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domingo, agosto 23, 2015

a Grécia e o Socialismo do século XXI

Ex-ministro Varoufakis: “Para quê enviar tropas, se podem enviar a troika a cada mês?”
 
A composição social na Grécia (como em Portugal), consequência da deslocalização e terceirização do tecido produtivo numa população activa de cerca de 5 milhões de pessoas, é aproximadamente a seguinte:
* Operários empregues em trabalho produtivo, 14%
* Trabalhadores indiferenciados, 19,3%
* Profissionais técnicos e quadros, 17,5%
* Assalariados agrícolas, 2,2%
* Executantes empregues no terciário, 42,5%
* Dirigentes, Administradores e profissões liberais, 4,5%
A coligação de pequenos partidos agregados no Syriza foi eleita e apoiada pela pequena e média burguesia confrontada pelo neoliberalismo com a ameaça de proletarização face aos direitos adquiridos (o desemprego real de 27% (22% em Portugal) atravessa transversalmente todos os grupos de trabalhadores) ; o programa de governo propunha-se afrontar a grande burguesia transnacional congregada em torno da União Europeia, o que foi feito. Imediatamente boicotada, a coligação Syriza foi humilhada e derrotada. A luta passa a outro patamar, cujo objectivo deve ser a tomada de consciência que a pequena-burguesia dos serviços e a aristocracia operária devem unir-se à classe operária para formar um governo de amplo consenso democrático e patriótico

Stathis Kouvelakis: 25 deputados do SYRIZA deixaram o grupo parlamentar da coligação de esquerda no governo para criar um novo grupo, sob a denominação de "Unidade Popular". A maior parte desses deputados são filiados na ala mais à esquerda do Syriza, mas outros também se uniram, como Vangelis Diamantopoulos ou Rachel Makri, colaboradora próxima da presidente do Parlamento Zoe Kostantopoulou. É um importante importante acontecimento na política grega, mas também no plano internacional, tendo em vista o Plano B de grexit da moeda única europeia.

1. "Unidade Popular" é a denominação da nova frente política que reagrupará 13 organizações da esquerda radical que assinaram o documento de 13 de agosto que propõe que se constitua a Frente do Não. Essa Frente é, pois, o primeiro resultado concreto de uma recomposição no seio da esquerda radical grega. É recomposição que recolhe lições dos últimos cinco anos, e, claro, da experiência do Syriza no poder e da catástrofe que daí resultou. Mas o objetivo da Frente é mais amplo: trata-se de dar expressão a forças sociais que não necessariamente se reconhecem como parte da Esquerda, mas que querem combater o arrocho, os Memorandos e o "poder da Troika reloaded" do novo Memorando.

2. O objectivo da Frente Popular é constituir a expressão política do "Não", como se manifestou nas eleições de Janeiro e depois do referendo de 5 de Julho (Mais de 60% dos votos). As principais linhas programáticas são: ruptura com a Austeridade e os Memorandos; rejeição de todas as privatizações e nacionalização, sob controle social, dos sectores estratégicos da economia, a começar pelo sistema bancário; e, em termos mais amplos, um conjunto de medidas radicais, que farão pender o equilíbrio de forças a favor do trabalho e das classes populares e que abrirá caminho para a reconstrução progressista do país, de sua economia e de suas instituições. Esses objetivos não se podem realizar sem sair da Eurozona, como a catástrofe recente já o demonstrou abundantemente, e sem romper com o conjunto das políticas institucionalizadas pela União Europeia. A Frente Popular também lutará por um combate internacionalista unitário em torno de objetivos comuns à escala europeia e internacional, e apoiará a saída do país da NATO; a ruptura dos acordos existentes entre Grécia e Israel; e a oposição radical às guerras e intervenções imperialistas. Esse programa transicional situa-se na perspectiva do socialismo do século XXI.

3. O novo grupo parlamentar é agora o terceiro em número de votos, no Parlamento Grego, maior que os neonazis do "Aurora Dourada". Significa que nos próximos dias o dirigente da Frente do Não, Panagiotis Lafazanis, terá mandato para constituir governo que durará três dias, como o determina a Constituição grega. Depois da queda do governo Tsipras, esse mandato está agora entregue ao segundo partido do Parlamento, "Nova Democracia", o principal partido de oposição de direita. Esse tempo será usado pela Unidade Popular para lançar um vasto debate e mobilizar todas as forças sociais que queiram combater o Arrocho e os Memorandos, os anteriores e o recente.

O programa do partido e o conjunto de seus apoiantes entre as personalidades da esquerda grega (que é uma lista realmente impressionante), serão divulgados esta semana

5 comentários:

Anónimo disse...

http://www.noticiasaominuto.com/politica/436135/pctpmrpp-contra-portugal-como-coutada-da-europa-alema

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

https://www.youtube.com/watch?t=65&v=5Ft_9quXUfU