a esmagadora maioria de refugiados na presente crise são sirios, uns pela destruição das suas condições de vida, outros por comprometimento com o terrorismo na Síria. O mesmo para o caso do Afeganistão e Iraque sob tutela dos Estados Unidos. Outro tipo de problemática abrange o outro tipo de migrantes económicos das regiões tradicionalmente esvaziadas de recursos pelo imperialismo ocidental.
Pura lógica de relações de Força
O negócio é o seguinte: todos os migrantes ilegais que chegarem à Grécia serão devolvidos à Turquia, mas, para cada caso em que se trate de um sírio por cada refugiado na Turquia será acolhido outro sírio num país da UE, até ao limite de 72 000 vagas - a Turquia "compromete-se" a gerir o apoio ao fluxo de refugiados para a Europa mas exige contrapartidas políticas e financeiras inaceitáveis, a mais importante é a revitalização das negociações sobre a sua futura adesão à União Europeia. Como contrapartida Ankara obtém uma ajuda financeira adicional de 3 mil milhões de euros pagos pela União Europeia, e ainda, impõe aceitar a liberalizar da concessão de vistos para os cidadãos turcos para a Europa e acelerar o processo de adesão do país à UE. Ajudar a Turquia a gerir o enorme fluxo de migrantes não é uma ajuda significativa. Devolver à origem emigrantes neste país poderia ser uma forma de reduzir os fluxos que chegam à Grécia (cerca de um milhão de pessoas em 2015, 10% da população grega), o país que tem sido espremido pelos planos europeus por não se saber "dar ao luxo de gerir as falsas dívidas dos seus próprios cidadãos”.
Mas este infame acordo, (refugiado que não seja da oposição ao regime legal da Síria fica de fora) traz mais problemas que os que resolve. Ele mostra as mentiras do “espaço Schengen sem fronteiras internas”, livre para o capital mas de graves restrições e desigualdades económicas para os cidadãos europeus, contrasta com vinda de migrantes em massa pela Grécia, uma vez que é uma porta de entrada para toda a UE e para os países de livre escolha dos “refugiados”. Então será muito problemático um mecanismo de acoplamento automático de opositores ao regime sirio, impondo um mecanismo kafkiano de alocação de emigrantes a países pobres e endividados. Terá um custo para os trabalhadores dos países europeus cujos bolsos não estão cheios. A liberalização do movimento de 80 milhões de turcos dentro da União Europeia não pode realmente ser uma ideia aceitável num momento em que se gritam raios e coriscos sobre o “jihadismo global”, em tudo isto há uma inquietante contradição. Finalmente, é impressionante negociar a adesão da Turquia, cujo território em mais de 90 por cento geograficamente nem se situa na Europa.
Ao fazer este acordo, o directório neofascizante da EU revela que, para além de ser corrosivo para as democracias dos países europeus, impõe negociações exigindo o reinado dos mais fortes, os alemães e os turcos, que foram capazes de impor a sua solução aos outros países europeus. Angela Merkel continua a ser a agente do branding norte-americano na Babel europeia, obrigada a flutuar sobre um monte de problemas, como o que no ano passado ao apagar a lufada de ar fresco na Grécia, agravaram ainda mais a situação de crise. Em 2015 não havia dinheiro para libertar os fundos da Grécia retidos no BCE por oposição politica e agora já há 3 mil milhões para a Turquia que nem sequer é membro? Mais que provavelmente nada disto foi resolvido nesta Europa, como nada resolve em muitas Cimeiras sobre muitos outros assuntos, como a crise da moeda única. A montanha da crise dos “refugiados” o que pariu foi a certeza que o funcionamento da UE é totalmente disfuncional e que esta Europa além de criar problemas impede directamente a sua resolução.
a Macedónia, nos Balcãs, que não faz parte da UE permitiu que centenas de milhares de refugiados a cruzar o país da Grécia para ir para a Alemanha. País vizinho da Grécia, que faz parte da EU, a Macedónia fechou as suas fronteiras aos refugiados depois de ter descoberto 9000 passaportes falsos. Não são os próprios emigrantes que imprimem esses documentos, nem al-Assad, nem os sírios patriotas que combatem o terrorismo na sua pátria que organizam o transporte em massa. Tanto a Grécia como a Turquia são paises da Nato, portanto, o problema está noutro lado, em Bruxelas e no Pentágono, este último que pelo meio do espalhafato mediático “anti-terrorista” nem sequer é mencionado. Há agências norte-americanas por trás desses passaportes falsos! a Turquia foi directamente utilizada pelos EUA para introduzir terroristas na Siria visando derrubar o regime. Como estão a ser escorraçados pelos Russos fogem para a Turquia, voltando pelas centenas de quilómetros de galerias subterrâneas que os norte-americanos escavaram para infiltrar armas e provisões para o ISIS/Daesh. Tudo isto, a “oposição” na Síria, o terrorismo armado com armas de última geração, os falsos refugiados, foi criado pelos selvagens norte-americanos a partir do zero, mas as consequências do fracasso recaem sobre as vitimas do terrorismo e os povos europeus.
Exército sírio, apoiado pela Rússia, infligiu uma derrota esmagadora neste domingo ao grupo Estado Islâmico (ISIS/Daesh), ao recuperar o controle da cidade de Palmira, estando prestes a expulsar a organização extremista dos seus redutos na Síria. e o silêncio dos lideres ocidentais