Por volta da década de 80, a cine-comédia “Vêm Aí os Russos” esteve muito em voga - a tripulação de um submarino comunista perdeu-se e foi desembarcar numa pacata ilha americana, semeando situações de pânico hilariantes, até que rapidamente chegou a Autoridade e prendeu todos os suspeitos, naturais ou importados. Com a chegada dos espiões da segurança da Nato a farsa repete-se, agora como estória burlesca: “Vêm aí os Americanos”.
Pela lógica da batata dos bonzos policiais quem se declara anti-americano é um potencial suspeito. Temos de concordar, embora por muito lauto que se verifique o saque dos esbirros da Nato, petróleo, drogas, minérios, escravos, dele não beneficia a grande maioria da nossa Sociedade, ainda que nos fossem explicados os motivos e hoje concordássemos com os actos de agressão, como Hitler explicou com assinalável êxito aos alemães. Claro que qualquer democrata normal se incluirá na classe social dos que não lucram, não querem lucrar, e por isso não querem concordar. Claro que "a anormalidade” na integração social sou eu, o alvo, não o normalizado grunho fardado, tanto mais quanto, iMagina, o meu precário patrão civil não dispõe de 5 milhões de euros para comprar carros de combate de guerrilha urbana, feito de austeridade económica só ao alcance do putedo conhecedor das casas-do-segredo de Estado.
Obviamente, o polícia formatado pela lógica da actual Oligarquia dominante, lá de dentro do seu capacete anti-motim se interrogará perplexo: “que caralho é isso de classe?” – como é que se resolve uma coisa destas? – o policia deve ser re-educado em teoria politica na luta de classes, ou devo ser eu a aprender a arte de me defender do polícia?
“Classe proletária” é aquilo que Marx na sua época designou, na “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”, como o “grupo de indivíduos que são vítimas da pobreza no regime de assalariamento, não da pobreza nascida nascida naturalmente, mas a pobreza artificialmente provocada (...) que brota da aguda dissolução desta sociedade e preferentemente da dissolução da classe média”, acontecimento que proclama a derrocada da ordem universal precedente.
Há quem discorde da noção de proletariado, por “fazer das classes médias a mesma massa reaccionária face à classe operária” (Crítica do Programa de Gotha), não querendo compreender as mudança operadas no Capitalismo que criaram inovações no sentido de “trabalho”, deslocalizando-o preferencialmente para regiões de mão-de-obra barata e intensiva.
Na nova divisão internacional de trabalho, Stanislaw Ossowski analisou a questão de se saber quem integra ou não o “Proletariado”, transferindo o dilema para a questão da “posição de classe” – integram a classe operária e os seus aliados das classes intermédias “todos aqueles que vivem de rendimentos procedentes da mesma fonte” (Marx, O Capital, LivroIII). Um alto quadro qualificado na sua qualidade de assalariado numa empresa capitalista terá de ser incluido entre os proletários, enquanto um polícia que recebe um soldo do Estado capitalista pertence sem dúvida a uma “classe pura” - a dos bonzos ao serviço da Oligarquia capitalista
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2 comentários:
afinal a besta veste de azul!
é já hoje:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=7M5Bf6TtW8w
Ah,pois é,bébé!Já estamos 'scaneados' nos ficheiros da bófia defensora do roubo do povo pelos banksters!
Não são mais que jagunços!É esta a moralidade democrática?A superioridade moral do capitalismo (q é selvagem,tout court!)no apoio ao saque da maioria.
Mas há bófia consciente, e eu,tenho orgulho em conhecer cidadãos que pensam com a cabeça!
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