Quais as consequências para o povo da adesão e entrada da “União” Europeia em Portugal? (como na Grécia). Quando foi criada, a UE tinha na sua génese três pressupostos fundamentais: 1) uma união sem barreiras alfandegárias nem fronteiras para pessoas e bens 2) ser uma associação de países como iguais 3) cada país mantinha a sua moeda própria como meio de tomada de decisões autónomas. Com as sucessivas revisões dos tratados e a adopção do Euro como moeda única as decisões politicas nacionais no quadro da UEM (União Económica e Monetária) as escolhas em economia-politica foram postas fora da equação. O que aconteceu de facto foi que a adopção do Euro trouxe a perda de soberania dos povos europeus. Portugal está hoje numa situação mais adversa que em 1580, quando perdeu a independência mas não a capacidade de emitir moeda soberana.
Na década de 80 a indústria em Portugal representava 40% do produto interno bruto; em 2015 é de 13%. A agricultura, que representava 30% caiu para 2%. O sector de serviços que era de 30% passou hoje para 85%!. Da opção de terceirização da economia portuguesa aquando da adesão da classe dominante lacaia do capital à “União” europeia (1) resulta que um país que não produz praticamente nada é um país exponencialmente endividado. Daqui resulta igualmente que, como agente transformador da sociedade, a classe operária é hoje uma classe bastante minoritária. Possibilidades de revolução só em aliança com a pequena-burguesia gerada pelo sector terciário e com os trabalhadores do sector produtivo, reduzindo objectivos temporariamente. A luta imediata é por um Governo de Unidade Democrática e Patriótica! que integre no seu programa o desenvolvimento industrial e a subsequente reorganização do proletariado na defesa dos seus interesses de classe.
(1) a ler: "Desinflação competitiva, o jogo perigoso do capital alemão"
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