americano Michael C. Ruppert demonstra as ligações e a ascenção desta Administração por meio do controlo de uma rede global de drogas operada a partir da empresa Brown&Root (B&R) a principal subsidiária da hiper-conhecida Halliburton, dirigida desde 1995 por Richard Cheney o actual vice-Presidente.
Um relatório do ano 2000 do “Center for Public Integrity” CPI (www.public-i.org) sugere abertamente que tudo começou pelo dinheiro proveniente do tráfico de droga, como modo de financiamento via Wall Street das “operações especiais” da B&R servindo como interface das grandes Companhias que têm relação directa com as Forças Armadas e fornecem cobertura às actividades secretas da CIA, através dos seus 20 mil empregados em mais de 100 paises.
Onde haja guerra ou insurreição, petróleo ou droga, lá está a Brown&Root. Da Bósnia e do Kosovo à Tetchénia, Ruanda, Birmânia, Paquistão, Laos, Vietname, Indonésia, Irão, Líbia, México e Colômbia, as operações tradicionais da Empresa passam num ápice das aparentes construções vulgares de armazenamento comercial ao apoio logistico das tropas dos EUA, verificando-se afinal serem depósitos de uniformes, rações e viaturas militares e toda a panóplia tecnológica usada nas agressões americanas.
Este segredo de polichinelo é tão evidente que em Agosto de 2000 o Austin Chronicle apontava em editorial o candidato republicano Cheney de o “candidato da Brown&Root”.
A B&R e as suas joint-ventures podem fabricar equipamentos petroliferos, furar poços, construir e operar tudo, desde portos e pipelines a auto-estradas e reactores nucleares. Pode treinar e armar forças de segurança e tambem alimentar, abastecer e alojar exércitos.

Para a compreensão do sistema politico operativo capaz de explicar teóricamente o que se acaba de descrever, basta ler um fabuloso artigo de Christian de Brie e Jean Maillard publicado no “Le Monde Diplomatique” de Abril de 2000 que podia ser intitulado:

Crime, a Maior Empresa Livre do Mundo
“Ao permitir ao Capital fluir sem controlo de um extremo a outro do mundo, a globalização e o abandono da soberania alimentaram o crescimento explosivo de um mercado financeiro à margem da Lei.
É um sistema coerente estreitamente ligado à expansão do capitalismo moderno e que se baseia na associação de três parceiros: Governos, Empresas transnacionais e Máfias. Negócio é negócio: o crime financeiro é antes de mais um mercado, florescente e estruturado, governado pela oferta e pela procura. A cumplicidade do alto negócio e a tolerância politica é o único meio pelo qual o crime organizado em larga escala pode proceder à lavagem e reciclagem dos lucros fabulosos da sua actividade. E as Multinacionais precisam do apoio dos Governos e da neutralidade das entidades reguladoras a fim de consolidar as suas posições, aumentar os seus lucros, enfrentar e esmagar os concorrentes, levar por diante o “negócio do século” e financiar as suas operações ilicitas. Os politicos são directamente envolvidos e a sua capacidade de intervenção depende da protecção e do financiamento que os mantém no Poder.
Este conluio de interesses é uma parte essencial da economia mundial, o lubrificante que faz rodar as engrenagens do Capitalismo”.

É nesta perspectiva que devem ser analisados os episódios em curso da construção contra o senso comum da OTA e do TGV (quando ainda ninguem sequer explicou tampouco como foi gasto o dinheiro da suposta modernização da linha do Norte para o comboio Pendular,que demora exactamente o mesmo tempo de percurso que demorava antes do dinheiro ser gasto), ou a negociata da permuta fraudulenta dos terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular tendo como pano de fundo a especulação Imobiliária e o enriquecimento ílicito dos governantes envolvidos nas decisões (a troupe demagogo-compulsiva de Santana Lopes), ou ainda,,, a repescagem do famigerado Siresp por António Costa, suspenso desde o escândalo que foi o conhecimento da sua adjudicação milionária por membros do Governo às suas próprias empresas (Daniel Sanches, "puppet" de Dias Loureiro), quando já eram apenas governo de Gestão. Como se vê, pelo pequeno pormenor em que muitos começam já a reparar do PS ser igual ao PSD, os projectos “saem” de cena pela porta pequena da indignação pública, para reentrarem pela outra porta grande das traseiras da indiferença e da impotência dos cidadãos.
Este é o Regime em perigo que o patriarca Mário Soares in-extremis quer salvar do descrédito total, de cujo princípio ele foi o principal simbolo e responsável. Não irei ao seu funeral. Mas para a festa do colapso do Regime já mandei engomar o fatinho anti-capitalista. Sem gravata!
“Nada nos fará desviar do legitimo direito de decidir sobre o mandato que nos foi confiado pelo eleitorado” discursava hoje o Ministro dos assuntos Parlamentares ao mesmo tempo que as galerias da Assembleia da República eram mandadas evacuar por os sindicatos (PSP incluida!) exibirem faixas com a expressão”Não nos Roubem”, colocando justamente em causa essa “legitimidade”.

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