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segunda-feira, dezembro 28, 2015

Aprender, Aprender Sempre

No seu 122º aniversário, um Poema a Mao Tse Tung, por Roque Dalton Garcia, poeta salvadorenho (1935-1975) colocando temas de reflexão para os Maoistas portugueses: se estudam a composição de classes em Portugal, se identificam qual a força principal que pode transformar a sociedade, se acham que apenas agitar o fantasma da classe operária, só por si, na actual divisão nacional e internacional do trabalho é condição suficiente para a vitória do socialismo...

Mao Tsé Tung levou o marxismo-leninismo até às suas últimas consequências
pelo menos num aspecto fundamental: o de construir a aliança operário-camponesa no seio da guerra do povo e assim tomar o poder.

Seguindo Lenine, definiu o povo, situou as classes e as camadas sociais que formam o povo, localizando assim o inimigo interno, nacional, o que apoia os imperialistas estrangeiros
e no seio do povo distinguiu duas forças: a força principal e a força dirigente

A força dirigente era a classe operária que se contava por centenas de milhar
e a força principal era o campesinato que se contava por centenas de milhões
A força dirigente não era suficientemente poderosa  para sozinha tomar o poder, e a força principal não poderia por si só orientar o seu potencial

Os que queriam abraçar o leninismo só pela aparência, acreditavam
que bastaria à força dirigente ocupar as cidades, os “centros nervosos” do país,
com greves e manifestações, que conduziriam, paulatinamente, até à insurreição.

Isso significava, na prática, manter separadas a força dirigente da força principal
levando em conta a vasta extensão da China
Houve grandes matanças; e por causa desta concepção a classe operária chinesa foi massacrada, não só simbolicamente, em Xangai e noutras grandes cidades.
Mao Tsé Tung retirou o leninismo da armadilha das cidades e da cabeça e dos braços dos operários,
das cabeças, das bocas e das mãos dos intelectuais e das organizações do partido, e conduziu a força dirigente até ao coração – fortaleza inexpugnável – da força principal:  as massas trabalhadoras dos campos. E ensinou-nos, deste modo, que na era do imperialismo agressor esta tarefa é desde o principio, num ou noutro sentido, uma tarefa que necessita da garantia das armas.

Assim o Partido Comunista da China, o partido da classe operária, pôde unir os trabalhadores do campo para a grande guerra do povo, uma dupla guerra do povo:  a guerra contra a invasão imperialista japonesa e a guerra contra as classes dominantes chinesas  e contra os seus lacaios comuns: os militaristas da exploração do povo encabeçados pelo sangrento Chang Kai Chek
a guerra pela libertação nacional e a guerra por uma nova democracia que abriu o caminho para o socialismo.
E deste modo entrou o leninismo no mundo dos países colonizados e neocolonizados
atravessando rios e desertos numa Grande Marcha para norte
respirando o cheiro a sangue e pólvora, sofrendo sob a fome e a sede, descalço e esfarrapado,
porém com o fusil reluzente
o poder nasce da ponta das espingardas e as espingardas são apontadas ao alvo pelo partido,
desenhando mapas, planificando operações à luz de lamparinas de azeite debaixo da chuva e de neve,
de dia sob o sol implacável sempre com a tocha operária erguida ao céu
que atiçou as labaredas na pradaria camponesa até que o sol ficasse vermelho.

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