Graças ao Franck Wetzel, um alemão de Melides, podemos hoje recordar o que estava escrito nos poucos exemplares de obras de Mao que não foram apreendidos e queimados durante a guerra contra a Esquerda na Alemanha nos idos de 1970 (a destruição da ideia de uma Europa independente e soberana).
Os povos, constituidos em sociedades auto sustentáveis, devem caminhar e desenvolver-se apoiando-se nas suas próprias forças. A Europa saída da 2ª Grande Guerra é um continente dominado pelo modo de desenvovimento americano. Portugal em particular é um Estado falhado, dependente,,, que importa 80% daquilo que consome. Nestas circunstâncias – e para evitar que o país volte a ser revolvido e varrido como em 1383 – as elites nacionais (orgulhosas da sua pertença ao “Ocidente” pelo endividamento que reencaminham para a totalidade da população), não têm outras escolhas que não seja encostarem-se aos exércitos que executam metodologicamente a pilhagem de bens e haveres escravizando outros povos. A idade primitiva do homem parece estar longe de ter acabado...
No caso da Síria perderam por completo a vergonha, chegando ao ponto de publicitar nos seus jornais, revistas e televisões apelos descarados ao assassinato de um Chefe de Estado estrangeiro. Como o faz a “Visão” de Pinto Balsemão, dando voz a lideres de grupos de rebeldes terroristas infiltrados na Síria a partir de bases secretas situadas na Turquia, um país da NATO. Deste modo, uma nação que, segundo os antigos códigos do Direito Internacional, foi espoliada de uma parte do seu território (os Montes Golan) em 1967 e que deveria ver-lhe reconhecida a restituição essa região, pelo contrário, passa ela própria a ser alvo de uma tentativa de desmantelamento que visa fazer desmoronar um regime que de certo modo é um aliado natural da República do Irão – e este é que é o verdadeiro objectivo, a sua apropriação como 2º produtor mundial de petróleo.
Uma simples mistificação dos economistas da escola neoliberal norte-americana, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias de Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos. Neste sentido, só o Presente é nosso, não o momento passado nem aquele que aguardamos, porque um está destruido, e do outro, se não lutarmos, não sabemos se existirá.
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terça-feira, julho 31, 2012
segunda-feira, julho 30, 2012
a Sociedade que Vem: o Fascismo Feudal
"Que se lixem os eleitores, o que interessa é aquilo em transformámos Portugal" é uma tradução possivel para a frase do Coelho.
Tanto o Governo quanto a falsa Oposição (1) sabem muito melhor que ninguém que sensivelmente metade do "eleitorado se está lixando para as eleições deles". Por isso a mensagem tem um segundo sentido, subliminar, que tenta desvalorizar as eleições como um processo democrático. E que ipsis verbis tem o objectivo de levar a clientela do PS, PSD e CDS a aceitar de bom grado a imposição de facto de um regime autoritário (a metade que os apoia por uma unha negra, que entretanto está a ser arrancada). É nesse sentido que o cara de pau de Belém, designado pelos capangas que o rodeiam, é "eleito". Foi a última vez que o acto teve importância?
Submissão completa: a grande legião de desempregados lançada na terrível condição de miseráveis, encaminhar-se-ão de livre vontade para campos de trabalho, onde terão um mínimo de subsistência assegurado. Recriação do sistema feudal. Controlo de regiões pelos senhores da guerra locais.
Keynesianismo ecológico. As condições de sobrevivência requerem um estado intermédio de não crescimento do Consumo. Os governos são fortes, redistribuindo os rendimentos e organizando a sociedade segundo as possibilidades de energia disponível.
Com a ruptura do sistema em cada vez mais regiões (por exemplo, o Iraque, a Louisiana do Katrina, a Libia… a Grécia, Portugal,) cada um dos governos locais e as organi zações de cidadãos terão pela frente a ciclópica tarefa de construir uma sociedade sustentável a partir das suas raizes originais.
(1) “Duplo-Pensar, na novilingua, significa o Poder, a faculdade de sustentar duas opiniões contraditórias simultaneamente, duas crenças contrárias albergadas ao mesmo tempo na mente” in 1984 de George Orwell
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Tanto o Governo quanto a falsa Oposição (1) sabem muito melhor que ninguém que sensivelmente metade do "eleitorado se está lixando para as eleições deles". Por isso a mensagem tem um segundo sentido, subliminar, que tenta desvalorizar as eleições como um processo democrático. E que ipsis verbis tem o objectivo de levar a clientela do PS, PSD e CDS a aceitar de bom grado a imposição de facto de um regime autoritário (a metade que os apoia por uma unha negra, que entretanto está a ser arrancada). É nesse sentido que o cara de pau de Belém, designado pelos capangas que o rodeiam, é "eleito". Foi a última vez que o acto teve importância?
Possivel retrato do Fascismo Feudal
Com a ruptura do capitalismo globalmente nas suas diversas frentes, as estruturas do Poder existente resistem. Problemas globais requerem soluções de geopolítica global. A execução dos programas assumem a forma ditatorial. O governo central global é controlado pelos militares do Pentágono, pelas filiais Nato e pelas Corporações multinacionais. Benefícios perceptíveis: Lei e Ordem em tempos caóticos; Protecção da propriedade.Submissão completa: a grande legião de desempregados lançada na terrível condição de miseráveis, encaminhar-se-ão de livre vontade para campos de trabalho, onde terão um mínimo de subsistência assegurado. Recriação do sistema feudal. Controlo de regiões pelos senhores da guerra locais.
Keynesianismo ecológico. As condições de sobrevivência requerem um estado intermédio de não crescimento do Consumo. Os governos são fortes, redistribuindo os rendimentos e organizando a sociedade segundo as possibilidades de energia disponível.
Com a ruptura do sistema em cada vez mais regiões (por exemplo, o Iraque, a Louisiana do Katrina, a Libia… a Grécia, Portugal,) cada um dos governos locais e as organi zações de cidadãos terão pela frente a ciclópica tarefa de construir uma sociedade sustentável a partir das suas raizes originais.
(1) “Duplo-Pensar, na novilingua, significa o Poder, a faculdade de sustentar duas opiniões contraditórias simultaneamente, duas crenças contrárias albergadas ao mesmo tempo na mente” in 1984 de George Orwell
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domingo, julho 29, 2012
sábado, julho 28, 2012
Governo Passos-Portas, o FMI, a União Europeia e o BCE
"... é natural que os suseranos elogiem os servos da gleba que dobram a cerviz e aplicam a sua política"
O acórdão do Tribunal Constitucional sobre o confisco dos subsídios de férias e natal – uma monstruosidade jurídica e política, alerta, contudo, para o facto de que a limitação dos efeitos da inconstitucionalidade (ilegal mas lastimavelmente não aplicada pelo TC de imediato para este ano) respeita apenas aos casos de fiscalização abstracta da lei, e não aos casos concretos que venham a ser suscitados pelos trabalhadores nos tribunais.
O acórdão do Tribunal Constitucional sobre o confisco dos subsídios de férias e natal – uma monstruosidade jurídica e política, alerta, contudo, para o facto de que a limitação dos efeitos da inconstitucionalidade (ilegal mas lastimavelmente não aplicada pelo TC de imediato para este ano) respeita apenas aos casos de fiscalização abstracta da lei, e não aos casos concretos que venham a ser suscitados pelos trabalhadores nos tribunais.
sexta-feira, julho 27, 2012
quinta-feira, julho 26, 2012
comemorou-se ontem o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana
Viver na Fronteira significa que Tu
Não És nem hispana, nem india, negra ou espanhola,
nem gabacha, és mestiça, mulata, meias tintas
Apanhada no fogo cruzado entre os diversos campos
enquanto carregas às costas as cinco corridas em teu redor
Não sabendo a que lado recorrer, ou de qual fugir
Viver na Fronteira significa saber
que negar a anglófona dentro de ti
é tão Ruim quanto ter negado o índio ou preto
(in "La Frontera: La Nueva Mestiza", por Gloria Anzaldúa)
Atendendo sempre às classes sociais, os pormenores genéricos das diversas histórias podem ser vistos aqui. O Brasil comemorou este dia assim
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quarta-feira, julho 25, 2012
Músicas do Mundo
a Câmara Municipal de Sines foi durante muitos anos gerida pela CDU. Até que o presidente Manuel Coelho se fez dissidente do PCP, concorreu às autárquicas seguintes como independente e ganhou a eleição, mantendo o cargo. Desde então os aparaticks do Bloco de Esquerda e respectiva fauna intelectual novi-social-democrata têm feito os possiveis e impossiveis para ficarem na fotografia.
2012. No âmbito cultural do Festival são convidados Pedro Matos (funcionário da ONU) e Rui Tavares (Eurodeputado). Este último não apareceu. O tema da conversa é “A Criação de Novos Países e a Ideia de Identidade Nacional”. Dito em dialecto bloquista parece uma grande novidade, porque o tema aqui não é tratado segundo a velhinha noção de “Nation Building” imperialista. A frase chave é a do “patamar elevado para a Democracia, Direitos Humanos e Liberdade definidos pelo Ocidente – conceitos enunciados in abstracto e assumidos por Pedro Matos – Para esta corrente ideológica o fardo do homem branco em civilizar e libertar os indigenas de todo o mundo continua a ser um direito adquirido natural desde o século XIX como o foi então pelo colonialismo.
Contam-se estórias de encantar almas simples, que falam em nome do Bem do direito de intromissão nos assuntos internos de outros paises ou regiões. Da intervenção que origina a separação do Sudão em dois paises. A “fronteira” passa mesmo pelo meio dos vastos campos de Petróleo, obrigando assim a uma zona excluida de acções militares das partes em conflito, envolvendo a ONU numa meritória acção de policiamento que deixe as multinacionais petroliferas trabalhar em paz – enquanto por outro lado as débeis estruturas politicas dos dois lados são confrontadas com o pagamento da dívida externa que entretanto contrairam com o Ocidente. O “povo sudanês” (leia-se, a multidiversidade de tribos do Sudão) votaram pela separação do país, (algo que não existia). Como? Manipuladas. Como a maioria é analfabeta, os boletins de voto têm figuras em vez de letras e palavras. Sim ou Não, assim o sinal de 1 punho erguido colocado à direita é o simbolo pelo qual se vota na Separação. Colocar o dedo pintado sobre 2 punhos entrelaçados conta como um voto na continuação do Sudão como um só país com um governo único. Ora, punhos erguidos com o braço esquerdo segundo a religião islãmica é ofensa e sinal de blasfémia grave. Resultado, em “eleições livres” 98% dos sudaneses votaram na separação, ou seja, na mãozinha da direita (sob o alto patrocinio da ONU). Tal e qual os nossos indigenas votam no PS a pensar que votam no socialismo e na liberdade.
A lista de intervenções ocidentais deste tipo é longa e continua. Recentemente temos os casos do Iraque (que todos reconhecem estar pior que sob o regime de Saddam), Timor, onde os mais importantes poços de petróleo ficaram para os aliados australianos, da Líbia onde a guerra civil continua, havendo fortes possibilidades de separatismo entre regiões, da Síria condenada por ser potencial aliada do Irão; que se seguirá?
O mais inquietante e assustador é o tom “neutral” com que os funcionários da ONU falam - e a assistência interioriza passivamente como a coisa mais natural deste mundo - das intervenções armadas ou financeiras como se estas fossem perfeitamente justificáveis, benignas e aceites à luz do direito internacional - para banir ditadores execráveis e instaurar a liberdade e os “direitos humanos”, como conceito abstracto - porque para assegurar o multiculturalismo e a soberania dos povos em concreto com Direitos Económicos, Sociais e Culturais nem piam
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2012. No âmbito cultural do Festival são convidados Pedro Matos (funcionário da ONU) e Rui Tavares (Eurodeputado). Este último não apareceu. O tema da conversa é “A Criação de Novos Países e a Ideia de Identidade Nacional”. Dito em dialecto bloquista parece uma grande novidade, porque o tema aqui não é tratado segundo a velhinha noção de “Nation Building” imperialista. A frase chave é a do “patamar elevado para a Democracia, Direitos Humanos e Liberdade definidos pelo Ocidente – conceitos enunciados in abstracto e assumidos por Pedro Matos – Para esta corrente ideológica o fardo do homem branco em civilizar e libertar os indigenas de todo o mundo continua a ser um direito adquirido natural desde o século XIX como o foi então pelo colonialismo.
Contam-se estórias de encantar almas simples, que falam em nome do Bem do direito de intromissão nos assuntos internos de outros paises ou regiões. Da intervenção que origina a separação do Sudão em dois paises. A “fronteira” passa mesmo pelo meio dos vastos campos de Petróleo, obrigando assim a uma zona excluida de acções militares das partes em conflito, envolvendo a ONU numa meritória acção de policiamento que deixe as multinacionais petroliferas trabalhar em paz – enquanto por outro lado as débeis estruturas politicas dos dois lados são confrontadas com o pagamento da dívida externa que entretanto contrairam com o Ocidente. O “povo sudanês” (leia-se, a multidiversidade de tribos do Sudão) votaram pela separação do país, (algo que não existia). Como? Manipuladas. Como a maioria é analfabeta, os boletins de voto têm figuras em vez de letras e palavras. Sim ou Não, assim o sinal de 1 punho erguido colocado à direita é o simbolo pelo qual se vota na Separação. Colocar o dedo pintado sobre 2 punhos entrelaçados conta como um voto na continuação do Sudão como um só país com um governo único. Ora, punhos erguidos com o braço esquerdo segundo a religião islãmica é ofensa e sinal de blasfémia grave. Resultado, em “eleições livres” 98% dos sudaneses votaram na separação, ou seja, na mãozinha da direita (sob o alto patrocinio da ONU). Tal e qual os nossos indigenas votam no PS a pensar que votam no socialismo e na liberdade.
A lista de intervenções ocidentais deste tipo é longa e continua. Recentemente temos os casos do Iraque (que todos reconhecem estar pior que sob o regime de Saddam), Timor, onde os mais importantes poços de petróleo ficaram para os aliados australianos, da Líbia onde a guerra civil continua, havendo fortes possibilidades de separatismo entre regiões, da Síria condenada por ser potencial aliada do Irão; que se seguirá?
O mais inquietante e assustador é o tom “neutral” com que os funcionários da ONU falam - e a assistência interioriza passivamente como a coisa mais natural deste mundo - das intervenções armadas ou financeiras como se estas fossem perfeitamente justificáveis, benignas e aceites à luz do direito internacional - para banir ditadores execráveis e instaurar a liberdade e os “direitos humanos”, como conceito abstracto - porque para assegurar o multiculturalismo e a soberania dos povos em concreto com Direitos Económicos, Sociais e Culturais nem piam
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terça-feira, julho 24, 2012
a Crise Petrolífera de 1970/73
Alguém disse lá mais para trás disse que a História oficial será escrita por gente que não esteve nem de perto nem de longe ligada aos acontecimentos, levando como sempre a fazer fé nas opiniões encomendadasd a "eruditos" que vasculham documentos nas caves das academias (muitos deles muitas vezes falseados) e não nos testemunhos das gentes comuns que viveram os acontecimentos. Há nesta proposta de estudo sobre as origens da queda do fascismo português pela necessidade de modernização do capitalismo, um erro fatal de interpretação (o que não invalida se esteja de acordo com algumas outras coisas do conteúdo restante deste post).
A Crise do capitalismo de 70/73, "erradamente chamada de choque petrolífero" foi mesmo um efeito colateral e não a causa em si. A crise não é "decorrente de uma crise cíclica" do capitalismo, mas tem a sua génese num facto concreto: a ajuda dos imperialistas norte americanos a Israel (que desde a guerra de expansão sionista de 1967) causou o boicote dos paises árabes reunidos na OPEP quando estes decretaram unilateralmente a suspensão do fornecimento de petróleo a todo o Ocidente (Europa e EUA). Portanto, a opinião expressa deveria ser refeita e fundamentada à luz dos factos, colocando a crise petrolifera em primeiro lugar. Enfim, mas parece existir um tabu na história contemporânea que é não tocar no Sionismo internacional
A Crise do capitalismo de 70/73, "erradamente chamada de choque petrolífero" foi mesmo um efeito colateral e não a causa em si. A crise não é "decorrente de uma crise cíclica" do capitalismo, mas tem a sua génese num facto concreto: a ajuda dos imperialistas norte americanos a Israel (que desde a guerra de expansão sionista de 1967) causou o boicote dos paises árabes reunidos na OPEP quando estes decretaram unilateralmente a suspensão do fornecimento de petróleo a todo o Ocidente (Europa e EUA). Portanto, a opinião expressa deveria ser refeita e fundamentada à luz dos factos, colocando a crise petrolifera em primeiro lugar. Enfim, mas parece existir um tabu na história contemporânea que é não tocar no Sionismo internacional
Quem quiser ler algo de construtivo sobre a Crise Capitalista provocada pelo boicote árabe do Petróleo ao Ocidente na década de 70, pode fazê-lo aqui, em vez de se submeter a dissertações de jovens doutores da mula ruça .
segunda-feira, julho 23, 2012
Relvismo sem Relvas?
Qual é a piada de exigir a saída do ministro turbo-diplomado por razões de comportamentos éticos? se o Relvas sair não vem outro igual para o lugar dele? acaso haverá associações de malfeitores com ética? Admitimos que sim, qualquer gang organizado de ladrões tem o mínimo de comportamentos morais: quem rouba gente indefesa é considerado o pior dos sabujos, não se furtam pessoas, só instituições; não se roubam uns aos outro, só aos de fora da comunidade, etc. Mas o gang do Governo (in charge por alternância com o bando rival) pertence a uma hierarquia superior aos vulgares gangs de assalto por esticão ou à mão armada... e além do mais não trabalham por conta própria, devem obediência à máfia transnacional da Troika (o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e à União Europeia)
2004. Missa por alma do camarada Sá Carneiro mandada rezar pelo 1º ministro Santana Lopes . Aqui está o Relvas entre Dias Loureiro e o representante da quekaria da quinta da Marinha, J.Luis Arnaut.
Toda a escumalha não apoiante deste governo que alinha no tiro ao Relvas está a prestar um serviço ao status quo. Deixem lá estar o homem para servir de exemplo. O sistema que formou o Relvas (1) pariu mais uma não dispicienda ninhada deles (2). A justiça popular exige que saiam todos ou não saia nenhum, Pim!
É um lugar mais que comum dizê-lo, que o Poder económico se sobrepõe ao poder Politico. Miguel Relvas é um produto criado pelo poder económico para trabalhar na subjugação da Política (3), (leia-se, da baixa politica de mão baixa). O patrão da Universidade Lusófona é um destacado empresário da área do PSD e foi ele quem formou e distribuiu a tarefa de levar o jota Passos Coelho a lider da confraria e depis a 1º ministro. Até a sede de campanha nas directas que elegeram Passos Coelho é propriedade de uma das empresas do dono da Lusófona
(1) “Há muita coisa pouco rigorosa no Parecer de equivalências e feito à medida do fato que se pretendia vestir a Relvas” (Pacheco Pereira)
(2) “Escolhi como principio de vida a procura de uma formação profissional permanente” (Miguel Relvas)
(3) “Quando há transformações radicais na Sociedade é vital que não se deixe cair a noção de Dignidade” (São José Almeida)
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2004. Missa por alma do camarada Sá Carneiro mandada rezar pelo 1º ministro Santana Lopes . Aqui está o Relvas entre Dias Loureiro e o representante da quekaria da quinta da Marinha, J.Luis Arnaut.
clique no recorte para ampliar
Toda a escumalha não apoiante deste governo que alinha no tiro ao Relvas está a prestar um serviço ao status quo. Deixem lá estar o homem para servir de exemplo. O sistema que formou o Relvas (1) pariu mais uma não dispicienda ninhada deles (2). A justiça popular exige que saiam todos ou não saia nenhum, Pim!
É um lugar mais que comum dizê-lo, que o Poder económico se sobrepõe ao poder Politico. Miguel Relvas é um produto criado pelo poder económico para trabalhar na subjugação da Política (3), (leia-se, da baixa politica de mão baixa). O patrão da Universidade Lusófona é um destacado empresário da área do PSD e foi ele quem formou e distribuiu a tarefa de levar o jota Passos Coelho a lider da confraria e depis a 1º ministro. Até a sede de campanha nas directas que elegeram Passos Coelho é propriedade de uma das empresas do dono da Lusófona
(1) “Há muita coisa pouco rigorosa no Parecer de equivalências e feito à medida do fato que se pretendia vestir a Relvas” (Pacheco Pereira)
(2) “Escolhi como principio de vida a procura de uma formação profissional permanente” (Miguel Relvas)
(3) “Quando há transformações radicais na Sociedade é vital que não se deixe cair a noção de Dignidade” (São José Almeida)
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domingo, julho 22, 2012
The Band Wagon
Um jovem estudante de neurociências armado em Joker entrou pela estreia do novo Batman adentro, matou 12 e feriu dezenas. O cinema holliwoodiano tem dado cabo da mioleirinha a muita gente. Nem sempre foi assim tão degradante, mas desde o principio que foi assim como o lançamento da 1ª pedra...
O clássico de Vincent Minelli "The Band Wagon" irá ser exibido na próxima segunda-feira dia 23 na Casa da Achada. "Band Wagon" - a Carruagem que transporta em cima uma Banda de música - é um convite a acompanhar a alegria espalhada em redor e a emocionar-se na poesia do gesto imortalizado na dança de Fred Astaire e Cyd Charisse. Assim parece, mas o espectáculo pela qual o público em tempo pagou, de facto é uma falácia...
Em campanhas políticas passadas, os candidatos faziam-se transportar em cima de carros sem tejadilho e as pessoas que mostravam apoio ao candidato eram convidadas a subir a bordo: "anda cá que eu não te engano" - e a frase "saltar para a carruagem" passou a referir-se a aderir a uma causa por causa de sua popularidade. Os quatro pontos em que assenta a falácia são, 1. o apelo à Popularidade, 2. a Argumentação que gera Consenso, não pela razão, mas pela emoção, 3. o argumento populista e 4. Ver-se muita gente junta é sinal que a Multidão é que está a mandar. No meio do burburinho parece imperar a felicidade. A publicidade em movimento é uma fonte rica em argumentos - todos os produtos que entram na festa parecem ser os melhores conquistando a posição de nº 1 dos mais populares, mesmo que o produto não preste e a sua origem seja irrelevante. A mensagem subliminar do musical "The Band Wagon" não foge à regra: adoptando o modo de vida americano toda a gente terá uma vida feliz usufruindo do bom e do melhor para sempre (por alguma razão o título do filme em português foi "A Roda da Fortuna". Salte já para a carruagem.
fontes e leituras relacionadas:
* "As Falácias Informais"
* S. Morris Engel, "With Good Reason: An Introduction to Informal Fallacies", 1999
* Harry Browne, "The Unselfishness Trap, How I Found Freedom in an Unfree World", 1973
* Hans V. Hansen, "Fallacies: Classical and Contemporary Readings", 1995
* James B. Freeman, "The Appeal to Popularity and Presumption by Common Knowledge", in Fallacies: Classical and Contemporary Readings", 1995
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O clássico de Vincent Minelli "The Band Wagon" irá ser exibido na próxima segunda-feira dia 23 na Casa da Achada. "Band Wagon" - a Carruagem que transporta em cima uma Banda de música - é um convite a acompanhar a alegria espalhada em redor e a emocionar-se na poesia do gesto imortalizado na dança de Fred Astaire e Cyd Charisse. Assim parece, mas o espectáculo pela qual o público em tempo pagou, de facto é uma falácia...
Em campanhas políticas passadas, os candidatos faziam-se transportar em cima de carros sem tejadilho e as pessoas que mostravam apoio ao candidato eram convidadas a subir a bordo: "anda cá que eu não te engano" - e a frase "saltar para a carruagem" passou a referir-se a aderir a uma causa por causa de sua popularidade. Os quatro pontos em que assenta a falácia são, 1. o apelo à Popularidade, 2. a Argumentação que gera Consenso, não pela razão, mas pela emoção, 3. o argumento populista e 4. Ver-se muita gente junta é sinal que a Multidão é que está a mandar. No meio do burburinho parece imperar a felicidade. A publicidade em movimento é uma fonte rica em argumentos - todos os produtos que entram na festa parecem ser os melhores conquistando a posição de nº 1 dos mais populares, mesmo que o produto não preste e a sua origem seja irrelevante. A mensagem subliminar do musical "The Band Wagon" não foge à regra: adoptando o modo de vida americano toda a gente terá uma vida feliz usufruindo do bom e do melhor para sempre (por alguma razão o título do filme em português foi "A Roda da Fortuna". Salte já para a carruagem.
fontes e leituras relacionadas:
* "As Falácias Informais"
* S. Morris Engel, "With Good Reason: An Introduction to Informal Fallacies", 1999
* Harry Browne, "The Unselfishness Trap, How I Found Freedom in an Unfree World", 1973
* Hans V. Hansen, "Fallacies: Classical and Contemporary Readings", 1995
* James B. Freeman, "The Appeal to Popularity and Presumption by Common Knowledge", in Fallacies: Classical and Contemporary Readings", 1995
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sábado, julho 21, 2012
vamos ao Circo
a Loura entrou na jaula, despiu-se e o Leão rendido a tanta beleza começou a lambê-la de alto abaixo. Vc era capaz de fazer aquilo? claro... é só tirar de lá o Leão
Os orgãos de comunicação social do patrão Pinto Balsemão andam por aí em coro a bramar por castigos exemplares para todos aqueles que são responsáveis pela perda da nossa soberania nacional. Curiosamente nem a SIC nem o Expresso falam em Oliveira e Costa, Dias Loureiro e nos seus amigalhaços. É o momento da Zen da leonina Impresa nacional extasiados quando viram o Oliveira e Costa todo nu
gravado durante a Comissão de Inquérito à supervisão no caso BPN
Os orgãos de comunicação social do patrão Pinto Balsemão andam por aí em coro a bramar por castigos exemplares para todos aqueles que são responsáveis pela perda da nossa soberania nacional. Curiosamente nem a SIC nem o Expresso falam em Oliveira e Costa, Dias Loureiro e nos seus amigalhaços. É o momento da Zen da leonina Impresa nacional extasiados quando viram o Oliveira e Costa todo nu
gravado durante a Comissão de Inquérito à supervisão no caso BPN
sexta-feira, julho 20, 2012
'Curso sem Propinas'- Mais um Mecanismo para empobrecer e endividar os desempregados
"A iniciativa de um instituto de formação superior que facilita empréstimos para o pagamento de propinas a desempregados foi incorretamente publicitada com o seguinte titulo: 'Desempregados podem tirar um curso sem pagar propinas'.
Mas esta iniciativa não tem nada de novo, nem muito menos possibilita que desempregados possam frequentar cursos de formação superior sem pagar propinas. Pelo contrário, trata-se de um empréstimo bancário que terá que ser pago, no máximo, cinco anos após o começo do curso. Este modelo é mais um resultado visível da aliança estratégica entre bancos e instituições de educação que, sob o pretexto de ajudar estudantes em dificuldades financeiras, apenas facilitam o acesso a mecanismos de endividamento e escravatura" (Movimento Sem Emprego)
O problema geral da Educação, da Saúde ou da Habitação (todos eles integrados nos tão badalados e abstractos "direitos humanos") não se resolve por meio do crédito bancário, mas sim por meio de uma política social de Educação, de Saúde e de Habitação. A ausência destas políticas, combinada com o abuso dos concessionários do crédito privado (os especuladores transnacionais), é precisamente a principal fonte da "Crise", cujo desencadear se deve em concreto à apropriação por esses privados do direito capitalista de facturar e lucrar sobre os Direitos Humanos consagrados no papel pela ONU mas não aplicados na prática. Estes "direitos humanos" não são uma abstração como as que enchem a boca de todo o reaccionário. conservador e revisionista. São Direitos que só podem ser alicerçados sobre os preceitos financeiros que regem a Economia. A própria ONU chegou a consagrar estas disposições na "Carta dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais" nos idos de 70, que, embora chutados para as calendas, estão em vigor em termos de leis internacionais adoptadas por Portugal:
http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/cidh-dudh-psocial.html
Mas esta iniciativa não tem nada de novo, nem muito menos possibilita que desempregados possam frequentar cursos de formação superior sem pagar propinas. Pelo contrário, trata-se de um empréstimo bancário que terá que ser pago, no máximo, cinco anos após o começo do curso. Este modelo é mais um resultado visível da aliança estratégica entre bancos e instituições de educação que, sob o pretexto de ajudar estudantes em dificuldades financeiras, apenas facilitam o acesso a mecanismos de endividamento e escravatura" (Movimento Sem Emprego)
O problema geral da Educação, da Saúde ou da Habitação (todos eles integrados nos tão badalados e abstractos "direitos humanos") não se resolve por meio do crédito bancário, mas sim por meio de uma política social de Educação, de Saúde e de Habitação. A ausência destas políticas, combinada com o abuso dos concessionários do crédito privado (os especuladores transnacionais), é precisamente a principal fonte da "Crise", cujo desencadear se deve em concreto à apropriação por esses privados do direito capitalista de facturar e lucrar sobre os Direitos Humanos consagrados no papel pela ONU mas não aplicados na prática. Estes "direitos humanos" não são uma abstração como as que enchem a boca de todo o reaccionário. conservador e revisionista. São Direitos que só podem ser alicerçados sobre os preceitos financeiros que regem a Economia. A própria ONU chegou a consagrar estas disposições na "Carta dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais" nos idos de 70, que, embora chutados para as calendas, estão em vigor em termos de leis internacionais adoptadas por Portugal:
http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/cidh-dudh-psocial.html
Conclusão:
Roubar os bens públicos devidos à Comunidade é Crime punível por Lei!
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quinta-feira, julho 19, 2012
trívia Israel-Palestina
"E assim me encontrei com o meu destino/
da mesma maneira silenciosa/
do livro de História da prateleira/
que sempre se vai repetindo a si mesmo"
(letra de “Waterloo”, dos Abba)
A foto da secretária de Estado norte americana com o "seu homólogo" da ultra extrema direita religiosa no governo de Israel não necessita de grandes comentários. A imagem fala por si. Assim como a entrevista de 2002 do professor Chomsky (abaixo) sobre as intenções mentirosas dos "históricos processos de paz" na Palestina
Chomsky entrevistado pela Znet sobre o assalto ao Médio Oriente, com o Iraque na mira. Abril de 2002.
Há uma mudança qualitativa. O objectivo do Processo de Oslo foi descrito com exactidão em 1998 pelo académico israelita Shlomo Ben-Ami, que depois se transformou no principal negociador de Camp David no Verão de 2000. Ben-Ami observou que na prática, os Acordos de Oslo tiveram uma base neocolonialista, apoiaram-se numa vida de dependência de um dos contendores em relação ao outro, e para a eternidade. (...) a função da Autoridade Palestiniana era a de controlar a população interna constituida pelos refugiados nos territórios neocoloniais na dependência dos israelitas (1). A posição de Clinton e Barack (ambígua e não muito clara) foi aclamada entre nós como “notável” e “magnânima”, mas uma vista de olhos sobre os factos deixa claro que foi – como comum-mente se diz em Israel – uma proposta de criação de Bantustões.
Que esperam agora os Estados Unidos? Que interesses norte americanos ficam pendentes desta conjuntura?
O poder dos EUA é um poder global. O que se passa na Palestina e em Israel sobre este drama é uma questão lateral. Há muitos factores a incidir na politica americana. O principal deles, naquela região do planeta, é o controlo dos maiores recursos energéticos do mundo. A aliança EUA-Israel tomou forma nesse contexto. Em 1958, o Conselho de Segurança concluiu que um “corolário lógico” da oposição ao crescimento do nacionalismo árabe “seria apoiar Israel como único poder fortemente pró-Ocidental surgido no Médio Oriente” (...) A aliança (con)firmou-se em 1967, quando Israel prestou um serviço importante ao poder dos EUA destruindo as principais forças do nacionalismo árabe laico, considerado uma ameaça muito séria para o domínio americano na região do Golfo. O assunto continuou de pé depois do colapso da URSS. Agora a aliança EUA-Israel-Turquia é a peça central da estratégia americana; e Israel é na prática uma base militar americana, também estreitamente entrelaçado com a economia norte-americana militarizada e de alta-tecnologia”
(1) Quando a Autoridade Palestiniana deu mostras de querer sobrepor-se à dependência de Israel o seu lider Yasser Arafat foi assassinado e para o seu lugar foi nomeado Abbas, uma dócil marioneta
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A foto da secretária de Estado norte americana com o "seu homólogo" da ultra extrema direita religiosa no governo de Israel não necessita de grandes comentários. A imagem fala por si. Assim como a entrevista de 2002 do professor Chomsky (abaixo) sobre as intenções mentirosas dos "históricos processos de paz" na Palestina
Chomsky entrevistado pela Znet sobre o assalto ao Médio Oriente, com o Iraque na mira. Abril de 2002.
Há uma mudança qualitativa. O objectivo do Processo de Oslo foi descrito com exactidão em 1998 pelo académico israelita Shlomo Ben-Ami, que depois se transformou no principal negociador de Camp David no Verão de 2000. Ben-Ami observou que na prática, os Acordos de Oslo tiveram uma base neocolonialista, apoiaram-se numa vida de dependência de um dos contendores em relação ao outro, e para a eternidade. (...) a função da Autoridade Palestiniana era a de controlar a população interna constituida pelos refugiados nos territórios neocoloniais na dependência dos israelitas (1). A posição de Clinton e Barack (ambígua e não muito clara) foi aclamada entre nós como “notável” e “magnânima”, mas uma vista de olhos sobre os factos deixa claro que foi – como comum-mente se diz em Israel – uma proposta de criação de Bantustões.
Que esperam agora os Estados Unidos? Que interesses norte americanos ficam pendentes desta conjuntura?
O poder dos EUA é um poder global. O que se passa na Palestina e em Israel sobre este drama é uma questão lateral. Há muitos factores a incidir na politica americana. O principal deles, naquela região do planeta, é o controlo dos maiores recursos energéticos do mundo. A aliança EUA-Israel tomou forma nesse contexto. Em 1958, o Conselho de Segurança concluiu que um “corolário lógico” da oposição ao crescimento do nacionalismo árabe “seria apoiar Israel como único poder fortemente pró-Ocidental surgido no Médio Oriente” (...) A aliança (con)firmou-se em 1967, quando Israel prestou um serviço importante ao poder dos EUA destruindo as principais forças do nacionalismo árabe laico, considerado uma ameaça muito séria para o domínio americano na região do Golfo. O assunto continuou de pé depois do colapso da URSS. Agora a aliança EUA-Israel-Turquia é a peça central da estratégia americana; e Israel é na prática uma base militar americana, também estreitamente entrelaçado com a economia norte-americana militarizada e de alta-tecnologia”
(1) Quando a Autoridade Palestiniana deu mostras de querer sobrepor-se à dependência de Israel o seu lider Yasser Arafat foi assassinado e para o seu lugar foi nomeado Abbas, uma dócil marioneta
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quarta-feira, julho 18, 2012
as Ideologias
disse Nuno Cardoso da Silva (CADPP): “Os raciocínios baseados em ideologias têm o valor de encantanções e de fórmulas de bruxaria. As ideologias não são uma base válida para argumentar, porque as ideologias não têm valor científico. As ideologias são manifestações de fé, são crenças, transformadas em muletas para mentecaptos. Os axiomas das ciências sociais são valores enquadrados pela ética e pela sociobiologia (...)”
Como podemos distinguir Ideologia de Ciência? a caracterização principal de uma proposição metafisica é nunca poder ser comprovada com factos. Nunca ninguém viu um “ponto” (a partir do qual se constroem linhas e geometrias segundo as necessidades teóricas de cada problema) – o ponto é uma abstração lógica. Num processo similar, também não podemos definir um elefante – mas quando vemos um, sabemos o que é. A ideologia é muito mais parecida com um elefante que um ponto. É algo que existe e podemos descrever, discutir e refutar. Contudo, para resolver discussões, de nada serve apelar para uma discussão lógica: o que necessitamos não são definições, mas sim critérios.Vejamos a seguinte proposição ideológica quando oposta a uma cientifica - “Todos os homens são iguais” – que significa isto de um ponto de vista lógico? A palavra “igual” aplica-se a quantidades. O quê?, terão todos os homens o mesmo peso!? Ou terão idênticos niveis de inteligência? Ou, alargando um pouco o conceito de quantidade, serão todos tipos porreiros? – “Igual” sem dizer a respeito de quê , não passa de um ruído. No que respeita às ideologias passa-se a mesma coisa: há quem negue as ideologias em geral, e em particular que o paradigma do “mercado livre” não comporta uma ideologia, no caso a neoliberal.
No tempo primevo das encantações cinco cegos fizeram uma excursão à India para averiguar o que seria um elefante. Pressentido o bicho todos se precipitaram para ele, estudando-lhe academicamente as partes; Sem ideologia que pudesse atender ao Todo, ao primeiro coube-lhe apalpar a tromba – “deve ser uma cobra gigantesca”, concluiu; Ao segundo uma das patas “é uma árvore de grande porte que anda” disse doutamente; Ao terceiro uma das orelhas – é o “espanador usado pelo sultão”; ao quarto cego, as hastes – “é um rinoceronte duplo, maior que o do D. Manuel”; Ao último por azar coube-lhe averiguar o rabo: “é um engenho de embalar fardos de palha” surpreendeu-se eruditamente o cego.
Se a Ideologia pode ou não ser eliminada do mundo do pensamento nas Ciências Sociais (como o “ponto” da disciplina de Geometria), ela é certamente indispensável no mundo da Acção e da vida social. Uma sociedade com a aspiração de autonomia não pode existir sem que os seus membros tenham sentimentos sobre o que é a maneira adequada de conduzir os seus próprios assuntos. Ou senão resignam-se a aceitar as ideias propostas pela classe dominante. Estes sentimentos comuns exprimem-se em ideologias. Disse Lenine a propósito da batalha das ideias: “sem teoria revolucionária não há Revolução” – ao contrário, no campo conciliador dos mentecaptos do revisionismo da teoria de Marx, dos reformistas (1) e dos neoestruturalistas, pode haver, e há, ideologias “neutras” que negam a luta de classes.
Joan Robinson, 1962: “Do ponto de vista da Evolução, parece plausivel afirmar que a Ideologia é um substituto para o Instinto. Os animais parecem saber o que fazer. Nós temos de ser ensinados. Dado que o padrão de bom comportamento não é transmitido nos genes, é extremamente maleável e toma as mais diversas formas, em sociedades diferentes. Mas (ao contrário da ideologia do individualizado homem lobo do homem) cada animal social necessita de um padrão de moralidade que imponha limites ao seu egoismo natural. Já que os impulsos egoistas são mais fortes do que os altruistas, as exigências dos demais têm de nos ser impostas”.
(1) “Não se pode negar que esses argumentos dos revisionistas se reduziam a um sistema bastante equilibrado de pontos de vista, nomeadamente, o velho e conhecido ponto de vista liberal burguês” (V. I. Lenine, “Marxismo e Revisionismo”)
(2) Banda desenhada "A Invenção da Ideologia" via "Machina Speculatrix"
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Como podemos distinguir Ideologia de Ciência? a caracterização principal de uma proposição metafisica é nunca poder ser comprovada com factos. Nunca ninguém viu um “ponto” (a partir do qual se constroem linhas e geometrias segundo as necessidades teóricas de cada problema) – o ponto é uma abstração lógica. Num processo similar, também não podemos definir um elefante – mas quando vemos um, sabemos o que é. A ideologia é muito mais parecida com um elefante que um ponto. É algo que existe e podemos descrever, discutir e refutar. Contudo, para resolver discussões, de nada serve apelar para uma discussão lógica: o que necessitamos não são definições, mas sim critérios.Vejamos a seguinte proposição ideológica quando oposta a uma cientifica - “Todos os homens são iguais” – que significa isto de um ponto de vista lógico? A palavra “igual” aplica-se a quantidades. O quê?, terão todos os homens o mesmo peso!? Ou terão idênticos niveis de inteligência? Ou, alargando um pouco o conceito de quantidade, serão todos tipos porreiros? – “Igual” sem dizer a respeito de quê , não passa de um ruído. No que respeita às ideologias passa-se a mesma coisa: há quem negue as ideologias em geral, e em particular que o paradigma do “mercado livre” não comporta uma ideologia, no caso a neoliberal.
No tempo primevo das encantações cinco cegos fizeram uma excursão à India para averiguar o que seria um elefante. Pressentido o bicho todos se precipitaram para ele, estudando-lhe academicamente as partes; Sem ideologia que pudesse atender ao Todo, ao primeiro coube-lhe apalpar a tromba – “deve ser uma cobra gigantesca”, concluiu; Ao segundo uma das patas “é uma árvore de grande porte que anda” disse doutamente; Ao terceiro uma das orelhas – é o “espanador usado pelo sultão”; ao quarto cego, as hastes – “é um rinoceronte duplo, maior que o do D. Manuel”; Ao último por azar coube-lhe averiguar o rabo: “é um engenho de embalar fardos de palha” surpreendeu-se eruditamente o cego.
Se a Ideologia pode ou não ser eliminada do mundo do pensamento nas Ciências Sociais (como o “ponto” da disciplina de Geometria), ela é certamente indispensável no mundo da Acção e da vida social. Uma sociedade com a aspiração de autonomia não pode existir sem que os seus membros tenham sentimentos sobre o que é a maneira adequada de conduzir os seus próprios assuntos. Ou senão resignam-se a aceitar as ideias propostas pela classe dominante. Estes sentimentos comuns exprimem-se em ideologias. Disse Lenine a propósito da batalha das ideias: “sem teoria revolucionária não há Revolução” – ao contrário, no campo conciliador dos mentecaptos do revisionismo da teoria de Marx, dos reformistas (1) e dos neoestruturalistas, pode haver, e há, ideologias “neutras” que negam a luta de classes.
Joan Robinson, 1962: “Do ponto de vista da Evolução, parece plausivel afirmar que a Ideologia é um substituto para o Instinto. Os animais parecem saber o que fazer. Nós temos de ser ensinados. Dado que o padrão de bom comportamento não é transmitido nos genes, é extremamente maleável e toma as mais diversas formas, em sociedades diferentes. Mas (ao contrário da ideologia do individualizado homem lobo do homem) cada animal social necessita de um padrão de moralidade que imponha limites ao seu egoismo natural. Já que os impulsos egoistas são mais fortes do que os altruistas, as exigências dos demais têm de nos ser impostas”.
(1) “Não se pode negar que esses argumentos dos revisionistas se reduziam a um sistema bastante equilibrado de pontos de vista, nomeadamente, o velho e conhecido ponto de vista liberal burguês” (V. I. Lenine, “Marxismo e Revisionismo”)
(2) Banda desenhada "A Invenção da Ideologia" via "Machina Speculatrix"
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terça-feira, julho 17, 2012
Paulo Portas e as Agências de Rating
O ministro que é actualmente caixeiro viajante para as vendas de produtos no estrangeiro escreveu no prefácio de um amontoado de folhas que anda por aí nos escaparates das instalações sanitárias pseudo editoriais, assinadas por um ou dois ultraliberais funcionários deste governo, o seguinte:
"De todos os agentes culposos ou negligentes da crise de 2008, os notadores (Triple A!) de produtos tóxicos, sairam, até hoje, misteriosamente incólumes"
É ou não preciso ter lata?
"Um dia, quando forem conhecidos os casos de policia que estão ligados ao processo de contratação das Pandur (pelo ex-ministro da Defesa Paulo Portas) os portugueses vão ficar surpreendidos" (Francisco Pita, gerente da empresa subcontratante Fabrequipa)
"Um dia, quando forem conhecidos os casos de policia que estão ligados ao processo de contratação das Pandur (pelo ex-ministro da Defesa Paulo Portas) os portugueses vão ficar surpreendidos" (Francisco Pita, gerente da empresa subcontratante Fabrequipa)
segunda-feira, julho 16, 2012
A Máfia das Parcerias Público-Privadas em Portugal, e para lá disso...
o dr. Paulo Morais, como insigne membro da Maçonaria, usa uma linguagem cavalheiresca, educada e respeitadora, apelando interpares à ética dos bons ladrões: "eu convidava-os nomeadamente os visados a terem um pouco de vergonha", disse ele. E claro que eles vão passar a ter vergonha. E Paulo Morais vai passar a ter tempo livre para investigar a sua descoberta das causas porque é que o Conselho Consultivo do Banco de Portugal é composto por banqueiros privados. Para já atirou-nos areia para os olhos ao lançar os holofotes sobre meia dúzia mal medida de actores secundários;
Não se trata de bom aconselhamento financeiro! Não se trata de reservas de ouro ou de como se investe o dinheiro dos contribuintes! Trata-se do bizarro - e raramente admitido pelos moribundos dinossauros dos Media - facto que estamos subjugados por uma estrutura de governança global (corporate governance) chefiada por uma elite de banqueiros corruptos. Isto não é nenhuma conspiração, numa altura em que até a própria comunicação social norte-americana (no caso a própria CBS) não tem pejo em ir ao âmago da questão quando admite: “nós somos absolutamente escravizados pelos Bancos Centrais que têm em curso uma tentativa de construir governo único a nivel global comandado por banqueiros". O mesmo para o Financial Times, que em editorial admite existir uma agenda para um Governo Ditatorial Mundial
Não se trata de bom aconselhamento financeiro! Não se trata de reservas de ouro ou de como se investe o dinheiro dos contribuintes! Trata-se do bizarro - e raramente admitido pelos moribundos dinossauros dos Media - facto que estamos subjugados por uma estrutura de governança global (corporate governance) chefiada por uma elite de banqueiros corruptos. Isto não é nenhuma conspiração, numa altura em que até a própria comunicação social norte-americana (no caso a própria CBS) não tem pejo em ir ao âmago da questão quando admite: “nós somos absolutamente escravizados pelos Bancos Centrais que têm em curso uma tentativa de construir governo único a nivel global comandado por banqueiros". O mesmo para o Financial Times, que em editorial admite existir uma agenda para um Governo Ditatorial Mundial
relacionado:
* o Buraco das parcerias público-privadas em linguagem de gente
* o Bê-á-Bá das Parcerias Público-Privadas
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* o Bê-á-Bá das Parcerias Público-Privadas
domingo, julho 15, 2012
os professores como funcionários públicos devem defender o Estado que lhes paga
sábado, julho 14, 2012
toureiam-nos mano a mano, as feras
Tal como foi publicada no Diário da República a lista total dos subsídios atribuídos pelo IFAP para subsidiar as Touradas no ano de 2011 foi de 9.823.004,34 Euros às empresas e membros das aristocráticas famílias da tauromaquia. E andam as nossas crianças, já numa grande maioria, a ir para a escola sem tomar o pequeno almoço porque há famílias que só têm dinheiro para pagar as rendas, para não dormirem na rua. Foram cortados subsídios de Natal para ajudar a pagar a dívida dos politicos corruptos ao estrangeiro. Não há dinheiro para nada, mas há 10 MILHÕES de EUROS para a tauromaquia só num ano?
“Nunca duvides que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e empenhados possa mudar o mundo; de facto é só isso que o tem mudado” (Margaret Mead)
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“Nunca duvides que um pequeno grupo de cidadãos preocupados e empenhados possa mudar o mundo; de facto é só isso que o tem mudado” (Margaret Mead)
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sexta-feira, julho 13, 2012
corja de vigaristas
A composição das dívidas que resultam das PPP`s são:
42.395.600 euros para 16 Auto-Estradas
17.133.930 euros para o TGV
5.642.362 para 5 Hospitais e
523.625 euros para Segurança
(fonte: IAC)
Mas, o Serviço Nacional de Saúde, que representa apenas 0,5% das despesas do Estado, para os vigaristas de ultra-direita no Governo, é que é suposto ter de pagar a factura...* Relatório da OCDE. Economia portuguesa foi das que mais destruiu emprego desde que começou a crise (iOnline)
Estrangular deliberadamente a economia pelo desinvestimento e depois exigir que ela cresça não é estúpido!?
* Plano da 'troika' para a resolução da crise económica da zona euro (ou seja, para nos sugarem até ao tutano e exigirem que paguemos uma dívida que não foi criada pelos trabalhadores, nem em seu beneficio) "não está a funcionar", considerou hoje à Lusa o Nobel da Economia Joseph Stiglitz (iOnline).
* A crise da dívida foi criada pelos politicos corruptos e pelos Bancos Centrais, seus vigaristas! (Godfrey Bloom, MEP):
* Custo total de 36 PPP`s ascende a 11,7 mil milhões! com rendas milionárias no mínimo até 2039
* Garcia Pereira: "O Estado não negoceia com os funcionários públicos com quem tem contrato, mas impõe-lhes cortes! mas nas PP`s aceita passivamente um buraco imposto pelas grandes empresas"
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* Garcia Pereira: "O Estado não negoceia com os funcionários públicos com quem tem contrato, mas impõe-lhes cortes! mas nas PP`s aceita passivamente um buraco imposto pelas grandes empresas"
quinta-feira, julho 12, 2012
o caso da Dívida da Argentina
Do ensaio radical do neoliberalismo à bancarrota. A experiência económica neocolonial que aconteceu na América Latina na época do “pátio das traseiras norteamericano”, chega actualmente à periferia da Europa. Do opúsculo "Viver em Dividocracia, Quem deve o quê a quem?" respiga-se e traduz-se aqui o capitulo sobre a dívida da Argentina. Normalmente este é apresentado como um caso modelo, exemplar. Mas por detrás da aparente ousadia de recusar pagar uma parte da dívida externa, os governos neo-peronistas dos Kirchner faziam acordos com a administração Bush no sentido de aprovar a nivel interno leis de repressão decretadas no interesse geral do Imperialismo.
Em finais de 1975 a dívida argentina ascendia a 7.800 milhões de dólares, e cada argentino/a devia 320 dólares. Com a ditadura da junta militar a dívida aumentou 465%, até aos 1.500 dólares por habitante. O endividamento foi paralelo à imposição do modelo liberal a sangue e fogo, que destruiu a economia de um país medianamente industrializado e com índices de desenvolvimento aceitáveis. Foi então perpretada uma profunda desregulamentação do sistema financeiro, a obrigação de endividamento desnecessário das empresas públicas, o endividamento de empresas privadas e, finalmente, a assumpção dessas dívidas privadas como públicas por parte do Estado. Tudo isto conduziu à explosão da dívida, que pode ser qualificada por inteiro de odiosa. A crise da dívida nos anos 80 afectou também a Argentina, quando passou a ser democrática. A partir daí o FMI interveio com o seu “Plano de Ajuste Estrutural”. Sob a batuta do que é conhecido como Consenso de Washington impuseram-se cortes sociais, privatizações, venda de património público e, finalmente, a convertibilidade da moeda (o peso argentino passou a valer um dólar norte-americano) perdendo a Argentina a sua soberania monetária. Apesar do “resgate” e da “ajuda” a dívida continuou a crescer vertiginosamente até aos 147.000 milhões de dólares em finais dos anos 90. Em Dezembro de 2001 o governo argentino caiu no meio dos protestos generalizados, pelo aumento do desemprego e pelo colapso do peso (que ninguém acreditava já equivaler ao dólar). O sistema bancário desmoronou-se e as contas bancárias foram congeladas (o que ficou conhecido por “corralito”). Mais de metade da população tinha caído em patamares abaixo do limiar de pobreza. Tudo isto marcou o final de uma experiência económica que, até havia poucos anos antes, tinha sido considerada como um orgulhoso exemplo do êxito do mercado livre e do paradigma neoliberal (1)
Depois do estalar da crise, a Argentina continuou a negociar com o FMI um pacote de resgate que ajudasse â recuperação económica. Sem dúvidas, o FMI continuou a recomendar as mesmas politicas danosas. A Argentina respondeu com um rotundo Não! ao FMI e anunciou uma moratória unilateral sobre o reembolso da sua dívida externa. Ou seja, deixou de pagar e rompeu com todas as regras (2). O prognóstico dos especialistas foi de depressão e definhamento económico porém o resultado foi precisamente o contrário (3). Do default da dívida resultou a chave que possibilitou a recuperação económica do país. O governo não só passou a dispôr dos recursos necessários para isso, como até, ao não necessitar de novos empréstimos, se libertou do FMI e da obrigação de adoptar politicas económicas prejudiciais, para contentar antes os mercados e os credores (4).
Pese que o total da dívida continue hoje a ser muito elevado, esta não tem o impacto que tinha há uma década (5). Durante o ano de 2011 a Argentina negociou com o Clube de Paris a re-estruturação de uma parte da dívida sem a presença do FMI, rompendo assim uma norma não escrita das negociações da dívida. O Clube de Paris (6) acabou por aceitar um haircut (redução da dívida) correspondente a uma parte de dívidas ilegitimas contraídas pela ditadura militar. Sem ser nada de radical, (porque toda a dívida é ilegitima por ser contraída pelo conluio dos governos burgueses com o interesse dos credores estrangeiros para sacar juros usurários e comissões) a Argentina é o exemplo de que, no mínimo, exercer o direito soberano de não pagar e não ceder às condições impostas pelos credores pode ser a única saída possivel.
Nenhum banqueiro foi preso ou sequer molestado; ao contrário, para os indignados que protestam, a Argentina da era do casal Kirchner fez aprovar em 2005 no Congresso a legislação anti-terrorista sugerida (e de certo modo imposta) por Bush, que como se sabe se destina principalmente a criminalizar os dissidentes que lutam contra o sistema. A presidente Cristina Kirchner já a fez estrear contra organizações populares
notas
(1) A estranha história de Bush na Crise da Dívida Argentina
(2) O caso levou a secretária de Estado Hillary Clinton a comentar o aspecto fisico da presidente Kirchner, notando “estar extremamente magra com sintomas de sofrer de ansiedade e stress nervoso”. De seguida inquiriu os seus diplomatas no sentido de averiguarem se Kirchner “sofria de alguma doença mental” (Guardian)
(3) “Ya Basta!: la opcion de repudio de la deuda”, por Christian Aid, disponível em Gloobal.Net
(4) “La Deuda Argentina, História, Default y Reestruturación”, Sedes, Buenos Aires, 2005
(5) “Reflexiones desde la Experiencia Argentina para el Debate sobre la Deuda de Portugal, Grecia, Irlanda, España...”, Eduardo Lucita, disponivel no CADTM.Org
(6) Segmentando os credores internacionais
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Em finais de 1975 a dívida argentina ascendia a 7.800 milhões de dólares, e cada argentino/a devia 320 dólares. Com a ditadura da junta militar a dívida aumentou 465%, até aos 1.500 dólares por habitante. O endividamento foi paralelo à imposição do modelo liberal a sangue e fogo, que destruiu a economia de um país medianamente industrializado e com índices de desenvolvimento aceitáveis. Foi então perpretada uma profunda desregulamentação do sistema financeiro, a obrigação de endividamento desnecessário das empresas públicas, o endividamento de empresas privadas e, finalmente, a assumpção dessas dívidas privadas como públicas por parte do Estado. Tudo isto conduziu à explosão da dívida, que pode ser qualificada por inteiro de odiosa. A crise da dívida nos anos 80 afectou também a Argentina, quando passou a ser democrática. A partir daí o FMI interveio com o seu “Plano de Ajuste Estrutural”. Sob a batuta do que é conhecido como Consenso de Washington impuseram-se cortes sociais, privatizações, venda de património público e, finalmente, a convertibilidade da moeda (o peso argentino passou a valer um dólar norte-americano) perdendo a Argentina a sua soberania monetária. Apesar do “resgate” e da “ajuda” a dívida continuou a crescer vertiginosamente até aos 147.000 milhões de dólares em finais dos anos 90. Em Dezembro de 2001 o governo argentino caiu no meio dos protestos generalizados, pelo aumento do desemprego e pelo colapso do peso (que ninguém acreditava já equivaler ao dólar). O sistema bancário desmoronou-se e as contas bancárias foram congeladas (o que ficou conhecido por “corralito”). Mais de metade da população tinha caído em patamares abaixo do limiar de pobreza. Tudo isto marcou o final de uma experiência económica que, até havia poucos anos antes, tinha sido considerada como um orgulhoso exemplo do êxito do mercado livre e do paradigma neoliberal (1)
Depois do estalar da crise, a Argentina continuou a negociar com o FMI um pacote de resgate que ajudasse â recuperação económica. Sem dúvidas, o FMI continuou a recomendar as mesmas politicas danosas. A Argentina respondeu com um rotundo Não! ao FMI e anunciou uma moratória unilateral sobre o reembolso da sua dívida externa. Ou seja, deixou de pagar e rompeu com todas as regras (2). O prognóstico dos especialistas foi de depressão e definhamento económico porém o resultado foi precisamente o contrário (3). Do default da dívida resultou a chave que possibilitou a recuperação económica do país. O governo não só passou a dispôr dos recursos necessários para isso, como até, ao não necessitar de novos empréstimos, se libertou do FMI e da obrigação de adoptar politicas económicas prejudiciais, para contentar antes os mercados e os credores (4).
Pese que o total da dívida continue hoje a ser muito elevado, esta não tem o impacto que tinha há uma década (5). Durante o ano de 2011 a Argentina negociou com o Clube de Paris a re-estruturação de uma parte da dívida sem a presença do FMI, rompendo assim uma norma não escrita das negociações da dívida. O Clube de Paris (6) acabou por aceitar um haircut (redução da dívida) correspondente a uma parte de dívidas ilegitimas contraídas pela ditadura militar. Sem ser nada de radical, (porque toda a dívida é ilegitima por ser contraída pelo conluio dos governos burgueses com o interesse dos credores estrangeiros para sacar juros usurários e comissões) a Argentina é o exemplo de que, no mínimo, exercer o direito soberano de não pagar e não ceder às condições impostas pelos credores pode ser a única saída possivel.
Nenhum banqueiro foi preso ou sequer molestado; ao contrário, para os indignados que protestam, a Argentina da era do casal Kirchner fez aprovar em 2005 no Congresso a legislação anti-terrorista sugerida (e de certo modo imposta) por Bush, que como se sabe se destina principalmente a criminalizar os dissidentes que lutam contra o sistema. A presidente Cristina Kirchner já a fez estrear contra organizações populares
(2) O caso levou a secretária de Estado Hillary Clinton a comentar o aspecto fisico da presidente Kirchner, notando “estar extremamente magra com sintomas de sofrer de ansiedade e stress nervoso”. De seguida inquiriu os seus diplomatas no sentido de averiguarem se Kirchner “sofria de alguma doença mental” (Guardian)
(3) “Ya Basta!: la opcion de repudio de la deuda”, por Christian Aid, disponível em Gloobal.Net
(4) “La Deuda Argentina, História, Default y Reestruturación”, Sedes, Buenos Aires, 2005
(5) “Reflexiones desde la Experiencia Argentina para el Debate sobre la Deuda de Portugal, Grecia, Irlanda, España...”, Eduardo Lucita, disponivel no CADTM.Org
(6) Segmentando os credores internacionais
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quarta-feira, julho 11, 2012
Mineiros das Astúrias e Aragão são recebidos como heróis e incendeiam as ruas de Madrid
Viram estas imagens nas televisões? não!, pudera! poder-se-ia lá ver e ouvir sem censura dezenas de milhares de pessoas gritar: "Que Viva a Luta da Classe Operária!" ao que os mineiros respondiam: "Si esto no se arregla, guerra, guerra guerra!"
Moncloa, Dia 11. Enfrentamentos com os cães de fila do capitalismo
a luta dos mineiros foi o mote para a revolta generalizada com os cortes sociais
Mais cargas policiais, esta noite nas Puertas del Sol
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a luta dos mineiros foi o mote para a revolta generalizada com os cortes sociais
Mais cargas policiais, esta noite nas Puertas del Sol
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Democracia Totalitária
Inventando a “superdemocracia” ou de como uma jovem “cientista social” se resignou descer à abissal Caverna dos bloggers numa falhada busca por planctôn intelectual. O texto é este, a resposta (censurada no 5Dias) foi esta:
1. a Democracia sempre foi burguesa - é a forma politica de dominação da Burguesia. Então e o termo “burguesia” não está datado? Ainda é aplicável? - na clarissima definição do Renato Guedes, “a burguesia é a classe de proprietários detentores dos meios de produção”. No caso português essa propriedade detida pela burguesia nacional é irrelevante, uma vez que os grandes meios de produção foram deslocalizados (p/e a siderurgia, a agricultura mecanizada, as indústrias, as pescas). Se Portugal importa cerca de 80% daquilo que consome, é óbvio que os “nossos” donos da Economia são basicamente parasitários: meros comissionistas, prosperam intermediando as importações do estrangeiro. Neste panorama da desindustrialização que vem sendo levado a cabo nos últimos 40 anos, a classe operária é residual. O sector produtivo não emprega como operários mais de 20% do total da força activa de trabalhadores, cuja ênfase se coloca hoje maioritariamente no sector de serviços.
2. Assim, à questão se “pode a burguesia abdicar do poder executivo para manter o poder económico?” a resposta é que de facto há muito que já o fez, aliás, sempre o fez - é o poder económico que determina as relações sociais (Marx) e não a politica burguesa que actua alterando o paradigma económico vigente criado pela burguesia. Há algumas décadas que o poder executivo é exercido rotineiramente por figurantes (vestidos com fatos de fino recorte) assessorados por personalidades que definem de forma não explicita modelos padrão e programas ocultos (maçonaria, opus dei, clube de Roma, CFR, Bilderberg, Nato, etc) através de veiculos não eleitos: consórcio financeiro de Wall-Street/FED, Banco Mundial, FMI, BEI, Pentágono, BCE, etc.
3. Constatada a dependência no caso português,“ é no minimo intrigante que este texto da dra. Raquel Varela não mencione por uma única vez o termo “Imperialismo” – uma omissão recorrente nos trotskistas – afinal, citando: “qualquer marxista sabe que a Europa está em plena democracia e muito longe de qualquer tipo de ditadura”. E depois de uma diversão pelas terminologias do PCP e BE acaba inventando um termo: a “Superdemocracia” – mas a expressão correcta é “Democracia Totalitária” – e nem estamos a inventar um conceito que seja novo: vem expresso no livro de João Bernardo, 2004 (Cortez Editora, São Paulo, Br) com o titulo “Democracia Totalitária, Teoria e prática da Empresa Soberana” que tenta responder à questão “como será um mundo regido pelas Corporações?”. Depois de defender a tese que é o carácter soberano das Empresas que determina as opções do Estado que as segue (desde finais do século XV, dos primórdios do capitalismo, com as primeiras multinacionais, como a VOC holandesa ou a Companhia das Índias inglesa) o João Bernardo estuda a noção de Estado Amplo, onde empresas e executivos governamentais trabalham em simbiose - por oposição ao conceito de Estado Mínimo, restrito, cuja única função seria recolher os impostos com a finalidade de providenciar os bens comuns. Um Estado cuja única receita democraticamente autorizada fosse apenas a colecta de impostos, jamais poderia recorrer a empréstimos cedidos por interesses estranhos às populações, endividando-se com juros para praticar dumping crediticio ao Consumo sobre os cidadãos por interesse de terceiros (os futuros credores), para por sua vez recolher mais impostos dos mesmos cidadãos. É um modelo de crescimento insustentável, por oposição a um Estado Operário assente no poder dos produtores co-proprietários dos meios de produção onde só se consumisse, por uma ordem prioritária de necessidades, o equivalente ao que fosse produzido, isto é, na prática, a miséria ou a troca do fato pela farda de trabalho para a Burguesia. Portanto, sintetizando o programa do MRPP, um marxista analisa a situação, estuda um programa de acção, diz o que deve ser feito... e faz! E o que o MRPP disse (e por isso foi ferozmente censurado nos Media) foi “Não Pagamos!” uma dívida que não foi contraida pelo povo português
4. Segue-se “o lunatismo MRPP que já fala em fascismo alemão!” – a transcrição é manipulada por Raquel Varela, falsa! - ninguém no PCTP/MRPP a pronunciou referindo-se a qualquer situação actual. O que em boa verdade é referido é a expressão “imperialismo alemão” que o editor deste blogue pessoalmente acha ser apenas um “sub-imperialismo alemão”. Só para atender à macroestrutura económica financeira global – ao contrário do Euro cujo emissor, o BCE, não pode pelos seus estatutos criar dinheiro e emprestá-lo directamente aos Estados da eurozona, tanto a Reserva Federal (o Dólar) quanto o Banco de Inglaterra (Libra) podem emitir dinheiro e emprestá-lo directamente ao Estado. Esta prática remete para uma subserviência da Europa, que “precisa” do FMI. Estamos, portanto de novo no campo do tal omisso “Imperialismo”
5. Sobre a temática Trotskista abstracta do “regime bonapartista poder alcançar um caráter relativamente estável e durável somente no caso de que ponha fim a uma época revolucionária” – quais são as classes sociais possiveis agentes de uma transformação no presente paradigma neoliberal? – os “movimentos sociais”? Sem programa nem objectivos concretos e com uma prática nihilista, os chamados movimentos sociais atraem desencantados despolitizados, capazes de, por um ou outro discurso mais inflamado, se enfiarem numa qualquer aventura que atraia mediatismo, ainda que sem ligação com a realidade dos trabalhadores. Na manhã seguinte viram que “a revolta” deu em nada. Exemplo local disso é a não repetição da grande manifestação de 15 de Outubro, o esvaziamento do movimento Occupy Wall Street (elogiado pelo especulador George Soros) ou a nivel global a falência do Forum Social Mundial. Comparem-se estas acções geridas pela autodenominada esquerda anti-autoritária com os seus figurões académicos â cabeça, com a marcha dos operários mineiros das Astúrias sobre Madrid com reivindicações concretas e estamos em presença de dois mundos separados por um abismo (a Produção e o sector Terciário). Quantos desses jovens que vemos a tocar pandeireta pelas manifestações urbanas do Bloco e afins estão dispostos a ser operários? (dito de outro modo, a assentar uma economia soberana na única componente que cria Valor?: o Trabalho)
A seguir: “O socialismo num só país, o internacionalismo proletário e a pós-moderna fraude trotskista”
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1. a Democracia sempre foi burguesa - é a forma politica de dominação da Burguesia. Então e o termo “burguesia” não está datado? Ainda é aplicável? - na clarissima definição do Renato Guedes, “a burguesia é a classe de proprietários detentores dos meios de produção”. No caso português essa propriedade detida pela burguesia nacional é irrelevante, uma vez que os grandes meios de produção foram deslocalizados (p/e a siderurgia, a agricultura mecanizada, as indústrias, as pescas). Se Portugal importa cerca de 80% daquilo que consome, é óbvio que os “nossos” donos da Economia são basicamente parasitários: meros comissionistas, prosperam intermediando as importações do estrangeiro. Neste panorama da desindustrialização que vem sendo levado a cabo nos últimos 40 anos, a classe operária é residual. O sector produtivo não emprega como operários mais de 20% do total da força activa de trabalhadores, cuja ênfase se coloca hoje maioritariamente no sector de serviços.
2. Assim, à questão se “pode a burguesia abdicar do poder executivo para manter o poder económico?” a resposta é que de facto há muito que já o fez, aliás, sempre o fez - é o poder económico que determina as relações sociais (Marx) e não a politica burguesa que actua alterando o paradigma económico vigente criado pela burguesia. Há algumas décadas que o poder executivo é exercido rotineiramente por figurantes (vestidos com fatos de fino recorte) assessorados por personalidades que definem de forma não explicita modelos padrão e programas ocultos (maçonaria, opus dei, clube de Roma, CFR, Bilderberg, Nato, etc) através de veiculos não eleitos: consórcio financeiro de Wall-Street/FED, Banco Mundial, FMI, BEI, Pentágono, BCE, etc.
3. Constatada a dependência no caso português,“ é no minimo intrigante que este texto da dra. Raquel Varela não mencione por uma única vez o termo “Imperialismo” – uma omissão recorrente nos trotskistas – afinal, citando: “qualquer marxista sabe que a Europa está em plena democracia e muito longe de qualquer tipo de ditadura”. E depois de uma diversão pelas terminologias do PCP e BE acaba inventando um termo: a “Superdemocracia” – mas a expressão correcta é “Democracia Totalitária” – e nem estamos a inventar um conceito que seja novo: vem expresso no livro de João Bernardo, 2004 (Cortez Editora, São Paulo, Br) com o titulo “Democracia Totalitária, Teoria e prática da Empresa Soberana” que tenta responder à questão “como será um mundo regido pelas Corporações?”. Depois de defender a tese que é o carácter soberano das Empresas que determina as opções do Estado que as segue (desde finais do século XV, dos primórdios do capitalismo, com as primeiras multinacionais, como a VOC holandesa ou a Companhia das Índias inglesa) o João Bernardo estuda a noção de Estado Amplo, onde empresas e executivos governamentais trabalham em simbiose - por oposição ao conceito de Estado Mínimo, restrito, cuja única função seria recolher os impostos com a finalidade de providenciar os bens comuns. Um Estado cuja única receita democraticamente autorizada fosse apenas a colecta de impostos, jamais poderia recorrer a empréstimos cedidos por interesses estranhos às populações, endividando-se com juros para praticar dumping crediticio ao Consumo sobre os cidadãos por interesse de terceiros (os futuros credores), para por sua vez recolher mais impostos dos mesmos cidadãos. É um modelo de crescimento insustentável, por oposição a um Estado Operário assente no poder dos produtores co-proprietários dos meios de produção onde só se consumisse, por uma ordem prioritária de necessidades, o equivalente ao que fosse produzido, isto é, na prática, a miséria ou a troca do fato pela farda de trabalho para a Burguesia. Portanto, sintetizando o programa do MRPP, um marxista analisa a situação, estuda um programa de acção, diz o que deve ser feito... e faz! E o que o MRPP disse (e por isso foi ferozmente censurado nos Media) foi “Não Pagamos!” uma dívida que não foi contraida pelo povo português
4. Segue-se “o lunatismo MRPP que já fala em fascismo alemão!” – a transcrição é manipulada por Raquel Varela, falsa! - ninguém no PCTP/MRPP a pronunciou referindo-se a qualquer situação actual. O que em boa verdade é referido é a expressão “imperialismo alemão” que o editor deste blogue pessoalmente acha ser apenas um “sub-imperialismo alemão”. Só para atender à macroestrutura económica financeira global – ao contrário do Euro cujo emissor, o BCE, não pode pelos seus estatutos criar dinheiro e emprestá-lo directamente aos Estados da eurozona, tanto a Reserva Federal (o Dólar) quanto o Banco de Inglaterra (Libra) podem emitir dinheiro e emprestá-lo directamente ao Estado. Esta prática remete para uma subserviência da Europa, que “precisa” do FMI. Estamos, portanto de novo no campo do tal omisso “Imperialismo”
5. Sobre a temática Trotskista abstracta do “regime bonapartista poder alcançar um caráter relativamente estável e durável somente no caso de que ponha fim a uma época revolucionária” – quais são as classes sociais possiveis agentes de uma transformação no presente paradigma neoliberal? – os “movimentos sociais”? Sem programa nem objectivos concretos e com uma prática nihilista, os chamados movimentos sociais atraem desencantados despolitizados, capazes de, por um ou outro discurso mais inflamado, se enfiarem numa qualquer aventura que atraia mediatismo, ainda que sem ligação com a realidade dos trabalhadores. Na manhã seguinte viram que “a revolta” deu em nada. Exemplo local disso é a não repetição da grande manifestação de 15 de Outubro, o esvaziamento do movimento Occupy Wall Street (elogiado pelo especulador George Soros) ou a nivel global a falência do Forum Social Mundial. Comparem-se estas acções geridas pela autodenominada esquerda anti-autoritária com os seus figurões académicos â cabeça, com a marcha dos operários mineiros das Astúrias sobre Madrid com reivindicações concretas e estamos em presença de dois mundos separados por um abismo (a Produção e o sector Terciário). Quantos desses jovens que vemos a tocar pandeireta pelas manifestações urbanas do Bloco e afins estão dispostos a ser operários? (dito de outro modo, a assentar uma economia soberana na única componente que cria Valor?: o Trabalho)
A seguir: “O socialismo num só país, o internacionalismo proletário e a pós-moderna fraude trotskista”
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terça-feira, julho 10, 2012
a Arte de ganhar Dinheiro
Dias Loureiro falou pela primeira vez á comunicação social desde que como ex-conselheiro de Estado nomeado por Cavaco foi constituido arguido (foragido) no escândalo BPN. É preciso descaramento e falta de um pingo de vergonha na cara; diz Loureiro dele mesmo, vítima suprema do cavaquismo: “tive alturas de grande sacrificio, uma vez trabalhei 57 horas seguidas”. Imagine-se os prejuizos para a comunidade se o gajo tivesse continuado a trabalhar cá dentro... (obviamente, blindado pelos offshores, a partir lá de fora é impossivel quantificar)
O caso BPN é sintomático da forma como funciona na economia de extorsão a acumulação capitalista no modo neoliberal de ataque guerrilheiro por “aplicações” financeiras: meia dúzia de amigos vão clicando num computador e aquilo vai crescendo nos balanços de existência real, até ao ponto em que haja gente que vá acreditando naquilo. Vitor Constâncio foi um dos que acreditou, com as fundamentações conhecidas que não se cansa de espalhar por tudo o que é canto. Depois da “coisa” ter crescido, sua excelência o presidente Cavaco, como parte interessada, apadrinhou a entrada da vigarice no rol do “crescimento” que serviu de leit-motiv para o endividamento de toda a sociedade. Os pagadores à força que querem aprender algo de novo têm de pensar nestas coisas, e que é necessária uma certa experiência de palco para os sacripantas palradores levarem a melhor perpetuando a confusão em nome das classes dominantes – no final tudo se desenvolve em redor da questão central da Propriedade.
O estudo do mundo real não pode de forma alguma ser dispensado, isto é, a máfia do BPN criou dinheiro virtual, mas com ele iniciou um processo de transferência de propriedade real. Mais pobres é que estes biltres não ficaram, mas, evadidos, estão impedidos de voltar a andar na rua, sob pena dos portugueses conscientes quererem reaver o produto da extorsão de que estão a ser vítimas e lhes arranquem a pele como indemnização temporária. Os apupos generalizados a Cavaco e ao seu ministro Passos mal põem um pé na rua são um primeiro sinal
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O caso BPN é sintomático da forma como funciona na economia de extorsão a acumulação capitalista no modo neoliberal de ataque guerrilheiro por “aplicações” financeiras: meia dúzia de amigos vão clicando num computador e aquilo vai crescendo nos balanços de existência real, até ao ponto em que haja gente que vá acreditando naquilo. Vitor Constâncio foi um dos que acreditou, com as fundamentações conhecidas que não se cansa de espalhar por tudo o que é canto. Depois da “coisa” ter crescido, sua excelência o presidente Cavaco, como parte interessada, apadrinhou a entrada da vigarice no rol do “crescimento” que serviu de leit-motiv para o endividamento de toda a sociedade. Os pagadores à força que querem aprender algo de novo têm de pensar nestas coisas, e que é necessária uma certa experiência de palco para os sacripantas palradores levarem a melhor perpetuando a confusão em nome das classes dominantes – no final tudo se desenvolve em redor da questão central da Propriedade.
O estudo do mundo real não pode de forma alguma ser dispensado, isto é, a máfia do BPN criou dinheiro virtual, mas com ele iniciou um processo de transferência de propriedade real. Mais pobres é que estes biltres não ficaram, mas, evadidos, estão impedidos de voltar a andar na rua, sob pena dos portugueses conscientes quererem reaver o produto da extorsão de que estão a ser vítimas e lhes arranquem a pele como indemnização temporária. Os apupos generalizados a Cavaco e ao seu ministro Passos mal põem um pé na rua são um primeiro sinal
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segunda-feira, julho 09, 2012
Praça Tahir (Confundir)
a recente "Revolta Popular" no Egipto foi usada para instrumentalizar as populações e para desferir o golpe de Estado dado na sombra pelos militares que, (desde Sadat) sempre estiveram nas costas da ditadura. A versão oficiosa que prepara as hostes para o facto de não ter havido "revolução" nenhuma vem na Time. A sinopse do filme que passa nos ecrans é contudo a parte conhecida da história da Irmandade Muçulmana, mas a parte meio desconhecida é que esta seita foi criada e financiada nos Estados Unidos pela Casa de Saud (que tem as mesmas raízes étnicas que os Sionistas de Israel:
Está na hora dos povos dos Estados Unidos combaterem por uma Independência a sério, livres da dominação do Sionismo (ler a história)
Está na hora dos povos dos Estados Unidos combaterem por uma Independência a sério, livres da dominação do Sionismo (ler a história)
domingo, julho 08, 2012
o caso do ministro que é Doutor
o Relvas é um tipo esperto. Lá no fundo no fundo, os portugueses adoram tipos com este currículo, com pinta de vendedores de carros usados (baratos, mas sem garantia); o Relvas é inteligente, aproveitou-se oportunisticamente das Novas Oportunidades e depois no Governo acabou com elas; Saber adquirido, desperdiça altruisticamente a sua sagacidade a contas da reles plebe que anda a pé e se rebola alarvemente fazendo chacota com os dixotes dos comentadores. O Relvas tem aprumo, espirito e sangue frio em doses invejáveis; sua o bom suor dos trópicos para manter as impolutas qualidades que distinguem os nossos representantes; Sabe viver com grande moral, igualando-se aos que auferem altos rendimentos pelo seu mérito, apesar de não ter possuido nunca um só vintém de rendimento legal. Como poderia de outro modo ter sido outorgado entre os seus pares na (auto)governança? Toda a comunidade nacional tem para com o Relvas uma dívida de gratidão por ter um filho de raciocinio tão rápido ao seu serviço. Mole de mediocres mal agradecidos. Ora vejam só a competência com que o Relvas, no meio desta imensa maré de má lingua, remeteu para a obcuridade e se safou da acusação principal: que os serviços secretos portugueses traficam com a sua intermediação informações para empresas privadas
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sábado, julho 07, 2012
4 de Julho - a Independência da América
Nas comemorações do Dia da Independência uma norte-americana comeu 45 hot-dogs em dez minutos num concurso em Coney Island
* Os EUA têm a maior população prisional do mundo; correspondente a mais de 25% da humanidade que está encarcerada!
* 22% das crianças americanas vivem abaixo do limiar da pobreza. No entanto o regabofe eleitoral e mediático é multimilionário.
* Entre 1890 e 2012 os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
* Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
* 125 americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de acesso à saúde. A lei Obamacare não vai fazer inverter a situação, vai obrigar toda a gente a pagar um seguro de saúde.
* Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias, foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo americano.
* Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA.
* O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 000 dólares. Financiar estudantes é um óptico negócio para os bancos.
* Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada 10 americanos, há 9 armas de fogo.
* São mais os americanos que acreditam no Diabo que os que acreditam em Darwin.
mais 10 factos chocantes sobre os Estados Unidos
(para além da medalha de mérito que deram ao bi-ministro Portas):
* 22% das crianças americanas vivem abaixo do limiar da pobreza. No entanto o regabofe eleitoral e mediático é multimilionário.
* Entre 1890 e 2012 os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
* Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
* 125 americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de acesso à saúde. A lei Obamacare não vai fazer inverter a situação, vai obrigar toda a gente a pagar um seguro de saúde.
* Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias, foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo americano.
* Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA.
* O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 000 dólares. Financiar estudantes é um óptico negócio para os bancos.
* Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada 10 americanos, há 9 armas de fogo.
* São mais os americanos que acreditam no Diabo que os que acreditam em Darwin.
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sexta-feira, julho 06, 2012
Médicos em Greve!
em defesa do Serviço Nacional de Saúde para todos
A média das camas hospitalares na OCDE é de 4,9 por 1000 habitantes; na Alemanha de 8,2. Em Portugal é de apenas 3,3/1000 habitantes. No momento em que se abate uma sanha destruidora sobre os serviços públicos, quando ainda haveria imenso espaço para desenvolvimento, devemos ser todos solidários com a luta dos médicos. Pela sua saúde, junte-se a eles. Não recorra aos Serviços de Saúde nos dias 11 e 12, a não ser em situações de urgência cobertas pelos serviços mínimos.
Entretanto, o Ministério da Saúde, apercebendo-se do barril de pólvora prestes a explodir a partir dos utentes, chamou os sindicatos para "negociações". Esperemos bem que a troco de um qualquer rebuçado os médicos do SNS não venham a colaborar no assalto ao atendimento "tendencialmente gratuito" dos doentes. É que, como verão se defenderem por agora apenas os interesses da corporação, um destes dias o ministro vai-se virar para os médicos e dizer-lhes: "agora que já não temos nem sombra da quantidade dos doentes que tinhamos (pelo agravamento dos pagamentos, pela perda de isenções, por morte por incapacidade de pagar, etc) para que é que precisamos aqui de tantos médicos"? (veja-se o que está a acontecer na Grécia)
A média das camas hospitalares na OCDE é de 4,9 por 1000 habitantes; na Alemanha de 8,2. Em Portugal é de apenas 3,3/1000 habitantes. No momento em que se abate uma sanha destruidora sobre os serviços públicos, quando ainda haveria imenso espaço para desenvolvimento, devemos ser todos solidários com a luta dos médicos. Pela sua saúde, junte-se a eles. Não recorra aos Serviços de Saúde nos dias 11 e 12, a não ser em situações de urgência cobertas pelos serviços mínimos.
Entretanto, o Ministério da Saúde, apercebendo-se do barril de pólvora prestes a explodir a partir dos utentes, chamou os sindicatos para "negociações". Esperemos bem que a troco de um qualquer rebuçado os médicos do SNS não venham a colaborar no assalto ao atendimento "tendencialmente gratuito" dos doentes. É que, como verão se defenderem por agora apenas os interesses da corporação, um destes dias o ministro vai-se virar para os médicos e dizer-lhes: "agora que já não temos nem sombra da quantidade dos doentes que tinhamos (pelo agravamento dos pagamentos, pela perda de isenções, por morte por incapacidade de pagar, etc) para que é que precisamos aqui de tantos médicos"? (veja-se o que está a acontecer na Grécia)
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