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quarta-feira, agosto 10, 2005

A Reunificação da Coreia

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Quanto na gíria Neocon tipo “eixo do Mal” é referida a Coreia do Norte, a menção em si é manipuladora, devendo qualquer ideia sobre o país ser equacionada no âmbito únicamente de Coreia, um país dividido pela “guerra imposta pelos Estados Unidos contra o “comunismo” no início da Guerra Fria, que na região levou à “Guerra da Coreia” (de 1948 até à detente de 1953).
Desde então que a situação de fronteira no paralelo 38 chamada irónicamente Zona Desmilitarizada é, com os seus 238 quilómeros de minas terrestres, uma das mais peculiares em todo o mundo. De um e de outro lado um milhão de soldados vigiam-se mútuamente.
A próxima reforma da ONU em Setembro próximo (para onde o padrinho americano da parte Sul da Coreia impôs o falcão Jonh Bolton como seu embaixador) vem encontrar as duas Coreias concertadas na oposicão á entrada do Japão para membro permanente do Conselho de Segurança, facto que a acontecer branquearia as atrocidades inflingidas aos coreanos durante a ocupação japonesa de 1905 a 1945 (a que se acrescenta o diferendo sobre a disputa das ilhas Dodko)
A Norte a Coreia sovietizada com a economia centralizada e dependente da URSS, quando esta se desmoronou, foi confrontada com a alta de preços dos fornecimento de petróleo e de energia o que levou a agricultura ao colapso e à grande fome de 1996.
A Sul na Coreia americanizada, depois da crise asiática de 1996, os gigantes base do desenvolvimento Samsung, Hyundai, Daewoo,LG e muitas outras, estão a deslocalizar em massa a produção para a vizinha China. Em 13 milhões de trabalhadores no activo 8,5 milhões estão sujeitos a trabalho precário, parcial ou ocasional. Em nenhum outro país a precarização do emprego, sobre a pressão da globalização, atingiu tais proporções. “Entre a empresa que faz a encomenda e o assalariado que a executa” declaram sindicalistas, há por vezes sete patamares de subcontratadores. O operário não sabe ao certo para quem trabalha. A responsabilidade do principal beneficiário da produção dilui-se na selva de subcontratadores e quando há problemas o assalariado ocasional fica sem quaisquer recursos, não sendo os sindicatos precários reconhecidos.
Neste contexto, a reunião do Conselho de Segurança, com o apoio implicito do Japão, sobre a questão nuclear da Coreia do Norte é um “prelúdio de guerra” afirma um responsável do rgime de Pyongyang, assunto que deixa inquieto o ministro da Unificação da Coreia do Sul, que concorda que as sucessivas ameaças americanas que pretendem pôr fim ao regime do Norte, “é um acto grave de provocação destinado a sabotar os esforços de diálogo e a agravar a situação na peninsula coreana.
Quando em 1994 houve a primeira ameaça nuclear a Bolsa de Seul caiu 36%.Recentemente apesar da ameaça ser mais séria, a Bolsa não tem registado alterações.
Faz toda a diferença viver a Norte ou a Sul do paralelo 38, mas não há sul-coreanos, ou norte-coreanos. Há apenas Coreanos!. Pelo menos, foi assim durante 13 séculos. Este foi sempre um País unificado, de uma única etnia, de uma só lingua e que criou o seu próprio sistema de escrita.
Quem construiu “a ameaça nuclear da Coreia do Norte”, uma opção legitima contra as ameaças de interferência externa, não estará decerto interessado que seja muito divulgado que a Coreia do Sul gasta U$ 11,6 biliões de dolares com o seu orçamento militar anual, enquanto o Norte despende apenas U$ 4,26 biliões. Se insistirem na ameaça, a Coreia do Norte dispõe da maior força de artilharia no Mundo, capaz de atingir Seul com 25.000 bombas apenas na primeira hora dum evental ataque. (vidé organigrama comparativo ampliando a imagem).
A solução para apagar este rastilho latente passa pela reunificação entre as duas Coreias e pelo termo das ameaças americanas na região.

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