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terça-feira, dezembro 02, 2014

a NATO testou a sua Força de Reacção Rápida desafiando Vladimir Putin um ano antes da crise na Ucrania que está levar à diabolização da Rússia

a 3 Novembro de 2013, cerca de um mês antes do inicio da revolta na Ucrânia, o jornal francês L`Express noticiava através da Reuters que a NATO tinha lançado a sua maior manobra estratégica dos últimos 10 anos em zonas de fronteira com a Rússia.

Entre 2 a 7 de Novembro de 2013 a operação "Jazz Steadfast" no Mar Báltico mobilizou cerca de 7.000 homens, incluindo 1.200 soldados franceses, tanques, aviões e uma frota naval – tratava-se do ensaio da recentemente criada Força de Reacção Rápida do Tratado do Atlântico Norte projectada para funcionar em todos os teatros de operação - "há cinco anos que a Rússia se mostra cada vez mais segura de si mesma no Báltico", disse então o ministro da Defesa da Letónia Artis Pabriks: “a operação Jazz Steadfast é importante para nós porque são os primeiros exercícios que nos permitem treinar para defender o nosso território". Tal ameaça seria um cenário improvável, que nunca se verificou nem durante os anos em que os países bálticos se tornaram independentes da União Soviética.

Três semanas depois, a 21 de Novembro de 2013, tiveram inicio os protestos na capital da Ucrânia, uma onda de manifestações cujo objectivo imediato foi mudar o nome da Praça da Independência (Maidan Nezalezhnosti) para “Euromaidan”, de acordo com o desígnio da extrema-direita ucraniana uma vez caçado o poder aderir à União Europeia. O regime democrático eleito caiu em Fevereiro de 2014 e no dia 7 de Março um avião sem identificação levou todo o ouro existente no Banco Central da Ucrânia para os Estados Unidos, provavelmente como garantia de colocar os 44 milhões de ucranianos na esfera da Dívida aos bancos privados ocidentais.

Voltando à operação no Báltico, o General norte-americano Philip Breedlove, Comandante Supremo dos Aliados afirmou então que a experiência de contra-guerrilha liderada pela NATO no Afeganistão não é suficiente, precisando a Aliança de se preparar para as operações militares mais sofisticadas dos exércitos tradicionais. Embora a Rússia não tenha ensaiado qualquer movimento, a NATO convidou observadores russos a participar no exercício "Jazz Steadfast" na clara intenção de provocar tensão nas relações entre o Ocidente e da Rússia de Vladimir Putin, que há muito reclama o direito de defesa de proximidade especialmente no mar Báltico e no Cáucaso, cuja influência tem vindo a ser corroída pelo Ocidente desde o fim do regime soviético.

os novos ares de guerra fria
Desde então, Vladimir Putin tem continuado a modernização do exército russo como prioridade nacional: "infelizmente, o mundo de hoje está longe de ser pacífico e seguro. (...) a instabilidade é crescente em grandes partes do mundo", disse Putin. No ano passado, Moscovo anunciou um aumento de 25% no seu orçamento de defesa, o que já ultrapassa o da França (62,2 milhões de habitantes) ou o Reino Unido (63,7 milhões). A Rússia (142,5 milhões de habitantes) vai gastar o equivalente de 515 biliões de euros até 2020, definindo uma meta para fornecer equipamentos modernos e pelo menos mais um milhão aos 700.000 activos no serviço militar. Irão ser construídos dois mil e trezentos carros de combate, 1.200 helicópteros, 15 navios de superfície e 28 submarinos. Em operações que lembram a Guerra Fria, bombardeiros russos aproximam-se agora periodicamente do espaço aéreo da NATO. Como contra-informação, é agora informado que os caças britânicos descolaram 29 vezes entre 2010 e 2012. A Letónia comunicaram que aviões russos sobrevoaram o seu território “quase 37 vezes”, só em 2013, enquanto tais incidentes ocorriam, uma ou duas vezes por ano, nos últimos cinco anos. A actividade naval também teria recrudescido - "Estamos a fazer o nosso melhor para reforçar a cooperação (...), temos de continuar a demonstrar a nossa intenção e capacidade de defender os nossos interesses", disse o general Charles H Jacoby, chefe do Comando Norte (NORTHCOM) das Forças Armadas dos Estados Unidos. As manobras terrestres da Rússia estariam também a preocupar os países vizinhos, particularmente como a designada "Zapad-103", realizada na Bielorrússia em Setembro´de 2013 descrita pelo Kremlin como exercícios de treino antiterroristas.

Marcha Nazi em Kiev
"A postura muito agressiva do Zapad causou muita preocupação entre os países bálticos, que têm prevista no artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte a intervenção dos Aliados para ajudar um país-membro caso seja atacado” disse uma alta autoridade ocidental, "no entanto, é geralmente aceite que o governo russo não representa uma ameaça". Oficialmente, o foco permanece sobre a cooperação com a Rússia. Aviões da NATO têm participado com os russos em exercícios de defesa contra-terrorismo, enquanto esquadras navais da Aliança estavam fundeadas nos portos da Federação Russa. "Muitos de nós nos perguntamos: por quê?", inquiriu um diplomata ocidental, observando que a NATO expressou claramente a sua intenção de não provocar o Oriente asiático - "para se armar na perspectiva de um conflito com quem? Não é um enorme desperdício de recursos?"

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