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segunda-feira, junho 12, 2006


O Dia Mundial do Ambiente foi a semana passada, mas só hoje é que vem a publico, aproveitando a ponte, a ideia de fazer algo contra a poluição em Portugal.
Como é sabido em todo o mundo civilizado desde que começou a guerra contra o automóvel, o número de peões e de ciclistas que se uniram para liquidar de vez o automóvel da face da Terra, parecem confirmar o que já todos sabíamos: que algum dia não muito longínquo o condutor de automóveis será, junto com o Polícia e o Padre, um dos seres universalmente mais desprezíveis do planeta. Segundo disse Ivan Illich a Revolução e o Socialismo chegarão em bicicleta, não em tele-transporte:
"O americano típico consagra mais de 1600 horas por ano ao seu automovel: sentado dentro dele, em marcha ou parado, trabalhando para o pagar, para pagar a gasolina, as estradas, as portagens, o seguro, as infracções de trânsito e os os impostos para as estradas federais e os estacionamentos comunitários. Consagra-lhe quatro horas por día em todas em que serve dele, se ocupa dele, ou trabalha para ele. Nestes cálculos não se levaram em conta todas as suas actividades orientadas pelo transporte: o tempo que consome nos hospitais, nos tribunais e nas oficinas de mecânica; o tempo passado diante dos televisores vendo publicidade automobilística, o tempo investido en ganhar dinheiro para viajar de avião ou em comboio. Estas 1600 horas servem-lhe para fazer cerca de 10.000 kilómetros de caminho, ou seja 6 km numa hora. É exactamente a mesma média que alcançam as pessoas dos paises que não têm industria de transporte"
Ivan Illich em "Energía e Equidade"




“muitos têm um Iate,
e muitos mais um Automóvel,
e há muitos que também têm um avião. Porém eu
aos meus 37 anos de idade, tenho só uma bicicleta

Rafael Alberti, "Balada da Bicicleta com Asas"

* Relacionado:
"Critica do Socialismo Pequeno Burguês"

Universidade de Leiden, na Holanda
em primeiro plano podem ver-se, no parque de estacionamento milhares de bicicletas - compare-se com a quantidade de lata que invade o panorama nas Universidades portuguesas. Por alguma razão nós somos ricos, e eles são pobres.

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