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segunda-feira, novembro 02, 2015

de al-Buera a Albufeira

a al-Buera fundada pelos Árabes era uma pérola, como se diria hoje, de integração urbanistica e se pode constatar na gravura. No último domingo a natureza voltou a repôr as construções como eram dantes. Constrói-se sobre linhas de água, não respeitando a natureza, e depois quem não sabe queixa-se dela... As autarquias são obrigadas pela actividade dos seus qudros técnico-profissionais a impedir um crescimento desordenado e incorreto das malhas urbanas, mas o que se vê, não apenas em Albufeira mas um pouco por todo o Algarve, são construções em zonas de risco elevado - seja devido à possibilidade de cheias ou à aproximação de arribas e outras. E tudo isto porquê? pelo culpado do costume, o poder económico sobrepõe-se ao poder politico, o qual, rendido à captação de dinheiro pouco mais produz que... palavras. A propósito, disse o ministro dos bonitos serviços, ex-vendedor de seguros: “foi uma fúria demoníaca da Natureza: Deus nem sempre é amigo”. (Estamos bem arranjados com estes palermóides)

Em 2009 a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve embargou a obra de encanamento da ribeira de Albufeira, por falta de licença. A obra, adjudicada por 7,25 milhões de euros, fez parte do conjunto dos "grandes projectos" da cidade, segundo a visão da Autarquia, facilitando desde modo o alargamento da via rodoviária numa das principais entradas da cidade. A responsável da ARH Valentina Calixto despachou que o "objectivo da requalificação da ribeira era interessante (!!!), mas "têm de ser avaliadas as consequências que pode acarretar". A responsável lembrou que a ribeira entubada permite o escoamento com maior rapidez das águas para o centro da cidade em direcção ao mar, mas "a linha de água deixa de cumprir a sua função ecológica" O embargo de então, acrescentou, "poderia ser evitado se tivesse sido submetido o projecto para avaliação". Fazia-se à mesma. O Município, preferiu arriscar o pagamento da coima, e podia ter sido obrigado a "repor a situação" e a retirar as manilhas já instaladas. Podia mas não foi isso que aconteceu, de algum modo obscuro a presidência da Câmara Municipal PSD conseguiu limpar o incómodo e a obra foi concluida sem mais entraves ou satisfações a dar.

Respigado do blogue Olhão Livre: "Passados 6 anos e quando choveu a sério, as previsões confirmaram-se e Albufeira ficou alagada de agua e não foi só na Zona Ribeirinha, mas também em algumas zonas altas. A desculpa da maré estar cheia não funciona pois a maré nesse dia às 11,30h estava em baixa-mar. Quem ao longo dos anos foi encanando as ribeiras e autorizando a construção em leito de cheia? Só não houve vitimas mortais, na baixa de Albufeira, porque os bombeiros salvaram várias pessoas de morrerem afogadas, mesmo com falta de meios, conforme se viu nas imagens televisivas. E agora os culpados por essa obras, não vão ser chamados à responsabilidade? Ou mais uma vez a culpa vai morrer solteira,e os responsáveis ficam-se a rir? As vitimas desta tragédia, devem exigir responsabilidades aos responsáveis!" A natureza, tem esse hábito de de vez enquanto reclamar aquilo que em tempos lhe pertenceu, foi o que aconteceu em Albufeira; e vai continuar a acontecer, um pouco por todo o Algarve, enquanto não houver uma politica de desconstrução do betão e asfalto que vigora desde os anos 60. (fonte)

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas como é uma Câmara liderada por um PPD atiram-se as culpas para Deus.
José C.