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Inspirado no escândalo politico e financeiro conhecido como o caso "ELF", o nome da companhia petrolífera cujos executivos se dedicaram durante vários anos a traficar influências e dinheiro "sujo", servindo de intermediários entre elementos da classe politica francesa e chefes de estado de países africanos. O filme explora o efeito perverso sobre a juíza que lidera a investigação, que o poder de enviar políticos importantes exerce, e como isso a torna quase viciada na investigação.
As várias hierarquias do poder na estrutura de um Estado estão patentes em «A Comédia do Poder», deixando uma mensagem simples: mesmo quem se julga o mais poderoso acaba por ser esmagado perante os interesses dos mais poderosos. Como uma espiral, a corrupção não tem fim.
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* ver "Os Homens do Presidente" (aqui em PDF)
* a história do Angolagate já foi em seu devido tempo dissecada aqui.
Quanto ao julgamento, preparado em França e previsto para meados de 2005, nunca (ainda não) chegou a acontecer.
Ao contrário, a corrida à compra do jornal “France Soir” voltou a trazer para a ribalta, outra vez, o nome destes dois implicados: Jean-Christophe Mitterrant, filho do antigo presidente “socialista” francês e o alto Empresário da máfia russa, o judeu Ari Barlev, mais conhecido por Arcadi Gaydamak.
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Gaydamak, que tem uma fortuna calculada em 3000 milhões de dólares, pagou em dinheiro vivo 15 por cento da divida externa angolana à Rússia (no valor de 6000 milhões de dólares), é conselheiro pessoal de José Eduardo dos Santos, fez donativos generosos para as vítimas do 11 de Setembro e é contribuinte liquido como benemérito do Exército de Israel. É proprietário de jornais (o Moscow News), de um clube de futebol (o Beitar de Jerusalém, onde esteve recentemente José Mourinho numa acção de propaganda a favor da paz podre concedida aos miseráveis na Palestina), de outro clube de basquetebol (o Hapoel), promitente comprador do Portmouth em Inglaterra, proprietário de minas de fosfato no Cazaquistão, cadeias avícolas e vastos interesses Imobiliários na Rússia, além de entrar em negócios internacionais ligados ao gaz, petróleo, helicópteros e armamento, onde garante “emprego” a antigos líderes da Mossad, os serviços secretos de Israel. Enfim, o homem de mão providencial para ter negociado com o ex-ministro dos negócios Estrangeiros de Cavaco Silva, o amigo Durão Barroso, (em nome do Quarteto de nações) o aniquilamento étnico que destruiu a oposição em Angola e que culminou no assassinato de Jonas Savimbi por aviões com equipamentos GPS da Força Aérea pilotados por oficiais militares israelitas.
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O actual Philippe Courroye, “manipula a comunicação social contra mim”, conclui. Ora aqui está um “cliente” para quem as Agências de Comunicação portuguesas e os ricardos costas deste país não desdenhariam em trabalhar no “France Soir”.
Percebe-se agora melhor o titulo do filme de Chabrol, “A Comédia do Poder”?
Perante “money-in-cash” não há sacana que não se abaixe.
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