,,,conheceu esta semana mais um triste episódio: - depois das férias de há meses em Timor o ministro-presidente Sarmento resolveu reincidir na paradisíaca ilha do Príncipe, em S.Tomé.
Mas para quem não pôde dispor destas mordomias (avião especial fretado pelo Estado para ir a uma praia tropical, passagens gratuitas para os familiares,etc) pôde divertir-se sobre o tema na Cinemateca Nacional com a reposição do clássico “Ninotchka” do americano Ernst Lubitsch, estrelado pela actriz sueca Greta Louisa Gustafsson vulgo Greta Garbo (da major MGM)
O filme (de 1939) é um poderoso objecto de propaganda anti-comunista estreado por alturas do pacto de não agressão germano-soviético.Daqui adveio a criação fictícia, (como aliás a de toda a atmosfera ilusória do filme – e qual será o filme que não tenta criar ilusão?) do chavão de propaganda Comunismo = Fascismo.( o gag da saudação hitleriana na estação ao confundir os dois emissários russo e alemão)
3 Bolcheviques são enviados a Paris para tentar vender as jóias da grã-duquesa russa Swana a um conceituado joalheiro, confiscadas pelo Estado para pagamento da insustentável situação criada pelas sucessivas guerras .Mas os enviados, habilmente manipulados pelo bom-vivant ex-marido da duquesa, deixam-se seduzir pelo luxo parisiense,,, são os métodos capitalistas diz um embasbacado Buljanov: “Acumulam ganhos extraordinários á custa de prejuízos sucessivos”
de Moscovo o comissário Razinin (personagem interpretada por um famoso actor de filmes de terror- Bela Lugosi) ao aperceber-se do facto como responsável do Partido Comunista envia a Paris a actriz Greta Garbo no papel da alto-quadro bolchevique Ninotchka, ridicularizando o pragmatismo revolucionário em sucessivos episódios até que a “russa” cairá fulminada de amores pelo sedutor marido da Grã-Duquesa (Melvyn Douglas) na irrecusável atmosfera de luxo parisiense (os bolcheviques tinham-se hospedado na Suite mais cara do melhor hotel da cidade)
“Again”, sussura Garbo depois de se enebriar com o seu primeiro champagne/beijo (Its good!)
Não se pense no entanto, que Lubitsch apenas ridiculariza o poder russo emergente,,a sociedade burguêsa parisience também sai muito gozada nas peripécias (e e´isso que lhe confere o cariz universalista da comédia):- “ Compramos o nosso futuro com o teu passado”,,, diz a Grã-Duquesa a uma decepcionada Ninotchka ao tentar negociar com ela as suas antigas jóias.
Um ano depois para compor o ramalhete Charlie Chaplin realizaria o “Ditador” para ridicularizar Hitler
Ernst Lubisch tambem molhou a sopa no nazismo com “To Be or not to Be”
A hegemonia Americana adivinhava-se,,, a exportação da Arte caminha sempre á frente manipulando os acontecimentos,,,
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