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quinta-feira, setembro 06, 2012

os Ballets Russos de Diaghilev

A Companhia de Ballet de Sergéi Pavlovich Diaghilev (1872-1929), sob a égide da Rússia czarista, fazia uma digressão pela Europa em 1914 quando foi surpreendida pelo inicio da 1ª Grande Guerra Mundial, tornando impossível as deslocações entre cidades e teatros onde havia triunfado nos seus primeiros anos. Depois de passarem seis meses refugiados na Suiça, e de ter feito uma tornée pelos Estados Unidos (1915), os Ballets Russos instalaram-se em Espanha e, artistas russos, franceses e espanhóis agruparam-se em redor de Diaghilev e da sua energia criativa. O rei Alfondo XIII apoiou a Companhia, permitindo as suas actuações em Madrid e Barcelona e depois digressões por todo o país, ajudando-o a regressar a Londres onde somaram novos êxitos em 1918 e 1919.

Como pessoa profundamente conservadora, Diaghilev estava envolto num certo mistério, um misto de ditador, demónio, charlatão, bruxo e galã encantador, tinha uma ambição desmedida e do seu estilo se diz revolucionou a cultura conservadora europeia. Passou ao lado do conturbado período da Revolução Russa pela qual, estranhamente, como se não fosse russo, em nada seria afectado. Diz-se hoje do seu legado pequeno burguês, que nos transmitiu uma arte surpreendente na dança e na música, que fez desfilar nas suas obras em conjunto com a assinatura dos grandes artistas do seu tempo.

Uma vez consolidada a paz, a companhia de Diaghilev continuou sediada em Espanha que se constituiu num ponto de partida para as suas actuações europeias na década de 1920, normalmente encerrando as temporadas no Casino de Montecarlo. Artistas espanhóis de nomeada, como Josep Maria Sert, Juan Gris, Juan Miró, Pedro Pruna e sobretudo Pablo Picasso, desenharam cenários, vestuário e ilustraram os portofolios da companhia. Na composição musical destacou-se Manuel de Falla. Directores de orquestra e bailarinos espanhóis apresentaram em 1921 quadros de flamenco em Paris e Londres.
Depois de “Parade” em 1917, a segunda obra que Picasso realiza para o teatro, foi o famoso ballet “El Tricórnio” (“O Chapéu de Três Bicos”, depois tristemente celebrizado pela Guardia Civil espanhola) inspirado na novela de Pedro Antonio de Alarcón, coreografado por Léonide Massine e com musica de Falla. Esta produção de Diaghilev durou três anos a conceber, vindo a estrear-se em 1919. Pablo Picasso além dos panos de boca e telões de fundo desenhou o vestuário e a maquilhagem dos personagens.

Como se constata, os primórdios de uma obra com a aura revolucionária de Picasso moveram-se bem longe do drama da grande revolução proletária na Rússia, acontecimento que deixaria o maior legado filosófico à esquerda na Europa do século XX. Tardiamente, e já empresariado pela galerista judia Gertrude Stein, Picasso converter-se-ia finalmente às virtudes do comunismo, desenhando o famoso retrato de José Estaline e falta que a grande figura fazia ao imaginário heróicco e à cultura ocidental



2 comentários:

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