"negro, bairro negro, onde não há pão não há sossego" (Zeca)
Nenhum dos 3 DDD dos longinquos ideais de Abril se cumpriu, (sobre "
democratizar"
estamos conversados), "
desenvolver", um pouco, contudo
quase nada do que foi feito está pago; nem sequer a "
descolonização", substituida por uma mal disfarçada parceria angolana económico-financeira com a clique oligárquica da pérola do ex-império ("Foi muito emocionante, depois de ter saido num avião de refugiados, voltar depois a Luanda para inaugurar um Banco", Paulo Teixeira Pinto)
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Hoje e aqui, em ambiente de fim de festa neoliberal,
participa e manda todo o cão e gato
que não foi eleito. Passando ao lado da audição das contas públicas pela troika FMI/UE que irá determinar como vamos viver daqui para o futuro, temos as missas oratórias eleitorais da Igreja que já andam aí pelos púlpitos das aldeias apelando ao voto no Bloco Central de interesses estabelecidos. "
Campanha tem de ser clara" sentencia o bispo do Porto - o que é que ele tem a ver com isso?. É inadmissivel que os agentes empresariais das mentes que representam o Vaticano em Portugal tenham acesso à comunicação social nestes termos - se a ICAR pretende intervir na politica da nação porque não se constituem, como as outras classes sociais, num partido politico legalizado, se submete a votos e depois bota discurso consoante a percentagem de legitimidade que o povo lhe conferir?
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Hoje, "os capitães de Abril de 2011 são uns senhores loiros ao serviço do FMI" diverte-se um jornalista de um tablóide. O corpo de opinião dos media corporativos de desinformação são outros agentes de quem ninguém sabe de onde lhes vem a legitimidade para botar opinião com pretensões a submeter a realidade ao pensamento dominante - o gozo de quem sabe da impossibilidade de alternativas admissiveis espelha-se bem na verborreia de Ricardo Costa, o patrão do canal bilderberg: "O discurso do PS baseia-se muito em generalidades, o que tem a vantagem de não poder ser desmentido (...) o do PSD vagueia entre a mudança de protagonistas e uma ou outra ideia concreta, que normalmente tem que ser explicada de forma diferente nos dias seguintes". É verdade.
E com a verdade nos vais enganando, ou seja, como alguém disse no Eixo do Mal: são-nos colocadas duas escolhas, ou "ou um Aldrabão para chefe de um país de bananas (PS), ou um Banana para chefe de um país de aldrabões (PSD)
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Outra voz não eleita que se faz ouvir com insistência no discurso dominante é a do dono de uma cadeia de supermercados. Compreende-se, em nome do "
emprego" nos supermercados (e por criados na hotelaria, empregados de mesa em restaurantes come-em-pé e outras precaridades, mão de obra sem qualificações, etc)
a Jerónimo Martins SA (que, segundo Alexandre Soares Santos "ensinou aos polacos o consumo de frutas tropicais ignoradas pelo comunismo") apressou-se a nomear o seu gestor
Luis Palha da Silva para
chefe de campanha na reeleição de Cavaco Silva - a "muito importante palavra do presidente", no dizer de Jorge Sampaio no discurso de hoje,
está assegurada. E Eanes citou um padre,
amén.
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